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História Welcome to life - Vamos ser felizes para sempre.


Escrita por: reinaspring

Notas do Autor


Heyyyyyyyy cophine shippers quanta Saudades de vocês, meu Deus!!!!! Como vão todos? Como vai a preparação para o carnaval? Quem aí vai fazer igual a mim e curtir o carnaval na avenida Netflix sambando no ritmo do Spotify torcendo pela escola de samba acadêmicos do Twitter? Hahaha! (Perdão pela demora, estava eu com vários problemas mas agora estou de volta!) Beijão!!!

Capítulo 34 - Vamos ser felizes para sempre.


• POV COSIMA •

Eu nunca pensei que minha vida fosse mudar tanto em um único ano. Menos de 12 meses e minha vida se transformou por inteira. Parece ser sonho, parece ser surreal, fora da minha realidade de vida. Pode parecer estranho alguém não acreditar que possa ser feliz, mas é que você se acostuma tanto com as dificuldades, com as coisas ruins que acaba por entender que não é merecedor de tal. 

E é assim, desse modo que minha vida sempre funcionou. Momentos de alegrias sempre foram raros embora bem aproveitados, não duravam muito, logo em seguida vinha uma bomba atrás da outra.

Tudo começou quando meu pai nos abandonou, éramos crianças ainda, minha mãe muito jovem. É uma realidade diferente, muitos pais se separam, mas não, nós fomos abandonados mesmo. Eu me sentir a pior pessoa do mundo, porque alguém que deveria me amar, me proteger me machucaria tanto? O que nós fizemos de errado? 

Quando chegou a adolescência foi como conhecer o inferno. O colegial foi meu inferno. Eu era uma menina de óculos e muito tímida. Nunca fui notada por todos os meus colegas de classe embora eu estivesse lá, só era procurada quando precisavam da minha cabeça, pois eu sempre fui muito inteligente. 

Na escola era assim, eu sempre olhava para todas as meninas, sempre tão perfeitas, arrumadas, vestidas com suas melhores roupas e sempre acompanhadas. Eu só era acompanhada pela minha própria sombra, nunca tive uma amiga do qual pudesse confidenciar meus segredos, sempre os guardei para mim.

Quando eu entrei pro time de futebol da escola as coisas mudaram um pouco, eu fui notada mas logo tudo se transformou no inferno e as meninas espalharam que eu era gay. Foi absolutamente triste, fui julgada, colocaram vários apelidos, me olhavam tortos e até teve uma mãe que não gostou que eu estudasse na mesma escola que sua filha julgando que eu não era normal. Eu desistir de imediato de terminar os estudos, para quê tudo aquilo serviria afinal? A realidade dos pobres é sempre é viver para trabalhar.

 Tentei tirar minha vida, em vão. Não conseguir, minha mãe e Felix chegaram na hora. Eu sangrei muito e por um determinado momento deitada na maca do hospital pensei que minha vida estava se acabando aos poucos. Depois que voltei para casa tudo que sentir foi culpa e vergonha. Como eu olharia para os olhos de minha mãe depois de ter tentado contra minha própria vida? Vida que ela colocou no mundo e se sacrificou dia e noite para que não faltasse nada? 

Eu me sentia horrível, eu me sinto horrível até hoje. Me sinto culpada, fraca, incapaz de mudar minha vida. 

Quando conheci Shay algumas coisas mudaram em minha vida. Eu achei que tinha conhecido o amor, me enganei totalmente. Shay não queria assumir nosso relacionamento com medo da reação de sua família. Passamos 8 meses namorando escondido, foi bom, foi ruim, foi péssimo. Em determinados momentos pensei que ela só não arriscaria assumir pelo fato de eu ser uma pobretona. Logo depois veio a traição, a troca. Me sentir um objeto qualquer, a pior pessoa do mundo. Ser trocada por um primo e a única explicação que eu ganhei foi um sinto muito. 

