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História Weight of Love - Talk is cheap


Escrita por: Vandlima

Notas do Autor


Oi amores, quanto tempo hein kkk não vou prolongar muito aqui, só queria falar que por mais que eu demore meses, nunca irei abandonar isso aqui, mas ao mesmo tempo não posso priorizar a historia agora, e como sempre digo, preciso de tempo para criar algo que eu goste. Enfim, esse cap ficou um pouco maior do que eu imaginava, então desculpa kkkk tentarei escrever o proximo o mais rapido possivel.
Boa leitura!

Capítulo 50 - Talk is cheap


AUTORA

O resto da semana na Fairy Tail passou voando. Todos na empresa trabalham muito, já que aquela semana a empresa conseguiu lucrar bastante com projetos feitos pelos chefes. Os casais continuaram o mesmo romance de sempre, com exceção do Natsu e da Lucy, pois ela estava um pouco mais distante que o normal, e o rosado não entendia o porque, então, se propôs para cozinhar no sábado a noite, o que a deixou animada.

‘’Então você vai mesmo mostrar o quão ruim você é na cozinha?’’ A loira brincou com ele na saída da empresa, na sexta a noite.

‘’Vou passar o dia inteiro no mercado só comprando os ingredientes para a melhor comida que você vai experimentar na sua vida.’’ Ele se gabou saindo do elevador, indo para o estacionamento.

‘’Como você pode ser tão confiante?’’ Lucy o olhou satisfeita por tê-lo por perto.

‘’É porque você só sabe fazer macarrão, então tudo que eu fizer já vou estar no privilégio.’’ Ele a puxou pela cintura.

‘’Eu sou bem crítica com comida, viu?’’ Ela cutucou o nariz do rosado, o que o fez ri e a beijar como resposta.

‘’Até amanhã, linda.’’ Ele deu mais um beijo em sua testa.

‘’Até.’’ Lucy sorriu e os dois se separaram para irem para suas casas.

Natsu foi o caminho todo ouvindo música, fumando cigarro e conversando com a Brandish no telefone sobre as novidades da vida dela, e Lucy, por pegar um trânsito enorme, resolveu abrir sua pasta e pegar o projeto sobre a TEC POINT enquanto podia. Ela leu tudo com clareza e rapidez, e só parou nas horas em que era obrigada a dirigir. O projeto se baseava em apresentar propostas para a melhoria do desenvolvimento e produção de hardware, o que por coincidência, era a parte em que a Lucy e o Sting tinham mais habilidades. Os candidatos tinham quatro meses para preparar o trabalho, e como iria requerer muito desempenho, Lucy sabia que seria impossível sozinha. Além disso, o número máximo no grupo era cinco pessoas, e ficou curiosa de Sting ter chamado somente ela.

O limite das inscrições se davam na semana seguinte, ou seja, ela tinha pouco tempo para finalmente escolher entre tentar, ou desistir de um sonho nunca comentado. Ao chegar em casa, ela abriu seu computador e pesquisou mais a fundo sobre a empresa, e ficou admirada como nunca esteve em busca de trabalho. Ela estaria realizada profissionalmente naquele lugar, disso ela tinha certeza.

No banho, deixou todos os seus pensamentos concretos. A proposta foi tão rápida, que não teve tempo de pensar em nada, só no Sting e nas consequências de querer largar tudo, ou quase tudo. Ela não sabia se estaria disposta a simplesmente largar a Fairy Tail, lugar onde havia se tornado uma segunda casa. Ela não sabia se estaria disposta a se apoiar em Sting para realizar suas vontades. Ela não sabia se estaria disposta a contar ao Natsu todas as suas vontades. Ela não sabia de nada.

O destino a chamou de novo, e seu telefone começou a tocar, bem no final do banho, que a fez desligar o chuveiro rapidamente para atender o número desconhecido.

‘’Oi.’’ Lucy falou com uma voz meio desesperada por estar colocando a toalha ao mesmo tempo.

‘’Lucy?’’ Aquela voz conhecida e grossa apareceu.

‘’Sting?’’ Ela se enrolou na toalha e se sentou no cama toda molhada, apreensiva.

‘’Liguei na hora errada?’’ Ele questionou.

