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História We Can't Back Down - Capítulo 3


Escrita por: NinnaLeite

Notas do Autor


Gente, estou evitando escrever notas iniciais pq estou perdendo muito tempo reescrevendo logo tudo, pra q vcs n tenham que ficar esperando muito. Gostaria muito que comentassem, de verdade. Me digam basicamente o que acharam ou o que acham que vai acontecer. Até o prox, bjs

Capítulo 3 - Capítulo 3


   Já havia passado um dia após o pequeno "acidente" de Erza. A situação toda foi bem constrangedora. A gente não tinha completado ao menos 24 horas de estadia para já ter ido "dar uma voltinha na sala do diretor". As notícias se espalhavam rápido demais naquele lugar. Era como se cada um fosse cochichar no ouvido do outro sobre os últimos acontecimentos. Em minutos, todos estavam sabendo sobre a conversa que tivemos com o diretor Makarov.

   O inspetor Macao havia nos levado direto da enfermaria para a sala do chefão, que quase teve um ataque de nervos ao poder ter o primeiro contato oficial com seus alunos assim tão cedo. Mas, tirando a cara amarrada que Erza insistia em carregar, o diretor acabou relevando o fato de ela ter "caído e batido a cabeça". Afinal, podia acontecer o que fosse, que a gente não se dedurava por nada.

   Estávamos sentadas perto de uma das barraquinhas de sorvete mais gostosas do campus. Eu, Mira, Juvia, Cana e Erza. Nós não havíamos nem arrumado o quarto ainda, e sim, ele estava completamente revirado. Ignorávamos o fato de que Cana e Erza evitavam dirigir a palavra uma à outra. Fora isso, mais um dia comum.

- Eu ainda acho que devíamos fazer um protesto para ver o professor Max sem camisa. - Disse Mira enquanto metia mais uma colher de sorvete na boca. 

- Eu juntaria contigo Mira. - Disse roubando sua colher. - Vamos marcar um evento para lavar carro. Imagina aquela delícia lá.

- Meninas. Ei - Juvia estalou os dedos tirando o foco de nossos olhares, que estavam viajando com a imagem do professor mais sarado de bermudão molhado.

- Juvia, não corta o nosso momento. Volte a atenção pro seu namorado linguado. - MIra disse rapidamente tirando as mãos da azulada de sua frente. E sim, Juvia ainda estava carregando seu abajur.

- Ai, Mira, assim você me magoa. - Ela já estava se preparando para fazer o clássico biquinho, quando ouvimos um estrondo enorme.

- Eu ouvi a Juvia dizendo que alguém estava a magoando? - Natsu perguntou dando um soco na mesa. - Me diz quem é que eu vou quebrar a cara.

- Natus, seu idiota. - Gray havia o empurrado e tomado a frente. - Roubou a minha entrada.

- Ninguém mandou você ser mais devagar. - Disse Natsu como se tivesse vencido uma discussão mega intelectual.

- Não ligo. - Gray rapidamente se sentou num banco vago e tomou rapidamente o sorvete das mãos da Mira.

- Quer morrer? - Perguntou a albina enquanto corria em círculos atrás dele que sorria satisfeito.

- Esqueçam ele. - Disse Natsu se sentando no lugar vago. - Estávamos pensando em fazer algo hoje a noite. Vocês topam?

- Tipo o que Natsu? - Perguntei receosa por conviver tempo o suficiente com ele e saber que suas idéias de "fazer algo" eram bem inusitadas.

- Tipoooo. - Ele disse enrolando bastante. - A gente podia ir no cinema. - Terminou a frase correndo. - Eu juro que deixo vocês escolherem o filme dessa vez. - Concluiu, provavelmente arrependido do último episódio, em que os meninos nos levaram para o cinema dizendo que veríamos um filme de aventura, quando na verdade nos arrastaram para uma sala de suspense.

- Sem querer me intrometer, mas já me intrometendo. - Disse Mira ofegante, lançando um olhar de ódio ao Gray, que havia subido na mesa e permanecia segurando o sorvete como se fosse um troféu. - Nós até que gostaríamos de ir, mas ainda temos que arrumar nossas coisas e tentar deixar o quarto habitável novamente, porque duas crianças... - Continuava com um olhar de ódio, mas agora direcionado à Erza e Cana, que estavam sentadas com caras fechadas em cantos totalmente opostos, fingindo que o assunto nem se tratava delas - ... que conseguem discutir por qualquer coisa, conseguiram o destruir em apenas um dia.

- Eu ouvi cinema, meninas? - Gritou uma voz animada, com um tom galanteador, se é que era possível isso existir. - Tá fechado para amanhã. - Loke tinha a capacidade de chegar nos lugares e sair de fininho ao mesmo tempo, arrastando os meninos com ele.

