1. Spirit Fanfics >
  2. We will be like a dream >
  3. Stone cold

História We will be like a dream - Stone cold


Escrita por: juliahazel

Notas do Autor


OLÁ, MEUS AMORES. Me perdoem pela demora, como sabem, o Enem está chegando, último bimestre da escola, tudo muito corrido. Os próximos capítulos irão se atrasar um pouco, por isso peço que tenham paciência. Chegou a parte *sofrência* da fanfic e espero que gostem muito desse capítulo.
Beijos <3

Capítulo 13 - Stone cold


Fanfic / Fanfiction We will be like a dream - Stone cold


Ouvi alguns pássaros cantarem do lado de fora. Todos já haviam acordado, menos eu, que tinha ficado a noite toda revirando de um lado para o outro, os olhos abertos, completamente desperta. Uma vez ouvi dizer que a noite é dos escritores e dos que sofrem de amor. Em qual categoria deveria me encaixar? Ouvi algumas passos na escada e apenas fiquei encarando o teto, vendo alguns adesivos que eu havia colado quando eu era mais pequena. Como eu consegui fazer isso? Sorri com o pensamento nostálgico.
- Não vai descer? - Natália estava com um copo de suco na mão, quando entrou no quarto.
- Tenho mesmo que fazer isso? - perguntei manhosa, enquanto me  sentava na cama, espreguiçando.
- A não ser que queira que a Sasha dê em cima do Ben o dia todo. - ela disse, enquanto levantava uma sobrancelha e eu fiz uma cara de nojo.
- Eu sei o que está acontecendo.
- Sabe o quê? - perguntei, enrugando a testa. Ela deu uma longa analisada em mim, antes de me responder.
- Vocês dois. Você está completamente apaixonada por ele. E pelo jeito que saiu do banheiro ontem, apenas confirmou o que eu já sabia. - ela sorriu, como se soubesse de tudo.
- O quê? - levantei da cama indo até a janela. - Lógico que não, da onde tirou isso?
- Apenas não sou boba. Agora vá, tem um lindo boy te esperando lá fora. O quê? - ela parou - eu disse boy? Desculpa, quis dizer, tem um lindo dia lá fora. - revirei meus olhos enquanto via Natália sair saltitante do quarto. Sentei na cadeira que ficava na frente da antiga penteadeira da minha vó, e me lembrei de como ela costumava pentear meu cabelo e me chamar de "menina dos cabelos cor de ouro, sorridente" e sorri, inevitalvemente ao lembrar de como ela me chamava. Na onde havia ido parar essa garota sorridente? Dei um sorriso fraco e me levantei, pronta para encarar mais um dia.
...
- O que vamos fazer hoje? Trilha, cachoeira, piscina? - Liam perguntava, enquanto eu mastigava uma torrada.
- Tem alguma cachoeira por perto, Kat? - Gabriela perguntou.
- Sim, não muito longe daqui. Podemos ir, seria legal. - ergui meus ombros, e senti o olhar de Ben sobre mim.
- Cachoeira? Mata? Bichos? Não mesmo. Podem ir, eu vou ficar aqui. - Sasha disse, enquanto olhava para as unhas bem feitas, a cada cinco segundos.
- Fresca. - Isabela disse baixo e eu ri.
- Vou pegar algumas coisas para levar. Saímos em meia hora. - eu disse, me levantando, seguindo direção a cozinha.
...
- Uau! Que lugar incrível. - Ben disse, afastando uma folha, vendo a cachoeira logo a frente.
- Quem chegar por último é a mulher do padre. - Liam disse, saindo correndo na frente, enquanto Ben e Gabriela corriam atrás.
- Crianças. - eu gritei, ficando por último.
Sentei em uma pedra, ficando de biquíni, observando o pessoal. Fechei meus olhos rapidamente, sentindo o sol bater em minha pele e logo depois o vento refrescando-a. 
- Vem, Kat, entra, está uma delícia. - Ben me chamava, me incentivando.
- Estou bem. Não quero me olhar. - gesticulei minhas mãos, e voltei a me concentrar no que estava fazendo. Apenas vi, quando senti as mãos de Ben envolverem minha cintura e ele me pegando no colo. Dei um gritinho agudo.
- Não, você não vai fazer isso? - me agarrei em seu pescoço, enquanto ele me levava para perto da água. Um raio de luz iluminou seus olhos e eu perdi a noção do que estava acontecendo. Apenas acordei do meu transe, ao sentir a água gelada bater em minhas costas, me fazendo arquear, instintivamente.
