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História We are infinite - Primeira amiga


Escrita por: lHina e scarletamanda

Notas do Autor


Capítulo novinho para vocês, espero que gostem <3
Obrigada pelos maravilhosos comentários no cap anterior fico muito feliz o/
Enjoy!!!

Capítulo 63 - Primeira amiga


POV Amy

   Era possível ouvir meu coração batendo forte no peito contra o mar de ansiedade que se instaurava em todas as porções do meu cérebro, ter uma notícia daquela foi como voltar a enxergar a luz na pior das escuridões, ter uma vida de volta cheia de liberdade e independência seria o maior presente que poderia receber. Deixei o consultório com o maior dos sorrisos que consegui minha boca chegou a ficar dormente pela quantidade de vezes que ergui seus cantos, Karma era só felicidade também só faltava me erguer da cadeira e me girar pelos ares. Eu não conseguia nem começar a descrever a sensação incrível que tomava conta do meu interior agora, era tão estranho comemorar por recuperar algo que já era seu.

   O caminho de volta para o hotel nunca foi tão feliz e repleto de bons momentos, o silêncio tranquilo que se instaurou não foi nem por um misero segundo constrangedor era como se o mundo conspirasse finalmente ao nosso favor após tantos meses consecutivos destruindo nosso psicológico. Agora mais que nunca o fato de dizer que a vida era um constante equilíbrio fazia sentido para mim, nada será ruim para sempre uma hora todas as merdas que te destroem acabam sumindo e dando lugar para uma coisa muito mais pura. São nas piores partes da nossa existência que a desesperança surge atingindo em cheio tudo de bom que algum dia nos aconteceu e acabamos esquecendo que nem sempre foi daquela forma e que consequentemente em algum momento tudo melhorará.

   Me sentia um pouco imbecil por ter sido tão explosiva e tóxica com a pessoa que sempre ficou ali por mim durante todos esses meses sem pedir nada em troca além da minha esperança, era como se todas as brigas e pensamentos negativos fossem uma bobeira gigantesca na minha mente perturbada e ferida. Como era de se esperar Karma sempre teve razão em acreditar até o último segundo que o universo não nos daria as costas após todas as tragédias que já nos assolaram, minha conclusão é que às vezes coisas ruins acontecem com pessoas boas para testar a tenacidade de seus sentimentos e leva-las ao extremo, pois de certa forma seja lá quem decide o que acontece conosco acredita em nossa força e que seremos capazes de superar qualquer provação por pior que pareça, não se pode dar aos fracos grandes obstáculos, mas já aos fortes você pode dar até uma muralha que arranjarão um jeito de escalar.

   Quando enfim atingimos nosso destino nunca me senti tão leve e tocada pelo mundo exterior, era como se até mesmo o vento quisesse me agradar hoje de tão suave e refrescante que estava, as brisas tocavam meu rosto trazendo uma sensação térmica tão agradável que pensei que talvez tudo finalmente estivesse do meu lado. É tão irônica a forma que nós seres humanos ficamos após ganhar uma magnifica noticia, ficamos abobados e risonhos a cerca de qualquer coisa e isso é tão estranho considerando que ainda existem tantas coisas a serem resolvidas, mas que seu subconsciente acaba ignorando e sobrepondo por uma boa informação, isso é algo bom, pois qualquer um merece uma pausa da vida dura e monótona que leva, nenhuma alma devia ser submetida apenas a tristezas e desgraças.

 

      Adentramos o hotel tão compenetradas nos nossos próprios pensamentos que o silêncio mais que bastou para nos entendermos, as mãos da ruiva estavam entrelaçadas as minhas com um fervor fora do normal e uma corrente elétrica parecia irradiar de sua pele me atingindo tão diretamente que era impossível resistir aos seus encantos. Chegando ao nosso quarto fui surpreendida por um grito bem humorado dela, cheia de alegrias e corada pela realização que alcançamos juntas, seus passos vieram lentos até mim com aquele olhar enigmático e com uma certa malícia disfarçada, a encarei com ferocidade mordiscando meu lábio inferior ciente de que aquilo a tirava do sério a ponte de desestrutura-la e então sua boca abriu em indignação e logo senti seu calor junto ao meu corpo quando sentou-se em meu colo.

- Não diga algo como “eu disse” para mim. – Indaguei antes que seu discurso de eu estava certa começasse, eu tinha plena consciência de que merecia ouvir todas as suas reclamações e ainda por cima calada, mas eu não precisava de sermões. Só precisava dela.

- Não ia dizer nada. – Torceu o nariz como se tivesse lido seus pensamentos.

- Eu conheço você senhorita Ashcroft. – Semicerrei os olhos para ela cercando sua cintura com meus braços.

- Como eu poderia esquecer disso senhorita Raudenfeld. – Aconchegou mais forte seus braços ao redor do meu pescoço.

