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História We Can't Back Down - Capítulo 4


Escrita por: NinnaLeite

Notas do Autor


Aqui estou eu, com mais um capítulo, e novamente corrida. Então, comentem, pelo amor. Adoro escrever essa fic e realmente não quero me sentir desmotivada como da última vez.

Capítulo 4 - Capítulo 4


   Realmente, aquele era mais um belo dia de domingo. Claro, se não levássemos em consideração que as aulas retornariam na segunda seguinte. Mas, resumindo, não tinha motivo para não estar feliz, a partir do momento que resolvi ignorar a briga do dia anterior.

   Não aproveitei muito daquela tarde. Comecei arrumando minhas coisas no quarto, o que não era uma tarefa muito fácil. As meninas estavam mais tranquilas, principalmente depois do pedido de desculpas das duas. Aquilo era algo bem incomum, elas se renderem tão fácil. Mas resolvi deixar para lá.

   Os meninos haviam estipulado que assistiríamos um filme, no próprio cinema do campus às sete da noite. Realmente seria muito bom poder compartilhar que nós chegamos no cinema como um grupo de adolescentes normais, mas foi totalmente o contrário que aconteceu. Natsu chegou gritando que ia comprar a pipoca, arrancando olhares de todos considerados civilizados pela sociedade. Erza estava discutindo com Jellal, que queria pagar nossos ingressos. A Erza não suportava o fato de o Jellal ser super rico, e, de acordo com ela, estar sempre querendo esfregar isso na nossa cara. Eu já adorava ter um amigo mais rico do que eu, levando em consideração que o dinheiro que meu pai mandava para passar o mês era bem pouco.

   Nós já havíamos estreado a noite com dois ocorridos totalmente contrários. O cabeça de abóbora, mais conhecido como Loke, comendo a Cana com os olhos, e a mesma ignorando, algo totalmente normal. Mas o que era absolutamente incompreensível, era o Gray flertando com a Juvia, que por sinal, parecia  estar perdida, tentando compreender se o que ele estava dizendo era invenção da cabeça dela ou não.

   Depois de uma discussão super entediante sobre qual filme iríamos assistir, mesmo depois de o Natsu ter me prometido que iríamos escolher, nós chegamos a conclusão de que alguém iria sair machucado se continuássemos naquela palhaçada, sem contar que a atendente corria grandes riscos de pedir demissão no dia seguinte, deduzimos pela cara da coitada. Lembrando que não queríamos ninguém sofrendo por nossa culpa, incluindo a fila enorme que se formava atrás de nós, tomamos a decisão mais madura e óbvia possível: Uni duni te.

   A maioria era contra, mas, seguindo as regras sagradas do uni duni te, nós acabamos indo assistir um filme de romance, bem chatinho, por sinal. Eu reparei que a maioria dos meninos haviam escolhido lugares posicionados estrategicamente. Não deu meia hora de filme, e bastou um olhar um pouquinho mais inclinado para direita, e pude perceber a veracidade com que Gray beijava Juvia. Além de ser algo completamente surreal, não pelo fato de o Gray pegar uma menina, isso era normal, mas ele ja havia deixado bem claro que não queria nada com a nossa amiga. No momento, fiquei feliz por ela, sem pensar direito no que aquilo acarretaria.

   A Juvia sempre idolatrou o Gray. Quando ela entrou no internato, ele tinha um visual estilinho Justin Bieber, o que deixava qualquer garota de quinze anos com mentalidade de treze apaixonada. Ele sempre foi uma ótima pessoa, mas talvez, devido ao fato de ter sempre alguém grudado em você, ele acabou se tornando um pouco grosseiro com a Juvia. Mas era algo completamente momentâneo. Ele não era o garoto que eu mais confiava, ou meu melhor amigo, mas eu o conhecia bem o suficiente para perceber que, mesmo pegando mais da metade da população feminina do campus, ele era apaixonado por alguém.