Depois que a relação com a Shay acabou as coisas começaram a piorar. Perdi meu emprego no restaurante, as contas da minha casa começaram a apertar, foi uma loucura. Eu não tive tempo para respirar um minuto se quer. 

Três anos, 16 dias depois na lanchonete de minha mãe, trabalhando feito uma louca como se não houvesse amanhã. Essa era minha realidade, 26 anos, sem ter terminado o colegial e desempregada. Não recebia salário por ser a lanchonete de minha mãe, eu já havia dado muito prejuízo para ela, então tudo que ela me dava eu guardava para ajudar a pagar as contas.

Quando estava terminando de aprontar duas refeições, escutei a voz suave de minha mãe pedindo-me um favor, ela dizia: Cosima, filha, por favor, atenda a mesa 4, tem duas jovens mulheres lá, você pode anotar o pedido delas? 

Óbvio que sim, não tinha como eu dizer não. Fui atendê-las. Naquele momento meu coração disparou na velocidade dá luz. Foi quando eu a vi pela primeira vez, Delphine. Sem dúvidas a mulher mais linda do mundo! Ela era absolutamente um pecado, tudo que pode de haver de melhor na Terra. Sorridente, olhos redondos e verdes. Cabelos cacheados e dourados. Alta e magra. O tipo de mulher que faz você se ajoelhar e enaltecer para sempre. 

Eu mal podia imaginar em ter uma relação com Delphine, mas aconteceu, felizmente. É tipo daquelas relações improváveis, você olha para o casal e pensa “nossa como eles estão juntos?” Tipo nada haver! Um mulherão como a Delphine e eu, a Cosima, baixinha, quatro olhos, de dreads, antissocial e com um perfil para lá de psicopata.

Todos os dias em que acordava ao lado dela, eu a olhava por horas enquanto ela ainda dormia, olhava admirada, tentando me convencer se tudo aquilo era real ou eu havia de fato enlouquecido de vez e criado essa relação. Isso é real mesmo? Eu posso estar sonhando e não sei! 

Eu só conseguia entender que era sim minha realidade quando nós discutíamos. Um verdadeiro choque de realidade, dava para sentir a descarga elétrica de Delphine em cima de mim, disposta a me eletrocutar até o último fio de cabelo existente em minha cabeça. 

Quando comecei a trabalhar, eu juro que queria desistir quando soube que teria que viajar. Claro, eu sonhava em ter uma grande carreira, em ser uma grande chefe de cozinha, mas eu sonhava principalmente em amar e ser amada. Em ter uma família, em viver ao lado de alguém todos os dias para sempre. Eu queria agarrar Delphine em meus braços e nunca mais soltar. 

Eu sei que sou uma perfeita idiota. Eu sou insegura, sempre passo a maior parte do tempo pensando nas mil coisas que Delphine poderia estar fazendo sem minha presença, constantemente cenas de traições pairavam em meus pensamentos. Como ela poderia me trair e como seria? Um erro, um grande erro. Delphine sempre fez questão de dizer que se estava comigo, era comigo e ninguém mais. Mas ao lado de uma mulher tão bonita, como se manter firme? Complicado.

Eu amo Delphine, como nunca amei ninguém na minha vida. Ela é o meu amor, a mulher mais perfeita, mais bonita e mais gentil que conheço. Eu a amo demais, eu poderia dizer milhões de vezes seguidas o quanto eu a amo, sem parar até que minha voz desaparecer por fim. Eu amo seus olhos redondos, amo seu cabelo cacheado, amo sua pele pálida e macia. Amo seu cheiro, sua voz, suas sardas, seu sorriso, sua boca. Amo absolutamente tudo. Amo quando ela me diz que me ama, amo quando ela faz amor comigo, amo quando ela geme em meu ouvido me pedindo para lhe dar mais prazer. Eu amo, simplesmente, amo!


