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História Welcome to life - Sombra do passado.


Escrita por: reinaspring

Notas do Autor


Hello Cophine shippers! Bom final de semana para vocês! Próximo capítulo é o último mês da Delphine em Toronto :( mas... Gostaria de dizer que não sei ao certo como vai ficar a quantidade de capítulos, o programado é que seja 35 mas vai acontecer muita coisa em um único mês que nossa. Enfim, obrigado à todos pelos comentários! Beijão!

Capítulo 31 - Sombra do passado.


Delphine acabou comigo! 

E eu realmente me acho uma das piores pessoas do mundo, pois sou um verdadeiro desastre, nunca que eu poderia me ver tão feliz ao lado de alguém e tão triste ao mesmo tempo. Eu a amo como nunca amei ninguém, amo Delphine mais do que qualquer coisa na minha vida. Mas para ela isso não era suficiente, ela não queria só o meu amor, ela queria uma estabilidade que eu realmente não posso dar ao nosso relacionamento.

Era a primeira vez que ela tocara no assunto dos seus antigos relacionamentos, jamais poderia imaginar que ela havia sofrido dessa forma. Eu não era a única louca que passou pela vida de Delphine. É óbvio apenas, uma mulher alta, com uma beleza angelical e avassaladora, além de ser educada capaz de chamar atenção de qualquer pessoa, como não enlouquecer?

Eu saí dá casa de Delphine chorando, bati a porta sem pensar duas vezes, minha vontade era de gritar para espantar a dor que se instalou em meu coração. A noite estava fria, as ruas praticamente desertas, o cantar do vento se misturava com minhas lágrimas e soluços, fazendo todo o barulho se transformar em uma melodia estilo fúnebre. Eu não queria voltar para casa, eu só queria voltar para Delphine e pedir um milhão de perdões, até que fosse o suficiente para que ela me aceitasse de volta em seus braços. 

Havia uma pequena praça abandonada, vê-la diante de meus olhos me lembrava uma cena de terror, eu poderia imaginar o Jason mutilando-me com seu facão. Afastei esses pensamentos macabros, sentei no único banco de concreto existente e chorei por horas. Perdi a noção do tempo, meu celular tinha cerca de 12 chamadas perdidas, umas ligações de minha mãe, outras do Felix. Se eu atendesse o que eu iria falar? O de sempre? Que minha vida emocional ainda continuava uum caos e eles poderiam esperar que dessa vez eu me jogasse de um viaduto? Talvez fosse até melhor, desaparecer, seria fácil não precisar me despedir, não da mais explicações e sofrer por amor. Acho que seria um favor para todos!

Quando olhei no visor do meu celular já era por volta das 3hrs da madrugada e estava ainda mais frio. O céu tinha pouca estrelas, a lua estava no lugar mais alto do céu iluminando um pouco a terrível escuridão do meu ser. Pensei por um momento que poderia começar a nevar e assim eu poderia morrer aqui mesmo, nessa praça abandonada. Andei um pouco até uma enorme árvore, ali me sentei e peguei por alguns instantes no sono. Parece que sofri um blackout, acordei um pouco atordoada já na manhã de segunda-feira com o barulho de alguns carros.

Minha cabeça, meu corpo todo doía. Um caminhão passou por cima de mim e eu não percebi? Para minha decepção eu realmente estava acordada nessa manhã, o relógio marcava as 7hrs, pensei em levantar e avistei uma senhora sentada no banco de concreto, ela me olhara intrigada com a situação.

- O mundo dos loucos é um mundo mágico senhorita! –  Puxou conversa. Nunca fui de conversar com estranhos, mas fiquei interessada em ouvir o que ela tinha a dizer.

- Porquê? – perguntei já de pé.

- Hmmm..Hahahahah! – soltou uma gargalhada estrondosa, fiquei sem entender até que ela continuou. – É, um mundo mágico! As pessoas normais nos dizem “oh, você deveria se tratar, você é doente, tudo seu é um perfeito exagero, você chora demais, é dramática demais” ah, isso é verdade, somos insanos e intensos. – abriu um sorriso sarcástico. – O que você quer dizer com tudo isso? – questionei e a senhora logo voltou a abrir um sorriso para mim que me deixou bastante incomodada. – O que eu quero dizer? Olhe em volta senhorita! – moveu sua mão girando em círculos, eu olhei em volta totalmente confusa! – Ainda não compreendi o que você quer dizer com toda essa história! Ela levantou-se e soltou... – Você vai entender quando se dar conta que está falando sozinha! – disse isso me deixando intrigada e de repente ela não estava mais lá. Fiquei extremamente assustada com a situação, eu estava realmente acordada? Era um pesadelo? Me sentir um pouco perdida quando meu celular voltou a tocar me fazendo despertar totalmente para minha realidade, era uma ligação de um número desconhecido, quem poderia ser? Alguém do meu trabalho? 

- Alô, quem fala? – falei em tom intimidador!

