Depois de confessar sua paixão (meio que) platônica por Edmundo, Maju jogou-se na cama em que Malu estava e as duas começaram a rir.
Mas, o que Maju não contava era que Edmundo estivesse na tenda, no exato momento. Ele ouvira tudo. Depois. saiu da tenda feliz e saltitante. Tanto que até seu irmão desconfiou.
– Que felicidade toda é essa? – Pedro se aproximou dele, com os braços cruzados.
– O que? Não se pode mais ser feliz? – Foi a vez dele de cruzar os braços.
– Pode. Mas, você não é disso. Vai, desembucha.
– Não sei se conto, ou não... – brincou.
– Conte logo! Você está falando com seu irmão. Sabe que sou mais velho e, com isso, mais experiente, também. – exclamou já zangado.
– "Sabe que sou mais velho e, com isso, mais experiente, também." – Zombou.
– Vai contar, ou não?
– Espere. Vou. Mas, temos de falar isso na tenda.
– Uau, o negócio é sério, mesmo.
– Vamos logo!
E se foram os dois, em direção da tenda azul e dourada. Entraram na mesma e se sentaram de frente, um para o outro.
– Então, chega de frescura. Ande logo com isso!
– Certo. Ham... Como começar? Ok. Eu estava procurando a Maju para... ver se ela estava bem. Quando você falou que ela estava na tenda dela, eu a segui. Cheguei a entrar na tenda dela mas, ao ver que conversava que a Malu, eu até tentei sair de lá. O problema é que elas falavam sobre algo meio... privado. Então, ouvi-a dizer que me amava! – E sorriu ao lembrar da cena.
– Putz... Temos de levar a Maju ao médico. O que ela viu em você?
– Idiota! Não estrague a felicidade alheia!
– Mas... Você gosta dela, não gosta? Para estar tão feliz assim.
– Gosto. – Corou. – Mas não conte para ela!
– Não sou eu quem vai contar.
– Como assim? – Franziu as sobrancelhas.
– Ah, caro irmãozinho, ainda tem muito a aprender.
(...)
Maju e as meninas treinavam em cima de uma pedra. Os meninos aprendiam a montar cavalo. Susana treinava com seu arco. Lúcia, com seu punhal. Maju, com sua espada reluzente. Malu, logo havia descoberto poderes semelhantes aos de Maju. Treinava-os, também.
– Vocês já andaram de cavalo? – Lúcia perguntou.
– Eu já. – As gêmeas falaram ao mesmo tempo, e riram.
– Eu, não. Lá em Londres, não somos disso. – Susana respondeu.
– Ah, é? E vocês se locomovem, como? – Malu encarou-a.
– De metrô, oras.
– Me... O que? – Ela tentou repetir a nova palavra.
– Esquece. – Riu.
Maju, então, soltou seu rabo de cavalo, mexendo a cabeça para os fios se soltarem melhor. Edmundo encarou a cena maravilhado e, então, caiu de seu cavalo. Todos começaram a rir, principalmente Pedro, que gargalhava alto. Maju, olhou para o lado e riu também. Edmundo soltou um "vai se lascar" para seu irmão, montando no cavalo e saindo de cena, pensando em como faria o que Pedro sugeriu que fizesse.
Maju pegou sua espada no chão. Antes que pudesse se levantar, quase foi atingida por uma flecha.
– Susana! – Repreendeu a amiga.
– O que? Eu não fiz nada!
– E essa flecha que passou agora, em cima de minha cabeça?
– Aí, eu não sei.
– Estranho.
A garota deu de ombros e voltou a treinar.
Mal ela sabia que, a poucos metros dali, o caçador bufou, frustado. Ele era o melhor da cidade! Não poderia ter errado. Ah, não próxima, ela não escaparia!
Edmundo viu, de longe, Maju deitada na pequena montanha que havia, observando as estrelas. Era agora ou nunca.
Suspirou nervoso. Era aquele medo básico, afinal, certeza dos sentimentos dela, já tinha. Mas, a idéia de pagar mico e travar na hora, já era o suficiente para assustá-lo.
Caminhou rapidamente aonde a garota encontrava-se. Olhou para os céus, pedindo uma ajudinha e respirou fundo, mais uma vez. Estalou os dedos.
– Olá, Maju.
– Oi, Edmundo! Senta aí!
– O que está fazendo?
– Nada. Apenas... olhando para as estrelas. São tão belas, não? Nosso futuro está nas estrelas. Era o que minha mãe me dizia.
– O que aconteceu com a sua mãe? Você ficou triste, de repente.
– Ah, é... difícil para mim, falar sobre isso.
– Não se preocupe. Não sinta-se obrigada a falar. Mas, não fique triste! Quer ver um lugar comigo?
– Depende.
– Depende do que?
– Do lugar que iremos, oras!
– Ah, é surpresa!
Maju sorriu e levantou.
– Então, vamos! Adoro surpresas!
Edmundo sorriu, também. Levantou-se e levou Maju até um lago. O lugar era lindo. Flores variadas. A água do lado, cristalina. Mas, o que deixava o lugar mais lindo ainda, eram as velas, que deixavam o lugar pouco mais iluminado. Das várias flores, apenas uma se destacava: uma margarida mas, não era normal. Tinha todas as cores possíveis, e brilhava como o sol. O céu estrelado e a lua cheia contrastavam ainda mais o lugar.
– Edmundo... Isto é lindo! Como achou esse lugar?
– Na verdade, meio que tropecei aqui.
– Como?
– Bom, quando fui até o castelo da feiticeira, eu meio que, tropecei e caí aqui.
– Sério? – Ele assentiu. – Meu Deus! – E começou a rir.
No começo, Edmundo não achou a mínima graça. Mas, agora, começou a rever a cena em sua cabeça e deixou as gargalhadas ecoarem.
– Foi engraçado, sim, mas doeu! – Edmundo exclamou.
– Imagino.
Os dois sentaram-se, pondo os pés no lago. Edmundo virou-se, enquanto Maju contemplava a beleza natural do lugar.
Maju sentiu seu ombro ser cutucado e se virou. Edmundo estava com a margarida multicolorida na mão e deu-a para a garota.
– Uma flor, para outra.
Maju corou violentamente, e agradeceu por ser noite: – Oh, obrigada, Edmundo! – Suspirou, observando a flor brilhante em suas mãos. – Sabe, não me sinto mais triste, agora. Sempre que estamos juntos, sinto-me mais alegre, mais... viva.
– Posso dizer que sinto o mesmo.
Os dois se olharam. Edmundo estava nervoso. Maju, o mesmo. Eles estavam próximos demais.
Então, aconteceu o esperado.
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