- EU TE ODEIO, BENJAMIN. - eu gritei, afastando uns cabelos do meu rosto. Ele olhou para mim com uma cara de garoto inocente e ao mesmo tempo travesso. Observei ele sair da água, algumas gotículas desciam de seus braços fortes, traçando uma linha em seu abdome definido. Suspirei enquanto saia da água, cobrindo meu corpo com meus braços, tentando me aquecer.
...
Depois de um tempo, decidimos que iríamos fazer uma fogueira, para ver o pôr do sol, e logo que acabasse voltaríamos para casa. Não era tão longe da casa e era seguro lá.
- Quem quer se voluntariar a ir pegar alguns galhos para fazer a fogueira? - eu disse, me levantando da toalha que havia estendido no chão.
- Ben, ajuda ela. - Gabriela disse, enquanto penteava o cabelo molhado.
- Eu? - eu ergui uma sobrancelha -, okay, eu, vamos lá. - ele disse, se levantando.
Segui seu olhar e seguimos mais adiante das árvores.
- Sabe - eu disse, fazendo-o olhar para mim -, você devia ter vestido a sua camiseta, pode pegar um resfriado. - eu disse, gesticulando as mãos sentindo meu rosto ficar vermelho.
- Estava com calor. - ele disse, erguendo os ombros. - E você - olhei para ele -, deveria ter colocado um vestido maior. - ele deu um sorrisinho de lado, e eu odiei me deixar levar por esse sorrisinho de lado dele. Bati em seu ombro levemente, como costumávamos fazer e ele me abraçou de lado, eu sentindo a força do seu braço. Ficamos um tempo assim, conversando sobre qualquer coisa que viesse na mente e eu ouvi o canto de um pássaro e apenas algumas frestas de luzes iluminavam a floresta. Não demoraria muito para o dia acabar e tínhamos que voltar a tempo de vermos o pôr do sol.
- Na onde estamos? - Ben perguntou e eu ouvi sons de pequenos galhos se partindo no meio, dando sinal que algum animal pequeno estava passando.
- Não faço a mínima ideia. - disse, sentindo uma brisa fria passar pelo meu corpo, fazendo-me arrepiar.
- Kat, não quero te deixar preocupada, mas acho que estamos perdidos. - ele disse, parando olhando em volta. Sustentei seu olhar, sentindo arrepios em minha espinha.
- Não devemos estar tão longe assim, vamos voltar e procurar pela trilha. - eu disse, com uma voz calma que até me assustou.
Demos a volta tentando achar a trilha. Mas cada vez que andávamos, mais parecia que adentrávamos ainda mais pela floresta. Ouvi outro barulho e me assustei, soltando um longo suspiro depois. Ben estava com uma postura confiante, mas eu sabia que estava sentindo um pequeno pânico crescer em si. Assim como eu. O dia havia acabado, dando entrada de uma escuridão sem fim e uma brisa mais fria. A lua estava começando a aparecer no céu e algumas estrelas começava a despontar no céu. Abracei meu corpo, com frio, e Ben me parou.
- Você está bem? - ele disse e eu senti uma pontada de preocupação em sua voz. Eu adorava o jeito que ele cuidava de mim.
- Estou, apenas cansada. - disse, vendo apenas a luz da lua iluminando seus olhos.
- Vai ficar tudo bem, okay? Vamos conseguir voltar. - ele disse, dando um beijo em minha testa, e eu encostei rapidamente em seu peito nú, me acalmando diante dos seus batimentos. Fechei meu olho forte, tentando me livrar de qualquer pensamento ruim, antes de soltá-lo.
- Você trouxe seu celular? - ele perguntou, depois de alguns minutos de silêncio.
- Trouxe, mas está sem bateria. Você trouxe?
- Sim, um minuto. - ele pegou seu celular, ligando a lanterna, e eu desviei o olho por causa da forte iluminação.
Era oficial, estávamos perdidos. Sem trilha, apenas uma longa escuridão e milhares de árvores nos rodeavam. O céu de repente estava com nuvens carregadas e logo iria chover. Ótimo. Ótimo. Só faltava essa.
- Merda. - eu murmurei, parando por um minuto.
-  O que foi? - Ben perguntou.
- Estamos perdidos, não é bem óbvio? - eu disse, um pouco alterada.
- Ei, ei, não vem jogando isso para cima de mim não. Não foi minha culpa. - ele disse, na defensiva.
- Então foi minha? - perguntei, colocando as mãos em minha cintura.
- Não é sobre isso que eu estou falando. - ele suspirou.
- Então é sobre o quê?
- Quer mesmo saber? - eu assenti - Se vamos começar a jogar coisas na cara um do outro, então me diz algo, algo que está pegando. Por que saiu daquele jeito ontem? - ele parou em minha frente.
