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História We Fight Together - Capítulo 27-Amizade


Escrita por: lmjmuller

Notas do Autor


Desculpem o bloqueio criativo, gerou demora e um capítulo menor, mas aos poucos vou tentando voltar com a mesma intensidade de antes, certo?
Vamos ajudar a Ana a não lutar sozinha?
Boa leitura!

Capítulo 28 - Capítulo 27-Amizade



 

-Mas o que?! -Luisa gritou deixando o copo cair de sua mão, tão surpresa pela notícia quanto Haroldo pelo barulho do vidro se estilhaçando. -Não pode ser... -Murmurou enquanto ainda ouvia o que o apresentador tinha a dizer sobre sua melhor amiga.

Ficou ali paralisada em frente à Tv até escutar um latido de seu cachorro, se assustou de leve e soltou o ar preso nos pulmões. Tateou os bolsos a procura de seu celular, mas não o encontrou. Xingou baixinho por não saber aonde o havia colocado, mas ao procurar pela sala o encontrou entre as almofadas do sofá. Digitou o nome da amiga e iniciou a ligação, mas ninguém atendia. Depois de mais três tentativas falhas, ela concluiu que havia algo errado procurando dessa vez suas chaves.

Chegou ao carro às pressas quase caindo durante o caminho, selecionou no celular outro contato e fez a ligação. Deu partida enquanto a chamada era feita pela multimídia do automóvel e ficou mais nervosa pela demora. Quando finalmente saiu uma voz pelos autofalantes, ela respirou aliviada, sem saber que estava sendo precipitada.

-Cida, cadê a Ana Paula? -Perguntou de imediato.

-Ela está em casa, eu estou saindo do aeroporto agora, é uma longa história... Se você ligou é porque já está sabendo...

-Então é verdade? -Perguntou ainda desacreditada e teve uma palavra positiva como resposta. -Eu estou ligando para a Ana e ela não atende, há algum motivo pra eu me preocupar? -Continuou prevendo que algo ruim aconteceria.

-Droga... -Cida murmurou percebendo que deixou Ana sozinha depois de uma calorosa discussão com Munik e que a morena costumava ser sua fraqueza. -Eu vou tentar ligar, mas você está mais perto lá de casa.

-Estou quase chegando.

Luisa desligou e se concentrou melhor no trânsito, aumentando a velocidade e pegando caminhos mais rápidos. Quando chegou, ultrapassou os repórteres intrometidos, passou pelo portão com a chave que ganhara de Ana anos atrás. Ana Paula dava grande liberdade as suas amigas de mais confiança em sua casa, se sentia melhor assim e elas também. Estranhou pela porta central estar levemente aberta, mas continuou caminhando. Ao entrar na sala sentiu algo macio nos pés e ao olhar para baixo encontrou folhas e folhas de jornal espalhadas pelo piso. Agachou analisando brevemente cada uma até que uma em específica lhe chamou mais atenção, onde estampava Ana Paula e Munik com a mesma manchete que escutara na televisão há alguns minutos. Dobrou o papel e o guardou no bolso.

Tremeu de leve ao escutar o barulho de algo se quebrando e pensou vir do andar de cima, já estava pronta para subir as escadas quando o mesmo barulho se fez mais intenso, porém de uma outra direção. Dessa vez o estrondo de vidro se quebrando veio seguido a um grito agudo que identificou como de uma mulher e prendeu a respiração tentando convencer a si mesma que não era Ana, mas não obteve sucesso. 

Mudou então de direção, caminhando até onde ficava o porão da casa -onde já havia ido centenas de vezes pegar alguma garrafa da enorme adega de Gerardo, na época das festas agitadas de Ana Paula -e estranhando pela casa estar tão vazia, sendo que a presença pelo menos dos empregados era sempre constante. Esta porta por sua vez estava escancarada, facilitando a pequena corrida de Luisa até as escadas que davam para o cômodo inferior. Ao pisar no último degrau teve de agradecer aos seus rápidos reflexos senão teria se ferido, quem sabe o quanto, pelo o que quase a acertou no rosto, a garrafa de vinho atravessou o espaço próximo ao seu rosto se chocando fortemente contra a parede atrás de si. Ao se recuperar do susto, seguiu com os olhos de onde vinha tal ato e se surpreendeu mais ainda ao ver a mulher a sua frente com os olhos vermelhos e inchados -de tanto chorar- que carregava mais uma garrafa prestes a jogá-la  também contra alguma parede.