‘’Não, acabei de sair do banho. Como conseguiu meu número?’’ Ela perguntou em um tom frio.

‘’Lucy, você foi minha chefe, seria errado eu não ter seu número.’’ Ele riu uma risada que a fez se segurar para não ri junto.

‘’É, justo.’’ Ela apenas concordou.

‘’Desculpa te ligar assim, mas queria te falar que temos até semana que vem para nos inscrevermos para a TEC POINT. E bem... caso você não queira, seria o tempo de eu tentar arranjar outra dupla, mesmo sabendo que as chances de ganhar cairiam.’’ Sting falava calmamente.

‘’Sim, eu vi o tempo, ainda estou pensando a respeito...não sei conseguiria larga mão de tudo que plantei até agora…’’ A loira precisava daquele pequeno desabafo.

‘’Posso te confesar algo?’’ Ele a questionou.

‘’Sim.’’

‘’Antes do meu pai morrer, ele sempre foi insatisfeito com minha profissão, já que eu trabalhava apenas consertando computadores em lugares baixos. Eu vivia vendo propaganda sobre essa empresa, e jurei para mim mesmo que chegaria naquele patamar, para mostrar pro meu pai que eu não era qualquer um. Não estou te falando isso para você sentir pena, mas para mim, temos que colocar nossa própria felicidade em primeiro lugar, talvez possa parecer egoísmo, mas não é. Isso é algo que cativo para mim, então, sem nem pensar duas vezes, eu iria para os Estados Unidos em busca do meu sonho. Seria grato de todo coração pela Sabertooth e por vocês, Fairy Tail, mas iria em busca da minha felicidade sim. ’’ Sting se mantinha calmo e sincero.

‘’Posso te perguntar uma coisa?’’ Lucy não iria conseguir se segurar.

‘’Claro.’’ Ele foi atencioso.

‘’Você está agindo como se nada tivesse acontecido. Como se você nunca tivesse tratado ninguém como lixo, inclusive eu. Como se você nunca tivesse sido ingrato perante a empresa. Como você pode falar que seria grato a Fairy Tail ou a qualquer pessoa, sendo que agiu como um animal? Você quer o que? Que eu esqueça tudo e acredite que você virou uma boa pessoa?’’ Lucy já havia colocado a cabeça no travesseiro como desabafar.

‘’Lucy, eu nem tenho como me defender pelas coisas que eu fiz, e não estou aqui tentar me mostrar um cara decente… se bem que devo isso a você, mas eu aprendi muito com a Sabertooth, e pode parecer que não, mas eles me acolheram do jeito certo. Eu não sei se foi a frustração de não ter virado o chefe, ou alguém que eu mal tinha contato querer me dar ordens, mas eu realmente agi igual um ogro, e peço desculpas. Eu estou deixando meu orgulho de lado e te pedindo ajuda, porque eu preciso de você, e sei que você precisa de mim. Ao mesmo tempo que eu sinto que devo falar algo para fazer você me perdoar, eu te acho madura o suficiente para saber que posso fazer isso de outras formas. Eu estou pedindo apenas uma chance, uma chance que pode mudar nossas vidas para sempre, chefe.’’ Sting falou calmamente cada palavra, e cabia a Lucy acreditar ou não.

‘’S-sting, eu preciso pensar sobre tudo. Tenho noção do tempo de inscrição, então eu só queria um pouco de paciência. E quanto a você, eu te perdoo por tudo aquilo, mas isso não significa que confio em você para alguma coisa. Além disso, o fato de participar ou não do projeto depende muito mais de mim do que de você e da nossa situação.’’ Ela tentou ser educada.

‘’Desculpa estar te pressionando desse jeito. Eu te entendo, você criou vínculos aqui, é claro que é uma decisão difícil. V-você quer tomar um café comigo no...no sabádo a noite, para conversarmos melhor?’’ Sting estava nervoso falando com ela.

‘’Hum, ainda não sou sua amiga para aceitar tomar café. Além disso, sabádo tenho compromisso’’ Ela foi suspeita.

‘’Vou te mostrar que não sou tão babaca assim, e até lá, o convite está alterado para domingo, Heartfilia.’’ Ele a chamou pelo sobrenome com a mesma pronúncia que o Natsu fazia, e isso não passou despercebido por ela, o que a fez arrepiar.

