– Então ficamos assim: Susana, você comanda os arqueiros; Edmundo e eu ficamos com o exército e Maju fica com as águias, sobrevoando. Ok? – Pedro disse apoiado a mesa.
– Tudo bem, mas eu não concordo com isso. – Maju cruzou os braços.
– Se tem algo contra, pode falar. – Edmundo deu de ombros.
– Não tenho nada contra o plano, mas... Vai ser chato eu ficar lá em cima!
– Você tem asas e reclama disso? Maju, você tem problema? – Susana franziu as sobrancelhas.
– Ah, eu queria lutar e essas coisas, sabe?
– Bom, você é a única entre nós que tem asas, não podemos mudar esse fato. Seria melhor se você ficasse sobrevoando com as águias. – Pedro respondeu.
– Tudo bem. – Maju torceu a boca.
– Então, temos de reunir as tropas. – Pedro falou. – E Lúcia e Malu?
– Eu espero que dê tudo certo. – Lúcia falou ansiosa.
– Vai dar, por Aslam, vai dar tudo certo. – Malu abraçou a mais nova pelos ombros. – Agora, vamos nos distrair. Quer andar um pouco? Talvez você se esquente assim.
– Vamos, então!
As duas caminharam numa única direção. Notaram a terra que parecia morta e lá, mais além, o mar, que estava pálido. Haviam tons rosados no céu, e o sol estava para nascer.
Andaram mais um pouco, até acharem o grande Cair Paravel. Observavam-no do mesmo lugar em que Pedro matara Maugrim, o capitão da Polícia Secreta. Era grandioso. Se o dia não estivesse tão cinzento, pode ter certeza que o castelo estaria reluzente sob a luz do Sol. O mesmo subia bem devagarinho, e as duas continuaram a observar a paisagem morta. Então, o brilho do Sol tornou-se mais forte e um barulho ensurdecedor ecoou por aqueles lados. Um estalo, como se algo tivesse quebrado. Elas se encararam assustadas e com as mãos tapando os ouvidos. E correram de volta à Mesa.
Voltaram para a Mesa de Pedra, mas ficaram surpresas, desta vez. O corpo de Aslam não estava lá, e a Mesa estava quebrada ao meio.
– Mas que absurdo! – Malu exclamou indignada.
– Oh, não! Eles podiam ter piedade e ter deixado Aslam em paz!
– Mas, e a Mesa? Eles não seriam capazes de quebrar uma pedra dessas. – Malu observou.
– Verdade... – Lúcia concordou. – Será que é magia?
– Magia, sim. – Disse uma voz perto delas. – Ainda é magia.
As duas viraram e o viram. Com o Sol nascente iluminando-o, maior e forte, e com a juba crescida. E elas não acreditaram no que viram.
– Aslam?
– Mas, e a Feiticeira? Ela já não devia ter atacado? –Susana perguntou.
– Ela pode estar aguardando para atacar. Fazer um ataque surpresa. Só que ela não sabe que a gente sabe do ataque dela. – Edmundo falou.
– Isso foi um trava-língua ou algo do tipo? – Pedro zombou. – Enfim, você tem razão. Ela deve estar planejando um ataque surpresa. Mas devemos ir treinar. Ainda não estamos prontos o suficiente para a batalha.
– Ok. Vamos, Susie? – Maju levantou-se da cadeira, acompanhada de Susana. – Ah, já ia me esquecendo! – Se aproximou de Edmundo e deu um selinho nele. – Tchau Ed, tchau Pedro!
As duas saíram da tenda, e Pedro viu o sorriso de bobo apaixonado no rosto do irmão.
– Você está apaixonado, não? – Sorriu zombeteiro.
– Fique quieto! Você também, só que por Malu!
– Estou mesmo! Pena que não posso me despedir dela.
– Pedro, nós vamos ganhar essa. Como Maju disse, Aslam não vai nos deixar perder. – Edmundo o tranquilizou e os dois saíram da tenda.
– Mas que lugar estranho! Olhe para estes coitados! Parece um museu! – Lúcia exclamou.
– Shiu! – Malu apontou para Aslam. – Olhe o que Aslam está fazendo.
O Gato se aproximou de um leão de pedra e soprou. Logo, soprou um anão que estava próximo e uma dríade, também. Em seguida, um coelha à esquerda e um fauno. E continuou assoprando todas aquelas pedras.
– Por Aslam!... – Malu disse boquiaberta ao ver que todas as criaturas assopradas por Aslam voltava ao normal.
O leão voltou a ficar dourado, com sua juba elegante; o anão tomou uma expressão alegre, apesar de seu povo estar do lado errado; a dríade teve sua pele de volta ao tom de carvalho e seus cabelos, ao verde; o coelho voltou a pular e o fauno a sorrir.
Então, o enorme pátio do castelo da Feiticeira parecia mais um zoológico, sem aquele ar pesado e sem vida. Todos as criaturas, de todas as formas e tamanhos, corriam atrás de Aslam.
Malu e Lúcia entraram na algazarra, pulando e correndo alegremente.
Depois de todos os seres voltarem a vida, Aslam chamou-os para entrar no castelo e procurar algum prisioneiro. Lúcia lembrou de Sr. Tumnus na hora.
– Aslam! Aslam! – O chamou, enquanto subiam as escadas. – Meu amigo fauno, Sr. Tumnus, ele está preso aqui!
– O que está esperando? Vamos lá!
Os dois correram para os calabouços, encontrando lá, o pobre Sr. Tumnus, que estava pálido e magro, e com olheiras horríveis.
– Oh! Sr. Tumnus! – Lúcia exclamou, se aproximando dele, assim como Aslam. O mesmo soprou o rosto do fauno, que levantou do chão com um largo sorriso no rosto e com uma aparência muito melhor que a de antes.
– Lúcia! Majestade! – Ele fez uma reverência.
– Fauno Tumnus! Bom te ver! – Aslam sorriu para ele.
– Sr. Tumnus! Fico alegre em saber que está bem, agora!
– Lúcia! Muito obrigado. – Os dois se abraçaram.
E a busca na casa da Feiticeira terminou. Eles voltaram ao pátio e Aslam falou em voz alta.
– Agora, ouçam-me todos. Se quisermos derrotar a Feiticeira para todo o sempre, temos de a encontrar no campo de batalha, antes de anoitecer! Vamos todos defender Nárnia! – Aslam disse e todos vibraram como resposta e, então, saíram do castelo da bruxa de gelo.
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