História Welcome to life - Mundos diferentes

Olhar para aquela loira de cabelos dourados era algo inexplicável, claro que meu papel seria apenas admirá-la pois ela estava fora da minha realidade, mas eu podia olhar para ela pro resto da minha vida sem me preocupar com o tempo e é o que eu faria se pudesse... Tudo que posso fazer é memorizar cada detalhe daquele rosto magnífico, aqueles olhos redondos verde oliva, aquela boca perfeitamente desenhada, o rosto, todo o rosto esculpido como a mais bela criação de divina. E tudo que eu tinha que fazer era me contentar em olhar para ela e aproveitar cada fração de segundo admirando-a.... Só suspirei e me dispensei daquela mesa e voltei para a minha mini cozinha e voltar para minha realidade atormentada.
Terminei a minha salada intrigada com a moça de dreads com um Look nada convencional. Fiquei pensando no quão ela é diferente dos demais, interessante os detalhes que compõe o visual dela, pulseiras, anéis, vários piercings e óculos... Eu pensei ela parece ser uma nerd, mas ao mesmo tempo não, não dava para definir algo certo e com certeza eu teria que voltar ao local para tomar café da manhã e para almoçar, então se um dia eu tiver a oportunidade de desvendar a moça de dreads, eu vou fazer isso, com certeza vou! Sai com Krystal de volta para a universidade ela me contara coisas loucas sobre seus relacionamentos, sobre seus planos do futuro e eu claro não conseguia assimilar o fato de que a moça dos dreads tinha chamado tanto a minha atenção e isso não era nada comum, nunca achei humanos interessantes, eu os trocaria facilmente por animais e pela natureza. E essa minha condição com certeza sempre me trouxe problemas, afinal, nunca fui de nutrir sentimentos facilmente, se me apaixonei uma ou três vezes, não sei, era do tipo de paixão que durava menos que uma chuva de verão. Meus relacionamentos sempre foram desastrosos, tive 3 namorados e não lembro de ter terminado bem, sempre fui julgada por ser fria e incapaz de amar, essa é realidade da minha vida amorosa.

Já era quase 23hrs e nós estávamos limpando a lanchonete para ir embora. Conversei com minha mãe e disse que iria caminhar na praça, queria pensar na minha vida, entender meus problemas, minhas frustrações e naquele momento da minha vida eu não sabia se um dia eu conseguiria alcançar meus sonhos. Sentei na grama da praça, acendi meu cigarro de maconha e fiquei olhando para céu, de imediato quis fazer uma contagem, quantas estrelas há neste imenso céu? Mas logo fui abordada por pensamentos perturbadores, uma lembrança nada agradável me surgiu... “No colegial jogava no time feminino de futebol, minha posição era goleira. Tínhamos vencido um campeonato disputado com outros colégios de Toronto, mas aquele dia não foi marcado por grandes defesas ou uma taça erguida. Era apaixonada por uma das meninas da minha sala, ela era cobiçada por todos e naquela altura eu já tinha tal conhecimento da minha sexualidade. Naquela época as coisas eram mais difíceis e foi marcada drasticamente. Estávamos todas no banheiro quando a menina dos meus olhos zombou de mim... Ela simplesmente disse – Cosima está no lugar dos sonhos, no céu! Apreciando cada detalhe de seus corpos, uma lésbica no paraíso – fiquei extremamente envergonhada, saí correndo e tudo que eu queria era deixar de existir naquele momento. Todas as meninas me olharam com abominação, como se eu fosse um alienígena. Eu voltei pra casa correndo e tudo que eu fiz por correr em direção a cozinha, não pensava direito foi quando avistei as facas.... E foi isso que eu fiz, cortei meus pulsos... Sentia uma enorme ardência, mas a dor que minha alma carregava, eu era uma abominação por gostar de meninas e não podia voltar naquele colégio nunca mais... Estava sentada esperando minha vida ir aos poucos quando minha mãe chegou com meus irmãos, tudo que eu lembro é de ser carregada até o