História We Are The Hearts - Capítulo 1 - Piloto

 Havia tocado o sinal de saída da escola. Peguei minhas coisas e sai da sala, em direção á porta do colégio, 
sem esperar ninguém. Dou um pequeno tchauzinho ao segurança que fica trabalhando no portão como se fosse um porteiro..
nunca entendi isso muito bem, mas a graça do mundo é ser misterioso.
  Peguei o caminho de volta pra casa, minhas amigas devem estar chateadas porque eu não fui embora com elas mas
não tive muita escolha, já que eu não estava muito no "mood" de ser social.. Eu nunca estou, mas hoje
eu realmente não quero contato com ninguém, apenas sentir a brisa pelos meus cabelos e--
- Oi Manuuuuuuu! - gritou minha melhor amiga, Ana.
- Eaí, gata. - disse meu amigo de infância, Theu.
- Oi galera - respondi com tédio.
- Nossa, que diabos aconteceu contigo? Nem falou com a gente, lanchou sozinha, além de sentar no fundo.
- Sei lá, Aninha, só não tô com muita disposição.
  
  Os dois seres pararam de andar e entraram  na minha frente, fazendo com que eu parasse também.

- Que fo-- ia perguntar o porque dessa ação mas fui interrompida.
- Me diz que você não tá triste por causa dele.
  
  Encarei as duas pessoas à minha frente surpresa e, meio desesperada, sai correndo ao caminho contrário que eles
estavam. Dei sorte de conseguir fugir deles por me esconder num beco na esquina da escola. Esperei ouvir
o barulho deles indo pra longe antes de me agachar no chão para pegar fôlego e ir para o local que eu conheço melhor 
que fica do outro lado da cidade pra escapar deles. Eu realmente queria ficar sozinha.. Talvez nem tanto.
  Corri até um ponto de ônibus e tive sorte de conseguir pegar o transporte certo para a casa dele. Sento na
poltrona perto da porta de saída porque era a única vazia. O ônibus não estava exatamente lotado, só havia
poucas pessoas em pé e muitas iriam descer no próximo ponto que é de uma faculdade municipal.
  Aproveitei que eu estava sentada e não precisaria usar minha mão pra apoiar na barra de apoio, mandei uma 
mensagem para a minha irmã avisando que eu ia passar na casa dele e depois eu ia pra casa. Recebi uma resposta
imediata com uma confirmação avisando que ela ia pedir pizza já que eu estava fora.
  Soltei uma risada anasalada e fiquei lembrando de alguns momentos que tive com minha irmã e meu irmão, Emmie
e Guilherme. Sempre fomos muitos juntos e atualmente moramos numa casa alugada com o dinheiro que nosso pai nos
dá, como se fosse uma pensão e como eu vou fazer 18 anos ano que vem, eu vou tomar a guarda dos meus irmãos até
a maioridade deles.
  Saltei do ônibus quando o mesmo parou no ponto mais perto da casa dele. Arrumei minha mochila nas costas e fui 
em direção ao meu destino. Segui até uma casa feita de tijolos superficiais e um jardim frontal maravilhoso, 
estilo uma casa alemã.
  Toquei a campainha e esperei atenciosamente até a porta abrir. Eu estava metade nervosa e metade animada, uma 
mistura de sentimentos corria pelo meu sangue naquele momento. Orava à todos os santos para que ele não me
expulsasse ou me mandasse embora.
A porta abriu, e de dentro dela saiu apenas a face do garoto, mas dava para perceber que o mesmo estava sem camisa
e com uma calça de moletom. A cara dele era de quem havia acabado de acordar, o que me deixou com receio se foi
uma boa ideia vir visitá-lo.
- O que você veio fazer aqui? - perguntou o menino.
- Ah.. Vim só te visitar. Hehe - respondi sem graça.
Ele me encarou com tédio mas logo depois me puxou para dentro de sua casa. 

E é assim que nossa história começa.