História We Can Survive - Fraca!

Capitulo três

Gaby On

    Todos foram me prestar solidariedade, já que eu estava acabada por tudo que havia acontecido. A dor que eu sentia era muito grande, quase física, mas depois de passar uma tarde toda chorando acho que devo parar de chorar na frente dos outros, principalmente na frente do meu irmão, devo me mostrar forte na frente dele. Vou afastar os pensamentos dos meus pais da minha cabeça, é o melhor a fazer. Mas a angustia de não saber aonde esta a minha mãe me dói muito, já tentei ligar pra ela, mas só da caixa postal, o que será que aconteceu?

    Acho que estamos usando muito a água daqui, logo ela vai acabar! E vamos ter de sair, bom vai ser melhor assim, tudo aqui lembra meus pais... De pouco a pouco as pessoas foram indo dormir, os rapazes se ofereceram para dormir nos sofás e deixaram as meninas dormirem nas camas que eu tinha sobrando caso alguém fosse posar la em casa, e outras que tiramos das camas. O Samuel e meu irmão dormiram em um colchão de casal, Sofia e Alice também, eu e Ana dormimos nos colchões de solteiro que sobraram. Ainda bem... Mas apesar de tudo era como uma grande festa do pijama! Todos juntos dormindo na sala.

...No dia seguinte...

Alice On

     Acordei e fui direto pra cozinha, checar às portas. Voltei à sala e vi todos dormindo menos Vitor que passava uma pena no nariz de Samuel, o mesmo se remexia com vontade de espirrar e Vitor ria baixinho. Resolvi ir ver o que tinha pra comer e deixá-los dormir, mas assim que cheguei à cozinha ouvi batidas na porta, levei um susto e peguei uma faca bem grande que por sinal era fabulosa (adoro facas), fui me aproximando e olhei pela janela que ficava ao lado da porta e me surpreendo.

     Um cachorro! O que faço com você agora amiguinho, avisto de longe dois zumbis se aproximando, o cachorro se vira na direção deles e começa a latir desesperado.

-Shhh! Fica quieto vai chamar mais zumbis seu idiota!- O cachorro não cala a boca, vou ter que trazê-lo para dentro. Um alvoroço se acende na sala, eles estão acordando, vou pedir ajuda!

-Gente vem aqui!

-Aqui onde menina?- Grita Gaby já entrando em desespero, como sempre com pensamento negativo!

-Na cozinha venham rápido!- os zumbis se aproximam e o cachorro aumenta a velocidade de seus latidos, vejo mais zumbis chegando. Mas que povo lerdo! Vou ter que fazer isso sozinha.

-Vem logo peguem uma faca e me ajudem a salvar um cachorro!- Mas que péssima frase!

-QUE?- Todos respondem em coro, vejo Guilherme ao meu lado e Gaby também, abro a porta e percebo que o numero de zumbis aumentaram muito. Hora da ação!

    Saio, com o intuito de matar muitos. Alguém grita. Viro-me e vejo Sofia fazendo drama. Sinto algo me apunhalar pelas costas, me derrubando e jogando minha faca para longe. Ana pega o cachorro e o leva para dentro. Gaby da um chute no joelho de um zumbi quebrando sua perna podre e o fazendo cair, ela o segura pelo pescoço e enfia uma faca em sua cabeça. Bem como eu ensinei um dia.

      Estou me arrastando ate a faca, mas o zumbi puxa os meus pés com força não me dando a chance de chutá-lo, Gui percebe a minha situação e me socorre matando o zumbi. Entramos correndo na casa. Estamos arfando pelo cansaço, mas ainda tinha zumbis ali se debatendo na porta.

     Olhamos para o cachorro que estava dormindo na nossa cama como se nada tivesse acontecido.

-Fala serio! Que folgado!- Reclama Gaby.

-Er... Gente...

-O que?- Todos responderam juntos.

-Ele fez xixi no sofá também...

-Ah meu Deus, acabamos de salvar sua vida e é assim que nos retribui!

-Não tem como ficarmos com ele, é barulhento e vai acaba ferrando com a gente mais cedo ou mais tarde- Eu reclamo.

-Galera, por favor, não podemos matá-lo desse jeito!

-Como assim? Ninguém esta matando ele sua louca!

-Não deixá-lo ficar com agente é uma forma de matá-lo! Gente com certeza é um cão de caça! Isso vai ser bom caso precisarmos de comida!

-Er... Então pessoal não tem mais comida acho que vamos ter que usá-lo...

-EEH! POR FAVOR!- Samuel e Vitor gritam enquanto fazem carinho no cachorro.

-Aff tudo bem!- Eu digo.

-Ta né faze o que!-Diz Gaby.

-EBAAA!-Ana grita junto com os meninos... Todos olharam para ela à repreendendo pela sua ação.

-Legal, legal agora temos um cachorro. Mas ainda continuamos sem comida, e agora o que vamos fazer?

-Assaltar um mercadinho?

-Não tem mercados aqui perto o mais próximo e daqui a uns 7 km e só com facas não vamos sobreviver.

-Mas não tem carro?- pergunta Arthur.