   Aproveitando o gancho de situações amorosas, vou continuar pela Erza. Quando ela tinha uns 11 anos, se apaixonou por um garoto, chamado Simon. Ele era bem gentil e amigável, e, pelo que parecia, também era louco por ela. Era algo totalmente inocente, sem segundas intenções. Eles logo assumiram um "relacionamento". Algum tempo depois, os pai do Simon conseguiu uma transferência de emprego, para o Canadá. Os dois não queriam se separar de jeito nenhum. Fizeram diversas juras de amor, e eu e Cana participamos do "casamento" deles, que era a promessa de continuarem fiéis um ao outro, até se encontrarem novamente. Eles mantiveram contato nos primeiros anos, mas, Simon se relacionou com outra garota de lá. Ele prometeu para Erza que voltaria, e que amava somente ela. Já haviam se passado quatro anos, e eu sinceramente não sabia se minha amiga ainda estava esperando por ele.

   A história da Mira com o Laxus já é um pouco mais complicada. Eles eram o casal mais fofo do momento. Sabe aquele casal que todos adoravam e queriam bem? Então, eles eram exatamente assim. Tudo estava bem entre eles. Foi a época em que via a Mira mais feliz e sorridente. Do nada, eles anunciaram para todos que haviam terminado. É, exatamente assim. Chegaram no meio da sala de aula e falaram juntos. A Mira nos contou logo depois que ele estava agindo estranho, e que ela já não estava aguentando mais. Exatamente uma semana depois ele apareceu com a Angel. Ninguém falava em voz alta, mas todos suspeitavam que ele traía a Mira com essa garota. Deve doer muito, você se perguntar se aquela pessoa realmente te amava ou não.

   A Cana sempre foi um caso perdido. Até ela mesma admite isso. Acontece, que em sua pré adolescência, ela teve uma queda enorme pelo Loke, o garoto do momento. Quando ele percebeu, tratou logo de chamá-la para sair, o que deixou a morena explodindo de felicidade. Ela devia ter uns 13 anos na época. O Loke sempre foi o tipo de cara galanteador, e bem convincente quando diz que ama uma mulher, e que morreria por ela. Com o passar dos tempos, esse fato foi se espalhando, e a grande maioria das meninas sabiam que tudo que ele dizia para convencer alguém não passava de historinhas. Nós tentamos alertar a Cana. O que não faltou foi aviso, mas ela estava completamente iludida, achando, como todas as outras, que ela era especial ao ver dele. Depois de um tempinho, eles acabaram transando. No dia seguinte, Loke fingiu que nem a conhecia. Pelos os olhares de todos no campus, era bem óbvio que ele havia contado para todo mundo. Na época não era tão simples como é hoje. Cana era bem novinha, o que fez com que a maioria das pessoas a vissem como puta, por ter transado com um cara assim e não estar mais com ele, mas nem todos sabiam que não era isso que ela realmente queria. Isso resultou em inúmeros potes de sorvete e no início de um dos maiores problemas da vida da minha amiga: o álcool.

   A minha situação era bem menos complicada. O meu primeiro namorado foi o Hibiki. Nós havíamos ficado juntos quando eu tinha uns 15 anos. Perdi minha virgindade com ele. Era tudo sempre tão maravilhoso. Noss história não foi ruim, mas chegou um momento em que eu já não gostava mais de estar com ele. Não gostava do seu jeito galinha descarado, e nós dois sabíamos que aquele relacionamento não iria para frente,  então terminamos tudo bem amigavelmente.

   Resumindo, nossas vidas amorosas tinham sido uma droga, literalmente. Estava perdida em meus pensamentos, sem prestar atenção no filme, claro. De repente resolvi olhar para o lado, procurando apoio de alguma de minhas amigas, e desabafar sobre como o filme estava uma merda, quando vi Juvia na maior pegação com o Gray. Tudo bem, esperado. Foi bem mais fácil processar aquilo, do que quando eu inclinei um pouquinho mais minha cabeça e pude enxergar Erza e Jellal abraçadinhos. Fofos e totalmente inesperado, mas é o que dizem, o que acontece no cinema, fica no cinema. Acho. O que realmente me pegou de surpresa e me deixou boquiaberta foi enxergar Cana quase perdendo as peças de roupa com a intensidade dos movimentos do Loke. Mira havia sumido.

   Eu precisei de um instante sozinha para processar tudo aquilo, portanto, deixei a sala e fui em direção ao banheiro. Ao chegar lá, tive aquele típico momento de novela, em frente ao espelho, encarando meu reflaxo, e pensando "que porra é essa?", quando ouvi algumas vozes vindo de uma das cabines.

