História Watermelons - A vista mais bela

Ainda no pátio e envolvido no abraço de Soonyoung, Jihoon continuava em prantos com a cabeça afundada no peito de Kwon.  Nunca tinha visto o pequeno chorar assim. Isso o assustava e a cada suspiro que emanava do menor pensava em maneiras diferentes de como poderia acabar com a raça da pessoa que o machucou tanto. Depois de alguns minutos, Jihoon se recompôs e conseguiu falar algumas palavras.

— Desculpa. — Disse passando as mãos nos olhos.

— Desculpas pelo quê, Jihoonie?

— Eu sujei seu uniforme todo. Tá horrível.

— Realmente, olha quanto catarro aqui! — Falou rindo e logo foi presenteado com uma gargalhada do menor.

— Palhaço!

— Não chora, você fica horrível chorando. Parece uma foca dando a luz.

— Para! Eu estou rindo muito alto, as pessoas já vão vir aqui saber o que tá acontecendo. — Disse Jihoon em meio a um sorriso gigantesco.

— Não tem ninguém aqui, Jihoonie. 

Depois desse comentário, um silêncio preencheu os próximos momentos, devido ao fato de ninguém estar no pátio, pois estavam ensaiando em um horário de aula com autorização da escola. Mesmo com o silêncio repentino, Jihoon só conseguia pensar em como era incrível a forma que Soonyoung  melhorava seu humor mesmo depois de algo tão ruim. Queria estar sempre ao seu lado e ter aquela companhia sempre que possível.

Estar com ele já teria virado um vício e com os acontecimentos de mais cedo, sentia vontade de beijá-lo a todo momento, principalmente, quando o fazia se sentir tão bem, mas sempre recuava por temer uma reação negativa do maior. Será que não estaria sendo pegajoso demais? De fato não sabia, e por isso, após aquele momento, tentou recuar levemente de perto de Soonyoung, porém, seus olhos encontraram os do mais alto, e automaticamente, seus lábios gritaram novamente pelo contato suave da boca de Kwon que os ouviu e selou-os. Seguiram em um ritmo compassado como se tivessem ensaiado o momento por bastante tempo, girando seus pescoços e intercalando toques na cintura um do outro mesmo ainda sentados. Jihoon pausou o beijo descansando sua testa na de Soonyoung com uma felicidade inexplicável por terem feito aquilo de novo. O maior sorriu e quis continuar com o momento, mas lembrou de que os amigos estavam esperando na sala de ensaios.

– Jihoon, vamos subir? Eles estão nos esperando. Você está melhor certo?

– Sim, estou. Vamos subir.

Ao chegar à sala notaram o clima tenso entre seus amigos que tentavam descobrir quem teria formatado o computador de Jihoon. Seungcheol continuava afirmando que Jisoo teria sabotado a música. Seungkwan não acreditava, mas ao notar que até agora não teriam nenhuma outra suspeita, foi se conformando do ocorrido. Quando notaram a presença dos dois, todo o grupo parou de falar no assunto e Mingyu foi até Jihoon para saber como o pequeno estava se sentindo.

— Hyung, você está melhor? — Disse Mingyu num tom carinhoso.

— Sim, estou. Obrigada, Mingyu.

Jihoon falava com o mais alto do grupo enquanto tentava alcançar sua mochila, que por alguma razão, estava em uma prateleira muito alta. O menor se esticava para alcançá-la enquanto que Mingyu, sem nenhum esforço, a tirou da prateleira e deu para Jihoon. O mais alto não conseguiu prender o pequeno riso que saiu dos seus lábios. Lee pegou sua bolsa e agradeceu com uma cara de "Não precisava da sua ajuda, pabo".

— Hyungs, como vamos ensaiar sem a música? — Disse Dino.

— Ainda tenho uma cópia da música nesse outro pen-drive, mas não está nem com a metade das edições que eu tinha feito. — Disse Jihoon muito chateado.

