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História Welcome to life - Ottawa 3 (Un-Break My Heart)


Escrita por: reinaspring

Notas do Autor


Oiiii Cophine shippers! Tudo bem com vocês? Queria agradecer ao carinho e avisar que mudei o nome por indicação dos leitores, ficou melhor assim? Beijão!

Capítulo 30 - Ottawa 3 (Un-Break My Heart)


Minha semana começou embalada com uma enorme decepção, o que me animava era meu trabalho, sim, eu terei muito trabalho e me dedicarei de corpo e alma. Mas não era apenas isso, eu resolvi quebrar meu celular e Notebook em pedaços, uma tamanha burrice! 

Aproveitei que hoje o dia seria apenas de reuniões no centro veterinário e passei para avisar que iria no shopping comprar um novo celular e Notebook. Susan minha coordenadora me perguntou o que aconteceu, pois eu estava visivelmente abatida, só desconversei com um suposto mal-estar. Passei rapidamente no Shopping e comprei um Notebook lançamento da marca Dell, se era pra comprar um novo que fosse um dos melhores. Também comprei um novo celular, um iPhone 7s acompanhado de um novo chip. Foi tudo muito rápido, acabei voltando pro centro para trabalhar e assim foi o restante do meu dia e semana.

Eu se quer adicionei novamente o número de Cosima na minha agenda telefônica, recebi alguns e-mails desesperados dela “como sempre” e apenas ignorei. Eu não queria vê-la o que estava sendo ótimo ela estar trabalhando fora, não quero conversar, nem ouvir mais suas desculpas esfarrapadas. Tudo que aconteceu de especial nessa semana foi uma visita ao zoológico da cidade para tratar dos animais de lá e até o fim do curso nós acompanharíamos toda à rotina dos animais do zoológico. Amei conhecer um casal de elefantes, sou completamente apaixonada por essa espécie, sempre choro emocionada pelo fato de muitos morrerem pela ganância do homem em busca do marfim. 

O contato com os animais, com a natureza em si renovou minhas energias, eu já me sentia feliz e menos tensa. Scott era meu parceiro, embora seja um pouco inconveniente acaba por fim arrancando-me umas gargalhadas. Na sexta-feira passei na lanchonete antes de ir para o zoológico, tive uma conversa séria com a Sra. S à respeito das atitudes de Cosima, ela me contará que Cosima ligou várias vezes querendo falar comigo, pedindo para que ela fosse até a minha casa me procurar, quando chegasse em minha casa ligasse para ela para que nós duas conversássemos. Havia lógica para isso? Não, não havia, não depois de tudo que li. Tudo que eu pude dizer para minha sogra é que eu não queria ver Cosima não cedo na minha frente, assim expliquei toda à história, as acusações, os absurdos que aturei e que sinceramente? Não estou mais disposta! 

Krystal me convidou para passear no shopping no sábado, óbvio que eu aceitei, seria bom andar com alguém que me entendesse, uma amiga que pudesse me ouvir. E foi tudo que nós fizemos, andamos pelo shopping, fizemos algumas compras de sapatos, comemos comida tailandesa, depois fomos até um barzinho que toca músicas dos anos 60,70&80 e ficamos lá até cerca de 01:00 da madrugada beliscando algumas iscas de camarão, tomando várias doses de Jack Daniels, e claro, afogando todas as nossas mágoas. Tudo que eu mais queria era esquecê-la, mas eu não podia, eu não conseguia. Em meio à vários desabafos começou a tocar Toni Braxton Un-Break My Heart e eu juro que naquele momento eu queria morrer.

“ Un-do this hurt you caused “ 

Eu estava destruída de um lado e Krystal do outro. Ela choramingando por estar apaixonada por um homem casado e eu pelas idiotices repetidas da minha namorada. No fim, estávamos eu e ela completamente bêbadas. Resolvemos voltar para casa, peguei as chaves do meu carro com o manobrista que achou melhor nós duas pedirmos um táxi, eu vou pedir? Pode pedir, enquanto o Sr. espera o táxi chegar eu já estarei em casa. Assim fui embora, não tinha porquê me preocupar com velocidade, era tarde, não havia tanto trânsito e então conduzir com 90km até o apartamento da Krystal, esperei apenas que ela entrasse sai “cantando pneu”. Nem demorou 10 minutos e eu já estava em casa, desci do carro cambaleando e me joguei no sofá, lá fiquei até às 16hrs do domingo.