-Não esta la na garagem... Fico pensando sera que a minha mãe fugiu e nos abandonou?

-Claro que não vai que ela saiu pra fazer as coisas dela? E... Não voltou mais...

-Éh...

-Ótimo nem um carro nos temos.

-Minha filha, ta cheio de carros ai na rua é só nois cata um pra nois!- Fala Gaby gritando, da pra ver que se lembrar dos pais alterou o seu humor.

-É verdade!- Diz Guilherme.

-Ficar gritando não vai ajudar em nada, vamos, sei la assaltar casas? Caçar? Comer o cachorro?- Fala Arthur. Oh my god ele falou caçar?!

-NÃO! NÃO FAÇA ISSO ARTHUR POR FAVOR!-Grita Samuel com seu irmão.

-Calma só tava brincando, ui que estresse!

-Temos que caçar!

-Aonde?

-Olha em volta, esse bairro tem floresta pra todo lado!

-OK vamos caçar com facas?- Protesta Gaby.

-O cachorro pode ajudar! E tem uma fazenda por perto podemos mata uma vaca!

-Fala serio uma vaca!? Vamos arrancar as entranhas dela na mão ou vamos matá-la a facada depois amarrar uma corda e arrastá-la até aqui?

-Pode ser!

-QUE?

-Vamos logo! Que horas são Sofia?- Eu digo tomando iniciativa

-10h54min.

-Viram só estamos perdendo tempo, vamos!

     Depois de muita insistência finalmente os convenci e aqui estamos no meio de uma floresta caçando vacas! Achamos melhor deixar o cachorro em casa.

     Se eu tivesse uma arma ou ate uma besta, que nem um cara de uma serie muito famosa da qual não lembro o nome, ele tinha uma dessas e vivia caçando esquilos com aquilo seria muito mais fácil.

    Apenas quatro de nos fomos. Espero que a vaca que acharmos não seja tão gorda e possamos carregá-la. Nos dividimos em grupos de dois, eu e Sofia e Gaby e Arthur, algo me diz que ele vai se aproveitar da situação afinal ele sempre foi muito safado.

-A-alice?- Sofia me chama.

-Sim Sofi?

-B-bem e que eu queria falar sobre a morte do pai e da mãe...

-Olha não da pra falarmos disso outra hora?...- Caminhamos alguns segundos em silencio, em meio à floresta até que o primeiro zumbi aparece.

-Olha um zumbi. Vai mata ele, você precisa aprender- Sofia me olha assusta com o meu comando.

-Não eu não posso!

-Claro que pode!

-Não consigo! – o zumbi parece ter me ouvido e vai justamente à direção dela- Ah meu Deus mata ele. Eu não posso fazer isso, ele já foi humano! Ele ainda esta vivo!

-Fala serio! A morte esta estampada na cara dele, naqueles olhos brancos e sem vida! Ele não é mais quem ele foi um dia! Para de frescura- Ele esta cada vez mais perto e respira com dificuldade soltando gemidos estranhos enquanto anda.

-Para com isso Alice mata a porcaria desse zumbi já disse que não consigo fazer isso! SE VOCÊ NÃO TEM SENTIMENTOS TUDO BEM! MAS EU TENHO! RESPEITE ISSO PORRA!-Ela estava realmente fazendo um belo escândalo e estava gritando muito alto! Azar o dela vai chamar mais zumbis.

-Cala a boca vai chamar mais deles!-eu digo baixo, e vejo o zumbi se jogar em cima de Sofi que cai no chão com a maior facilidade e grita desesperada. Que patético!

-P-por f-favor tira-a ele- Ela começa a chorar e me ameaça- É isso que você quer então? Quer que eu vire um? Então ta vou deixar ele me morder!

-Porra Sofia se quer viver nesse mundo vai ter que ser forte menina- eu me aproximo e enfio a faca na nuca do errante, fazendo-o morrer novamente- Satisfeita? Fraca!- O sangue acaba jorrando em seu rosto e ela se desespera ao ver sangue em toda sua roupa também.

-Você é um monstro! Assassina de pais! E de pessoas!- Ela se levanta e começa a correr de volta para a casa e eu vou atrás, mas assim que saímos do matagal ela se vira e grita.

-Me deixa em paz seu monstro, vai la matar pessoas inocentes!- Paro de correr e a vejo indo na direção da casa, pelo menos esta segura. Decido me juntar aos dois pombinhos, só espero não chegar na hora errada. Volto-me para a floresta de pinheiros gigantescos e entro procurando por sinais de pegadas.

Sofia On

    Quem ela pensa que é pra me fazer passar por tudo aquilo! Eu não tenho culpa se ela não liga! Mas eu ligo, são pessoas, já foram como eu, eles não tem culpa...

    Uma cena pior ainda do que a que eu acabei de passar interrompe minha linha de pensamento enquanto estou atravessando a rua indo em direção a casa.

   Meu Deus! E agora? O que eu faço? Não posso estar presenciando essa cena! Bom pelo menos ele vai voltar... E quero ver a Alice ter coragem de matá-lo.

_Continua_