- Aonde você estar Cosima? – Era Delphine, seu novo número, sua voz parecia tensa. Olhei em volta para me certificar do local em que estava.

- Em uma praça, abandonada, eu não tenho certeza! 

- Sua mãe me ligou de madrugada querendo saber se você estava comigo, que diabos você está fazendo, porque não dormiu em casa, quer nos matar? – parecia atordoada.

- Eu... – minha cabeça doía demais, não conseguia pensar nas palavras certas.

- Me diga aonde estar que eu vou buscá-la com sua mãe! 

- Eu já disse, em uma praça abandonada, eu acho que nunca estive nesse bairro antes. Eu não sei aonde estou! – De repente um medo tomou-me e eu comecei a tremer.

- Vou usar o localizador do seu celular para te encontrar, não saia daí! 

- Ok!

Afinal de contas, aonde eu estou? Como vir parar aqui? Sentei-me novamente no banco esperando por Delphine, meus pensamentos desapareceram, minha mente ficou vazia e eu fiquei estática.

*

- Cosima disse que não sabe aonde estar S! 

- Ela não sabe? Meu Deus o que vamos fazer? 

- Vou usar o localizador para encontrá-la, só preciso conectar minha 4G.

- Faça isso minha querida, por favor!

Conectei meu 4G e logo apareceu a localização da Cosima, o ponteiro sinalizava que ela estava no norte da cidade, isso me deixou apavorada, como ela foi parar lá? Peguei minhas coisas e sair com minha sogra, Cosima estava do outro lado da cidade praticamente, o que nos deixou bastante apavorada, o que será que aconteceu? Segundo Sra. S, Cosima não tinha nenhum amigo que morasse no norte da cidade, mostrou-se nervosa porque nesse lado da cidade é muito violento. 

Antes mesmo de estacionar meu carro no ponto em que meu GPS sinalizou, avistei Cosima sentada no banco, parecia imóvel, estacionei o carro e descemos, fomos até Cosima, minha sogra andou mais rápido do que, aproximou-se de Cosima e disse...

- Cosima! – o tom de voz era uma mistura de alívio e indignação. Ela levantou a cabeça sem dizer uma palavra. – Como você foi capaz de fazer isso com sua mãe, filha? Como você veio parar neste bairro? – começou a chorar me deixando angustiada com a situação, Cosima não parecia nada bem, parecia confusa, estranha permanecendo em silêncio.

- O que aconteceu Cosima? – perguntei tentando fazer com que ela falasse algo. Só voltou seus olhos em minha direção e deu um sorriso tímido. Sem respostas.

Sra. S perdeu a paciência, parecia nervosa, aflita e muito decepcionada com a atitude da filha. Fiquei observando sem saber o que fazer quando minha sogra partiu para cima de Cosima, dando tapas em seus braços, puxando-a para que ela ficasse de pé. – Como você pode fazer isso comigo? O que fiz de errado, me diz! – gritou desesperadamente fazendo Cosima começar a chorar. – Eu não sei mamãe, eu não sei! Me desculpe por ser assim! – aquela cena, o estado de Cosima... Eu não sabia o que fazer! 

Sra S. abraçou-a e fez sinal para que eu pudesse ir até o carro. Levamos Cosima para o hospital mais próximo, pedimos alguns exames para saber se havia acontecido algo mais grave. Logo fomos atendidas, levaram ela para fazer exames de sangue, de violação nos deixando apavorada. Ela não falava uma palavra se quer, algumas lágrimas escaparam mas nada mais do que isso.

Quando o médico nos chamou para conversar sentir um enorme aperto no peito. Cosima não estava na sala, o Dr. Romero informou que ela estava na sala de medicação, explicou que ela estava “alterada”, sua pressão não estava alta mas não estava regular. 

- Fizemos o exame de corpo e delito para saber se houve alguma violação e aparentemente não há indícios de que houve se quer uma tentativa. O exame de sangue deve sair em 40 minutos, precisamos saber se ela consumiu drogas ilícitas e assim ter uma posição final à respeito. – explicou detalhadamente. Eu e Sra.S nos entreolhamos por um minuto e então minha sogra resolveu perguntar.

- Aparentemente o que o senhor tem para falar a respeito do estado de minha filha? – estávamos nós duas apreensivas.

- Serei sincero, pelo estado da senhorita Niehaus tudo indica que ela precise de um especialista, eu quero dizer, olhei no histórico geral da sua filha e ela já esteve internada aqui. Seria uma crise? – Perguntou a minha sogra.

- Cosima já esteve internada aqui? Por quanto tempo? – minha sogra suspirou antes de começar a falar.

- Ela passou quase dois meses internada após à tentativa de suicídio no colegial. – Engolir a seco.

- Ela recebeu tratamento adequado? – Dr. Romero tomou a frente dá conversa.

- Quando aconteceu, eu não tinha condições de pagar um tratamento adequado para minha filha, ela foi orientada pela assistente social do hospital, achou melhor que minha filha fosse para casa e que eu procurasse instigá-la a ter uma vida normal, apesar do acontecido. 