 

*

Minha última semana de trabalho em Ottawa, domingo de noite estarei em casa, na minha cama, com minha família e com minha namorada (eu acho). Corri contra o tempo, trabalhei demais, 3 últimos eventos, um super casamento, uma boda de 50 anos de casamento e por fim o aniversário de 15 anos. Escolher o cardápio é a parte mais complicada de um evento, é uma longa incansável reunião com os contratantes do evento, chefes e consultores. O que deveria ser fácil se torna muito complexo.

Depois de passar no primeiro cliente, fomos para o local que o evento se realizaria. Quando chegamos lá passei a lista de ingredientes necessários para os responsáveis providenciarem, em seguida fui para o Notebook passar todas as informações para o arquivo e confirmar o andamento positivo dos eventos para meu gerente. Aproveitei para fazer uma ligação para Delphine, infelizmente o celular dela ainda estava desligado, mandei várias mensagens no WhatsApp e não tive nenhuma resposta. Subi um pouco a conversa e só assim li o que tinha dito, incrédula de me dar conta que mais uma vez eu pisei feio na bola, sentir um aperto imenso em meu coração, a vontade de chorar começou a me sufocar quando vi as mensagens e o vídeo que ela tinha me mandado, eu não sei como eu posso ser tão burra à esse ponto. Sentada na cadeira, bati diversas vezes na minha cabeça “como você é estúpida Cosima, como você é estúpida!”. Continuei mandando mensagens para ela, continuei ligando e o celular só caia na caixa postal. 

Quarta-feira e nada de retorno, nenhum sinal dela, já era o dia do antepenúltimo evento, eu só sabia chorar, liguei para minha mãe perguntando sobre Delphine e ela disse que ela não havia aparecido lá nesses últimos dias, o que me deixou ainda mais desesperada. Quando o evento terminou por volta das 3hrs, voltei a ligar para Delphine e nada. Voltei a ler nossas conversas no WhatsApp e não achei nada demais, porque ela estava me tratando assim? Não era para tanto! Mandei um E-mail implorando para que ela ligasse o celular, não me respondeu, não fez se quer questão de mim, deve tá se divertindo com os amigos. 

Quinta-feira e meu penúltimo evento já tinha começado, era uma boda de casamento, comemoração de 50 anos, bodas de ouro, me peguei pensando possibilidade de comemorar uma data tão especial assim com Delphine, sentir um nó na minha garganta se instalar. Quando eu vi aquele Senhor com sua tão recatada dama, meu coração se encheu de alegria, por um momento eu imaginei que fossemos eu e ela, juntas, rodeada dos nossos familiares e celebrando nosso amor. Seria meu sonho! 

Retornei a ligação para minha mãe e ela me contou que Delphine passou por lá, conversou e explicou o sumiço. Minha mãe disse que ela tinha trocado o celular, inclusive o número, quando pedir o novo número ela não quis me passar, disse que eu teria que voltar para casa e ir atrás dela se quisesse “consertar minhas burradas” foi isso que minha mãe me disse. 

O último evento passou muito rápido, era apenas um aniversário de 15 anos, tudo que esses jovens comem hoje em dia são salgados, doces e claro, muita bebida. O cardápio foi o básico dos básicos para o jantar. O ruim mesmo fica na preparação dos quitutes, é demorado e requer bastante atenção.

Deus, eu estou completamente morta fisicamente, meu corpo gritava pela minha cama, uma dor nas costas me atormentava e minha consciência me enlouquecia. Ainda sim preparei todas as minhas malas, deixei tudo pronto, eu teria o sábado todo de folga, poderia dormir até tarde e depois passaria em umas lojinhas para comprar alguns presentinhos. Assim fiz, não comprei nada demais, não tinha dinheiro para isso. O presente mais caro lógico que foi o de Delphine, um urso polar acompanhado de um Champagne da Chandon e com chocolates da Kopennhag.  

Meu voo de volta para casa saiu às 14hrs e chegamos as 17hrs em Toronto. Pensei que Delphine estaria me esperando, mas não apareceu, tive que pedir um táxi para voltar para casa. Mandei uma mensagem para meu irmão me esperar na porta para me ajudar com as malas. Quando cheguei fui recebida com  a empolgação do Felix, me abraçando, me beijando, apertando minha bunda e dizendo que estava morrendo de saudades, juro que nem deu para perceber. 

- Felix! – o abracei sem muita empolgação. 