- Não devia me tentar dessa maneira. – Fitei-a com falsa desaprovação. – Sabe que em breve estarei mais ativa do que nunca e acredite eu vou descontar cada desejo que tive por você em todos esses meses e todas as nossas noites aqui vão parecer brincadeira perto disso. – Karma instantaneamente corou com meu comentário nada discreto, era tão bom ser eu de novo e deixa-la sem palavras.

- Aimes não fala assim comigo que vou ter que te cobrar em dobro e sabe disso. – Mordeu o lábio movendo-se levemente sobre mim.

- Vou adorar retribuir Karms. – Dedilhei suas curvas com a ponta dos dedos sentindo sua pele aquecer ao meu toque.

   As unhas dela roçaram minha nuca quando fui puxada com força para um beijo quente e feroz, minha boca respondeu a ela no mesmo segundo que nossos lábios se tocaram e minhas mãos pareceram se mover sozinhas por suas costas.  Ela arfava enquanto nossas línguas se chocavam com voracidade e suas mãos pareciam querer adentrar cada pedacinho meu à medida que corriam pela minha cintura acariciando-me por cima da roupa com desejo e urgência. Seu corpo solavancou para frente em reflexo em busca de mais contato e nossos seios se chocaram transmitindo ondas mistas de prazer e dor pela minha corrente sanguínea, o mais incrível era que tudo em mim que ainda funcionava reagia a ela como se nunca a tivesse tido em minha cama.

- Como consegue ser tão boa em um único beijo? – Resmungo contra sua boca carnuda e sinto uma risada vir dela.

- Olha quem fala. – Não consigo deixar de rir.

   Não parecia a melhor hora nem a melhor situação para um pedido de desculpas, mas realmente me sentia mal por ter a feito sofrer tanto desde o acontecido, o jeito que aquilo a abateu foi tão medonho que por um tempo acreditei que doesse mais nela do que em mim, afinal é o que dizem quando alguém deixa esse plano, dói muito mais em quem ama essa pessoa do que na própria que partiu e nesse caso isso não foi diferente.

- Me desculpe. – Murmuro durante nosso beijo e aos poucos o rosto dela se afasta para poder ver o meu.

- Do que você está falando Aimes? – Parecia perdida no ruma que as coisas tomaram.

- Você sabe Karma, tudo que eu disse e que fiz você passar eu não sei onde estava com a cabeça. – Esclareço segurando-a contra mim pela cintura.

- Eu sei onde sua cabeça estava, acredite eu já estive lá e da mesma forma que você me fez sair fico feliz em ter retribuído. – Afirma me dando um selinho e voltando a me olhar.

- Você não precisava e mesmo assim esteve aqui todo o tempo eu... – Me interrompeu segurando meu rosto com as mãos.

 - Meu amor eu nunca te abandonaria. – Sorri com ternura para mim.

- Eu te amo Karma e nunca nem por um segundo esse sentimento diminuiu, eu te devia essas palavras já que não as retribui da última vez. – Sorri meio desconcertada com a memória da ruiva me dizendo isso e eu nem sequer agradecendo.

- Não me deve nada, eu nunca duvidei do que sente por mim Aimes nem por um segundo. – Me abraçou com carinho de uma forma apaixonada.

- Eu te amo muito Karma e sinceramente tive medo de ter que te deixar ir para poupa-la de toda essa merda. – Revelo com os olhos marejados. Minha cabeça rodava em dúvida sobre como um quase sexo se tornou algo tão sentimental.

- Eu também te amo tanto que nem sei por onde começar a descrever isso. – Pega meu queixo me forçando a olhar para ela. – Olha eu nunca deixaria que me afastasse, sinto muito, mas você sabe como o amor pode ser egoísta e não aceitaria caso optasse por me deixar.

- Mas eu... – Colocou o dedo sobre meus lábios.

- Não iria me convencer a te deixar nunca entendeu? – Seu olhar era autoritário e acabei sorrindo com seu jeito mandão retornando tão rapidamente.

- Claro que sim chefa. – E então ela sorri o mais lindo sorriso que a humanidade já presenciou.

 

*

 

   A única coisa que ainda rondava minha cabeça era não ter tido tempo para ligar para Lauren e Reagan e pô-las a parte da minha nova situação e claro não podia esquecer de preparar bem os ouvidos para ouvir as gritarias de felicidade. Karma iria falar com Shane também que não parava de ligar para ela desde a hora que acordamos em busca de informações, tive de me certificar de que o moreno não abriria a boca para contar para Rea, já que agora eram tão próximos, mas obviamente ligaria para minha irmãzinha primeiro. Eu estava em êxtase enquanto o telefone tocava e quando finalmente fui atendida tive que conter minha felicidade para não dar na cara o que iria contar.

- Oi Amy. – Lauren atendeu um pouco receosa.

- Oi mana como você tá? Liam ainda tá cuidando bem de você? – Pergunto querendo saber um pouco mais sobre sua vida enquanto estive fora.