*

Por um momento eu quis correr, quis fugir. Eu queria me desligar de tudo, de todos. Eu queria não me importar com nada, queria deixar todos para trás, inclusive Delphine. Mas eu não fui capaz. Avistei um ponto de ônibus e lá sentei esperando que passasse algum, seja para qual fosse o lugar, eu iria. 

Quem chegou foi Delphine, escutei de longe o barulho do motor de seu carro, senti um leve arrepio em minha alma. Ela veio atrás de mim, não podia nem acreditar! 

Me pediu para ir para sua casa mais uma vez, não aceitei, eu queria mesmo ir embora. Então ela começou a gritar, a falar coisas que eu jamais imaginei escutar em minha vida. Foi uma espécie de declaração de amor, foi uma loucura, o meu coração disparou, comecei a chorar e minha vontade era de abraçá-la. 

Me perdi em seus braços, pedi que me levasse para sua casa, assim ela fez, dirigiu calmamente até sua casa, me levou para o quarto e até me ajudou a tomar banho. Nós nos abraçamos na cama, pensei que se o mundo acabasse esse seria o momento perfeito. De repente ela me surpreendeu, me pediu para ir ao Quebec com ela, viver com ela em sua fazenda. Fiquei sem acreditar, eu nunca imaginei ela me faria esse convite, sempre soube que nós nos separaríamos. Só tinha dois caminhos, ela ir embora para sempre ou ficar definitivamente aqui em Toronto, nunca pensei nessa terceira possibilidade, de ir morar no Quebec, em uma fazenda, longe do meu comodismo, da minha família.

Eu a olhei, olhei dentro da sua alma para ter certeza de que não era uma brincadeira, passei minha mãos em seu rosto para senti-la. Ela é real, Delphine é minha realidade.

- Porque você me quer com você lá na sua fazenda? – ela me olhava com os olhos marejados.

- Por tudo! Eu quero te dar uma oportunidade de ter uma realidade completamente diferente da que tivera nesses últimos anos. – suspirei um pouco, estava tensa e com medo de Cosima não aceitar meu pedido.

- É uma fazenda, você vive em uma fazenda. O que eu vou fazer lá? – questionei, afinal, sair da minha cidade para viver em uma fazenda é algo num tanto surreal.

- Postei minhas duas mãos em seu rosto e segurei para que ela me olhasse fixamente. – Cosima, não é só uma fazenda! Claro, que minha fazenda fica um pouco afastada da cidade mas isso não vai te impedir de viver. Lá tem internet, tem TV por assinatura, tem Netflix, tem Bares, restaurantes, Universidade, escolas. Absolutamente tudo! Olha se você não quiser responder agora, não precisa, certo? Pensa um pouco, se você achar que vir comigo não é o caminho que você quer seguir, eu vou entender sem problemas! – tentei disfarçar meu descontentamento, sempre gostei de ser direta, sim ou não de imediato.

- Delphine, eu não sei, estou muito confusa agora, aconteceu tantas coisas difíceis de digerir nessas últimos dias... Sinceramente, eu não sei mas o que é melhor ou pior. – pude notar em seus olhos o descontentamento.

Terminamos o resto da noite abraçadas. Demorei a pegar no sono, fiquei escutando o barulho suave da respiração de Delphine que dormia feito um anjo. Em meus pensamentos havia dois mundos, um de possibilidades e outro de negação. Mudar para o Quebec teria uma única grande vantagem, Delphine. Fora isso, eu viveria em um lugar completamente estranho, logo eu teria que conhecer pessoas novas e isso já me deixava apavorada. Mas não é só isso, o avô de Delphine reside no Quebec, na fazenda, será que ele já sabe da vida que a neta adotou nos últimos meses? E se ele não aceitar? E eu estragar essa relação tão linda dos dois? Última coisa que eu quero na minha vida é que Delphine seja infeliz. 

*

Cai profundamente no sono, nem vi Delphine levantar-se para ir para a universidade, ela estaria vivendo suas últimas horas aqui em Toronto. Quando acordei pude notar já que alguns de seus livros estavam em uma enorme caixa, era a hora dela arrumar suas coisas e ir embora. 