- Sra. Niehaus, desde o acontecido sua filha demonstrou algum tipo de comportamento fora do comum? Em suas atitudes, mudança repentina de humor, agressividade? – voltamos a nos entreolhar. 

- Sim, na maioria das vezes mostra-se um pouco obsessiva, as mudanças de humor também, uma hora estava super feliz e minutos depois não. Tem dificuldade de relacionar-se com pessoas de modo geral. – foi interrompida pelo médico.

- Ela teve algum relacionamento? – questionou.

- Eu sou a atual namorada dela! – suspirei forte, estava visivelmente aflita.

- E como é o relacionamento de vocês? Ela tem demonstrado algum tipo de comportamento agressivo? – perguntou-me deixando-me extremamente nervosa. Não sabia o que falar, minha sogra pousou sua mão sobre a minha, apertou forte e assentiu com a cabeça.

- Nós brigamos ontem, e... – não sabia muito bem como falar isso. – As vezes ela muda seu comportamento, eu quero dizer, acha que vou trair ela, as vezes ela diz como se tivesse certeza de que eu fosse traí-la, não gosta que eu tenho amigos, nem homens, nem mulheres. – fiquei perdida nas palavras, apertei forte a mão dá minha sogra.

- Não sou especialista, mas desde já passarei o contato de um grande amigo meu, um excelente especialista e que pode cuidar do caso dá senhorita Niehaus. É o certo a se fazer! – levantou-se – Depois que a medicação terminar vocês podem levá-la para casa, mas procurem um especialista o mais rápido possível, ela precisa de ajuda! – finalizou nos cumprimentando na porta.

Nós saímos em direção a sala de medição, Cosima estava adormecida na poltrona recebendo a medicação, o que parecia demorar por mais algum tempo. Liguei para minha coordenadora avisando sobre o ocorrido e só escutei um sermão “eu não vou tolerar mais ausências, não há justificativa para isso, você tem mais do que uma responsabilidade, é o seu estágio, não queira ser reprovada por não cumprir sua carga horária”. Tentei me defender de todas as formas mas foi em vão, “amanhã quero você aqui sem falta Delphine, não importa o que aconteça” ordenou. Os exames de sangue saíram, levei até o Dr. Romero que confirmou que não houve violação sexual e nenhum tipo de drogas ilícitas no organismo da minha namorada. – Ela está liberada, mas não esqueçam de levá-la para o especialista que indiquei! – apenas agradeci a atenção dele para conosco.

Vinte minutos depois a medicação acabou, o enfermeiro teve que colocá-la em uma cadeira de rodas para levá-la até o carro. Voltamos para casa completamente em silêncio. Pedimos ajuda de um vizinho para levá-la para o quarto, ela estava completamente apagada, dormia feito um anjo. Descemos para a sala e iniciamos uma conversa tensa.

- Delphine, não quero que se sinta culpada pelo que aconteceu com minha filha, não é a primeira vez que ela tem esse tipo de reação. – disse me abraçando. – Você não pode mais faltar seu trabalho, precisa dele para conseguir seu diploma, nós vamos cuidar dela, não se preocupe! – senti um nó em minha garganta.

- Talvez devêssemos marcar logo a consulta com o psicólogo! – indaguei enquanto sentávamos no sofá.

- Ela não irá! – respondeu.

- Porque não? 

- Não é a primeira vez que recebemos o mesmo diagnóstico, que Cosima precisa de tratamento. 

- Ela não aceita?

- Não, ela não aceita, dá última vez, ela fez um escândalo, disse que nós estávamos chamando ela de louca, foi um inferno. Não quis obrigá-la, achei que com o tempo ela aceitaria, mas depois disso nunca mais voltamos a tocar no assunto.

- Vou tentar convencê-la de ir! 

- Não me faça criar esperanças!

- Um tratamento psicológico não quer dizer que ela seja louca! Vou conversar com ela, com calma, talvez eu consiga convencê-la.

- Eu espero que sim anjo! 

*

Eu estava tentando demonstrar firmeza, mas por dentro eu estava um caos, um caco. Me sentia péssima pela noite anterior, por ter sido tão rude, mesmo que eu tivesse razão, esqueci completamente desse detalhe, um grande detalhe! Eu sabia que a Cosima tinha tentado suicídio, mas não sabia que ela não havia recebido tratamento. Não associei seu comportamento comigo a este fato. Eu me sinto desesperada, de mãos atadas. Além de tudo vou ter que passar por cima do meu orgulho para poder conversar com Cosima. E o pior, não posso mais faltar, caso contrário vou ter mais seis meses de estágio na frente e isso eu não quero.


Notas Finais


Agora vai ser assim, um capítulo pior do que o outro. Emoções a mil! Queria saber de vocês: na percepção a história está seguindo o padrão desde o início? (Não chorem e boa leitura!)


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