História We push and pull like a magnet do - O mundo dá voltas

Nari adentra o elevador da Starship para ir até o encontro da manager, quem lhe dará o cheque pelos serviços prestados. Uma semana sem pisar nesse prédio, ansiando por voltar e, agora que se encontra nele, não vai demorar a ir embora. Não quer. Pensa como sua postura é contrária ao primeiro dia em que esteve ali e acaba soltando uma risada. De fato, o mundo dá voltas.

Quando as portas deslizam e estão prestes a se fechar, um grito soa pelo corredor, um pedido desesperado para que espere e antes que raciocine quem é o dono daquela voz grave que conhece tão bem, já impediu o choque que faria a caixa metálica começar a subir. As portas abrem novamente, Changkyun entra e, só quando estão em movimento, percebem que esse é o primeiro encontro após a boate, que estão sozinhos em um ambiente claustrofóbico e que essa situação é extremamente nostálgica.

Os pensamentos de ambos viajam até passado, ao momento em que deram o primeiro beijo da vida e, por mais que tentem se concentrar em outras coisas pequenas, é em vão. O silêncio se torna incômodo, esmagador. Eles olham em voltam, esperando ansiosamente o fim da subida, que deveria ser rápida, mas parece eterna. Também pensam no que quase consumaram na boate e o quanto desejaram isso nos dias seguintes. Procuram uma saída, mas não há.

“Vocês estão ensaiando a coreografia nova?” Nari é a primeira a se pronunciar, com objetivo de aliviar o clima insuportável.

“Sim. Inclusive já ensaiamos hoje.” Silêncio outra vez. “Você veio nos ensinar algo novo?”

“Não, não... Vim só receber meu cheque.”

“Então isso quer dizer que você veio fazer algo rápido?” Uma ideia começa a se formar na cabeça do garoto e isso faz com que suas bochechas queimem. Quando ela assente, sua cabeça grita para que tome a decisão que vem desejando, mas não tem coragem de admitir.

Considera as opções. Pensa em chamá-la para sair, ter um encontro, imagina os dois implicando e rindo juntos. Consegue vê perfeitamente a imagem de Nari banhada pelo sol da tarde, sorrindo para ele e somente para ele. Isso faz seu coração palpitar e seu corpo inteiro se arrepiar. Por fim, sentindo uma coragem inédita, quebra as suas amarras e toma uma decisão.

“Quer ir tomar um café depois?” Quando vê uma interrogação transparecendo no rosto da garota, se arrepende. “Não é como se fosse um encontro ou algo assim. Eu só pensei que, depois de ser grosso com você no ensaio, tenho que te compensar. Pagar um café é uma boa forma de fazer isso.” Arranja uma desculpa qualquer e seu tom de voz nervoso o entrega. Nari acaba por sorrir, entendendo perfeitamente que é sim um encontro. Mas seu sorriso morre ao lembrar-se de uma ligação que recebeu mais cedo e o compromisso que tem.

“Por que agora, Chang?” Ela murmura. “Eu não posso. Eu tenho um compromisso.” Vê o garoto se encolher no momento em que as portas abrem. Seu coração aperta, pois descobre que realmente gostaria de ir, mas deu sua palavra e não costuma desmarcar as coisas.

“É uma pena.” Ele parece sincero e decepcionado conforme sai do elevador.

As portas voltam a se fechar e Nari vê tudo em câmera lenta. Pensa no primeiro beijo, em como se sentiu nos céus, e em todo o desejo que vem consumindo-a durante a semana. Tentou se enganar, disse que não passa de uma fase, mas sabe o quanto o amou quando tinha 12, e também sabe que esse sentimento, aos poucos, está ressurgindo. Antes que consiga negar e suprimir tal conclusão, põe a mão para impedir que o elevador continue a subir.

“Chang!” O garoto para de andar e se vira, surpreso. “Da próxima vez, não me chame para um café; Chame para um encontro.” Finaliza com o seu mais belo sorriso.

O sorriso dele, grande e com o canto da boca levemente torto, é a última coisa que vê antes de o metal cortar o contato visual. E é lindo. Com o coração saltando, um riso insistente e as bochechas queimando, ela sabe que sua impulsividade não foi um defeito dessa vez.