- Tem certeza que não é arriscado? - Perguntou uma voz que conhecia muito bem, querendo parecer suave.

- Bem, eu nunca disse isso. - Uma voz rouca e arrastada respondeu.

- Isso é tão intenso. - Pude ouvir dentre os gemidos. Não tinha dúvida de quem eram. Tive que interromper.

   Num movimento bem rápido me virei e comecei a espancar a porta.

- Podem sair daí. - Gritei, imaginando a expressão facial dos dois quando ouviram a minha voz. - Agora. - Disse um pouquinho mais baixo, me lembrando que estávamos em um lugar público.

   Laxus e Mira saíram envergonhados de dentro da cabine, com as roupas amarrotadas, como se tivessem sido colocadas novamente em uma fração de segundo.

- Nem tente se explicar. - Disse imediatamente, após ver que a boca da mesma tentava formular alguma frase. Eu continuava fuzilando Laxus com os olhos. Ele parecia estar se divertindo com tudo aquilo.

- Vou sair, antes que alguma mulher me veja e queira abusar de mim. - Disse o garoto, dando um beijo na testa da Mira antes de se retirar.

- Vem. Vamos voltar. - Disse puxando-a pelo braço, sem querer conversar sobre aquilo no momento. - Vocês vão me deixar maluca. - Completei resmungando.

   Comecei a recapitular tudo dentro de minha cabeça, enquanto voltávamos para a sala. Meus pensamentos se resumiam a algo mais ou menos assim: " Caralho, para o mundo que eu quero descer. Por que ta todo mundo se pegando nessa merda? Isso ta completamente errado produção. Era para a Mira estar quilômetros longe do Laxus. O mesmo serve para a destrambelhada da Cana. O que tem na cabeça daquelas desmioladas? Resposta: Nada."

   Sim, não se assustem, eu tinha pequenas discussões como aquela dentro da minha cabeça. Era mais fácil não surtar daquele jeito. Eu tinha pedido tanto para tudo dar certo naquela noite, principalmente depois da nossa confusão inicial. Só conseguia me perguntar qual era a dificuldade que aquele bando de malucos tinham de sermos apenas amigos dando uma volta e assistindo um filme sem risco de gerar futuras dores de cabeça.

   Já havia desistido no momento, e assumindo que eu estava comprometendo seriamente minha sanidade mental sendo amiga deles, mas o mesmo tempo não seria ninguém sem cada um deles na minha vida. Foi um momento bem sentimental. Devia ter sido inspiração vinda daquele filme horrível.

   Nós terminamos de ver o filme e paramos na saída do cinema, logo em seguida. Eu tive que aturar aquela melação toda. Juvia não parava de beijar o Gray. Acho que ela tinha medo de aquele ter sido o único momento que teria com ele. Jellal e Erza estavam abraçadinhos conversando num canto. Loke estava agarrando a Cana desesperadamente, apertando a bunda da mesma, descarada mente. A mesma parecia não se importar. E por fim, estávamos eu, com uma cara de decepcionada e furiosa ao mesmo tempo, o Natsu, com uma cara bem surpresa, e a querida Mira, com uma cara de tomara que a Lucy se esqueça de mim e foque outra pessoa.

   Mais alguns minutos de enrolação, e as meninas finalmente se deram conta de que tínhamos aula no dia seguinte, e chegar cedo no quarto seria uma bela de uma opção. O caminho todo foi silencioso. Eu pedi para que não falassem nada até chegarmos.

   Abri a porta, deixando espaço para todas entrarem, para logo em seguida, fechá-la com um estrondo. Me virei e dei de cara com as quatro sentadas no sofá. Umas mais tranquilas que as outras. Tudo bem, aquilo foi bem dramático, e hoje em dia, rio muito disso.

- Vou começar com uma simples pergunta. - Fiz uma pausa e fui em direção ao braço do sofá. - Que merda foi aquela?

   Já havia me arrependido de ter usado meu dom dramático e ter perguntado daquele jeito. Todas começaram a falar ao mesmo tempo, tornando-se uma confusão enorme, onde todas discutiam entre elas qual era mais importante para começar.