- Então está combinado! - Natsu gritou enquanto corria para alcançar Loke e Gray.

- Mas a gente nem disse que iria... - Comentei mais para mim mesma, abaixando a cabeça.

- Como se fosse adiantar alguma coisa. - Mira riu me puxando pela mão. - Não acredito que vamos ter que continuar aguentando um ser como o Loke. - Resmungou enquanto se espreguiçava.

   Pude perceber, com a minha super visão periférica, Cana abaixar um pouquinho mais a cabeça. A verdade era simples. Loke não valia o almoço a mais que ganhava da tia da cantina. Ele se acha fodão, come várias garotas, e, para continuar no estereotipo de bad boy, se droga. Até ai, tudo bem. Não teria porque me preocupar com um cara assim se ele ficasse na dele e não invadisse o nosso território, mas, há um porém, Cana se envolvia com ele, desde seus 14 anos, e, mesmo negando, eu conseguia afirmar que ela era louca por ele, completamente.

- Então, que tal irmos dar uma arrumada naquele quarto? - Perguntou Juvia, ainda agarrada ao Sr.Linguado, sem notar nenhum clima estranho.

   E então, após uma longa caminhada, lá estávamos nós, pobres seres apaziguadores, arrumando nosso quarto, digno de ter um furacão nomeado em sua homenagem, enquanto Erza encontrava-se dormindo em sua almejada cama de solteiro, e em contrapartida, Cana continuava fazendo birra após termos tomado a decisão de que a cama seria da Erza, que mais havia sofrido com a confusão.

- Ai Cana, só aceita e para de reclamar. - Bufou Mira.

- Acontece que vocês sempre ficam do lado dela. - Tinha voltado a reclamar. - Qualquer coisa que acontece, a Erza é sempre a que vocês escolhem apoiar.

- Ah, não vem ficar falando merda na minha frente não, senhorita " eu sou sempre oprimida" - Erza tinha levantado.

- Acontece que eu não estou falando com você! - Tinham ficado de frente uma para outra, algo que já podia ser considerado um progresso. - Estou desabafando com o Universo! Então me deixe em paz.

- Parem de discutir, que droga. ! Resmungou Juvia, num tom audível o suficiente. Pude ver seu pequeno olhar de desespero quando reparou que foi notada.

- Fique fora disso, Juvia. - As duas falaram em uníssono, voltando para os seus cantos.

   Logo depois, nós entramos em uma discussão de que todas deveriam ajudar a arrumar o quarto inteiro, mas, como as duas continuaram discutindo o assunto da cama, eu, Mira e Juvia, mais conhecidas como os pobres seres apaziguadores, decidimos que não chegaríamos a lugar algum esperando pela ajuda das duas bonitas.

- Que droga, é sempre isso. Vocês reclamando e a gente fazendo o trabalho todo. - Mira terminava de passar o pano no chão revoltada. Se jogando em sua cama logo em seguida, ao ver que nosso trabalho estava pronto.

- Pelo menos elas estão quietinhas. - Juvia se meteu, como sempre, tentando melhorar as coisas.

   Viramos as nossas cabeças juntas, para observar as duas, e percebi que o clima realmente estava se amenizando. Comecei a pensar que daquela vez tinha sido um absurdo, as duas ficarem se alfinetando por causa de uma cama, foi quando me lembrei de algo.

- Será que alguma das duas vai ter a decência de dizer por que estavam discutindo na Saber semana passada? - Perguntei me aproximando das duas, que pareciam, pela primeira vez no dia ter um olhar de cumplicidade.

- Pois é. - Mira começava a se aproximar também. - Ficamos sabendo que até expulsas vocês foram.

- Expulsas é uma palavra bem forte, Mira. - Erza começava a ficar corada, algo que geralmente acontecia quando ela sabia que tinha sido pega mentindo.

- E você, Cana? - Perguntei colocando minhas mãos no queixo da morena. - Nos mandou mensagem dizendo que tinha voltado para casa ontem.

- Eu não digo nada enquanto meu advogado não estiver aqui. - Disse levantando em forma de protesto.

- Erza, prossiga. - Mira sabia que nossa querida escarlate não conseguia mentir. Pelo menos, não para nós.

- Vocês querem mesmo saber? - Erza perguntou receosa, mas sabia que estava fazendo um pequeno drama típico também.

- Conta logo. - Juvia exigiu com um sorriso, embarcando na história.