‘’Tchau, Sting.’’ Desligou o telefone antes da resposta.

Pensou em ligar para o Natsu inúmeras vezes, mas decidiu se ajeitar e esfriar a cabeça ao dormir. E dormiu pesado.

Natsu, naquele momento, estava assistindo um filme de comédia com o Happy e chorando de rir a cada cena que se passava naquela televisão. Ele não estava preparado para o que viria em sua vida. Ele não tinha noção do furacão que a Lucy, junto com o amor, iria trazer na vida dele, mas quando descobrisse, precisaria estar preparado para enfrentá-lo. Já a Lucy, teria que encarar de frente atitudes do Natsu que iriam fazer revirar todo seu passado familiar, e a permissão para ele se envolver na vida pessoal dela nunca foi consentida, mesmo ele nunca tendo pedido por isso.

A manhã de sábado chegou, e Natsu resolveu levantar cedo para decidir o que iria cozinhar para a namorada, e depois ir no mercado comprar tudo que precisava. Ela ainda dormia feito um bebê.

NATSU

Sai do mercado com todos os ingredientes prontos e fui guarda-los no carro. Demorei cerca de dez minutos e logo entrei no carro, acendi um cigarro e peguei meu telefone.

‘’Alô?’’ Ele atendeu o telefone.

‘’Caique?’’ Perguntei em busca de meu investidor.

‘’Senhor Dragneel! Quanto tempo! Como está a vida?’’ Ele me reconheceu animado.

‘’Está bem. Eu preciso de um favorzinho seu.’’ Pedi enquanto dirigia.

‘’Diga, chefe.’’

‘’Preciso que faça uma transferência bancaria da minha conta.’’

‘’Só falar a conta e o valor.’’

‘’Trinta mil na conta de Jude Heartfilia.’’ Falei calmo.

‘’T-tri-trin-trinta mil?’’ Senti que houve um cuspe de água na hora do guaguejo.

‘’Sim.’’ Continuei calmo.

‘’Senhor, perdão, mas como seu investidor só tenho direito de transferir no máximo até cinco mil, caso esse valor ultrapasse, será necessário sua presença para essa transferência.’’ Caique me explicou atento.

‘’Bom, hoje meu dia vai ser um pouco lotado, e não quero demorar tanto, tem como fazer pela internet?’’ Perguntei esperançoso.

‘’Tem sim. Podemos fazer isso hoje a tarde, sem problemas.’’ Ele concordou.

‘’Ótimo! Obrigado, Caique.’’ Agradeci e desliguei.

Voltei para a casa e guardei as compras, e logo em seguida recebi um e-mail do Makarov cheio de negócios para serem realizados, por isso, liguei meu computador e perdi a noção do tempo no trabalho.

LUCY

Acordei com mais olheiras que o normal, e com mais sono que o normal, por isso fui logo lavar o rosto para acordar. Fiz um coque nos cabelos, e fui tomar café. Por sorte, havia um bolo de cenoura e leite, e fiz daquilo meu café da manhã, comi mexendo no celular e inevitavelmente, pensando no Sting e pesquisando cada vez mais sobre a TEC POINT. No site, achei uma aba sobre trabalho a distância, e li que após seis meses, o empregador poderia iniciar um trabalho a distância com os mesmos benefícios e salários. Pensei em ligar para a Levy para falar a respeito, mas o medo falou mais alto e continuei apenas com o pensamento.

Por mais que eu me pagasse de durona, havia uma esperança sobre a bondade de Sting, o que tornaria tudo mais difícil para mim. Enfim, depois do meu café tomado, continuei mexendo no celular por mais um tempo, nas redes sociais, até que criei coragem para limpar a casa antes de me arrumar para almoçar com a Aquarius.

Limpei toda a cabeça, do começo ao fim, até que vi que já estava na hora do almoço e corri para tomar banho e me arrumar. Depois do banho fiz minha higiene e me maquiei bem básica, coloquei um conjunto de calça folgada listrada de cós alto com um cropped também listrado e liguei para Aquarius avisando que estaria saindo em poucos minutos. No caminho, troquei algumas mensagens com o Natsu falando sobre hoje.