hospital e quando acordei minha mãe estava do lado segurando minha mão”. Eu não queria que essas lembranças me atormentassem tanto, mas era essa realidade. O que aconteceu nesse dia mudou minha vida, claro, não voltei pro colégio à pedido da psicóloga e quando resolvi contar a minha família o motivo eles me apoiaram e o que todos falavam era “nós te amamos de qualquer jeito”. Em uma conversa mais reservada com minha mãe ela me abraçou e disse – quando alguém questionar você sobre sua opção sexual responda sem medo que sua sexualidade não é o que há de mais interessante em você, não se importe, quem te ama de verdade te aceitará!”. Eu tive claro várias namoradas, mas muitos das minhas relações eram de momento, começa agora e termina duas horas depois. O relacionamento mais longo que tive durou 2 anos e 6 meses, mas nós tínhamos um grande problema, a família dela não aceitava a relação o que transformou nossa vida em um inferno, além do fato de aguentar as piadas nada engraçadas vindas da família dela. Nos últimos meses foram complicados, ela começou a se comportar diferente, me tratava diferente e no fim das costas eu fui trocada por um primo e tudo que eu tive de explicação foi “isso nunca teria dado certo!”. Em meio às minhas angústias caminhando de volta para casa minhas lágrimas escorriam em meio a um pensamento de que nunca vou ser amada o suficiente ao ponto de fazerem loucuras por mim, além disso, ainda me deparo com um espelho em minha frente, me olhar e ver que se a minha imagem não me agrada como irá agradar os outros?

Já amanheceu o dia e eu preciso correr, quero passar na lanchonete e tomar um café bem reforçada, mais uma vez estou atrasada, como tem sido difícil se acostumar com os horários e agitação da cidade. Estacionei meu carro próximo a lanchonete, sou uma louca no volante de imediato cai na gargalhada, não conseguir me conter e logo me dei conta de que tinha vários olhos em cima de mim, odeio essa sensação! Dessa vez tinha poucas pessoas, então aproveitei a situação e me estabeleci dentro da lanchonete, de imediato fui atendida pela Mra S, Deus como ela é simpática e extremamente atenciosa... fiz meu pedido, um café preto com waffles doces, como eu amo! Comecei a comer meu waffles e esqueci que estou na cidade, na fazenda nós comemos de qualquer jeito ninguém se importa, mas na cidade é diferente, já voltei a chamar a atenção das pessoas e arranquei uma gargalhada da Mra S, logo ela veio até à mim novamente...
- Você não é da cidade, estou errada? Falou sorrindo!
- Sim, sou uma caipira das fazendas do Quebec! 
- E eu posso saber o nome da linda caipira do Quebec?
- Delphine! Disse sorrindo!
Não demorou muito e sentir a presença de alguém se aproximando..
Bom dia mãe, bom dia moça vegana! Disse animada ao ver a loira conversando com minha mãe... 
De imediato olhei sorrindo e vi aqueles dreads e óculos e respondi “bom dia moça que precisa reformular o cardápio!” 
Mra S – Vocês já se conhecem? Disse com surpresa!
Cosima - Sim mãe, nos conhecemos ontem no almoço quando fui servir a salada e a macarronada, lembra? 
Mra S – Que ótimo! E então, porque vamos ter que reformular nosso cardápio?
Delphine - Fiquei um pouco impressionada ao ver as duas conversando, logo deduzir que a cozinheira da lanchonete é ela... a comida é ótima, ela é jovem mas não parece muito feliz pensei enquanto terminava meu café. Logo a Cosima explicou porque tinham que fazer uma pequena mudança no cardápio, servir comida para vegetarianos, claro que isso facilitará a minha vida, posso comprar comida para almoçar e até jantar, seria uma boa jogada, imagina o tempo que vou economizar? 
Eu precisava correr pra universidade, afinal, o serviço me esperava e o estágio era algo que precisava levar realmente à sério! Então acabei me despedindo das meninas da lanchonete e avisei que com certeza voltaria, não para o almoço mas sim para o jantar. 
