1. Spirit Fanfics >
  2. Water Lily >
  3. Capítulo Único

História Water Lily - Capítulo Único


Escrita por: MinaBaudelaire

Notas do Autor


Esta é uma obra original de minha autoria. Não copie ou reproduza o conteúdo ou ideia em outro lugar sem permissão. BTS não pertence a mim, infelizmente. Ah, se pertencesse...

Boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo Único


A moça olhou para fora da janela de seu apartamento, contemplando o panorama da densamente povoada Seul.

A luz da lua minguante não podia ser vista — a deusa branca estava envolta em um cobertor impenetrável de nuvens. O vento do norte soprava, fazendo as folhas das árvores balançarem em uma dança irregular, açoitando impiedosamente os monocromáticos arranha-céus e o chão de concreto. Gotas de chuva também caíam do céu furiosamente, como lágrimas de uma mãe em luto, deixando encharcados o coração e corpo dos andarilhos nas ruas cinzentas.

A chuva estava lavando tudo, menos a tristeza no coração dela.

É engraçado como o clima sombrio está espelhando meus sentimentos, a mulher ponderou com um sorriso triste, brincando com o lírio, sua flor favorita, amarrado em seu cabelo.

Perdida em pensamentos e com os olhos fixos na janela, não percebeu que ele chegara, já que ninguém anunciara da porta um "Oi! Eu senti sua falta, amor!" ou "Querida, estou em casa!”. A nova presença só foi notada quando o recém-chegado ligou o aquecedor enquanto resmungava sobre como o ambiente estava frio.

A moça o observou tirar o casaco, chapéu e sapatos, e, em seguida, jogar-se no sofá, relaxando nele por alguns minutos, antes de ir ao quarto.

O recém-chegado não lhe falou, e vice-versa. De qualquer forma, a jovem estava bem ciente da futilidade das palavras. Ele não iria ouvi-la.

Então, em vez de tentar conversar, ela apenas o seguiu. Chegando ao quarto, sentou-se em uma cadeira e fitou o homem que estava trocando-se para roupas confortáveis.

Sorriu carinhosamente, sabendo que, depois de ser refreado e sufocado durante todo o dia no trabalho, só havia uma coisa que seu companheiro queria quando chegava ao lar: liberdade.

O rapaz odiava sentir-se restrito, especialmente nas roupas horríveis que era forçado a vestir para ir ao trabalho diariamente. O homem não podia relaxar até que estivesse vestindo suas roupas largas. Conforto era crucial em sua vida.

Seus pensamentos levaram-na de volta para quando a história deles começou. Ela não queria pensar nisso, porém não conseguia evitar fazê-lo — as memórias eram tão, tão lindas.

Conheceram-se em uma festa através de um amigo mútuo. Ele estava, obviamente, vestindo roupas largas, confortáveis e um gorro desgastado. O grande sorriso que quase rasgava o rosto masculino era adorável. Conversaram muito, tornando-se amigos rapidamente. Alguns meses depois estavam namorando. Ele propôs casamento durante um jantar à luz de velas em sua casa, declarando, "Eu tinha um monte de coisas sentimentais pra dizer, mas estou muito nervoso para lembrá-las, então vou ignorar tudo isso e apenas perguntar... Quer casar comigo?"

A jovem provavelmente arruinara um pouco o gesto romântico, engasgando-se com uma azeitona ao ouvir o pedido e passando uns quinze minutos tentando colocá-la para fora. Ups...

Ah, como sentia falta daqueles tempos jubilosos...

O som abrupto da TV retirou-lhe de seus pensamentos. O seu marido encontrava-se enrolado na cama deles, sob os pesados cobertores, assistindo a algum programa noturno. Ela mudou-se da cadeira para a cama, deitando-se, circulando com os braços a cintura dele em um abraço apertado. Ele estremeceu com o toque e levantou-se, indo em direção à sala de estar. A jovem suspirou e o seguiu novamente.

Ao chegar lá, viu seu companheiro sentado em sua poltrona habitual — os olhos desfocados e distantes — bebericando a vodka que fora tomada pela metade e deixada na mesa lateral na noite anterior. O marido dela costumava ser tão jovial e cheio de vida... No entanto, naquele momento, ele parecia mais velho do que era e infeliz.

Não era justo. Nada era justo. Para onde a felicidade deles tinha ido? Como as coisas deram tão malditamente errado?

A esposa andou para trás de seu amado e colocou os braços ao redor de seus ombros, descansando o queixo no topo de sua cabeça — um gesto que começara quando se casaram, contudo agora as coisas eram diferentes. Não havia nenhuma brincadeira ou provocação bem-humorada. Não havia beijo quente que levasse à uma noite de bom sexo. Não havia nem mesmo a briga ocasional ou reclamação ranzinza que era de se esperar de parceiros de longa data. Havia apenas glacial, opressivo silêncio. Até o som da chuva lá fora podia ser ouvido.

Desejou que a chuva destruísse sua dor, despedaçasse todo o sofrimento de ambos.

A jovem odiava como se acostumara a sentir o coração doer.

Seu amado estremeceu. Pensando que ele estava com frio, a moça o abraçou ainda mais apertadamente, mas os seus sentimentos, o calor de seu amor não pareciam alcançá-lo. O homem adormeceu rapidamente, ignorando-a completamente como fizera no último mês. O álcool e o cansativo dia de trabalho sendo as prováveis causas da sonolência.

"Jungkook," disse ela, o nome deslizando involuntariamente de seus lábios.

A esposa olhou para o rosto que tanto adorava. O seu amado sempre parecia atormentado pela agonia, independentemente de estar acordado ou dormindo. Mesmo durante o sono a expressão dele sempre estava banhada em angústia.

À meia-noite, enquanto ambos dormiam — ele, na sua poltrona de costume; ela, no seu túmulo inundado com a chuva, mas bem ornamentado com lírios — suas almas se encontraram e foi um choroso, alegre reencontro.


Notas Finais


Escrevi esta história originalmente em Inglês para um concurso. Esta é a versão em Português.

Eu gostaria de agradecer profundamente a Reepol, minha beta, pelo excelente trabalho que fez e pela paciência comigo. Não sei o que faria sem a sua extraordinária ajuda.

Comentários de leitores são bem-vindos. :)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...