- Não quero falar sobre isso. - eu murmurei e ele me pegou pelo braço.
- Mas eu quero. Preciso saber. - ele devolveu em um tom mais alto- Porque ISTO está me matando - ele passou a mãos pelos cabelos - e eu apenas fiquei olhando para ele.
- Droga, Benjamin, é tudo culpa sua. - eu explodi. - Você não deveria ter me beijado naquela noite. Não mesmo. Eu odeio me sentir assim. - eu disse alto, sentindo algumas gotas caírem sobre mim.
- Sentir? Como assim? - ele abaixou o tom de voz, e eu juro que vi um brilho em seus olhos.
- Você acabou com tudo. - senti algumas lágrimas rolarem pelo meu rosto.
- EU ACABEI? EU ACABEI? EU QUE ODEIO O QUE VOCÊ FAZ COMIGO. SERÁ QUE NÃO CONSEGUE PERCEBER? NÃO, CLARO QUE NÃO. - olhei assustada para ele, e ele suspirou, tentando manter o controle. - Eu sou estupidamente apaixonado por você desde a primeira vez que te vi naquele parque. A única coisa que eu quero no mundo, é você. - ele disse, e antes que eu pudesse responder, ele correu em minha direção, pegando-me no colo e me beijando. 
- Não resista, Katerina, se entregue a mim. Se entregue. - ele sussurrou em meu ouvido, e eu senti todo o meu corpo reagir a sua voz rouca a baixa. Então eu o beijei como se o mundo fosse acabar, sentindo o mundo desaparecer sob meus pés. Estávamos ensopados, mas nossos corpos estava em chamas. Quando meu peito encostou ao seu peito desnudo, uma sensação de choque passou pelo meu corpo. Depois que o beijo acabou, eu o abracei e sorri, vendo algo em minha frente.
- Ben, olhe. - apontei e ele olhou. Ele sorriu e começamos a andar em direção a nossa luz no final do túneo.
...
A casa estava abandonada. Parecia que as pessoas não se importaram em deixar tudo para trás. Apesar de estar no meio do nada, não estava tão suja. Apenas uma poeira ou outra. Consegui achar umas velas, e coloquei algumas na sala. Havia uma lareira com algumas madeiras, na qual acendemos e um piano de modelo antigo encostado no canto da sala, no qual eu sorri quando vi. Não achamos comida ou algo do tipo, mas pelo menos estávamos salvos da tempestade.
- Esqueci do quanto eu gosto de te ouvir tocar. - Estava sentada em um pequeno banco, em frente do piano, enquanto tocava algumas notas, quando ouvi a voz de Ben. Ele estava parado no batente sorrindo me observando tocar .
- Na onde achou isso? - eu olhei para ele, parando de tocar, vendo-o vestido com uma camiseta qualquer.
- Em um dos quartos. Não achei nada para você. - ele sentou do meu lado e fez biquinho.
- Tudo bem, não estou com mais frio. - eu sorri, vendo as chamas iluminarem seus olhos.
- Continue a tocar, quero ouvir. 
- Faz tanto que não toco. Desde que minha vó morreu. Ela que me ensinou. - eu sorri fraco, lembrando de qualquer momento nostálgico de minha infância.
- Tenho certeza que ela teria muito orgulho da garota que você se tornou. - ele disse, e eu dei um selinho nele, encostando minha testa na sua, sentindo nossas respirações se misturarem. O que antes era apenas um selinho, foi se tornando cada vez mais um beijo ardente. Ele me levantou, pegando-me pela cintura, levando para frente da lareira. Me deitou calmamente no tapete fofo, sustentando seu peso em cima de mim. Levantei sua camisa, jogando-a em qualquer lugar da sala.
- Tem certeza que quer fazer isso? - ele parou, me olhando preocupado e as cores dos seus olhos explodiam, formando milhares de estrelas dentro de mim. Uma galáxia inteira.
- É tudo o que eu mais quero. - ele sorriu, me beijando. Ele abaixou lentamente a alça fina do  meu vestido e eu olhei para o lado, timidamente, mordendo meu lábio inferior.
- Katerina, Katerina, você é tão linda. - ele sussurrou, os lábios entreabertos, passando a mão em minha barriga, parecendo admirado. Como se fosse uma criança que tinha ganhado algo que queria muito, que tinha esperado tanto.
- Apenas me beije. - eu disse, rindo.