- E como... – Sei que suas palavras saíram com duplo sentido e não pude deixar de rir. – Ei do que você tá rindo? – Questiona indignada.

- Pervertida. – Advirto ela sorrindo feito uma idiota, hoje qualquer coisa estava me fazendo rir.

- Olha só quem fala, tenho certeza que aproveitou bastante também.

- Primeiro isso não é da sua conta e segundo não foi por isso que liguei. – Afirmo atraindo sua atenção.

- Tá tudo bem? – Seu tom já é um pouco mais cauteloso e preocupado.

- A que se foda o teatro. – Resmungo cansando de esconder a novidade. – Eu vou poder fazer a cirurgia mana. – E nesse segundo um grito animado e desafinado deixa a garganta dela atingindo meus tímpanos em cheio.

- Ai meu deus Amy eu estou tão feliz que se pudesse pegava um avião e iria parai. – Responde ainda dando pequenos berros. – Quando você vai fazê-la?

- Semana que vem, na quarta. – Um sorriso vitorioso triunfa em meu rosto.

- Essa é a melhor notícia que já recebi na minha vida, minha mana vai voltar a andar. – Com o grito que deu soube que não falava mais comigo.

- Liam está ai? – Pergunto acreditando que serei ignorada.

- Sim, ele quer falar com você. – Só escuto o barulho de outro grito quando a voz dele soa do outro lado.

- Amy meu deus do céu que bom saber que tudo deu certo. – Ele era bem mais controlado do que minha irmã histérica. – Lauren vai arrancar meu pescoço de tanto pular encima de mim aqui. – Sorrio imaginando a cena.

- Ela é bem agitada. – Respondo e ele sorri.

- Espero que tudo fique cem porcento de novo Amy, não sabe como fico feliz.

- Muito obrigada Liam, de verdade, por tudo. – Me refiro ao fato de ter deixado a loira praticamente morar lá todos esses meses.

- Não se preocupe não é incomodo nenhum. – Podia jurar que senti certa malícia no seu tom.

- Enfim dê um beijo na maluquinha da minha irmã por mim, ainda tenho que avisar a Rea, um beijo para você também Liam, nos falamos depois.

- Até depois Amy, boa sorte.

- Obrigada. – Desligo.

   Precisava informar a morena sobre a boa notícia também e logo, se soubesse que foi a última a saber iria pegar um avião e parar aqui no hotel só para me xingar e fazer seu show dramático gratuito, se bem que não seria tão ruim revê-la mesmo que estivesse histérica, sorri com o pensamento. Disquei o número dela cheia de convicção de que dessa vez conseguiria enrolar alguém.

- Am que bom que você ligou. – Atende animada.

- Já não se aguenta mais de saudades? – Brinco ouvindo uma gargalhada gostosa ecoar pelo telefone e por um segundo relembro da época em que tinha uma vida normal sem muitos acontecimentos.

- Claro que sim, afinal você foi minha primeira amiga, esquisita. – A nostalgia toma conta de mim e sinto meus olhos marejarem com as boas memórias.

- Você também foi minha primeira amiga, sua piranha. – Quebro o clima sentimental retomando a forma que a chamava quando fazíamos faculdade juntas.

- Vai se ferrar Raudenfeld. – Sorri. – Como vão as coisas ai? – Pergunta mudando o foco do assunto.

- É por isso mesmo que liguei. – Escuto um “ah” preocupado do outro lado. – Aposto um dólar de que está deitada de costas na cama com as pernas apoiadas na parede. – A distraio com a informação e poço ouvi-la sorrir.

- Está me espionando? Viu você é mesmo estranha. – Afirma me fazendo rir.

- Você é muito previsível Rea.

- Até porque você é um poço de mistério não é? – Seu tom é extrovertido.

- Claro. – Rimos em uníssono. – Enfim tenho algo para te contar.

   Conto sobre a cirurgia e novamente ouço gritos exaltados ecoarem pelo meu ouvido e acabo rindo junto com ela, conseguia visualiza-la pulando sobre a cama e chacoalhando os braços de forma animada. Informei que após a processo ficaria uma semana em observação e então se tudo ocorresse bem poderia voar de volta para casa e fazer o restante dos tratamentos por lá pertinho de todos eles novamente, ela disse que eu era durona e que tiraria de letra em mais esse desafio sorri com seu jeito torto de me elogiar e senti um alívio no peito ao notar que nossa amizade ainda era a mesma, o primeiro amigo a gente nunca esquece.


Notas Finais


Tentei trazer algo mais descontraído e leve nesse cap, já que tudo tem estado tão carregada ultimamente. Gostei de escrever de novo sobre a amizade das duas e sobre o carinho da Amy pela Lauren. Espero que também tenham curtido <3
Vou trazer um pouco de Shane no próximo e espero que a cirurgia também, deixem suas opiniões e sugestões abaixo para eu poder conversar com vocês e qualquer erro peço desculpas <3


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