Cheguei no restaurante de frutos do mar, porque ela adora, e esperei ela chegar, o que não demorou muito.

‘’Até que enfim, tô esperando faz horas…’’ Brinquei com ela enquanto ela se ajeitava na cadeira.

‘’Lucy, menos né.’’ Ela fez uma cara emburrada o que me fez ri alto.

Olhamos os cardápios e decidimos o que iríamos comer, e ficamos conversando até a comida chegar. Aquarius me contou sobre seu relacionamento, e sobre estar pensando em estudar para virar personal trainer, o que não me surpreendeu. Por mais não seja nada a ver com a área em que ela está agora, ela sempre se encantou pelo físico do corpo humano, e além de ser super gostosa, iria dar uma ótima professora.

‘’Preciso admitir que vou sofrer um pouco caso você me abandone, mas dai vou poder ter uma personal trainer de graça!’’ Sorri.

‘’Nunca vou te abandonar, você não aguentaria um dia sem mim, você é um bebê.’’ Ela sorriu.

‘’Você está realmente planejando abandonar a Fairy Tail ou por enquanto é apenas um pensamento?’’ Questionei.

‘’Preciso juntar um pouco mais de dinheiro para pagar minha faculdade de educação física, mas talvez eu saia ano que vem.’’ Aquarius tomou um gole de seu suco de laranja.

‘’Você abandonaria fácil assim?’’ Perguntei.

‘’Lucy, eu apenas vou mudar de emprego, não vou pra outro país, calma.’’ Ela riu tranquila, o que me deixou tensa.

‘’É...verdade…’’ Me perdi nos meus pensamentos.

Eu já havia contato para Aquarius sobre meu plano de trabalhar na TEC POINT uma vez, mas faz tantos anos que garanto que ela não lembre.

‘’E você? Satisfeita com seu emprego?’’ Ela me despertou aumentando a voz.

‘’Sim, claro!’’ Sorri.

‘’É tudo que você sonhou?’’ Ela cerrou os olhos.

Aquarius era uma das poucas que sabia me provocar. Aquela pergunta me deu um frio na barriga. Ela não perguntaria aquilo atoa. Será que ela sabia de algo?

‘’Sim.’’ Sorri novamente.

‘’Está ótimo.’’ Aquarius apenas sorriu de volta.

E para quebrar o clima, nossos pratos chegaram e nos distraímos com o quanto estava gostoso.

‘’AAAAH, EU AMO ISSO!’’ Ela quase cuspia a lagosta da boca com a cara de tesão que fazia ao comer.

‘’Agradeço todos os dias por você me ter feito apreciar frutos do mar.’’ Sorri ao ver ela devorar a comida, o que eu fazia junto.

‘’Ei, Lucy, você ainda não teve o prazer de conhecer o Scorpio né?’’

‘’Não amiga, ainda não, e olha que sou chefe dele.’’

‘’Ele trabalha no andar de baixo, quase não sobe pro andar principal, enfim, preciso te apresenta-lo, porque acho que estávamos ficando cada vez mais sério, mas eu não sei…’’ Ela se atrapalhou na conversa.

‘’Não sabe o que?’’ Parei de comer para prestar atenção na sua conversa.

‘’Eu não sei se realmente amo ele. As vezes sinto que estou apaixonada, e no mesmo minuto não quero nem olhar pra cara dele, mas estamos nos dando tão bem, e ele é tão paciente comigo, ai amiga, estou confusa…’’ Ela jogou a cabeça pra trás, respirou fundo, e voltou a se concentrar em mim.

‘’Você parece uma adolescente apaixonada. Aquarius, você não precisa saber o que está sentindo agora, apenas aproveita o momento. Você disse que vocês estão numa fase boa, então aproveita essa fase, e aos poucos, eu te garanto, você vai descobrir o que sente.’’ Dei uma garfada depois da fala.

‘’Em qual momento você descobriu que amava o Natsu?’’

Aquela era uma pergunta pesada.

Eu era obrigada a saber exatamente quando me apaixonei, ou apenas pelo o que eu me apaixonei?

‘’Ah, não teve momento exato, eu apenas percebi que me preocupava com ele quase na mesma intensidade que me preocupava comigo mesmo, ou enquanto conversamos, agradecia por ele esta na minha vida e me fazer perder noção do tempo com várias conversas e risadas.Mas isso foi porque eu priorizo o diálogo e a comunicação em um relacionamento, você precisa saber o que prioriza, e assim vai descobrir.’’ Me abri com ela.

