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História Weight of Love - All of me


Escrita por: Vandlima

Notas do Autor


Desculpa a demoraaaa, mas entro em férias essa sexta, então podem esperar capitulo atrás de capitulo a partir de domingo, pq ainda tenho uma semana livre antes de viajar.
P.s: Esse capitulo ta com um tom um pouco diferente do comum, espero que entendam e gostem.
P.s.s: Titulo dedicado a uma leitora linda <3

Capítulo 44 - All of me


LUCY

Hoje o dia no trabalho foi mais casual, eu e o Natsu não nós falamos muito, já que ele tinha milhões de coisa para fazer, e eu também estava lotada. No fim, me despedi rapidamente dele e vim para a casa, porque ele ficaria na empresa até mais tarde, para resolver coisas de negócios. Cheguei em casa, e fui direto para a banheira, ficando por um bom tempo refletindo sobre tudo, e logo depois, coloquei um pijama e fui para a sala ver um filme. Já estava na metade do filme quando ouvi duas batidas na porta no meio da noite. Provavelmente umas 23:00 horas da noite.

‘’Espera.’’ Pedi com um certo medo por já ser tarde da noite. Caminhei devagar até a porta, e abri devagar.

‘’Oi.’’ O Natsu apareceu de calça de moletom, camisa branca larga, cabelos molhados e um sorriso falho no rosto na minha frente.

‘’Natsu?’’ Fiquei surpresa.

‘’É, eu tentei te ligar umas vezes, mas você não atendeu.’’ Ele coçou os cabelos molhados.

‘’O dia foi cansativo hoje?’’ Sorri dando passagem para ele entrar.

‘’Sim...eu fiquei com saudade.’’ Ele ficou na parado até eu começar a andar para sentar no sofá, daí ele veio atrás de mim.

‘’Natsu, você me viu hoje.’’ Achei graça do comentário dele.

‘’Eu sei mas...eu fui tentar dormir e não consegui, dai te liguei, mas você não atendeu, então eu vim aqui.’’ Ele estava mais tímido que o normal.

‘’Quer terminar esse filme comigo?’’ Perguntei já dando play no filme.

‘’É um musical?’’ Ele franziu a testa.

‘’Não.’’ Ajeitei seus cabelos me inclinando para ficar em seu ombro.

‘’Então tá…’’ Ele concordou parecendo uma criança.

‘’Ei, porque você não conseguiu dormir?’’ Me preocupei um pouco.

‘’Dor de cabeça.’’ Ele foi rápido.

‘’Tomou remédio?'' Perguntei. 

Ele apenas negou com a cabeça, de um jeito manhoso.

‘’Bom, minha cama não é tão boa quanto a sua, mas acho que você vai gostar de dormir aqui.’’ Fiquei fazendo carinho no seu braço.

‘’Me sinto mais em casa aqui.’’ Ele me deu um beijo na testa e se ajeitou para mais perto de mim.

‘’Você quase nunca vem aqui.’’ Dei uma gargalhada bem leve.

‘’Por isso mesmo.’’ Ele riu baixinho.

Ele estava diferente, não conversava muito, estava parecendo mais triste.

Terminamos o filme e quando percebi, ele estava quase dormindo no sofá.

‘’Ei, vamos pra cama.’’ Falei bem baixinho no seu ouvido.

‘’T-tá…’’ Ele coçou os olhos, demorou para raciocinar, e eu o guiei até o quarto.

‘’Deita aqui.’’ Pedi vendo ele meio perdido enquanto eu arrumava os lençóis da cama.

‘’Hmmm.’’ Ele deitou e pegou no sono rápido.

Em seguida, me ajeitei e deitei na cama para dormir junto a ele. E assim, peguei no sono ao sentir a presença dele junto a mim. Eu tinha um sono relativamente pesado, mas não naquela noite.