E lá se foi ela... Acho que ela foi com meu coração, eu sabia que não podia me apaixonar por uma mulher desse porte mas eu não conseguia evitar de olhá-la. Nem em meus sonhos perfeitos estive com uma mulher assim, era demais eu sei, uma realidade alternativa de minha vida que eu realmente pudesse desejar algo e em um piscar de olhos realizar! Passei o dia todo cozinhando e cozinhando, já não tinha mais ânimo para cozinhar como antigamente, a cada dia que se passava era um dia em que eu tinha certeza de que meu sonho de ser uma grande chefe seria apenas mais um sonho entre tantos.  Minha mãe sabia das minhas angústias, fazia de tudo sempre para me deixar feliz, mas ela sabia que não podia fazer muita coisa. 
O dia passou rápido, já era noite e estávamos apenas eu e Felix cuidando da lanchonete, já que minha mãe saiu mais cedo para resolver uns problemas com a Beth. O movimento era fraco, faltava pouco para fecharmos e eu estava indo limpar algumas mesas foi quando me esbarrei em cima da Delphine e tudo pareceu acontecer em câmera lenta... a bandeja caía no chão lentamente, os talheres voavam em direção ao chão, os copos se chocavam e o barulho do vidro se desmanchando embalava o encontro dos nossos olhares e o tempo nesse exato momento parava. Meu coração disparou e logo senti minha voz embargar, um momento embaraço, eu estava na frente da mulher mais linda que conheci em todos esses quase 30 anos de vida e nós estávamos sujas de restos de comida foi quando a realidade chegou...
Delphine – Meu Deus, me desculpe de verdade eu estava com medo de que vocês fechassem e eu ficaria sem meu jantar e vir o mais rápido possível! Me desculpe por favor, eu irei pagar pelo prejuízo – falei rápido e tensa com a situação.
Cosima – Wow, é..... Não tem problema – aproveitei para ir apanhando as coisas do chão, precisava agir rápido e ficar em frente de Delphine me deixou completamente atordoada. – não tem problema, sério, foi apenas um acidente – disse gaguejando.
Delphine – mesmo assim teve copos e pratos quebrados, não é justo com vocês, um acidente sim, mas um descuido de minha parte também! – falei tentando entender o nervosismo de Cosima, além disso ela parecia um pouco tensa com toda a situação e isso me deixa curiosa ainda mais em relação à ela.
Cosima – Então, você disse que estava correndo para não perder seu jantar? Pode fazer seu pedido e vou agora mesmo para cozinha prepará-lo! Ahh, você pode ficar na parte interna da lanchonete, esse horário é um pouco perigoso e então você estará mais segura aqui dentro.
Enquanto Delphine fazia seu pedido Felix observava tudo e eu já podia esperar os comentários extravagantes. Corri pra cozinha para preparar o jantar da Delphine um pouco entusiasmada, era apenas salada e outras coisas a mais, simples e bem rápido de preparar, mas ainda sim eu estava feliz. Delphine ficou conversando com o Felix, ele nunca teve problemas em fazer novas novas amizades, despachava os últimos clientes e ainda arrancava gargalhadas de Delphine e eu estava finalizando o jantar dela e rindo, só eu sabia o quão prazeroso era escutar aquela risada contagiante. Logo fui deixar o jantar da Delphine esperamos ela terminar o jantar para fecharmos totalmente a lanchonete. Felix continuava arrancando gargalhadas da Delphine enquanto eu terminava de limpar o balcão. A loira não conseguia evitar a risada e acabava se sujando toda mostrando não se importar com etiquetas embora a mesma seja rica.
Delphine – Cresci na fazenda, nunca gostei de viver na cidade e então eu sempre fui desligada das etiquetas que minha família que reside em Montreal estão acostumados. Meus pais são ricos, vivem no luxo e nunca entenderam os meus motivos de viver na fazenda com meu avô.
Cosima – Então, como é viver na fazenda? O que tem lá que te agrada tanto? – perguntei interessada que ela continuasse falando mais à respeito de sua vida.
Delphine – Eu amo tudo da fazenda! O cheiro da natureza, os animais, o canto dos pássaros, o leite fresco, o cheiro da Terra molhada... Absolutamente tudo!
Felix – Então o que você veio fazer aqui em Toronto? Eu sinceramente? Não me vejo morando em uma fazenda, só de imaginar me dá arrepios!