Chequei meu celular, havia várias mensagens do Felix em meu WhatsApp, uma de Beth se desculpando pelo ocorrido e algumas de Delphine. Respondi apenas Delphine.

- Hey, acabei de acordar... Bom trabalho! Eu estou bem não precisa se preocupar, apenas sinto uma leve indisposição. –

Não demorou muito para que ela me respondesse de volta. Apenas demonstrou estar feliz por eu dizer que estava bem, me perguntou se eu permaneceria em sua casa e eu confirmei que sim. Aproveite e toquei no assunto das caixas de sua mudança.

Delphine: Preciso começar, quero deixar tudo pronto, vou voltar para casa no dia 02/12, os responsáveis vão vir buscar minhas coisas no dia 06/12, levarei apenas o necessário no voo. 

Eu: Ruim ter que ver essas caixas aqui, embora seja necessário...
Delphine: É... Mas por um lado sempre soube que eu teria uma data de chegada e uma data de partida.
Eu: Sim... 
Delphine: Vou chegar em casa cedo hoje, jantamos juntas, certo?
Eu: Ok, precisa ir agora?
Delphine: Sim, preciso, até mais! S2
Eu: Até mais! S2

*

Passei o resto do dia vagando como um fantasma pela casa de Delphine. Lembre-me de cada momento vivido ali, cada lembrança de alegria e tristeza. Algumas de nossas brigas foi nesta sala, por ciúmes quase todas. E esse sofá? Se pudesse falar diria para todos não sentarem nele, pois já cometemos uma das melhores loucuras nele. 

Avistei o canteiro de flores, a coisa mais linda do mundo. Delphine realmente tem mãos mágicas, elas plantinhas estão tão verdes e as rosas tão cheias de vida. Em meus dias bons, ao lado de Delphine, me sinto assim, como uma dessas plantinhas em um vaso do qual ela faz questão de cultivar todos os dias.

Algumas lágrimas escorreram. Sentei no sofá e comecei a imaginar de como será difícil vê-la partir. Eu não sei se estou preparada para isso. Penso seriamente nesse convite de ir morar no Quebec, mas, eu penso que ela também pode viver aqui, nessa casa, comigo. É isso, eu vou propor que ela more aqui comigo! Mandei uma mensagem em seu WhatsApp.

“Vou pedir sushi para jantarmos, quero muito conversar com você, com calma!” 

Ela respondeu depois de algumas horas, confirmando que sim.

As horas se passaram até que já era noite. Recebi uma mensagem da Delphine que por volta das 20hrs já estaria em casa. Poucos minutos antes de Delphine chegar, o pedido do nosso jantar foi entregue. Quando Delphine chegou, entrou rapidamente em casa atraída pelo cheiro do sushi, realmente, estava com um cheiro e uma cara tão boa. Ela me deu um sorriso tímido, um beijo no rosto, mas eu não queria só um selinho. 

- Só um selinho? Foi tão sem graça! – reclamei.

- É o que você tem, por agora! – Eu queria dizer na verdade que embora nós estivéssemos tecnicamente bem, isso não significa que eu não esqueci o que ela aprontou.

- Não, não, não! Eu quero um beijo, me dar um beijo, de verdade! – já a puxei para perto de mim colando nossos corpos, acariciando seus braços com a ponta de meus dedos.

- Cosima! Por favor! – resmunguei, não queria dar o braço a torcer. Ela fez drama, me olhou com aquele olhar de gato de botas que eu não resisto.

- Por que não? – encostei minha cabeça em seu pescoço, claro que eu tiro vantagens de ser menor do que Delphine.

- Eu ainda estou chateada, é isso! – Fui direta, mas meu tom de voz suou um pouco ambíguo. Eu queria beijar sim, mas ela não merecia! 

