- Delphine –
Passei à noite toda no sofá, depois de um tempo acabei adormecendo. Quando acordei já era às 10hrs da manhã sendo que meu turno nesta semana seria todo pela manhã. Estava me sentindo mal, dor de cabeça forte que não suportava à claridade do dia.
Me levantei apoiando-se no braço do sofá e fui correndo em direção ao banheiro vomitar, acho até que coloquei todos os órgãos para fora. O mal-estar não passava, fiz um chá de hortelã e ainda sim não foi o suficiente.
Liguei para minha coordenadora Susan e avisei que não tinha condições de ir para à universidade hoje, uma gripe inesperada provavelmente. Só que a minha semana não parecia ser uma das melhores...
Ela disse que não podia me liberar, que eu não podia faltar desse jeito, citou que tinha me liberado ontem pela manhã e hoje estou faltando. Eu teria uma falta e uma advertência no estágio e isso poderia me prejudicar devido à quantidade de horas que preciso ter até o final do ano.
Só havia uma maneira de justificar à falta além da minha palavra, ir ao hospital. E assim fiz, fui para à emergência do hospital mais próximo, eu sabia que estava realmente doente devido ao fato de não conduzir em velocidade.
Quando cheguei na sala do médico fui examinada, perguntada às possíveis causas eu sinceramente não peguei chuva, poeira nem nada. O Dr. Ian mandou-me para sala de exames, após retirar 5 tubinhos de sangue fui para sala de medicação.
Ao todo, passei cerca de 2hrs dentro do hospital em atendimento e mais 1h esperando os exames de sangue saírem. Voltei pro consultório e levei alguns sermões. Anemia e imunidade baixa, a causa da gripe poderia ser algo relacionado ao meu emocional já que não tinha pego chuva ou sol demais.
De fato poderia ter sido a briga com Cosima alterou meu emocional, aliás, não queria nem lembrar deste fato. Peguei o resto da semana de atestado, era ruim me afastar mas bom ao mesmo tempo, se eu estava doente não poderia me dedicar 100% ao trabalho como sempre fiz, estaria também justificando minha ausência, assim como todo ser humano posso adoecer, o atestado e minha cara de morta comprovariam.
Sair do hospital um pouco tonta, não tinha comido absolutamente nada, fui direto pra universidade deixar meu atestado, conversei com minha coordenadora que pessoalmente demostrou-se compreensiva, afinal, não tinha como negar que eu realmente estava doente.
No fim das contas, eu sabia que às implicâncias de Susan eram apenas por ela me considerar seu retrato do presente.
Pensei em passar na lanchonete mas resolvi ir para casa descansar. Mandei uma mensagem para Krystal solicitando sua visita em minha casa, mandei o endereço e durante o período da tarde ela chegou, precisava conversar com alguém sobre o fato com Cosima.
- Você parece bem doente mesmo, cadê sua cara de poderosa? – disse Krystal me arrancando um sorriso tímido.
- Hoje de poderosa eu não tenho nada amiga, estou totalmente destruída. – respondi desanimada.
Nós conversamos sobre os meus desentendimentos com Cosima, o tempo em que passamos falando à respeito acabei chorando e sendo consolada por Krystal. Eu queria entender os motivos de Cosima colocar à culpa em mim, dela transformar um ponto em uma tempestade e ao mesmo tempo me culpava por ser impaciente, por não insistir com ela.
Anoiteceu quando Krystal foi embora, ainda não tinha comido nada, só tomei chá e os remédios recomendados. Adormeci e acordei várias vezes durante à noite, escutava meu celular tocar o que poderia ser Cosima, peguei-o confirmando suas ligações e desliguei.
- Cosima –
Passei o dia todo em casa chorando, pensando na entrevista e nas discussões com Delphine. O que podia ser pior que isso? Nada! Tentava me lembrar do que o dono do restaurante havia falado mais minha memória falhava. Podia ser algo importante? Não sei!
Mandei várias mensagens no WhatsApp de Delphine, pedindo desculpas. Eu sabia que tinha exagerado na briga, coloquei a culpa do meu fracasso nela, poderia ter passado o domingo me preparando para entrevista mas apenas fiz o planejamento, ao invés disso fiquei namorando, como ela poderia ter culpa?
Li e reli todas às suas últimas mensagens, vi milhões de vezes nossas fotos, recordava-me à todo tempo das nossas juras de amor, das nossas promessas, do nosso amor. Eu não podia perder isso, não podia perdê-la, passei tanto tempo sofrendo por quem não merecia meu amor e agora que tenho alguém só sei fazer merda.
O dia passou rápido, por volta das 19hrs resolvi ligar para o Fee para saber sobre Delphine e nada dela, pensei que ele pudesse estar mentindo por ser amigo dela, mas o que ele ganharia com isso? Ele ainda é o meu irmão! Delphine deve tá querendo minha caveira para não passar na lanchonete imaginando que eu estaria lá, certamente.
Quando minha mãe e Fee chegaram em casa estava na sala sentada no sofá esperando por eles, por volta das 23hrs. Fiquei extremamente envergonhada com os olhares de minha mãe, eu sabia que ela estava assim porque escutou toda discussão com Delphine.
Não demorou muito até que ela pedisse para que eu fosse até o quarto para conversar. Quando cheguei em meu quarto só deu tempo de sentar e ela começou...
- Cosima, eu te amo muito, você é a minha filha querida e eu faço tudo por você, sabe disso muito bem! – disse com as mãos na cintura e o semblante sério.
- Sim, sei disso! – assenti de cabeça baixa.
- Eu quero que você seja feliz, quero te ajudar, te apoiar. Mas quando você errar quero puxar sua orelha, porque para uma mãe um filho nunca cresce! Escutei toda sua discussão com Delphine, sinceramente? Ela não tem culpa dos seus problemas, ela não tem nada haver com sua vida profissional e mesmo assim quer fazer parte de tudo, o que você dá em troca é isso? Se você perdê-la vai ser muito pior, pior do que todas as coisas ruins que te acontecerão, sabe disso. Estou te alertando como mãe, tome cuidado e abra os olhos! – finalizou saindo do quarto me deixando desolada.
Fiquei tão desesperada que comecei a ligar sem parar para Delphine, 12 ligações seguidas até que caiu na caixa postal, deixei um recado pedindo para que ela me atendesse ou retornasse as minhas ligações.
Dormi pouco essa noite, acordava o tempo todo para conferir se havia alguma mensagem de Delphine e nada. O dia amanheceu e nenhuma resposta dela, nenhuma ligação.
Fui trabalhar com a permissão de minha mãe, fui correndo para lanchonete esperá-la. Nada dela, nem no café, nem no almoço e quem sabe ela podia aparecer para jantar. Nem sinal, nenhuma ligação, nada de resposta no WhatsApp.
- Cosima, aproveita que o movimento tá fraco e corre pra universidade, provavelmente ela deve estar por lá! – sugeriu Felix.
Nem pensei direito, sai correndo pra universidade e quando cheguei lá pedi para falar com ela, quem me atendeu foi Scott o nerd que parecia ser completamente apaixonado pela minha namorada.
- Hey, você pode chamar Delphine, por favor!? – sorri forçadamente.
Gaguejando Scott respondeu que desde terça Delphine não trabalhava, que tinha passado apenas para deixar o atestado médico.
- Doente? Como assim? Ela não me disse... – antes de terminar a frase bateu uma luz na consciência e saí correndo da universidade direto para casa de Delphine.
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