- Bem vinda de volta ao país das maravilhas! – debochou.

Logo entramos em casa, fui recebida com um abraço caloroso de minha mãe. – Oh minha querida, minha pequena, que saudades que eu estava desse rostinho! – minha mãe sabia ser fofa e aquele abraço? Meu Deus o melhor abraço do mundo e o mais reconfortante! – Eu também mãe, estava morrendo de saudades! – fiquei um pouco emocionada, mas não estava tão feliz. 

Eu queria procurar Delphine mas fui impedida, minha mãe e Felix não deixaram eu ir. – Não é uma boa ideia irmãzinha! – Não é? Fiquei confusa... – Porque não é uma boa ideia visitar minha namorada? Nós brigamos e eu quero me resolver com ela! – fiquei brava com a intromissão dos dois. – Desculpa mana, mas Delphine não quer te ver nem se você levasse a Beyoncé “à tiracolo”. – me esnobou outra vez. 

Sentir que a coisa era mais séria do que eu pensava, aliás, um tremendo exagero da Delphine, sou eu sempre a vilã? Questionei aos dois e subi para meu quarto. Pensei um pouco sentada na cama e então fui tomar um banho quente. No banho decidir que iria resolver esse assunto ainda hoje, não deixaria nem um dia a mais. Nem comi nada e me lancei até a casa de Delphine.

 

*

Depois de uma boa caminhada cheguei até a frente da casa dela, dei vários suspiros pensando no que eu ia falar, eu estava tão nervosa que não conseguia pensar em absolutamente nada. Quando a coragem chegou não bati na porta, apenas peguei a chave extra que eu tinha e abrir a porta. Ela não estava na sala, a casa parecia bagunçada, botas próximas ao sofá, pensei – Ela dormiu aqui? – fiquei intrigada. Fui às escadas para adentrar no quarto e fui barrada pela porta trancada.

- Delphine? Sou eu, Cosima! Pode abrir a porta, por favor? – Pedi gentilmente. Ela não respondeu, então bati mais forte na porta e voltei a chamá-la. – Delphine, destranque a porta! – Fiquei impaciente, com vontade de derrubar a maldita porta até que escutei os seus passos, ela não abriu a porta mas respondeu.

- O que você quer aqui? – Eu sabia que isso iria acontecer, sabia que ela não ia fazer questão de bater na minha porta para entrar.

- O que eu quero? Conversar com você? Olhar para sua cara? É possível? – minha voz já estava alterada. 

- Ah, você quer falar comigo? Ok, vamos conversar! – Falei com ironia, destranquei a porta e abri com toda força que eu tinha que a porta bateu na parede e só não fechou porque Cosima impediu entrando. – Cara de pau a sua né Cosima? – questionei!

- Precisa ser grossa assim? Precisa quebrar a porta? E cara de pau porque? Porque quero ver você, se reconciliar? É por isso que eu tenho a cara de pau Delphine? – entrei no quarto encarando-a. 

- Oh, ficou ofendida? Sério? Ah tenha dó! – ia me sentar na cama e ela não deixou me puxando pelo braço.

- Será que podemos conversar Delphine? Eu estou cansada e eu não vir aqui para isso! – Já sentia meu corpo todo formigando, queimando de raiva.

- Você quer conversar Cosima? Quer começar? Pode começar, vamos lá, qual a acusação dessa vez? – me posicionei de frente para ela e olhei em seus olhos.

- Não vou acusar você de nada... – engoli à seco, não sabia o que responder.

- Não vai? Não vai me acusar olhando na minha cara? Então vamos fazer o seguinte! – fui até meu guarda roupas, abri e tirei a caixa com meu novo celular, nervosamente coloquei o chip no lugar e liguei o celular. 

- O que você tá fazendo? – perguntei confusa!

- Estou fazendo o certo, ligando meu novo celular, vou instalar o WhatsApp e iniciar uma conversa com você, assim você vai ter coragem de falar tudo que você não tem de falar na minha cara, o que acha? – esbravejei!

Nós duas começamos a discutir feito dois loucos no manicômio. Eu acusava e ela também. – Você acha que eu queria ter brigado com você, que eu queria ter quebrado meu celular, meu Notebook? Acha que eu queria passar uma semana sem saber nada, absolutamente nada de você, acha que isso foi fácil pra mim, acha mesmo que esquecer suas desconfianças, as tuas palavras é fácil? Me diz! – Ela tentou me abraçar, já estava chorando, isso ela sabia fazer bem, principalmente quando se dava conta do erro. – Eu não quero seu abraço Cosima, eu quero que você saia da minha casa, eu quero ficar sozinha! – ordenei.

