História We Are Young - The battle have started.

O sol já havia saído de seu esconderijo e iluminava o campo de visão de todos. 

A terrível notícia fora anunciada à todos que, apesar de estarem tristes, ofereceram suas forças à Pedro, como Aslam havia pedido. 

Então, antes das sete da manhã, todos estavam treinando. Pedro e Edmundo estavam treinando com o exército; Susana, com os arqueiros; e Maju, com os grifos e águias. 

Por ter ganhado as asas a pouco tempo, a garota caía algumas vezes. Edmundo lhe lançava olhares preocupados, pois não podia parar com o treino, mas todos eles eram respondidos com uma gargalhada de Maju, o que o tranquilizava e fazia sorrir de volta. 

Maju, agora, estava parada, observando todos lá de cima, que se preparavam para a grande guerra. E seus olhos pararam em Edmundo e várias perguntas surgiram em sua mente. E se e algo acontecesse a ele? E se a Feiticeira acabasse pegando ele? E se ela o perdesse? Ela nunca se perdoaria. 

Seu rosto tomou uma feição preocupada. Ela não queria que Edmundo participasse da batalha, mas sabia que não poderia impedi-lo. 

– Guardiã? Está bem? – Uma das águias lhe chamou, fazendo-a pular de susto. Afinal, não é todo dia que uma águia falante chama a sua atenção durante um treino para uma batalha. 

– Sim. Tudo perfeito!, não se preocupe. Vamos, temos de estar com força máxima para enfrentar a louca das neves.

O animal riu: – Tem razão. Vamos. 

Os dois seguiram vôo e recomeçaram o percurso. 

Mas, mal sabia Maju, que Edmundo pensava o mesmo a seu respeito. 

Edmundo segurava a mão da garota, enquanto a encarava. Os dois estavam no mesmo lago onde deram seu primeiro beijo. E o jeito que se encaravam era profundo. Eram um jovem casal. Jovem, porém, apaixonado. 

– Eddie, eu tenho... – Ela começou. 

– Medo. Eu também tenho, Maju. – Apertou ainda mais a sua mão. – Mas, tendo você como guardiã, não tenho como ter medo. – Sorriu. 

– É com isso mesmo que me preocupo! Eu sou uma péssima guardiã! Não sei como segurar a espada, imagine ter de proteger vocês quatro, Eddie? Eu sou só uma mera garota de catorze anos. Que mal eu poderia fazer a alguém? Eu sou mesmo um fracasso. 

– Ei! – Ele interrompeu. – Por que acha isso de si mesma? Você é maravilhosa! Forte, determinada, esforçada, meiga, inteligente, e extremamente bonita! Foi por isso que...

Ele travou. Nunca, nunca, havia admitido que gostava ou amava de alguém. Nem mesmo para seus irmãos havia o falado, era muito orgulhoso para isso. Mas, sentiu que esse era o momento certo de dize-lo. 

– Foi por isso que me apaixonei por você, Maju. Eu te amo. 

A garota abriu um sorriso enorme e sentiu lágrimas de emoção encherem seus olhos azuis. 

– Eu também, Eddie. Eu te amo. 

Os dois aproximaram o rosto e selaram os lábios num beijo, exatamente como o primeiro: apaixonado. Era como se transmitissem todos os sentimentos num simples tocar de lábios. E era esse toque que causava as tão conhecidas borboletas no estômago dos dois. 

– Você não vai me perder. Nem se quisesse. –Edmundo disse colando suas testas, quando terminaram o beijo por conta do ar. 

– Só quando eu estiver louca para querer te perder. –Respondeu sorrindo. 

A águia, que antes treinava com Maju, sobrevoava o campo de batalha que estava em Beruna. Pedro, Susana, Edmundo e Maju estavam aguardando notícias da mesma, junto de um centauro que ajudava Pedro. 

– Eles chegaram, Majestade. – A águia pousou na frente de Pedro. – Em números que superam os nossos. 

– Números não ganham batalhas. – O centauro tentou tranquilizar o garoto loiro. 

– Não, – Respondeu ele. – mas, com certeza, ajudam. 

Edmundo sentiu Maju apertar sua mão, nervosa. Ele apertou em seguida, como se quisesse dizer "fique tranquila". 

– Acho melhor cada um de nós ir para sua posição. –Pedro sugeriu, e os três concordaram. 

Maju e Edmundo deram um último abraço e ele seguiu com Pedro para a frente do exército. Susana encarou a amiga e a abraçou fortemente. 

– Você é a minha melhor amiga. – Susana sussurrou para ela. – Eu não quero te perder.

– Você é minha irmã. – Maju respondeu. – Vocês todos conseguiram preencher um vazio para mim, que foi perder meus pais. Vocês são a minha família. E, já disse Eddie à mim, nem se você quisesse, iria me perder. 

Deram um último abraço e seguiram as suas posições. 

Junto as nuvens, Maju conseguiu ver o grande exército da Feiticeira se aproximando e ficou nervosa. 

Um minotauro que estava muito mais a frente rugiu, em bom e som, e as milhares de criaturas atrás de si avançaram. 

Edmundo olhou para os irmãos e Maju e, então, os quatro souberam. 

A batalha começou.