Delphine – Bom, estou no último ano do meu curso de veterinária e fui designada à Toronto para estagiar na universidade, faço parte do núcleo médico veterinário, cuido dos meus queridos animais, faço atendimento emergencial e vai ter dias que vou precisar fazer visitas nos bairros para examinar e prevenir epidemias.
Fiquei fascinada com a empolgação de Delphine ao falar sobre seu curso, assim como eu ela sabia justamente o que queria e amava isso! Felix tratou de me dá uma ajuda naquela conversa e  disse – minha irmã Cosima é o talento da nossa família, cozinha barbaridades! – Logo fiz a interrupção na conversa para que ele não continuasse...
Um talento pra lá de torto, continuei.... Delphine me olhou confusa e de repente me surpreendeu. – acho que você é muito talentosa sim, você faz absolutamente tudo aqui e  os poucos mortais que conheci aqui falam bem da sua comida e a lanchonete está sempre cheia. Claro que você é talentosa sim! – Não conseguir conter minha surpresa e felicidade ao ouvir aquela voz maravilhosa me elogiar, não tinha palavras para agradecer e já precisávamos sair quando Delphine perguntou se nós queríamos uma carona para casa e eu se quer tive tempo de negar, pois o Felix aproveitou para dizer que óbvio! Esse é o meu irmão, não costuma perder nenhuma oportunidade na vida. 
A nossa casa era próxima da Universidade assim como a casa da Delphine uma diferença de 3 quarteirões, então eu pensei que adoraria novas caronas, afinal, sair às 23hrs todos os dias e pegar metrô não era nada fácil. A conversa no caminho de volta para casa era super harmoniosa, Delphine nos contava de sua vida na fazenda e Felix comentava com abominação como alguém tão rico podia preferir viver no mato do que esbanjando riqueza na cidade. Eu não tinha muito o que falar, só dava umas gargalhadas discretas da situação. Estava cada vez mais encantada com Delphine, era rica sim, podia comprar tudo que desejasse. Mas a simplicidade dela me deixava babando, como alguém tão rico poderia ser tão simples assim? Logo chegamos na porta de minha casa e convidamos Delphine para entrar apesar de ser tarde, ela recusou e prometeu fazer uma visita depois para comer os meus doces. Nos despedimos e ela foi embora...
Nesse momento eu e Felix nos olhamos quando ele soltou – essa loira é extremamente incrível, eu adoraria ser ela por um dia! – Isso me arrancou gargalhadas fazendo com que Felix me olhasse com despeito – Eu teria que aguentar você por um dia me desejando loucamente ao ponto de escorrer a baba no cantinho – disse  tirando sarro da minha cara e seguiu falando que eu estava apaixonada, completamente apaixonada. A verdade é que eu estava sim, embora eu não podia estar, era terrível imaginar que eu jamais conseguiria ter essa mulher em meus braços, só podia sonhar mesmo, sonhar e babar muito!
Cheguei em casa e me joguei no sofá, é aqui mesmo que vou ficar o dia foi muito cansativo hoje, em 11 meses eu estarei mutilada com a rotina da cidade e olha que eu se quer pensava em aproveitar a cidade, mesmo Krystal me convidando para uma noitada, ainda não consigo me imaginar em um local assim. O que eu precisava mesmo era levantar e tomar um banho, ainda estava cheirando a molho e suco de abacaxi. Tratei logo de tomar um banho e enquanto a água corria em meu corpo recordava-me do momento em que esbarrei em Cosima, aquilo obviamente foi um grande descuido de minha parte e Cosima coitada parece ser muito tímida que mal sabia o que falar, até pareceu que foi ela mesmo que causou o esbarrão. O fato é que estava intrigada com Cosima, ela era extremamente bonita, baxinha, tem um visual diferenciado e muito tímida. Eu não conseguia desvendar ela, ao contrário, seu irmão Felix era completamente diferente, muito vaidoso e engraçado. Tem uma resposta pra tudo, sabe divertir e tem um bom papo. Ainda sim enxugando meu rosto e me olhando no espelho pensava em Cosima... Ao mesmo tempo que sua aparência mostrava que ela com certeza é dona de uma personalidade forte parecia ter uma nuvem cobrindo-a impedindo que eu pudesse decifrá-la! Me deitei na cama ainda pensando em Cosima, parecia loucura pensar tanto tempo em alguém, no máximo eu conseguia pensar no meu avô quando estava doente, nem com meus pais eu costumava pensar, então isso martelava minha cabeça o tempo todo e me vinha uma pergunta na cabeça “o que a Cosima tem de tão especial ao ponto de não sair da minha cabeça?”.