-Ana! -Gritou desesperada correndo até a amiga e segurando imediatamente na garrafa e em sua mão, a impedindo de prosseguir com a ação. -Pelo amor de Deus, Ana Paula! O que está fazendo?! -Perguntou desesperada como se a loira fosse capaz de responder.

-Estou lutando sozinha! -Ana gritou de volta com a voz embolada. -Me solta, Luisa! -Ordenou tentando se livrar das mãos da amiga, mas não conseguiu.

-Não é assim que vai resolver as coisas, Ana Paula. -Luisa dizia com certo cuidado para que a loira entendesse e se acalmasse. -Você está se entregando de novo, essa não é você, lembra? -Ana franziu o cenho tentando prestar atenção. -Você é mais forte que isso, só precisa encontrar essa força aí dentro. -Aos poucos a força que aplicava contra a garrafa foi diminuindo, fazendo com que a amiga tirasse tal objeto de vidro de perto dela. 

-Você duvidou de mim... -Ana comentou começando a chorar novamente enquanto o corpo escorria até se sentar no chão, exausta. -Todos duvidaram. -Levantou a cabeça encarando Luisa que agora também tinha lágrimas caindo pelo rosto.

-Eu nunca duvidei de você. -Ela também se agachou ficando mais próxima da loira. -Eles também não... -Suspirou vendo a amiga agitar a cabeça de forma negativa, não acreditando. 

-Eu... eu fiz de novo. -Concluiu vendo as coisas ao seu redor girando, mas já baixando o olhar até o chão. -Eu bebi de novo, não foi? -Luisa assentiu positivamente comprimindo os lábios. -Eu não queria ser, ter isso. -As palavras saíam meio atrapalhadas, mas a amiga conseguia compreender perfeitamente do que ela falava. -Fraca! -Levou uma mão no meio do peito apontando pra si mesma. -Muito fraca!

-Não, Ana Paula, você não é fraca. -Luisa passou a acariciar o rosto dela tentando trazer o olhar dela até o seu. -Eu conheço minha melhor amiga e a última coisa que ela é, é fraca. 

-Mas... -Ela levou a mão até a testa onde ficava sua cicatriz. -Eu sou. -Então desceu o braço até poder ver os dedos e olhou confusa. -Sangue? -Sentiu falta do líquido vermelho de gosto metálico se lembrando da vez que se feriu naquele bar que fora se afogar em bebida e lágrimas.

-Não, Ana. -A amiga segurou a mão dela gentilmente. -Não tem sangue, você não está machucada.

-Não? -Perguntou tendo uma resposta negativa de Luisa. -Por que ainda dói? -A outra mão voltou ao peito, mas dessa vez mais para o lado esquerdo no meio do coração. A cena fez a amiga ter o coração despedaçado, Ana estava sofrendo de novo e ela se sentia de mãos atadas diante disso.

Não, dessa vez não iria ficar só observando a amiga se afundar sem fazer nada. Todas as idas ao hospital, os flagras bêbada e as atitudes em relação a isso eram coordenadas por Paula Cristina o que ficou comprovado que não dera certo até agora. Luisa estava farta de ser deixada de lado quando o assunto se tratava de cuidar de Ana Paula. Já bastava ter sido incluída em uma intervenção que nem sabia do acontecimento, foi usada para distrair Ana enquanto todos se reuniam por de trás delas e depois disso foi forçada a ficar longe da loira, por vontade da própria. Faria a amiga entender que ela não havia participado daquilo e que aquilo também não fora algo negativo e sim uma tentativa de ajudá-la, mas por enquanto iria começar por tirar a loira daquele estado que se encontrava.

-Não vai doer mais, mas você precisa vir comigo. -Estendeu a mão a frente dela. -Confia em mim, não é? -Ana hesitou, olhou por alguns segundos pra mão à sua frente até finalmente segurá-la e entrelaçar seus dedos. Luisa sorriu, estava feliz que mesmo depois de tudo elas ainda tinham essa mútua confiança. -Tudo bem, se apoie em mim. -A puxou de leve ao mesmo tempo que a ajudava a se equilibrar. -Isso, agora cuidado com os degraus.

As escadas foram as partes mais difíceis do trajeto, mas devagar e com cuidado Lusia conseguiu levar a amiga até  seu quarto. A colocou pra dentro do box do banheiro, ligando a água fria contra uma Ana ainda vestida e meio tonta, mas aos poucos conseguia ficar de pé sem o devido apoio. Mandou que a amiga não saísse de lá enquanto descia para pegar algo na cozinha, assim foi até o cômodo no térreo e preparou um pouco de café bem forte e sem açúcar. Levou a garrafa e uma xícara até o quarto, quando entrou deu de cara com a bagunça de vidro e comida pelo chão perto de uma das paredes. Estava tão distraída ajudando Ana quando entrou lá que nem havia percebido, mas dessa vez era nítido que algo havia acontecido.

