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História Welcome to life - Negação.


Escrita por: reinaspring

Notas do Autor


Boa tarde, boa semana e boa volta as aulas! Hahah, iai Cophine shippers, Vamos sofrer um pouquinho? Queria agradecer aos comentários positivos, fico muito feliz em saber que a minha história está fluindo como pensei desde o início. Como já havia dito, não sei se vou terminar a história no capítulo 35, então vou escrever com calma o desenrolar dessa história pra lá de tensa. Bjs

Capítulo 32 - Negação.



Terça-feira, 1 de Novembro de 2016 

04:27 am.

Acordei tonta, minha cabeça latejava de dor, minha visão embaçada, meus ossos pareciam estarem quebrados, no coração um enorme aperto. Lá fora nevava, o ar gelado batia em meu rosto fazendo-me tremer. Tentei levantar, não pude, o máximo que conseguir foi sentar-me. Fechei os olhos, tudo estava confuso, fui bombardeada por memórias dos últimos dias.

Novamente tentei levantar-me, agora com sucesso, apoiei-me na parede e fui até o banheiro. Olhei-me no espelho por alguns minutos, lavei meu rosto. Voltei a ser invadida pelos últimos acontecimentos. Sentir uma enorme fome, meu estômago reclamava alto. Caminhei vagarosamente até chegar na cozinha, me sentia fraca. Fiz um sanduíche de peito de peru, comi acompanhado de um suco de laranja. Me arrastei até o sofá, dormi. 

 

06:00 am.

- Como ela veio parar aqui? 

- Deve ter acordado durante a madrugada.

- Ela tem algum compromisso de trabalho hoje?

- Acho que ela só volta a se apresentar na sexta-feira! 

- Não podemos deixá-la sozinha, ligue para Beth, avise-a que venha ficar com sua irmã assim que puder! 

Eu estava em um estado estranho, estava dormindo mas conseguia escutar com clareza a conversa da minha mãe com meu irmão. Não me importei, não tinha compromissos profissionais, não tinha porquê acordar, só continuei deitada até cair no sono novamente. 

Acordei com um barulho insuportável vindo da cozinha. Só poderia ser ela mesmo, Beth, nunca teve talento nenhum para ser dona de casa, as tarefas domésticas fogem dela. Dei bom dia, não queria ser grossa, ela estava grávida. Ela me respondeu séria, acho que como sempre estou atrapalhando a vida dela. 

- Se você não quer estar aqui, porque disse que viria então? 

- Porque você precisa? – foi ríspida!

- Não pedir sua ajuda, não fui eu que liguei para você! – devolvi na mesma moeda.

- Ótimo, pois eu tenho muito o que fazer, tenho que organizar chá de fraldas e não tenho tempo para ser sua babá! – isso me irritou!

- Minha babá? Você tá de brincadeira com minha cara né? – Ela nunca foi útil nessa casa.

- Não vou discutir com você, Cosima! – fugindo?

- Ótimo, não quero discutir com uma grávida, irmã gêmea e ingrata! – Bufei.

- É inacreditável, você é inacreditável Cosima! Sinceramente? Eu realmente não queria vir, tenho muito o que fazer, estou grávida, tenho minha vida, minha casa e meu marido. Mas eu vir mesmo assim, vir porque a mamãe pediu pra cuidar da minha irmã gêmea, depressiva e suicida! – indagou confrontando me deixando boquiaberta, pegou sua bolsa e disse – Passar bem!

- Ei, você me chamou de quê? – levantei do sofá alterada. Ela girou, veio até mim e voltou a repetir as palavras. – depressiva e suicida! – ficamos nos encarando, eu juro que queria socá-la, mas não podia, não faria isso com ela grávida. – Saia da minha casa agora! – fiz o sinal pra porta, ela sorriu sarcasticamente e saiu.

 

14:53 pm.

Escutei o barulho da fechadura. Continuava no sofá, não tive vontade de subir para meu quarto. Quando a porta finalmente se abriu, era Felix, meu irmão. 

- Mamãe mandou você aqui? 

- Yeah, mandou sim irmãzinha! 

- Para quê tudo isso? – Fiquei confusa!

- Talvez ela esteja com medo que você cometa algum ato impensado! – sentou ao meu lado.

- Oh, claro! – arfei. 

- Cosima, é sério! O que aconteceu com você? Mamãe e Delphine encontraram você no norte da cidade em uma praça abandonada, me conte o que houve, sabe que pode confiar em mim! 

– Do que você tá falando? 

- De você ter sumido, ter dormido fora de casa, aparentemente na praça... 

- Você só pode estar completamente louco! Delphine e eu brigamos, uma briga feia, ela me mandou embora, voltei pra casa e estou aqui, não estou?  

