História Weight of Love - Cigarette Daydreams

NATSU

As meninas continuaram a beber, falar alto, gargalhar e fazer todo drama que as bêbadas tinham capacidade de fazer. Depois de horas, decidi pedi a conta para começar a convencê-las a voltar para o hotel.

‘’A JUVIA NÃO QUER VOLTAR PARA O HOTEL, MEU DEEEEUS.’’ Juvia literalmente se jogou em cima de um garçom, que ficou paralisado com sua reação.

‘’Puta merda. Desculpa, desculpa.’’ Gray pulou da cadeira para pegar a namorada.

‘’Então moças, vamos voltar para o hotel?’’ Perguntei chamando a atenção de todas.

‘’Cala a boca, seu bobinho.’’ A Lucy apareceu e cutucou meu nariz.

Ela me chamou d-de, b-bobinho?!

‘’AH, QUER SABER? NÓS VAMOS, AQUI ESTÁ CHATO MESMO!’’ Erza gritou na minha cara, pegando duas garrafas enormes de bebida da mesa e indo em direção à rua.

‘’E-Erza acho melhor essa garrafas ficarem aqui na mesa.’’ Jellal pediu com todo cuidado.

‘’E EU ACHO MELHOR EU TACA-LAS NA SUA CARA!’’ Ela se virou para ele muito nervosa

‘’Certo…’’ Ele suspirou se rendendo, e eu não pude deixar de rir.

Depois que todos deixamos a mesa, todos foram na frente, ajudando as meninas a andarem, e eu fiquei mais atrás com a Lucy, que recusava minha ajuda para andar.

‘’Lucy, acho que está na hora de largar essa garrafa.’’ Pedi segurando a garrafa de tequila da sua mão.

‘’Naaatsu, você parece ser tãoo quentinho…’’ Ela falou meio embolado, olhando para o chão.

‘’Q-q-que?’’ Perguntei meio tenso.

‘’Nada.’’ Ela riu alto.

Fomos andando até o hotel com mais demora que eu imaginei, porque a Lucy parava toda hora para cantar, ou ri de alguma coisa aleatória no meio da rua. Mas passamos a maior parte do tempo calados, já que eu joguei a garrafa de tequila fora e ela ficou brava comigo.

‘’Chegamos.’’ Falei abrindo a porta do hotel, dando passagem para ela passar primeiro.

‘’Boa noite.’’ O porteiro nos viu e deu um sorriso.

‘’BOA NOITE SENHOR, ESSE AQUI É O MEU CHEFE.’’ Lucy se transformou e correu na direção do porteiro, me puxando junto.

Puta que pariu.

‘’Ah, vejo que a noite de vocês foi boa.’’ O porteiro sorri meio sem jeito.

‘’Lucy, vam-’’ Fui falar baixo.

‘’ELE NÃO É O HOMEM MAIS BONITO QUE VOCÊ JÁ VIU? EU ACHO ELE LINDO, MAS A GENTE NÃO PODE FICAR JUNTO...PORQUE ELE DEU EM CIMA DA GARÇONETE!’’ A Lucy berrou, e eu só consegui olhar a cara do porteiro.

‘’Desculpa senhor, nós já vamos subir.’’ Disse segurando a Lucy pela cintura e a guiando até o elevador.

‘’N-Natsu?’’ Ela resmungou com o cabelo no rosto.

Olhei para ela, já dentro do elevador.

‘’Você acha a modelo mais bonita que eu?’’ Ela perguntou me encarando.

‘’Não, Lucy, não acho.’’ Falei sem esconder a risada.

‘’Acha sim! Seu mentiroso!’’ Ela deu um tapa falhado no meu ombro.

‘’Vem, vou te deixar no seu quarto.’’ Falei ao elevador abrir.

‘’Eu não quero ir para o meu quarto.’’ Ela falou com um sorriso que eu nunca vi antes.

Sério, eu nunca vi aquele sorriso no rosto da Lucy, era um sorriso tão malicioso, tão sexy, e eu não pude deixar de me arrepiar.

‘’Lucy-’’

‘’Vamos para o seu quarto, por favor.’’ Ela pediu segurando a gola da minha camisa, e o cheiro daquela garota estava invadindo a minha cabeça, e eu respirei fundo.