No meio da noite, comecei a sentir alguns chutes pesados, alguns esperneios, alguns gritos, e acordei assustada. Acordei e vi o Natsu na cama, ainda de olhos fechados, numa luta contra algo inexistente. Ele chutava para todos os lados, se debatia, gemia alto. Me assustei tanto que tive que me recompor para poder acorda-lo.

‘’NATSU?’’ Sentei na cama assustada, o vendo suar muito e se debruçar na cama, lutando contra si mesmo, distribuindo chutes e sussurros sem direção. Ele se debatia na cama e gritava algumas coisas inaudíveis. Por instinto, comecei a chamá-lo desesperadamente para acordá-lo, enquanto o sacudia a fim de tentar fazê-lo acordar. Ele arregalou os olhos e se jogou em cima de mim, segurando meus pulsos com força, me fazendo gemer um pouco de dor pela força que ele usava.

‘’Ca-calma, s-s-sou eu. M-me solta.’’ Engoli seco a dor dos pulsos e gaguejava diante dele em cima de mim.

O Natsu nervoso

O Natsu tenso

O Natsu com medo

O meu Natsu.

‘’Me-meu Deus, d-d-desculpa.’’ Ele me soltou com tanta rapidez, que deu um pulo pra trás, de cabeça baixa, ainda suado e com um aspecto indecifrável.

Não sei qual era o tipo de pesadelo que ele estava tendo, mas aquilo me assustou.

Aquilo assustou a nós dois.

Dava pra sentir por todo o corpo os arrepios vindo dele.

Os arrepios vindo de mim.

Ele estava encostado na parede da cama, de cabeça baixa, e eu um pouco mais afastada, recuperando o fôlego e a força.

‘’Ei, foi um pesadelo não foi? Já passou…’’ Inclinei seu corpo para perto de mim, e sua cabeça se confortou em meus peitos.

‘’E-eu te machuquei?’’ Ele perguntou um pouco tenso.

‘’Não, meu anjo, não machucou não.’’ Menti para não preocupá-lo, e o abraçava forte.

‘’Tá doendo, não tá? Me desculpa, por favor, foi sem querer.’’ Ele enfiou ainda mais a cabeça nos meus peitos, se afundando ainda mais.

‘’Amor, não me machucou.’’ Eu sussurrei no seu ouvido.

‘’Lucy, eu sinto tanto a falta dela…’’ Ele começou a chorar no meu peito, me deixando pálida.

‘’De quem?’’

‘’Da minha mãe.’’ Ele soluçou com o choro forte.

Parecia que a cama tinha se transformado em um rio, e eu não sabia nadar.

Toda minha força havia acabado de acabar.  

Aquilo foi o suficiente para entender que o trauma iria vir à tona a qualquer momento.  

O trauma dele nunca foi tratado.

Foi a primeira vez que ele chorou na minha frente.

Foi a primeira vez que eu o ouvi falar da mãe.

Mas não foi a primeira vez que eu me senti insuficiente para ele.

Aquilo me apertou o peito, e sem perceber, algumas lágrimas começaram a sair, e eu me sentia fraca.

Fraca por não aguentar aquilo.

Fraca por não conseguir ajuda-lo do jeito que eu deveria.

Depois da conversa na festa, nunca mais tocamos em assuntos pessoais da nossa vida.

‘’N-Natsu, ei, ela tá aqui com você….’’ Sussurei baixo com a voz fraca de choro.

‘’Lucy…’’ Ele se esforçava para não chorar.

‘’Pode chorar, eu to aqui com você.’’ Tirei os cabelos do seu rosto e o deixei chorar até cansar. E assim, ele chorou forte, e com a alma. O barulho do choro ficou inaudível, ele foi ficando fraco, e aos poucos parando o choro e dando lugar ao sono, e eu esperei ele finalmente fechar os cabelos, e sentir a respiração pesada. Me deitei devagar, com ele ainda em cima de mim, em uma posição de pose, e assim, o fim da noite se passou, sem nenhum movimento dele, sem nenhum resquício de sono meu.

