História Welcome to Ghost Hotel - Part. II

Chizuru POV. 

Acordei no meio da madrugada com dor de cabeça, olhei pro lado e Atsuki estava dormindo, levantei e fui ao banheiro estava com muita vontade de fazer xixi, passei uma água no rosto depois de lavar as mãos e sai do quarto indo dar uma volta pelo hotel. 

Não vou mentir. 

Era um cenário macabro. 

Andando pelos corredores com poucas luzes, quase infartei assim que vi uma figura de cabelo rosados de camisola branca agachado com o rosto sobre os joelhos e um coelho de pelúcia nas mãos. Fui chegando mais perto, até ouvir que ele chorava baixinho e soluçava. 

- O-oi...- Falei tirando atenção dele, e ele olhou pra mim com os olhos marejados. 

Feição de um anjo. 

As bochechas levemente rosas, a boca carnuda, o olhar inocente, e os cabelos caídos sobre os ombros. 

Perfeito. 

- Oi. - Sussurrou me olhando curioso. 

- Onde estão seus pais? Por que chora?

- Meus pais estão dormindo, eu me perdi porque meu irmão saiu do quarto e começou a correr pelo corredor, eu queria também. 

- Quer que eu te ajude a achar seu irmão?

- Quero sim. 

- Venha, eu vou te ajudar. - Falei ajudando o a levantar, e peguei nas pequenas mãos. - Por curiosidade, você é menino ou menina? 

- Eu sou menino. Me chamo Minpha. 

- Prazer, eu me chamo Chizuru. 

- Prazer, Chizuru-san. 

Andamos até certo ponto do hotel conversando banalidades, até que o menor parou e ficou me encarando. 

- Aconteceu algo? - Perguntei. 

- Não...etto, aquele dali é o quarto dos meus pais, eles não podem saber que eu estou andando com estranhos se não eles vão me bater. 

- Está tudo bem, eu converso com eles. 

- É...melhor não, já esta tarde, se eu fosse você eu voltaria pro quarto. 

- Se você quer, então está bom. - Falei selando a testa do menor. - Boa noite mocinho, fica bem. 

- Boa noite. 

Voltei pro meu quarto ainda pensando na figurinha que acabei de ver, como pode um menino ser tão perfeito como uma boneca de porcelana daquele jeito? 

Me deitei e fiquei olhando pro teto até o sono vir e me pegar. 

Acordei na manhã seguinte, ainda com Atsuki dormindo fui fazer minha higiene matinal e logo desci pra tomar café da manhã. A mesa do refeitório estava farta, e lá estava Taku se servindo. 

- Ohayo Taku-san. 

- Ohayo. 

- Cadê os outros hospedes? 

- Já vieram tomar café. 

- Entendi. 

- Cadê seu amigo? 

- Ainda continua no quarto, dormindo. 

- Hm...ele é bem ríspido. 

- Que nada, ele está com medo desse hotel, mas não vejo nada demais aqui. 

- Todos ficam com medo quando vem pra cá. 

- Ne...Taku-san, posso lhe fazer uma pergunta?

- Sim?

- Por que você não sorri.

- Não tenho motivos. 

- Mas você é gerente de um hotel que fica num lugar lindo, seu chefe deve ter orgulho de você. 

- O meu chefe, sou eu. 

- Uh?! Você é o dono daqui? 

- Sim, toco esse hotel com meus irmãos. 

- E cade eles?

- Devem estar brincando por ai. 

- Entendi. 

Logo Atsuki desceu e se juntou a nós, Taku que conversava comigo, ficou mudo de repente e olhou assustado para a porta do refeitório, eu tentei entende o 'por que', mas não via nada ali, assim como Taku, Atsuki olhava sorrindo para a porta. 

Eu ainda não via nada. 

Eles deviam estar brincando comigo, hunf! 

- Nee, Taku-san...ontem de madrugada eu encontrei um garotinho no corredor, o nome dele é Minpha, você sabe se ele realmente tem pais? - Perguntei tirando atenção do moreno que me olhou apreensivo. 

- Oh, sim. - Respondeu. - Vou voltar para o balcão, qualquer coisa só chamar. 

- Hai. 

- Ele é estranho. - Comentou Atsuki, assim que o moreno saiu. 

- Eu achei ele legal! Nee Tsuki, você estava rindo pra porta por que?

- Yutori, aquele garoto que te falei estava lá, fazendo caretas para Taku. 

- Mas na porta não tinha ninguém! 

- Oraaa Chizuru! Você deve ser cego. 

- Acho que sim. - Falei revirando os olhos e o loiro sorriu. 

- Que história é essa de Minpha?

- Ah, ontem eu acordei de madrugada e sai pelo corredor e achei uma criança linda, ele chorava porque o irmão dele tinha saído e não levou ele, ai eu decidi procurar junto com ele, mas não achamos, então levei ele até o quarto dele e voltei. 

- Entendi, tipo eu e Yutori o ruivinho maluco. 

- Legal! Vamos fazer o que hoje? 

- Vamos pra lage daqui jogar algum jogo? 

- Sim pode ser, depois vamos fotografar as paisagens. 

- Chizuru, as 'paisagens' são tudo mato! 

- Por isso mesmo, mas é claro que também vai ter fotos minhas. 

- Se não tivesse, não seria você. 

- HAHAHA. 

Pedimos permissão a Taku, se poderíamos ir até a lage para fotografar e jogar, assim que ele nos deu permissão, subimos pro quarto, pegamos nossas máquinas fotográficas e jogos e subimos. 

No penúltimo andar do hotel, tinha um 'museu' de artes clássicas como quadros do século XVI, XVII, XVIII.

Incrível. 

- Parece aqueles cenários de filme de terror, aonde os quadros nos observa. - Comentou Atsuki. 

- Tenho que concordar. - Falei rindo.

Começamos a fotografar tudo, o mini museu parecia ser maior do que nós dois imaginávamos, depois de ter fotografado tudo, subimos para a lage enorme, nos sentamos nas mesinhas que tinha ali e começamos a jogar poker, fumando e conversando amenidades. 

Não comentei com Atsuki, para não desespera-lo, mas tinha algo errado naquilo tudo ou devia ser apenas impressão minha, mas eu sentia que estávamos sendo observados. 

Tudo aquilo era estranho. 

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