— Tudo bem Jihoonie. Pelo menos dá pra gente ensaiar por hoje. — Disse Soonyoung, tocando na mão de Jihoon que sorriu com o toque, mas o encerrou rapidamente. Aquilo chamou atenção da maioria, mas foi Seungkwan que entendeu imediatamente o que aconteceu e olhou para Soonyoung contraindo as sobrancelhas e fazendo cara de chocado.

— Sim, tenho certeza que nós vamos conseguir editar a música novamente. — Falou Seungcheol.

— É, porém, vamos ter que gravar as partes de todo mundo de novo no estúdio do meu pai. — Falou Jihoon lembrando de todo trabalho que teve com a música e que agora teria sido em vão. Sentia uma irritação sem igual e o desânimo tomou conta de si a ponto de querer desistir de tudo, mas olhava para seus amigos e via o quanto todos tinham se dedicado. Não conseguia ignorar todo esse esforço e dedicação, por isso, mesmo que se sentisse exausto, continuava. Mesmo que todos os seus membros doessem devido a horas de ensaio e seu corpo pedisse descanso à noite, Jihoon continuava, por ele, por Soonyoung, e por todos. Aquele trabalho não foi em vão foi por todos ali; essa era a motivação do menor.

Mesmo sem a música editada deram procedimento ao ensaio, e como planejado, ficaram até as 19:00 horas da noite. Todos estavam exaustos na sala, sentados e ofegantes. Ao término dos ensaios sempre esperavam alguns segundos para que recuperassem o fôlego antes de todos irem embora. Nesse intervalo de tempo, Seungkwan se aproximou de Soonyoung e foi logo dando um largo sorriso. Kwon já sabia o que seu amigo estava querendo saber e revirou os olhos quando notou a aproximação repentina.

— Volta aqui! Não foge! — Falou Seungkwan puxando parte da camisa de Soonyoung e o levando para um lugar afastado de todos.

— O que você quer?

— Eu vi o contato que vocês tiveram mais cedo. Me conta o que tá rolando, eu quero saber!

— Vai ficar querendo...

— Para! Não me mata de curiosidade!

 — Eu não sei direito como aconteceu, mas sei que foi muito bom. Eu não tinha intensão de beijá-lo, mas sei lá... Aquela boca.

— Ahhh! Me fala tudo!

— A gente estava sentado aqui na sala, daí rolou. E digo a você, não sabia que ele era tão ousado assim. Tem certeza que ele nunca teve namorado ou namorada?

— Por que? O que foi que ele fez, em? — disse Seungkwan curioso.

— Ele não fez nada demais, mas pra uma pessoa que nunca teve namorado ele até que se soltou.

— Do que você tá falando? — Falou rindo.

— Nada. Esquece.

Depois que descansaram, todos foram embora aos poucos, e como sempre, Jihoon e Soonyoung foram os últimos a saírem da sala, pois rotineiramente arrumavam a bagunça do grupo. Soonyoung o acompanhou até em casa. No caminho sentiu vontade de segurar a mão do menor, mas tinha receio de fazer qualquer coisa que o pressionasse. Não sabia se pegar em sua mão traria a impressão de que queria pedi-lo em namoro, e de fato queria, mas tinha dúvidas se o menor desejava o mesmo, então não o fez. Céus! Como podia ficar tão nervoso ao lado de Jihoon mesmo sendo amigos há tanto tempo?

Tinha conflitos internos constantes só em pensar no garoto de mechas rosadas e mesmo depois de dois beijos parecia que nada havia mudado. Viu-se preso em seus próprios pensamentos até que sentiu Jihoon se aproximando e entrelaçando os dedos alheios nos seus. Aquilo fez o mais alto vibrar internamente e externar o que sentia através de um largo sorriso. Eram atitudes assim que fazia o dia de Kwon mais feliz.

Chegaram até casa de Jihoon, e ao entrar, se depararam com enormes latas de tinta encostadas nas paredes da sala. Seus pais decidiram pintar a casa já que era fim do ano e as festas estavam chegando, só que havia um problema: Jihoon era alérgico. Assim que adentrou a casa, um espirro seguido de uma tosse involuntária o atingiu. A senhora Lee notou a reação de seu filho e logo foi sugerindo que este dormisse na casa do amigo.