O Natsu nunca demonstrou nenhuma tristeza diante de nada. Ele não podia estar sofrendo aquilo sozinho por muito tempo, ninguém aguentaria viver com aquela dor. Meu coração doía, e voltei a chorar um choro mudo. De todas as teorias sobre o amor, qual será que se encaixaria na nossa relação? Quando eu era pequena, minha mãe me contou uma teoria, que  a tive como molde de vida até o fim. Nessa teoria, havia um potinho dentro do seu coração, e ele deveria ser enchido com amor, mas não qualquer tipo de amor, e sim o amor próprio. Após estar repleto de amor próprio, quando viesse uma pessoa boa, ela iria fazer seu potinho transbordar de amor. Caso ela fosse embora da sua vida, o seu potinho ainda estaria completo de amor. A dificuldade na maioria das pessoas era se sentir suficiente com o amor próprio, em se amar, se sentir feliz consigo mesmo.

Depois de alguns desencontros na minha vida, isso foi ficando cada vez mais fácil para mim, até que esbarrei nele. Ele destruiu toda essa teoria, ele me fez questionar todos os meus valores, ele me fez amá-lo mais que a mim mesma. Ele não havia me preparado para esse amor. E mesmo que ele tentasse me preparar, eu não ia querer estar preparada. Meu choro surdo, mas intenso, porque eu não conseguia imaginar o que ele sentia. Eu queria ser boa para ele, mas não sei se iria conseguir ser suficiente.

Eu queria que o meu amor fosse o bastante.

AUTORA

A luz bateu forte no rosto do Natsu, e o choque de realidade apareceu, e assim, acordou, um pouco zonzo. Ergueu a cabeça e a viu dormir como um anjo, com o rosto um pouco vermelho. Sentou na cama e ficou a vendo dormir durante um tempo, e enquanto isso, se lembrava da madrugada passada. Ele se esforçou para não lembrar do pesadelo que havia tido, mas quando percebeu que aquele pesadelo foi mero replay do que havia acontecido há anos atrás com ele, desistiu e deixou o sentimento invadir seu corpo.

O que o deixou intacto ontem foi a presença da Lucy.

Ele mesmo nunca iria se permitir desabar perto dela, ele se sentia na obrigação de cuidá-la, de protegê-la, de ser tudo que ele achava que ela merecia. Mas aquilo não era um romance ensaiado, ele não iria ser o herói da princesa insegura, não naquele momento.

A dor que ele sentia o fez chorar na frente dela.

Se desmascarou, mostrou o medo que sempre sentia, e suas inseguranças.

Ele pensou no quanto a Lucy deveria estar cansada, e levantou bem devagar para o banheiro, com o intuito de lavar o rosto com a água bem gelada, para ver se a culpa passava. Quando voltou para o quarto, pegou o celular da namorada, e desligou o despertador que iria tocar, e se agachou para vê-la de perto. Ao ver seus pulsos um pouco avermelhados, sentiu vontade de vomitar, e a culpa e a vergonha deram lugar a qualquer tipo de sentimento que havia dentro dele.

O ato que havia acontecido foi de poucas palavras, mas a intensidade para a alma dos dois foi enorme. Ele não sabia como falaria com ela, porque ele a conhecia bem, e sabia que depois disso, ela iria o questionar sobre o passado, e talvez ele não estava preparado para falar disso ele ainda. O Natsu sempre manteve o equilíbrio emocional perante todas as coisas, e talvez, só talvez, a chegada daquela mulher em sua vida o fez perceber que aquele fingimento não iria durar para sempre. Barreiras de espírito são quebradas constantemente, e o Natsu teria que passar por isso, mas ele não faria isso sem ela.

Ele não faria mais nada sem ela.

Ele não tinha forças para ficar sem ela.

Mesmo assim, ele nem reparou a demora que foi para tê-la ali com ele.

Ele não iria admitir que não fosse para sempre.

 

 


Notas Finais


E ai? Gostaram? Odiaram? Será que exagerei? kkkkk
enfim, me digam ai.
Beijos na boca e até a próxima


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