– Minha Nossa Senhora dos perdidos, você é a louca daqui mulher! – Ele pareci confuso e eu muito mais. – Cosima! Você passou uma noite toda fora, mamãe e Delphine encontraram você em uma praça abandonada no norte da cidade, elas te levaram pro hospital, você tomou medicação e dormiu praticamente 14hrs! 

- Eu não fiz isso, eu não lembro de nada disso! – levantei assustada.

- Cosima, eu não estou brincando! Porque você acha que a nossa mãe pediu pra Beth vir? Porque estou aqui? Meu Deus! 

- Isso é impossível! 

Fiquei atordoada, não lembro de absolutamente nada, nenhuma lembrança além da briga terrível com Delphine. Passei o restante do dia apavorada, Felix me olhava de um jeito estranho, um olhar que eu poderia deduzir ser de medo. Sentir um desespero imenso no meu coração, como isso aconteceu e eu não lembro? Voltei a conversar com Felix à respeito, novamente me contou a mesma história, não pode ser, isso não pode ter acontecido, me recuso a acreditar. 

 

22:35 pm.

Minha mãe chegou em casa. Já chegou me lançando um olhar que me fez tremer. Não perdi tempo, me sentia desesperada, questionei ela para saber se a história que o Felix me contara era realmente verdade, para meu desespero, ela confirmou. Parecia irritada, visivelmente preocupada, não brigou comigo, se quer alterou o tom de voz, o que estava acontecendo afinal?

 

23:32 pm.

Escutei o motor de um carro estacionando. Esse barulho que eu tanto conhecia, era ela, Delphine. O que ela queria aqui? Depois de tudo que me falou? Depois da briga apavorante que tivemos? Minha mãe abriu a porta cordialmente para ela, a cumprimentou e dei um abraço rápido. Felix também a cumprimentou e soltou uma frase de efeito “que o jogo comece” sendo repreendido imediatamente pela minha mãe.

- Você veio? – Delphine nem respondeu, minha mãe fez isso por ela e começou a falar também.

- Trouxe Delphine aqui para termos uma conversa sobre os últimos acontecimentos, nada agradáveis! – deixou claro.

- Que tipo de conversa temos que ter nós quatro sobre os “últimos acontecimentos?” – Que joguinho era esse? Minha mãe continuou falando enquanto Felix e Delphine apenas observavam!

- Uma conversa séria e espero que seja definitiva! – seus olhos estavam cravados em mim.

- Ah, ok, então o assunto sou eu? – sorri. Minha mãe olhou para Delphine como se desse espaço para ela falar, foi isso que ela fez.

- Cosima, nós duas brigamos pelo WhatsApp, você surtou por causa de uma foto tirada no início de 2014, me acusou de trair você e... – interrompi! 

- E você fez questão de tornar NOSSA briga pública para minha família? – fui rude e repreendida por minha mãe. 

- Não tornei pública, você que ligou para sua mãe, ela só me perguntou o que aconteceu e eu à respondi, tem algum problema nisso? – retruquei.

- Oh, então vamos compartilhar tudo com eles agora? – devolvi, ela se calou.

- Cosima, o fato é, que você assim que chegou de viagem foi atrás de Delphine, brigaram e depois você sumiu, passou a noite fora de casa, em um bairro perigoso, aparentemente dormiu em uma praça abandonada e parecia estar completamente desorientada! – minha mãe falou me deixando perplexa, antes que eu pudesse responder, Felix tomou a frente.

- Cosima disse que não lembra dessa parte, de que dormiu fora de casa é muito menos que foi para o hospital! – todos me olharam me deixando incomodada.

- Como assim não lembra? – Delphine e minha mãe perguntaram quase que juntas.

- Eu não lembro de ter feito nada disso, brigamos, depois voltei pra casa e aqui estou desde que acordei! – que merda é essa?

- Você sabe que dia é hoje Cosima? – Delphine perguntou. Não sabia, realmente não sabia! Olhei no celular e me assustei quando vi que era terça-feira.

- Pela sua cara, realmente não sabe que dia é hoje! – Felix afirmou, minha mãe colocou as mãos na cabeça.

- Talvez não se lembre pela medicação forte! – Delphine disse.

- Medicação??? – eu estava totalmente confusa. 

Elas voltaram a tocar no assunto, explicaram cada detalhe, como fui encontrada, como fui levada ao hospital, sobre minha pressão e sobre o pré-diagnóstico do médico, me deixando apavorada e extremamente irritada!

- Oh, claro, então o médico receitou que eu fosse a um psicólogo? Imagino o quanto atencioso ele deve ser sido com vocês! Ele me drogou, passou uma medicação pra mim, não lembro se quer o que aconteceu (eu lembrava, mas não dessa parte, apenas da praça e de ter tido uma conversa estranha) e então vocês simplesmente acham que eu devo ir ao psicólogo?

- Você tem por obrigação fazer terapia Cosima e sabe muito bem porque! – minha mãe falou! 