O dia foi extremamente cansativo mas esbarrar na Delphine foi o que salvou o meu dia! Eu posso esperá-la todos os dias para esbarrar e derrubar tudo para ter a oportunidade de ficar tão próxima dela outra vez! Claro que eu estava apaixonada, sim, eu estou apaixonada! É tão absurdo pensar e isso me faz questionar “aonde estou com à cabeça? Como posso ser tão tola à esse ponto?” mas eu não tenho culpa, o coração é uma bomba relógio a qualquer momento pode se apaixonar por alguém em frações de segundo e quando você se der conta não tem mais saída. Me apaixonar por alguém sempre foi sinal de sofrimento, nunca fui correspondida em minhas relações e como eu posso ser correspondida pela Delphine? Mais uma vez repito “só em meus sonhos”.
Eu já estava deitada no terraço da casa fumando minha maconha e pensando em Delphine! Olhava para o céu tentando imaginar como seria encontrá-la amanhã. Eu poderia já começar a fazer comida vegana e incluir no cardápio mais isso significava fazer investimento e nós não estávamos podendo tanto assim. O lucro da lanchonete ainda pagava as contas daqui de casa, fora o aluguel do estabelecimento, então eu tinha que pensar no que fazer para resolver essa situação, claro que Delphine não era a única vegetariana que já frequentou nossa lanchonete mas ela era especial e eu queria vê-la nos próximos 11 meses, amo risada, amo tudo nela, eu não posso ter preferência por clientes, mas por ela eu pararia tudo na minha cozinha só para satisfazer o desejo dela!
O primeiro mês passou rápido! Delphine sempre tomava café da manhã, almoçava as vezes é jantava todas às noites na lanchonete. Logo ficamos um pouco próximas, mas como estava sempre na cozinha o nosso papo era um pouco cronometrado e eu adorava ouvir os elogios dela. Delphine sempre que almoçava era acompanhada de Krystal, apesar de tagarela é muito simpática, sempre cheia de histórias e isso acabou conquistando o Felix. Minha mãe já tinha notado meu entusiasmo com a presença da Delphine, ela sempre me olhava quando Delphine me arrancava uma gargalhada como quem diz “eu sei o que você sente” e mãe é assim, consegue nos decifrar na velocidade da luz, embora eu não conseguisse esconder mais meu interesse na loira alta. Apesar de estarmos mais próximas Delphine ainda não tinha ido nos visitar como prometido, ela é simpática e muito educada mas não tinha muito interesse em pessoas e isso era claro! Uma mulher do nível dela, uma obra prima da natureza ainda não tinha feito amizades além de Krystal e ainda não tinha conhecido a cidade. Os dias se passavam depressa... Eu esperava encontrar um novo emprego, esperava mudanças e o meu coração esperava todos os dias por Delphine me deixando louca de ansiedade. Comecei a preparar os pratos para Delphine nos possíveis horários que ela chegaria na lanchonete para que ela não precisasse esperar e ter mais tempo para descansar. E claro, ela não deixou de me agradecer por isso, sempre tão educada, tão linda, eu não tinha mais armas para me defender dela, era assim, ela chegava e o meu coração disparava, fazia absolutamente tudo para agradá-la.

Era uma sexta-feira e a lanchonete estava no pico animado do almoço quando Delphine chegou com os cabelos amarrados acompanhado de um coque, maravilhosa como sempre! E para completar a destruição do meu coração ela estava com seu jaleco branco deixando-a ainda mais irresistível! Ela foi em direção ao balcão e com os seus olhos verde oliva cravados em mim soltou “boa tarde Cosima!” nesse momento meu coração disparou e.....

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