- Nem um beijinho? 40 segundinhos? – Suavizei o tom de voz, fazendo um biquinho. – Estou tão carente de você! – a olhei nos olhos.

- Cosima... – não quis falar em mais nada, só Deus sabe como é difícil negar um beijo à ela, sem falar que eu também estou tão carente. – É melhor jantarmos enquanto o sushi está fresco e os demais quentinhos! – sugeri me afastando e indo em direção a mesa, ela me olhou com tristeza.

- Ok, vamos sim! – Por hora vou deixar assim, não vou insistir, não agora, só daqui a pouco depois de jantarmos. Sentamos na mesa e começamos a degustar de cada sushi, que comida mais maravilhosa é essa? Delphine comia como se nunca tivesse voltado do deserto.

A culinária japonesa realmente tem uma vasta iguarias, incrível o sabor. O preferido de Delphine era os hots (camarão com queijo e caranguejo), ela também é apaixonada por salamis, kani e salmão. Eu? Eu como todos! Amo os de camarão, os hots são tão crocantes Nós sempre comemos com molho soyo e pasta de gengibre. Só havia um pequeno detalhe, Delphine nunca aprendeu a utilizar o Hashi, o que é uma graça vê-la comendo sempre com as mãos ou com um garfo. Vê-la comendo assim me deu uma crise de risos.

- O que foi? – perguntei desconfiada. 

- Nada, eu não posso rir? – não conseguia me controlar, falei rindo e estou toda suja agora.

- Você não é o tipo de pessoa que ri sem motivo, Cosima!  – já até sei o motivo dela rir, mas não me importo, como meu sushi assim mesmo.

- Você, Delphine, um membro da alta sociedade de Montréal comendo sushi com as mãos, lá você não aprende técnicas de etiquetas? – debochei.

- Que debochada você! Faltei essas aulas, afinal, desde os meus 10 anos moro na fazenda! – tentei mostrar que estava brava.

- Eu amo quando você tenta mostrar pra mim uma coisa quando seus olhos te entregam! – sorri a olhando em seus olhos.

- É mesmo? E o que você ver mais em meus olhos? – encurtei os olhos a encarando.

- Pupilas dilatadas, olhos enormes, verde oliva, furiosos! Parece que alguém está prestes a cometer um crime passional! – falei enquanto remexia nos restos de sushi.

- Concordo, falta pouco para que isso aconteça! – assenti com a cabeça levantando-me da cadeira.

- Então, me diz o que falta que eu vou te dar os motivos para que você assim cumpra seu desejo! – levantei junto a confrontando! 

- Embora sua proposta seja interessante, eu vou recusá-la, afinal, não estou emocionalmente preparada para tal coisa. – falei andando até chegar ao sofá.

- Ow, ok, quando tiver preparada me diga! – sentei ao seu lado.

- Você queria conversar à respeito de quê? – na verdade eu estava ansiosa para saber o que ela queria comigo.

- Ah sim, desculpa, havia esquecido desse detalhe! – dei um sorriso tímido.

- Então? – levantei minha sobrancelha esquerda.

- Você me fez uma proposta de ir morar com você no Quebec... Então eu quero te fazer a minha proposta! – parei para suspirar enquanto Delphine assentiu confirmando para que eu prosseguisse com o assunto! – Eu quero você fique aqui, em Toronto, nessa casa. Eu passei o dia todo pensando, pensando... Tipo, Delphine, quantas lembranças nós já temos nessa casa? Boas e ruins! Somos um casal, então eu pensei que você pode construir sua carreira aqui, você vai ser bem conhecida, aqui tem vários zoológicos, animais de todos os tipos, é o lugar ideal. – soltei as palavras como quem joga uma granada e sai correndo.

- A sua proposta na verdade é a contra proposta da minha! – Fiquei séria.

- É, basicamente isso, me diz, o que você acha! – estava ansiosa pela sua resposta.