- Eu não vou sair Delphine, não vou! – a enfrentei e cruzei os braços. Ficamos em silêncio por um minuto que mais parecia uma eternidade! – Por favor, me desculpe! – já soluçava.

- Desculpas? Quer que eu te desculpe? Você não parece nada arrependida, tanto que volta a cometer o mesmo erro sempre. – Essa era minha vez de acusá-la só que eu realmente tenho um motivo real.

- É claro que eu estou arrependida meu amor! – Fui em sua direção para tentar abraçá-la outra vez, mais uma vez tive o abraço negado.

- Meu amor? Você acha que depois de tudo que me disse, acha que pedido de desculpa e uma palavra carinhosa eu vou simplesmente esquecer? Me diz! – voltei a ficar de frente para ela.

- Não... Não estou pedindo para você esquecer, só estou pedindo desculpas, por favor! – abaixei a cabeça sem ter mais o que falar.

- É isso que você faz Cosima! Você erra uma vez, eu tolero, erra uma segunda vez, eu te repreendo, erra a terceira vez e você já começa a me fazer promessas de que nunca mais vai fazer isso. Aí me vem com a quarta, quantas outras vão dizer? – me afastei novamente, fui até a janela pegar um ar.

- E sei que errei, eu seu que exagerei, que surtei com o lance do Facebook, eu estava empolgada, eu juro, eu queria colocar que estava em um relacionamento sério, me desculpas, eu não sei o que aconteceu! – voltei a chorar feito uma criança.

- Você não sabe o que aconteceu? Eu vou te falar! Sabe porque eu terminei com o Henry, o da foto que você surtou? De uma postagem de 2014? –  De todas as perguntas em que eu pensava em fazer para Cosima essa era uma das que eu jamais gostaria de fazer.

- Porque? – me respondeu.

- Eu terminei com o Henry porque ele não queria ser meu namorado, ele queria ser meu dono, ele queria mandar nos meus horários, decidir tudo por mim, reclamava das minhas roupas que não podiam ser apertadas demais ou curtas. Brigava comigo por eu ter amigos homens, na mente dele não existe amizade entre homens e mulheres! – suspirei e voltei a falar. – Ele mexia no meu celular sem minha permissão, queria controlar minha vida e ainda falava para eu desistir dá minha carreira de médica veterinária que ele cuidaria de mim. É uma vez ele saiu no tapa com o dono de uma padaria só porque ele me mandou uma cesta de doces. – Finalizei, terminei de explicar, só olhei para ela e vi suas lágrimas escorrerem pelo rosto. -  Quando você me puxou pelo braço minutos atrás, eu pensei, meu Deus, você é exatamente como o Henry! E ainda consegue ser pior, porque pelo menos com o Henry eu conseguia dizer não e foi muito fácil tirá-lo dá minha vida, esquecer também, já que eu não o amava. Agora, as lembranças, elas ficam sempre. E agora eu me vejo na mesma situação, me vejo em um relacionamento abusivo, sendo acusada de coisas que não faço, sendo controlada por você, isso parece justo para você Cosima? Só me responde, não fica de cabeça baixa não, olha pra mim! 

- Eu sou ruim pra você, Delphine? – Eu sabia que era, que era a pior pessoa do mundo, a pior namorada que alguém poderia ter. 

- Isso foi realmente uma pergunta? Coerentemente isso deveria ser uma afirmação Cosima! – eu estava em prantos novamente.

- Eu amo você Delphine, eu te amo muito! – falei entre lágrimas, vendo-a chorar na minha frente, me levantei para abraçá-la e ela me afastou me fazendo cair no desespero.

- Eu quero que você vá embora dá minha casa, que você respeite meu direito de me sentir machucada por você, que respeite meu tempo. – Fui em direção a porta para que ela pudesse sair, ela me olhou querendo me questionar mas por fim saiu, desceu as escadas correndo e bateu a porta! Eu fiquei em prantos, meu Deus, nunca foi tão difícil amar alguém assim. Cai na cama e voltei a chorar sem parar. 


Notas Finais


Esse capítulo foi grande hein, passei a madrugada escrevendo pelo celular, qualquer erro ortográfico me perdoem! Boa leitura!


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