— Eu acho melhor você ir com ele, Hoonie. — a mãe de Jihoon falou com um tom preocupado, carregando algumas latas de tinta vazias.

— Tudo bem, eu só vou pegar algumas roupas.

— Acho melhor você nem entrar aí — Disse Soonyoung.

— Eu pego sua roupas. — Disse o Sr. Lee.

Enquanto esperavam pelas roupas, ficaram em uma praça bem em frente à casa de Jihoon. Sentaram em um banco e observaram que noite estava maravilhosa. As estrelas estavam mais vibrantes aquela noite e a lua estava gigantesca, bem definida e num tom amarelado. Jihoon olhava o céu vidrado enquanto que Soonyoung o observava. Adorava vê-lo concentrado em alguma coisa, era o momento perfeito pra observar todos os traços do seu rosto e assim o fez. Admirou por bastante tempo o formato das sobrancelhas, seu cabelo, a divisão entre seu queixo e pescoço até chegar no contorno de seus lábios. Eram tão definidos, lindos. Sentiu vontade de beijá-los, mas notou o Sr. Lee chegando com as roupas e se contentou só em lembrar-se do gosto dos beijos que recebera mais tarde.

— Aqui filho — Disse o Sr. Lee entregando as roupas — Até amanhã!

— Tchau, Appa! — Se despediu dando um aceno breve.
Ao chegar à casa de Soonyoung, acompanharam os pais do maior em um jantar. Alegraram-se ao ver o pequeno Jihoon. Era costume Kwon frequentar mais a casa de Jihoon já que era mais perto do colégio, por isso, quando apareciam juntos na casa de Soonyoung, seus pais sempre faziam a maior festa.

— Hoonie que bom te ver! Se eu soubesse que você vinha, teria preparado algo mais especial para o jantar! — Disse a Sra. Kwon se apressando em ir até a cozinha montar a mesa para o jantar.

— Oh! Chesongaminida! Eu queria ter avisado antes, mas realmente foi algo inesperado! 

Jihoon explicou os motivos de estar tão repentinamente na casa do amigo. Ficou um pouco envergonhado por não estar mais acostumado com aquele ambiente, afinal fazia muito tempo que não ia à casa de Soonyoung, mas foi bem recebido pelos pais do mais alto.

A noite seguiu e após o jantar, os garotos estavam dentro do quarto de Soonyoung jogando Diablo II tentando esquecer tudo de ruim que ocorreu naquele dia. Jihoon nunca teve um dia tão confuso na sua vida quanto aquele. Estava extremamente triste pelo o que ocorreu com a música, mas ao mesmo tempo, quando olhava para Soonyoung, se sentia tão bem que era capaz de esquecer tudo de ruim que ocorreu e lembrar apenas do gosto de seu beijo. Jihoon estava numa fase difícil do jogo e enfrentava o último boss. Estavam jogando desde muito cedo e já passava das 00:00 horas. O garoto de mechas rosas escolheu um personagem tank e por isso ia na frente levando todos os golpes que retiravam maior parte de sua vida.

Soonyoung escolheu um personagem de cura e sua missão era restaurar a vida de Jihoon, porém, o último boss parecia invencível, e por mais que Soonyoung usasse todas as suas magias para curar o guerreiro e até mesmo dar alguns golpes no monstro, ele parecia não ser afetado pela da dupla. O personagem tank já estava com menos de 10% de sua vida e o mago estava com a mesma porcentagem de mana, assim o boss deu o último golpe abrindo uma enorme rachadura no chão, acertando os dois personagens e os matando. Um grito de revolta saiu do menor que odiava perder:

— Porra! Estávamos tão perto!

— Você é tão competitivo. Isso é muito legal — Disse Soonyoung rindo de Jihoon e o cercando com olhares provocadores.

— Você gosta? Por quê? Geralmente as pessoas odeiam isso. — Falou se aproximando do maior que estava sentado na cama. Fitou os olhos nele e se acomodou entre suas pernas ficando frente a frente com seu rosto.