Eu não queria levá-la para meu quarto, eu não queria tê-la ali na minha frente e ter que me segurar para não fazer nada, já que ela estava totalmente fora de si.

‘’Ok…’’ Falei tirando as mãos dela bem devagar da minha gola.

‘’Uhul!’’ Ela deu um pulinho no meio do corredor.

A Lucy bêbada tinha várias faces e isso era estranho. Quando chegamos na porta do meu quarto, ao abrir, ela deu um passo falso e quase caiu de cara no chão, mas a segurei antes.

Meu coração foi na boca.

‘’Lucy, meu deus, calma.’’ Pedi preocupado.

‘’Bobinho, foi só para te assustar.’’ Ela começou a rir e entrou no meu quarto.

E para minha sorte, ou infelicidade, o Gajeel não estava lá.

‘’Vamos dançar.’’ Ela pediu me encarando com o mesmo olhar de antes.

‘’Não acho uma boa ideia.’’ Falei me sentando na beirada da cama.

Ela no meu quarto, naquele estado, estava sendo uma tortura interna para mim. Eu queria tanto que ela estivesse sóbria, eu não iria aguentar mais nem um segundo estar perto dela todos os dias e não poder fazer as coisas que eu gostaria. Mas eu não iria encostar um dedo nela, sem ela está sóbria, por mais que eu quisesse muito.

‘’Podemos fazer outra coisa então.’’ Ela disse bem devagar, caminhando em minha direção, e passando as pernas entre as minhas, quase se sentando em meu colo.

Puta que me pariu.

‘’Lucy, para.’’ Pedi nervoso comigo mesmo.

‘’Porque?’’ Ela perguntou se empinando para me olhar mais perto, e fez aquele mesmo sorriso.

Eu não sabia que quando a Lucy bebia, ela ficava tão safada.

Provavelmente era a única vez que eu iria ver ela desse jeito.

‘’Você não quer me comer, Dragneel?’’ Ela perguntou com uma voz meio rouca, e isso fez meu pau latejar na hora. Se ela soubesse tudo o que eu queria fazer com ela...

‘’Lucy, eu não quero transar com você.’’ Eu menti pra tentar me livrar daquela tortura que ela estava fazendo.

Ela ficou me encarando por um tempo e seu olhar foi mudando, e do nada, começou a aparecer alguns vestígios de lágrimas em seus olhos.

‘’Lucy, não chora, pelo amor de deus.’’ Comecei a ficar desesperado quando a veja esconder o choro, depois de ter oficialmente sentado no meu colo.

‘’Eu não queria fazer isso com ele, de jeito nenhum.’’ Ela começou a falar embolado de novo.

‘’Com quem?’’ Perguntei no seu ouvido, enquanto acariciava seus cabelos.

‘’Com o Natsu.’’ Ela falou bem devagar.

Ela ainda estava muito bêbada.

‘’Como assim?’’ Perguntei ainda acariciando seus cabelos.

‘’Se eu te contar, você jura que não conta para o Natsu?’’ Ela perguntou levantando a cabeça e olhando para mim.

Ela estava falando sério?

Eu me senti mal por enganá-la daquela forma, mas eu iria tirar vantagem dela, minha curiosidade falava mais alto.

‘’Juro.’’ Falei a encarando.

‘’Eu estou apaixonada por ele.’’ Ela falou com a cabeça em meus peitos, escondendo o rosto.

Eu fiquei calado, e ela continuou.

‘’Mas eu não quero me apaixonar de novo, eu não quero sofrer de novo... E-eu sei que às vezes sou grossa com ele, mas é porque eu tenho medo…’’ Ela falou muito lento, demorou para ela soltar essas palavras soltas, e quando eu olhei, ela estava com os olhos fechados, quase dormindo.

‘’Você é realmente quentinho, parece com o Natsu.’’ Foi a última fala dela antes de fechar mesmo os olhos, e não abrir mais.

Eu fiquei paralisado.

Eu literalmente não conseguia me mexer com todas aquelas informações.

Ela deitada, sentada no meu colo com a cabeça no meu ombro.

Ela estava tão serena, tão linda, com um cheiro tão bom.

Aquelas palavras parecem não fazerem sentido na minha cabeça, foram ditas da boca pra fora.

Eu não queria me iludir, já que ela só falou aquilo por estar bêbada, mas inevitavelmente, uma parte de mim fez daquelas palavras, verdade.