‘’Meu Deus, Lucy! Olha isso! Eu nunca falaria nada assim sobre o Scorpio. Eu acho que a gente prioriza o sexo.’’ Ela riu.

‘’Já é alguma coisa. Sexo é importante também.’’ Brinquei.

‘’Como o Natsu é no sexo? Porque comigo, eu domino demais, e ele adora.’’ Aquarius falou com uma voz engraçada.

‘’Aquarius!’’ Gargalhei alto com aquilo.

‘’É sério! Mas o Natsu parece aparenta ser quietinho mas deve faltar é te arrebentar na cama.’’ Ela falava de um jeito que eu ficava estática ao invés de responder.

‘’NÃO DÁ PRA CONVERSAR NORMAL COM VOCÊ!’’ Berrei e segurei o riso.

‘’Calma, to brincando!!!’’ Ela não segurou os risos altos.

‘’E não, ele não me arrebenta na cama né sua idiota.’’ Recuperei o fôlego da risada.

‘’Mas ele é dominador, não é?’’ Aquarius abriu os lábios.

‘’Sim.’’

‘’E você gosta, não gosta?’’ Ela abriu um sorriso de canto de lábio.

‘’Amo.’’ Confessei.

‘’É, te conheço bem.’’ Se gabou e voltou a comer.

Conversamos sobre mais coisas, algumas fofocas sobre pessoas da empresa, a vida pessoal dela, a minha, reflexões sobre a vida, até que percebi que em uma mesa um pouco mais distante, alguém me encarava, mas não conseguia de jeito nenhum reconhecer o rosto, já que ele usava um boné de basquete ou algo do tipo. Na hora que encarei de volta, ele rapidamente virou e voltou a atenção no acompanhente de mesa. Percebi que era um homem e que devia ser mais velho que eu.

Ao acabarmos de comer, pedimos a conta e nos despedirmos na saída do restaurante, porque ela conseguiu estacionar no estacionamento do restaurante, já eu, tive que estacionar na outra rua. Fui andando até a outra rua até que sinto alguém me puxar pelo braço, o que me fez gelar e virar na hora.

‘’CALMA!’’ O homem gritou e me saltou, já que havia feito menção de estapear-lo.

‘’Quem é voc-...Zeref?’’

Era ele.

Ele estava de bermuda, camiseta preta, boné preto, tênis preto, igual ao que o Natsu costuma usar. Fiquei o encarando por um bom tempo, até me recuperar do susto do momento.

‘’Oi.’’ Ele sorriu.

‘’Oi.’’ Não sorri.

‘’Que bom que você lembra de mim.’’

‘’Acho que não dá pra esquecer.’’

Eu já o achava parecido com o Natsu da primeira vez que o vi, mas olhando no sol, mais de perto, mais calma, ele era tão bonito quanto o Natsu, e não parecia ser tão mais velho assim. Eu até diria que ele tinha a minha idade caso não soubesse.

‘’Lucy, desculpa te confrontar assim, mas eu queria conversar com você.’’ Ele tirou as mãos do bolso e ajeitou o boné.

‘’Porque você tá com um boné de adolescente?’’ Não filtrei minha pergunta, e ele gargalhou baixo.

‘’É bem de adolescente né? Mas é porque não sou muito acostumado a ficar no sol, e isso era a única coisa que eu tinha.’’ Ele não parou de ri.

‘’Ah bom…’’ Apenas acenei e ele não parava de rir, o que já estava me irritando.

‘’É incrível como o Natsu teve sorte de encontrar alguém tão sincera igual você.’’ Zeref me olhava de um jeito estranho.

‘’É...tá…’’ Estava ficando um pouco desconfortável.

‘’Desculpa, desculpa. É que você me lembra de uma pessoa...na verdade...toda a Fairy Tail me lembra dessa pessoa, e como você faz parte dela….’’ Ele falava de um jeito tão manso que era quase assustador.

‘’Zeref, eu mal te conheço, o que você quer?’’ Cruzei os braços.