- Isso vai te ajudar! – Foi a vez do Felix ser solidário, Delphine só observava.

- Ah, claro! Então estamos aqui tendo uma conversa amistosa sobre eu ter que “fazer terapia” na frente dá minha namorada? Por causa do que aconteceu no passado? – esbravejei.

- Cosima, não se altere, por favor! - a voz da Delphine voltou a soar na sala.

- Não me alterar? Olha só o que vocês estão fazendo! Estão falando que eu preciso fazer um tratamento psicológico na frente da minha namorada? Isso faz sentido?  Chamaram ela pra participar, pro complô ser mais forte dessa vez? – gritei me movendo de um lado para outro.

- Eles só querem te ajudar, Cosima, e eu acho... acho que fazer terapia pode te ajudar bastante, você sabe do que estou falando! – tentei amenizar a situação.

- Sei do que você está falando, Delphine? Do que você está falando? – confrontei.

- De tudo, Cosima, de tudo, tudo que você me faz passar com esse ciúmes que é doentio. – Falar isso me parte o coração.

- Oh, meu ciúmes é doentio agora? Isso mudou rápido né? Acho que você não pensava assim antes! – Perdi totalmente o controle e atirei uns portas retratos no chão fazendo minha mãe gritar comigo.

- CONTROLE-SE! – Levantou-se vindo em minha direção como se fosse me bater.

- Me controlar? Olha o que vocês fizeram??? Agora minha namorada acha que meu ciúmes é doentio e que sou uma louca que precisa frequentar um psicólogo! – devolvi o grito, minha mãe levantou a mão rapidamente e eu sentir seus dedos cravarem em meu rosto com força. Uma forte dor de cabeça me abateu.

- Não repita isso novamente Cosima, não repita isso, nós queremos o melhor pra você, queremos te ver bem, você não parece bem, precisa sim de tratamento, eu deveria ter obrigado você a frequentar quando você Cosima, quando você tentou tirar a própria vida! – Ela estava chorando, Delphine estava com os olhos marejados e Felix assustado.

- Isso é simplesmente humilhante! Obrigada pela humilhação! – subi as escadas chorando até meu quarto, peguei uma mala e fui colocando minhas roupas dentro. Delphine entrou no quarto.

- O que você esta fazendo Cosima? Pra quê essa mala? – perguntei assustada.

- O que estou fazendo? Eu vou embora dessa casa, não fico aqui nem mais um minuto! – colocava tudo que meus olhos captavam nas malas. 

- Não pode fazer isso, eles só querem te ajudar! – um sentimento desesperador me invadiu. 

- É? Sério? Pois eu não estou precisando de ajuda nenhuma! – Já tinha fechado uma mala.

- Que atitude infantil, Cosima! – perdi a paciência!

- Infantil? O que você quer aqui então? Vai embora! Não é você que estar em um relacionamento abusivo? Não sou que sou ruim, que sou a vilã e que só te faço mal? Então! – falei em prantos.

- É, Cosima... E mesmo assim, apesar disso tudo, eu te amo e quero te ver bem! Acho que a terapia pode te ajudar sim, a lidar com seus sentimentos, para você aprender a controlá-los, pra você se entender melhor, cuidar de si própria! – fiz um pedido desesperado.

- Eu sei lidar muito bem com meus sentimentos Delphine, sei me cuidar, não preciso que ninguém me diga o que fazer! – peguei as malas e sair arrastando com toda força que eu tinha pelas escadas, sentir que Delphine me acompanhava, quando cheguei na sala minha mãe e Felix me olharam assustados.

- Onde que você pensa que vai? – minha mãe perguntou!

- Eu? – sorri sarcasticamente! – Estou indo embora dessa casa, se eu continuar mais um minuto aqui tenho certeza que vai chegar enfermeiros em um van branca para me levarem! – já estava na porta de saída.

- Cosima, ninguém aqui é seu inimigo, nós jamais faríamos isso! – Felix falou chorando.

- Não é o que parece aqui! – sai e fechei a porta. Logo a porta se abriu, Delphine.

- Vamos para minha casa! – implorei.

- Pra sua casa? Não, eu vou para qualquer lugar, menos pra sua casa! – fui arrastando as malas até a rua, ela me seguia.

- Não faz assim, Cosima, não faz isso, por favor, vamos para minha casa, você descansa e amanhã com calma voltamos a conversar! – a puxei pelo braço.

- Não, não vou com você Delphine! Você me disse que eu precisava fazer terapia minutos atrás! Acha que eu sou louca? – perguntei.

- Não , não acho isso! – respondi.

- Sua boca nega o que seu corpo afirma! – sair andando arrastando as malas, deixando todos para trás.


Notas Finais


Confesso que escrevi esse capítulo com lágrimas escorrendo. Boa leitura!


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