Com cuidado, eu me levantei pegando a Lucy no colo e a deitando na minha cama debaixo dos lençóis, e depois a cobri com cuidado para não acordá-la.

Ao invés de me deitar, procurei minha carteira de cigarros e fechei a porta com cautela, para poder fumar um pouco.

Estava com saudades.

Fumei dois cigarros bem rápido e voltei para dentro do quarto, e ela ainda dormia na mesma posição, de um jeito impecável.

Tirei minha roupa, ficando só de cueca, e deitei ao seu lado, minha vontade era de dormir abraçado com ela, mas ela estava dormindo tão profundo, que preferi não mexer com ela para não acordar. Normalmente eu demoro séculos dormir. Mas dessa vez foi diferente, só de sentir aquela presença, eu peguei no sono bem rápido.

LUCY

Acordei tendo uma dor de cabeça muito forte, e não consegui abrir os olhos direito, estava me sentindo tonta e enjoada. Mas eu estava me sentindo tão aquecida, e quando abri o olho, me vi deitada no peito do Natsu, e seu braço estava em volta de mim em uma espécie de abraço.

Meu coração parou ao ver que ele estava só de cueca.

Eu me esforcei ao máximo para lembrar do que havia acontecido, e não vinha nada na minha cabeça .A minha última lembrança foi no restaurante,que vi a garçonete se jogar em cima do Natsu de um jeito idiota. Lembro da raiva que fiquei ao ver a cena, mas só isso. Comecei a me mexer bem devagar, porque não queria acordar o Natsu, já que ele estava dormindo tão profundo.

Me levantei e peguei minha bolsa que estava jogada no chão e procurei a chave do meu quarto, e nada. Peguei meu celular e liguei para a Levy, mas foi inútil, já que ela deveria estar pior que eu.

Decidi ir no banheiro para lavar o rosto, e ao me ver no espelho, percebi que estava com caco.

Abri a torneira molhei bem meu rosto com a água bem gelada para ver se despertava um pouco.

Deixei a água escorrer pelo meu rosto por um bom tempo, até que desliguei a torneira e voltei para o quarto.

Eu poderia voltar para meu quarto e ficar batendo na porta até a Levy acordar, mas não conseguia me mexer de dor de cabeça, então decidi voltar para a cama. Deitei ao lado dele, mas não dormir, e sem perceber, me vi o encarando dormir. Ele estava virado para mim, com os cabelos rosados um pouco jogados no rosto, e sem nenhum lençol por cima de seu corpo, somente sua cueca box preto, que deixava ele mais bonito ainda.

‘’Está me encarando enquanto durmo, Heartfilia?’’ Vi ele falar ainda de olhos fechados, e levei um pequeno susto.

‘’Não.’’ Fechei os olhos bem rápido com medo dele ver.

‘’Acordou bem?’’ Ele pergunta se virando de barriga para cima, abrindo os olhos e olhando para o teto.

‘’Com dor de cabeça, e você? Acordei você?’’ Perguntei me sentindo meio mal.

‘’Não. Eu tenho costume de acordar cedo.’’ Ele falou encarando o teto.

‘’Natsu?’’ O chamei olhando para ele, mesmo sendo que o olhar não era recíproco.

‘’Fala.’’ Ele disse calmo.

‘’O-o que aconteceu ontem?’’ Perguntei meio falhado.

‘’Nada demais.’’ Ele falou com desdem.

Ele estava estranho.

‘’Como assim nada demais?’’ Perguntei com mais curiosidade que o normal.

‘’Hum… Você bebeu um pouco, ficou meio tonta, perdeu a chave do hotel e dormiu aqui, só isso.’’ Ele falou ainda olhando para o teto.

‘’Olha pra mim.’’ Pedi sem saber o porque.

E ele olhou.

‘’Certeza que foi só isso? Não sou tão fraca com bebida.’’ Falei achando estranho.

‘’Ah, é sim.’’ Ele riu me encarando.

E eu só dei uma risada baixa, eu estava com um pouco de vergonha de estar ali com ele.

‘’Eu vou tomar um banho, quer ir primeiro?’’ Ele perguntou ao se sentar, se espreguiçando de costas para mim.

Aquela tatuagem nas costas dele, era impossível não olhar.