- Cosima, eu não vou ser hipócrita, vou falar que sim, eu gosto daqui. Mas não é o suficiente, eu amo minha vida na fazenda, eu vou ter meu consultório lá, muitos animais lá para cuidar, não é só dinheiro. Existe muitos agricultores na região que eu moro, que tem um animal e outro que não tem condições de fazer o pagamento para um tratamento ideal para seus animais. Sem falar que minha fazenda tem vários animais, tem gado, tem ovelhas, tem porcos, aves. E nós produzimos para várias partes do Canadá nossos produtos, ou seja, eu não posso vir morar aqui por muitos motivos, não só esses. – O olhar de Cosima já me deixou em alerta para o que viria.

- Ah, então eu posso largar minha vida aqui para viver com você lá, mas você não pode fazer o mesmo? – questionei irritada.

- Cosima, não foi isso que eu disse! – arfei.

- Não foi? Eu sei que minha vida é meio medíocre, mas isso não significa que eu posso largar tudo e jogar pro alto para viver com você, como se nada aqui valesse a pena... E o meu trabalho? – levantei do sofá até a janela.

- Eu não disse isso, mais uma vez torno a falar, ontem eu te fiz um convite e disse para você pensar com calma. Isso que aconteceu! – revirei os olhos.

- Aham, claro, foi isso mesmo! – arfei forte.

- Cosima, se você não quiser ir comigo, eu não vou te obrigar, eu não sou sua dona, não vou decidir nada por você, te fiz um pedido, se você acha impossível ter uma vida longe daqui, não vá, só responda que não e resolvemos isso! -  levantei para ir para meu quarto.

- É só isso? Você vai embora Delphine e eu vou ficar aqui! – fui em sua direção.

- Então venha comigo! – a encarei por alguns segundos e subi as escadas.

- Você explicou milhões de motivos para não viver aqui, acha que eu não tenho os meus? Eu acabei de arranjar o emprego dos meus sonhos, vou largar até isso para viver com você, já pensou nisso? Eu vou viver lá as suas custas? Isso não está e nunca estará em meus planos! – A acompanhei até o quarto.

- Então, não há outro modo, jeito. Vamos ter que nos separar! – sentei na cama passando as mãos nos cabelos. 

- Vai ser assim mesmo? É assim que vamos terminar? – falei com apatia.

- Parece que sim, Cosima! Parece que nossa relação tem prazo de validade. Se não estamos dispostas a largar nossas vidas, então não adianta de nada insistir, só aceitar. – Me levantei e coloquei mais alguns livros na caixa.

- É se não estamos dispostas... Até porque eu posso imaginar o quanto deve ser difícil largar uma fazenda milionária. – ironizei.

- Olha aqui Cosima! – ela já me tirou do sério! – Para sua informação, eu tenho orgulho da minha fazenda e de todos os bons frutos que ela dar, minha Terra é abençoada e eu sou muito grata a Deus por isso, eu amo minha Terra, agora eu não vou ser hipócrita com você e dizer que não estou nem aí e que vou jogar tudo para alto só porque você quer! 

- Então não jogue. Fique com sua Terra, com os bons frutos e com o dinheiro que os frutos de lá dão. É a sua vida, seu dinheiro, não vou questionar, se dinheiro fosse ruim eu não estaria atrás do meu! – falei com sacarmos.

- Pois é, não me venha com ironias de novo e estamos conversadas e já decididas de como será quando eu for embora daqui. – continuei colocando os livros na caixa.

- É, parece que sim, parece que tudo ficará bem, eu no meu canto, na minha cidade e você na sua fazenda. Cada uma vivendo a própria vida, vamos ser felizes para sempre. – me joguei na cama tentando ser forte.


Notas Finais


Gente, escrevi bastante né? Teste cardíaco esse capítulo, o maior que já escrevi e acredito que tá bem emotivo também, uau. Aproveite e comentem o que estão achando, como disse, não sei se o capítulo 35 será o último, atualizarei no carnaval, bjsbjs!


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