E as estrelas despontavam e dançavam no céu, a chuva caia fortemente do lado de fora, e nós apenas estávamos preocupados em nos beijar, e fazer coisas que queríamos. A luz da lua entrava pela janela, nos iluminando, e nós apenas queríamos sentir o toque do nosso beijo, de cada toque dele, das sensações que ele estava me fazendo sentir, tentando explorar algo que para ele era desconhecido. Cada palavra saía como um sussurro com medo de que púdessemos perder qualquer detalhe por mais insignificante que fosse. O sorriso dele depois de cada beijo dado com amor. Ele era um droga para mim e eu ele, uma droga para ele. E estávamos viciados demais para nos preocupar com qualquer outra coisa. Sua boca traçando linhas, caminhos imaginários pelo meu corpo maginário. Parecia que uma música tocava no fundo, mas era apenas nós. Nós éramos a música. Com nosso ritmo, nossa letra. As mãos dele passando pelo meu corpo levemente, rapidamente, docemente..era amor. E era isso. E eu adorava suas mãos. Todas as vezes que ele tocava alguma parte do meu corpo, eu sentia como se saísse fogo das pontas de seus dedos, que deixava rastros em mim. E eu me sentia completamente quente ao seu toque.
...
O dia começava a raiar e a chuva havia parado há muito tempo. Não tínhamos dormido. Havia muita adrenalina em nós. Estávamos deitados de frente um para o outro. Sua mão fazendo carinho em minhas costas e eu sustentando seu olhar. De repente eu me dei conta de algo. De uma promessa que tinha quebrado. Levantei rapidamente, procurando minhas roupas pela sala. Sem dizer nenhuma palavra. Ben sentou no chão, com uma expressão confusa.
- O que está fazendo? - ele perguntou e eu não respondi.
- Katerina, o que você está fazendo? - ele se levantou, me pegando pelo braço, fazendo-me olhar para ele.
- Temos que voltar, devem estar procurando por nós. - eu disse, com uma voz inexpressiva. Ele me olhou, e ficou me olhando enquanto eu me vestia. Era um olhar de dor e me partiu o coração vê-lo assim.
- Pode por favor, me explicar por que ficou assim? 
- Foi um erro. - eu murmurei e ele não entendeu.
- O quê? - ele enrugou a testa.
- Foi um erro, okay, Benjamin. Foi um completo erro tudo isso aqui. Não devíamos ter feito isso. - eu disse, sem olhar para seu rosto. Apertando meus olhos para as lágrimas não caírem.
- Não acredito nisso - ele gargalhou ironicamente -, não acredito que por um segundo, eu pensei que pudesse sentir o mesmo que eu.. Como eu sou idiota. - ele sentou no sofá, cabisbaixo, os olhos sem nenhuma expressão, e eu apenas fiquei em silêncio observando tudo. Inútilmente.
- Ou você sente? - ele me olhou e eu desviei o olhar. - Eu só preciso saber disso e eu sumo da sua vida. - as palavras me faltaram, como se eu mesma tivesse as engolido e eu não consegui evitar as lágrimas.
- Não..- eu sussurrei, olhando para baixo.
- Então diga isso olhando para mim. - ele estava a centímetros de mim. E eu sabia que um passo em falso e tudo já era.
- Não consigo. 
- DIGA, KATERINA, DIGA.- ele me balançou, como se eu tivesse em outro mundo. Com muita dificuldade eu olhei para ele, que já estava chorando também e eu sabia que me odiaria para sempre se dissesse isso. Mas era o único jeito.
- Não sinto o mesmo. - eu disse pausamente, desviando meu olhar logo em seguida. Sua mão soltou meu braço e era a coisa mais solitária. O silêncio dele nos prendeu numa demora fria, e eu senti meu coração pesando e se esvaziando lentamente, preso em meio a todo peso que eu não pude dizer.
...
Ben saiu transtornado da casa sem dizer uma única palavra e eu sentei no sofá, chorando tudo o que eu havia segurado durante tanto tempo. Depois de um tempo presa em um completo silêncio, abri a porta da casa, saindo para fora, vendo Ben sentado perto de uma árvore. Seus olhos estavam vermelhos. Os meus ainda estavam transbordando. Olhei para frente, pronta para seguir em frente e, com o dia já claro, fiz meu caminho de volta até a fazenda, sem olhar nenhuma vez para trás, mas eu sabia que Ben estava atrás de mim, porque ele sempre estaria. Ele sempre seria o motivo pelo qual eu olharia para trás e faria todo o caminho de volta.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...