‘’Podemos entrar no seu carro para conversar? Ou se você quiser ir em uma cafeteria aqui perto.’’ Zeref falava casual.

‘’Eu quero saber do que se trata.’’ Era obvio.

‘’Do meu irmão.’’ Mesmo assim, ele respondeu.

‘’Olha, eu não quero me meter nisso. O Natsu já tem problemas demais com você, e eu não quero esconder nada dele, não quero saber nada além do que ele tenha pra me contar, quero respeitar isso, então não, não podemos conversar.’’ Falei, coloquei meu óculos de sol e tirei as chaves do carro para abri-lo, mas ele voltou a segurar meu braço, o que me fez fuzila-lo na espera dele soltar.

‘’D-desculpa.’’ Ele largou na hora.

‘’Zeref…’’

‘’Dez minutos no seu carro, por favor, é o máximo. Lucy, por favor.’’ Ele fez questão de olhar nos meus olhos.

Respirei fundo, pensamento a mil, e voltei a dar atenção.

‘’Dez minutos.’’ O olhei e entrei no carro, e foi o tempo dele dar a volta e entrar no banco do passageiro.

‘’Você é muito fiel ao Natsu…’’ Ele olhou pra baixo.

‘’Acho que isso é a base de uma relação, não?’’ Ironizei.

‘’Sim, claro. Lucy, eu não estaria vindo falar com você caso não estivesse desesperado. Eu preciso de ajuda.’’

‘’Com o que?’’

‘’E-eu quero o perdão do meu irmão. Eu quero ele de volta pra mim. Eu quero que ele me escute. Eu não sei mais o que eu preciso fazer. Eu tento me aproximar dele de todas as formas possíveis desde da festa. Eu gero milhões para investir na Fairy Tail, apenas para ter uma reunião com ele, e ele nega, ele nega minha empresa de todas as formas, ele me bloqueou de tudo, caso ele souber que estou em Magnólia, é capaz dele mudar de cidade e te levar junto.’’ Ele riu ao falar a última parte, mas foi uma mistura de dor e desespero.

‘’Zeref, eu não tenho como me interferir em nenhum decisão dele, ainda mais por ser sobre a infância de vocês. O Dragneel me contou a história, e eu fiquei horas processando todo o acontecimento, e em como duas crianças iriam nutrir toda a raiva, toda a angústia, todo o ódio daquele dia. Na cabeçinha do Natsu criança, ele não tinha quem culpar, Zeref, culpar os dois homens era pouco pra ele, não bastava, ele precisava te culpar, e isso não foi tratado, então não queira que ele acorde te chamando de irmão, te chamando pra sair, porque ele tem trauma até hoje, e ele parece querer se afastar de tudo que o faça lembrar daquele dia, incluindo você.’’

‘’Você acha que ele foi o que mais sofreu? Você acha que foi fácil ver seu irmão te culpar por anos e anos pela morte do pai e do estupro da mãe? Você engolir seco e quase acreditar que realmente a culpa foi sua? Eu fiz de tudo, eu tentei, e sim, eu falhei, mas isso não bastou. Eu tive que ser rejeitado por mais de quatro família na adoção, eu tive que me separar do meu irmão, eu tive que tentar me matar várias vezes, por ser um fracasso, por causar medo, por ter que me afastar. A raiva que senti por ele, por ele sentir essa raiva de mim, evoluiu da mesma forma, mas eu cresci, eu encontrei alguém que me fez ver a luz, que me fez sentir remorso, perdão, dor, amor, paixão, sofrimento, tudo! E eu não mereço essa raiva durante a vida toda Lucy, eu não mereço essa porra. Você acha que o Natsu está feliz? Ele está fodido, tanto quanto eu, e não aguento mais isso…’’

Sem percebi, senti uma lágrima rolando pela minha bochecha, mas me mantive firme. Ouvi tudo quieta, de cabeça baixa, sem moral ou razão para questionar nada.

‘’O que você quer que eu faça?’’ Levantei a cabeça.

‘’Eu vejo algo diferente em você. Eu confio em você, porque eu confio no amor que você tem pelo meu irmão. Eu quero algum resquício de esperança de que vou ter ele de volta.’’ Zeref segurou na minha mão de leve.

Era quente, igual do irmão.