As costas dele eram muito definidas, e eu me perdi naquela cena.

‘’Lucy?’’ Ele chamou minha atenção, se virando para mim ainda sentado.

‘’Ah, oi, pode ir.’’ Falei voltando para a terra.

‘’Certeza? Pode tomar banho comigo se quiser também.’’ Ele se levantou com uma risada fina.

‘’Vai logo, idiota.’’ Respondi desviando o olhar, porque eu não iria prestar atenção com ele em pé de cueca na minha frente.

‘’Tudo bem.’’ Ele foi em direção ao banheiro e fechou a porta.

Fiquei enrolando na cama por mais um tempo, porque vi que ainda era muito cedo, mas depois decidi ligar para o numero do meu quarto, de novo.

‘’Alô?’’ Uma voz masculina rabugenta atendeu quase no último toque.

‘’Gajeel?’’ Perguntei confusa.

‘’Fala logo.’’ Falou rápido e grosso.

‘’Cadê a Levy?’’ Perguntei preocupada.

‘’Ela está dormindo.’’ Ele falou normalmente.

‘’Estou indo para aí.’’ Avisei e desliguei sem ouvir a resposta.

Me levantei da cama e percebi que não tinha agradecido o Natsu por ontem ainda.

Eu não era idiota, sabia que eu devia ter feito mais coisas, mas estou me sentindo enjoada para ficar tentando tirar informações dele.

‘’NATSU!’’ O chamei da porta do banheiro, mas ele não ouviu.

Ao invés de ficar o chamando igual uma retardada, peguei um papelzinho na bancada e escrevi meio torto.

*Obrigada por ontem. Na verdade, obrigada por tudo. Até daqui a pouco, Dragneel.*

Deixei o papelzinho em cima da cama e sai do quarto, indo em direção ao meu.

AUTORA

Quando a Lucy se deparou com a luz fora do quarto, ela deu um passo pra trás e apertou bem os olhos, demorando para se acostumar com aquele sol. Depois ela foi para o quarto, que não era muito distante do quarto do rosado.

Chegando, ela deu duas batidas de leve na porta, e o Gajeel abriu.

‘’Entra.’’ Ele fez aquela mesma cara mal humorada de sempre.

‘’Está tudo bem?’’ Lucy entrou indo em direção a Levy, que dormia bem calma.

‘’Sim. Quando chegamos no hotel, ela estava bem alegre, mas depois passou um pouco mal e vomitou um pouco.’’ Ele falou se sentando na beirada da cama, fazendo um carinho em seus pés.

‘’Ela dormiu vomitada?’’ Lucy ficou aflita.

‘’Não né, idiota! Eu dei um banho nela, e a ajeitei para dormir.’’ Ele falou olhando a Lucy de um jeito engraçado.

‘’VOCÊ DEU BANHO NELA?’’ Lucy berrou esquecendo que a amiga dormia ao lado.

‘’Caralho Lucy, que tipo de animal você acha que eu sou? Não tirei sua roupa toda nem nada, calma, doida.’’ Ele falou com raiva.

‘’Desculpa, eu me preocupo com ela ué.’’ Ela falou se defendendo.

‘’Você não é a única.’’ Ele falou com uma voz muito baixa.

‘’Gajeel, se você tratasse os outros como você trata a Levy, o mundo seria um lugar melhor.’’ Ela falou rindo.

‘’Se você desse uma chance para o idiota do Natsu, o mundo seria um lugar melhor.’’ Ele retrucou com um sorriso idiota na cara.

‘’Vai se foder.’’ Ela riu e se sentou ao lado da amiga.

‘’Bom, eu vou indo para o quarto, encontro vocês no café, pode ser?’’ Ele perguntou já em pé, na porta do quarto.

‘’Ok, mas talvez vamos atrasar um pouco, porque não quero acordá-la.’’ Lucy falou pegando um copo d’água.

‘’Tudo bem. Tchau.’’

‘’Ei, Gajeel, obrigada por ter cuidado dela.’’ Lucy sorriu aliviada.

‘’Tanto faz.’’ Gajeel fechou a porta rápido, o que arrancou uma risada da loira.

Após a saída de Gajeel, Lucy tomou dois remédios para dor de cabeça e entrou no banheiro, tirando sua roupa e entrando no chuveiro, deixando a água gelada invadir seu corpo por inteiro.