— Eu não sei isso me traz... pensamentos um pouco impróprios sobre você. —Sussurrou a alguns centímetros da boca de Jihoon.

— Que pensamentos? — Se aproximava mais ainda e passava seus lábios nos do maior, porém, sem beijá-los. Isso fez Soonyoung soltar pequenos gemidos.

— Jihoon... A-ah...não faz isso!

— Por quê não? — Se aproximou ainda mais e sentiu toda a excitação do membro de Soonyoung. O maior envergonhou-se e se afastou um pouco de Jihoon. — Por quê você está se afastando? — O menor perguntou.

— Hoonie, isso é um pouco constrangedor de se explicar...

— Então tenta explicar. - Disse, agora, mais afastado do maior.

— Bom... É que até agora nós só nos beijamos sentados e... Bem... Eu acho seu corpo muito bonito e isso me causa sensações um pouco fortes demais e...

— E...? — Disse Jihoon fingindo não entender do que o maior estava falando.

— Bom... Ah! Foda-se! Você me excita muito e não sei se você se incomoda com isso.

— Eu não me incomodo nenhum pouco. — Aproximou-se mais do maior e sussurrou em sua orelha: — Eu gosto muito.

Soonyoung não suportou aquele sussurro e agarrou Jihoon levantando-se da cama e selando seus lábios em um intenso e agressivo beijo. Jihoon o retribuiu com a mesma intensidade levando suas mãos até sua nuca e bagunçando seu cabelo no ritmo do beijo. Soonyoung já estava completamente entregue, e por mais que fosse tímido nessas situações, as atitudes de Jihoon deixavam-o louco o suficiente para esquecer toda a vergonha e por isso levou suas mãos até o quadril do mais baixo e o apalpou, trazendo-o mais para perto sem interromper o beijo. Jihoon soltou alguns gemidos abafados pelo beijo, pois estava com medo de acordar os pais de Soonyoung. Levou suas mãos até o membro do mais alto, acariciando-o do começo até a extremidade e fazendo-o delirar com o toque:

— A-ah! Hoonie! Isso... é muito bom.

— É mesmo? — Falava em um tom rouco fazendo movimentos de vai e vem ainda por cima da bermuda do amigo.

— A-ah...! Você não acha que estamos indo rápido demais?

— Não. Nenhum pouco. — Afirmava fixando o olhar em Soonyoung com uma expressão séria.

— Meu Deus! Essa sua cara! A-ah! — Falava sentindo choques por todo seu corpo.

— O que tem?

– Você parece tão frio quando fala assim. Isso me deixa mais louco, Aaa-h! Parece até que não está sentindo nada. — Disse levando suas mãos até o membro de Jihoon fazendo com que os dois se estimulassem simultaneamente. Sentiu o quanto o menor estava envolvido ao tocá-lo, o que só agravou mais seu estado.

— Hyung! Ahh! Ninguém nunca me tocou assim!

— Não estou te machucando, estou?

— Não, continua!

Continuaram se estimulando intercalando seus toques com beijos. Soonyoung conduziu sua mão por dentro da cueca do menor e pôde sentir toda a tensão de Jihoon em seus dedos. Aquilo o deixou mais excitado fazendo com que chegasse mais perto do clímax. Além dos toques do menor, o que mais mexia com o psicológico de Soonyoung era proporcionar prazer em Jihoon. Por isso, cada reação que Jihoon realizava em resposta as carícias do maior, o afetavam grandemente.

— Hoonie, eu não estou aguentando! Não vou conseguir me segurar... A-ahhh! — gemeu baixo alcançando seu clímax, porém, não parou de estimular Jihoon que chegou ao orgasmo logo em seguida. O mais alto envolveu o amigo com um abraço seguido de um beijo carinhoso e apaixonado. Deitaram lado a lado na cama e contemplaram, de lá, a vista mais bela que o céu de mais cedo: um garoto ofegante ao seu lado, olhando apaixonadamente para si sem sua bermuda e mergulhado em prazer.