- Ai, chega! - Gritei, atraindo a atenção delas. - Juvia, você começa.

- Eba. - A mesma levantou em um pulinho. - Meninas, eu estou nas nuvens. - Disse apertando os braços contra o corpo, em uma forma de auto abraço, ou seja lá como isso se chama. - O Gray é o homem com que sempre sonhei. Sério, parece que estou até sonhando. Eu estou sonhando? Sr. Linguado, eu estou sonhando? - Fodeu, ela tinha ido em direção ao abajur e parecia estar tendo um pequeno surto. - Sério meninas, se eu estiver sonhando não me avisem, na verdade, avisem sim, porque ai eu vou lá no Gray e me entregar pra ele pra que esse sonho...

- Não Juvia, você não está sonhando. - Falei, acabando logo com aquela palhaçada. Pronto, já tinha me arrependido de ter escolhido a Juvia para começar. - Sua vez, Erza.

- Ah, eu não sei. Tudo aconteceu tão instintivamente. Eu senti uma eletricidade percorrer o meu corpo com a aproximação dele, e parecia que ele estaria ali para me proteger sempre. Foi muito aconchegante. Mas e se de repente os pais dele resolverem o levar para longe, e ele conhecer uma outra garota, e nunca mais voltar, mesmo tendo prometido que iria, me largando sozinha com o meu bolo de morango... - Pronto, já estávamos presenciando outro pequeno surto.

- Okay. - Disse me virando para as duas que se encontravam sentadas no sofá. - De vocês duas eu não quero nem saber.

- Lucy, você não entende. - Mira havia começado. - O Laxus realmente se arrependeu de tudo aquilo. Ele disse que só ficou com a Angel porque todos achavam que fui em quem o dispensou, e ele não quis ficar por baixo. Mas eu sei que ele ainda me ama. - Ela completou com seus olhos sonhadores.

- Sério, Mira? - Disse, sem acreditar que a mesma acreditava naquilo. - Pode começar, Cana. - Falei cruzando os braçes em sua frente.

- Aquele filme era bem chatinho, não é? - Ela se levantou do sofá, indo em direção a sua cama, visivelmente tentando escapar do trágico destino. - Ta bom. - Se rendeu quando todas não paravam de a encarar. - Ele é tão fofo, vocês não tem noção. Ele amadureceu desde aquela época.

- Pude ver o quanto ele é fofo e amadurecido quando estava quase te despindo no meio de todo mundo. - Erza retrucou, deixando a morena com o rosto vermelho.

- Não começa, Erza. - Ela havia tentado jogar o foco para outra coisa.

- Ela tem razão. - Disse Mira. - A gente sabe que esse garoto não te respeita.

- Você nem ouse falar nisso, Mira. - Eu disse indo em sua direção, o que fez com que a mesma se jogasse no sofá novamente. - Você estava quase dando para o Laxus no banheiro do cinema cara, no banheiro do cinema. - Repeti pausadamente.

- Hipócrita. - Cana disse, fingindo estar tossindo.

- Olha só Cana... - Mira ia começar uma discussão, mas fui rápida o suficiente para intervir.

- Só quero que vocês duas tenham cuidado. - Juntei as duas em um abraço. - Me preocupo com vocês.

- Isso ai, exclui a gente mesmo. - Juvia reclamou fazendo biquinho.

- Venham vocês também, suas bobas. - Mira puxou as duas.

   E assim terminamos aquela noite. Juvia havia voltado a abraçar o Sr. Linguado, e Erza, depois de mais uns minutos de conversa, ficou resmungando em sua cama que acabaria sozinha com seu bolo de morango, que por sinal, era seu único amor. Nem Cana, nem Mra saíam de seus celulares. Bem, até eu dar um grito falando que precisava dormir e não conseguia por causa daquelas malditas luzes. Elas aceitaram numa boa.

   Eu cheguei a uma conclusão muito importante naquela noite: "Eu moro com um bando de loucas. Como não percebi isso antes? Corro constantes riscos de ser assassinada enquanto durmo. Meu Deus, será que eu também sou louca e não sei disso?"

   Apenas o tempo poderia me fazer enxergar.



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