- Tudo bem.-  Erza começou, levantando-se como se estivesse num teste para a malhação. - Acontece que eu tinha marcado com um amigo, cujo nome não irei citar, de comemorar meu último dia de liberdade na Saber. Nós chegamos lá relativamente cedo. O clima estava super agradável. A minha intenção era ficar com ele. Faz um tempo que eu já estou nessa de conhecer pessoas novas. - Disse um pouco pensativa, perdendo seu tom dramático. - Eis que me surge uma garota morena completamente chapada, se pendurando no balcão do bar. - Ela olhou para Cana que tinha resmungado um "você me paga" e virado o rosto. - Estava acompanhada do Gray, que como sabemos, é um dos únicos que ta sempre do seu lado. - Disse voltando a ser a Erza normal, que não perderia uma oportunidade te tentar fazer alguém refletir, já que Cana vivia destratando o Gray. - Depois de ter dado uma enorme lição de moral nessa destrambelhada, e ah, ela ainda ficou resmungando enquanto eu falava. Enfim, o meu amigo chegou, e quando o Gray perguntou quem era, eu disse que nós estávamos juntos. Eu disse que nós estávamos juntos! - Ela repetiu a última frase gritando. - Nós ficamos alguns minutos conversando, quando resolvi ir ao banheiro. E adivinhem o que eu vi quando voltei pra onde estávamos.

   Mira e eu já havíamos entendido o rumo que a história tomava. Geralmente era assim. A Cana não se preocupava se magoaria ou não as pessoas, contanto que tivesse um pouco de álcool atuando em seu corpo. Ela tinha problemas. Todas nós sabíamos. Ela só não queria aceitar.

- O que você viu? - Perguntou nossa querida Juvia inocente.

- Eles estavam se agarrando Juvia. Uma cena digna de um quarto, acontecendo bem ali na minha frente. O cara que eu estava afim e minha amiga. Apenas isso. E logo depois a confusão toda começou. - Ela cuspiu a palavra amiga, caminhando em direção da porta.

- Ah, nem é para tanto, Erza. - A morena se levantou um tanto quanto irritada. - Se você estivesse realmente afim desse cara teria nos falado antes.

- Você é tão infantil! - Erza havia se virado para a encarar de frente. - A questão não é o cara, mas sim o fato de você não ter parado pra pensar no que eu iria sentir. - Num movimento rápido, saiu pela porta, batendo-a ferozmente.

   Mira e Juvia foram atrás dela. Os minutos pareciam passar devagar naquele momento. Estávamos só eu e Cana. Ela estava sentada no chão, como fazia de costume depois de uma situação do tipo. O rosto estava virado para a direita, tentando evitar um possível assunto. Me sentei ao seu lado. E, mais umas vez, o tempo foi passando. Mas eu estava ali, sentada ao lado dela.

- Ei.... - Tentei começar, sendo, logo em seguida, cortada por ela.

- Ah, Lucy, não venha você também me dizer que estou errada. - Ela olhou nos meus olhos por um instante, virando novamente logo depois. - Eu sei que estou. Mas estou farta disso.

- Okay. - Respondi segurando sua mão. - Não vou te dizer então. Eu só acho que deve tentar se controlar. Você pode acabar realmente magoando alguém, até você mesma. - Disse tendo cautela a cada palavra que soltava. Ela continuava sem me olhar. - Eu to aqui contigo. Você sabe disso. Só não entendo porque as vezes resolve simplesmente não confiar em mim.

- Lucy... - Ela começava com um tom de voz mais fraco. Eu já tinha esperanças de que ela me confidenciaria alguma coisa, quando de repende, se levantou. - Eu não estou muito bem pra conversar hoje. Vou pedir desculpas à Erza. Eu fiz merda. Eu sei, mas agora, só quero dormir.

- Tudo bem. - Respondi me levantando e seguindo em direção à porta. - Mas você não me falou porque mentiu sobre não ter voltado. - Pude perceber seu olhar abaixar. - Nem mesmo sei o dia que você voltou.

- Depois eu te conto, okay? - Ela disse esboçando um falso sorriso, que eu conhecia muito bem. - Pode me cobrar.

   Não vimos as meninas pelo resto da noite. Fomos jantar tranquilamente, sem puxar muito assunto. Muitos dos restaurantes estavam vazios. No inicio do ano os alunos não se importavam em comer o prato do refeitório. Voltamos para o nosso quarto e passamos o resto do tempo lá. A partir do ensino médio cada quarto tinha seu próprio banheiro. Isso poderia ser considerado uma salvação. As camareiras limpavam semanalmente.

   Nós fomos dormir na mesma cama aquela noite. Era o que eu geralmente fazia quando via uma de minhas amigas se sentindo mal. Apenas tentava passar conforto, na esperança de que tivessem bons sonhos. Acabou que nós duas apagamos, e nem vimos as outras meninas chegaram. Me lembro que fui dormir com um pensamento bem claro na minha cabeça. "Se é apenas o primeiro dia, não quero nem imaginar como será o resto do ano"



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