‘’O que te faz acreditar tanto no meu amor por ele?’’ Perguntei falhado;

‘’Seu olhar ao ouvir o nome dele. Era o mesmo que eu olhava para minha esposa.’’ Ele sorriu.

‘’E-eu-eu convenci ele a iniciar a terapia, a primeira sessão vai ser na segunda, acho que já será alguma ajuda. Mas Zeref, você precisa ter paciência, ele precisa quebrar essas barreiras aos poucos, mas sim, eu te ajudo, por ele.’’

‘’Obrigado.’’ Ele virou o rosto pra janela para que eu não o visse chorar.

‘’De nada.’’ Fui firme.

‘’Bom, deixei um negociante almoçar sozinho, então agora preciso voltar pro hotel a pé, até logo, Lucy.’’ Ele abriu a porta do carro.

‘’Aonde é o hotel?’’ Suspirei.

‘’Avenida lobos.’’ Ele falou com certa vergonha.

‘’Entra logo.’’ Liguei o carro.

‘’N-não precisa.’’

‘’Entra logo, porra.’’ Pedi sem educação.

‘’O-ok.’’ Zeref soltou uma risada.

Dei partida e fomos por um longo tempo calados, ele apenas me guiava por onde eu precisa ir, mas de resto, foi um silêncio completo, até meu telefone tocar.

‘’Você pode pegar na minha bolsa e ver quem é, por favor?’’ Pedi.

‘’Sim.’’ Ele se inclinou e pegou minha bolsa no banco de trás, e tirou o celular de dentro e me mostrou a tela, que mostrava *Natsu* no contato.

‘’Merda.’’ Resmunguei e peguei da mão dele e atendi, fazendo menção para ele ficar em silêncio.

‘’Oi.’’ Falei sem prestar muita atenção.

‘’Oi, amor.’’ Ouvi aquela voz iluminosa e feliz.

‘’Tá tudo bem?’’ Queria ir direto ao assunto.

‘’Sim, lembra daquela foto que tiramos no festival japonês da viagem? Acabei de recebê-la por correio, e fiquei com saudade daquele dia.’’

‘’Tenho saudade constante daquela viagem.’’ Sorri.

‘’Eu também. Se bem que na maior parte você foi um porre, mas tirando isso, foi legal.’’ Ele usou aquele jeito de moleque pra me fazer rir, como sempre.

‘’Cala boca, idiota. Sem mim aquela viagem teria sido desastrosa.’’ Me gabei.

‘’DIREITA, DIREITA!’’ Zeref gritou e virou o volante com rapidez para não errar o caminho.

Olhei pra ele indignada, e mandei ele calar a boca, e ele pediu desculpa.

‘’Quem é?’’ Natsu perguntou pelo telefone.

‘’É-é o câncer, meu cabeleireiro, vim almoçar com a Aquarius e depois fui cortar o cabelo, e estou dando uma carona para deixa-lo em casa.’’ Enrolei algo na hora.

‘’Você cortou muito?’’ Ele fez a pergunta mais idiota do mundo.

‘’Não, só as pontas, amor.’’ Respondi meio triste por mentir.

‘’Ah…’’ Ele apenas suspirou pelo telefone.

‘’Natsu, eu preciso desligar agora, quando chegar em casa te ligo, ok?’’ Falei ao ver que o Zeref tentava me explicar com as mãos por onde ir, e eu não estava entendendo nada.

‘’Ok, tchau, te amo.’’ Ele se despediu.

‘’Te amo.’’ Eu me despedi.

‘’Hum...era pra você ter feito o balão.’’ Ele coçou o cabelo.

‘’Ah, porque você não gritou de novo pro Natsu perguntar quem era, de novo?’’ Sorri com raiva.

‘’Deveria ter feito isso mesmo, falhei.’’ Zeref continuou a brincadeira, o que acabou me arrancando certa risada.

Logo depois, ele me mostrou até como chegar no hotel, e se despediu sem muitas palavras, apenas agradecendo, e deixando seu número de celular salvo no meu. Voltei para a casa de um jeito tão avoado, que não para de pensar sobre o Natsu, sobre o Zeref, sobre o Sting. É muita informação para apenas um dia e meio.

 


Notas Finais


Chet Faker- talk is cheap
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