-Luisa? -Ela deu um pequeno pulo se virando e vendo a amiga enrolada numa toalha e tremendo de frio. -Está gelado aqui. -Comentou tentando esquentar os braços com as palmas das mãos.

-Sim. -Respondeu deixando o que trazia em cima de um dos criados mudos. -Você precisa de roupas. -Ana se sentou em sua cama enquanto a amiga procurava algum par de roupa, encontrando um moletom e uma calça cinza soltinha. Entregou para a branca que começou a se vestir quando ela foi servir o café no copo que trouxe. -Aqui. -Entregou então para Ana que segurou na parte superior tentando não se queimar.

-Forte, argh. -Ana reclamou como uma criança e Luisa riu. 

-Você precisa melhorar e esse é o melhor remédio. -Ana grunhiu mais uma vez, mas acabou obedecendo tomando todo conteúdo do copo. -Pronto. -Pegou o copo de volta e o colocou no criado mudo. -Quer mais? -Perguntou tendo como resposta um mexer de cabeça de forma negativa. 

-Desculpe. -Ana disse depois de permanecerem alguns minutos em silêncio apenas sentadas uma ao lado da outra.

-Você não precisa se desculpar. -Luisa disse sincera e ainda preocupada. -E nem precisa me explicar também, porque eu tenho uma ideia do que aconteceu. -Tirou então o pedaço de jornal do bolso e mostrou a Ana que suspirou ao ver novamente a causa de tudo. -Depois disso... -Ela tentava ser cautelosa, pois não queria ferir a amiga, mas precisava se certificar que era aquilo mesmo. -... Ela foi embora, não é? -Perguntou.

-Sim. -Respondeu brevemente não querendo estender o assunto.

-Certo. -Luisa mexeu as mãos uma na outra. -Ela te disse o porquê?

Ana franziu o cenho tentando se lembrar, mas tudo aconteceu tão rápido que mais parecia partes de um sonho incompleto. Só sabia que a porta havia sido batida e ela deixada sozinha, como sempre acontecia.

-Eu não me lembro muito bem. -Levou a mão até a cabeça massageando as têmporas começando a sentir um pequeno incômodo ali.

-Ela devia ter um bom motivo. -Luisa murmurou mais para si mesma do que para a amiga. -Essa bagunça no quarto, o que exatamente...

-Eu surtei. -Ana a interrompeu. -Por que eu sou assim? -Perguntou finalmente olhando para a amiga que teve o coração partido mais uma vez naquele dia.

-Olha, você é uma das pessoas mais incríveis que eu conheci Ana Paula, só precisa de uma... Ajuda, pra parar de se machucar assim. -Ana ia interrompê-la de novo, mas foi interrompida. -Mas isso nós esclarecemos depois, por enquanto você precisa ser forte para enfrentar tudo que vem por aí e eu estarei sempre aqui quando precisar. -Alcançou a mão da branca a segurando firmemente tentando passar ali o verdadeiro significado da amizade. 

Ana sentiu uma lágrima descer pela bochecha, era de alegria, a alegria de não ter sido totalmente abandonada. A mineira esqueceu do passado e de todas suas mágoas, puxou Luisa e afundou o rosto em seu pescoço dando um grande e apertado abraço na melhor amiga de infância. Luisa também chorou e sorriu ao mesmo tempo, estava morrendo de saudades do abraço de Ana Paula e agora pronta para apoiá-la em tudo. Pronta para encarar os preconceituosos, as ofensas, os ataques e pronta também para ajudá-la com seu amor verdadeiro que nunca deixaria de ser Munik. Luisa sabia que a morena precisaria de grandes motivos para deixar Ana Paula e a ajudaria a enfrentar tudo até que a goiana conseguisse a chance de se explicar.

Ainda com o papel em mãos, mas sem desfazer do abraço ela fitou a reportagem que falava de Ana e Munik. Aquilo foi a causa de todo o desmoronamento, obviamente as duas ainda não estavam prontas para assumir nada e ter seu relacionamento exposto daquela forma era invasivo e aterrorizante. Não era justo, para ninguém. Suspirou pensando em quem poderia fazer aquilo e viu no cantinho da reportagem o nome de quem escrevera aquilo e decidiu que iria tirar toda aquela história a limpo.

Continua...


Notas Finais


Até á próxima


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