História Welcome to Mount Massive - O inferno vos espera!

Era uma manhã fria e Jessica Jung estava saindo da universidade depois de um longo dia de muita revisão. Os professores estavam repetindo conteúdo, como preparação para as provas e tudo não poderia estar mais cansativo, como estava. O lado bom era que a loira tinha se livrado de todos os trabalhos que tinha feito nas ultimas semanas. O lado ruim era a pressão por causa da chegada das provas.

O que mudou de imediato o seu dia, foi ver a mãe de Yuri vindo em sua direção, ela sabia que a única pessoa a quem a Sra. Kwon poderia encontrar naquele lugar seria ela.

 E a sua reação fora basicamente franzir a testa e se deixar ser arrastada para onde quer que fosse. A feição da Sra. Kwon não era nada boa. Andava mais pálida que o comum e nitidamente havia perdido peso. Jessica estranhou muito quando percebera que a mulher lhe levou a uma cafeteria e pedira dois cafés. Estranhamente... Ela ainda se lembrava de qual tipo de café que a loira gostava.

 Já fazia um ano desde o término mais terrível que ocorrera em toda a sua breve vida e até hoje Yuri ainda não havia lhe mandado uma maldita mensagem oficializando o que já era óbvio. Na mente de Jessica Jung, a sua agora ex-namorada nada mais havia feito do que fingir que iria viajar para um local abandonado e daquele lugar tirar uma ótima reportagem.

Se Jessica pudesse voltar no tempo, com toda certeza daria um tapa na cara de Yuri por terminar daquele jeito.

 O relacionamento das duas mulheres sempre fora mal visto na família de Yuri, já que a Sra. Kwon sempre a acusou de transformar a sua filha em uma “sapatona despudora”. Yuri era pelo menos cinco anos mais velha que Jessica e mesmo assim quem levou toda a culpa no inicio do relacionamento até o fim... Fora a mais jovem entre ambas. Jessica tinha vinte e dois anos e Yuri vinte e sete, mas quando começaram a namorar, a garota ainda tinha seus dezessete anos.

 Após balançar a cabeça rapidamente e finalmente sair de seus breves pensamentos, a loirinha notou que a mãe de Yuri lhe fitava apreensiva.

– Isso é estranho. – Jessica rira pela respiração. – Logo você vir me ver... – Dera um leve sorriso conformado e fitou o café que estava mais próximo de si. – Como vai, Senhora Kwon? – Levantou a cabeça para fitá-la.

– Por favor, me diga que sabe onde minha Yuri está.  – A velha senhora sussurrou com um olhar preocupado e era possível sentir o desespero da mesma. – Ela falou naquele dia, que quando voltasse do tal hospital iria direto para a sua casa. E depois disso ela nunca mais voltou... Me diga, onde minha filha está, por favor? Eu estou disposta a reconsiderar e até mesmo pedir desculpas pelas coisas que disse. Eu não aguento mais essa distância da minha filha... Me ajude, Jessica.

– Como é? – A garota piscou em confusão e balançou a cabeça em completa negação. – Olha, Senhora Kwon... Eu sinceramente não sei do que você está falando. – Cruzou as pernas e nem mesmo conseguira tocar no copo de café a sua frente. – Faz muito tempo que não falo com a Yuri, inclusive acreditei fielmente que ela havia me deixado de um jeito muito escroto. – Rira pela respiração. – Eu pensei que... Que você soubesse onde ela está.

– Mas... Para onde mais minha filha iria se não fosse para sua casa? Ela não tinha muitos amigos e a senhora Kim falou que fazia tempo que não via a Yuri. Eu pensei que minha filha estivesse com você. E até estranhei o fato dela não levar nada além daquela mochila com um lanche que eu fiz e uns papeis do trabalho. – A sra. Kwon falou com o olhar se tornando ainda mais desesperado. – Jessica, se ela não está com você, onde ela está? Você tem certeza que não sabe nada? Eu realmente reconsiderei, eu não culpo você pelas escolhas dela, certo? Eu espero que sejam felizes e até quero visitas das duas, por favor, diga que minha filha está com você... – A mulher já desesperada se interrompeu começando a chorar copiosamente.

– Senhora Kwon, eu juro que não vejo a Yuri desde o dia que ela foi para- – Parou de falar no mesmo instante e se sentou corretamente sobre aquele banco. Lembrava-se que Yuri estava indo investigar um hospital de saúde mental abandonado... Ou em uma linguagem mais popular, um Hospício. – Mount Massive. – Sussurrou o nome do local baixinho e com franzindo o cenho. – Senhora Kwon... – O tom de voz se tornou mais suave. – Você se lembra dela falar algo sobre aquele hospital no interior do estado? Mount Massive? – A Senhora assentira prontamente. – Na última ligação que recebi dela... Há um ano, bem ela... Ela disse que estava em frente a este hospital e que iria ver um jeito de adentrá-lo. O que eu quero dizer com isso é que... – Jessica não sabia como falar aquilo, pois também sentia um grande desespero dentro de si. E então... Dissera a primeira e mais louca coisa que pensou. E que faria. – Eu vou até Mount Massive descobrir o que aconteceu com ela. Vou trazê-la de volta para casa. – E o falara tão convicta de si que conseguira passar algo que jamais conseguiu para aquela mulher. Confiança.

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Hyomin passaria o dia inteiro em casa por causa do download de um novo programa. Apesar das críticas constantes de Jessica, ela não só era uma das melhores hackers da região, como trabalhava de consultora de segurança para o sistema do banco da cidade. Ela era jovem, mas era bem sucedida nessa área, claro, não que suas irmãs a levassem a sério.

Ela já estava começando a agradecer mentalmente por nenhuma das duas a estarem incomodando naquele momento, tinha tudo para ser um dia frio e o que ela gostava de fazer em dias frios era basicamente não ser incomodada pelas outras Jungs.

Mas, como tudo que é bom dura pouco, alguns minutos depois a irmã mais velha da mesma invadiu o quarto e a encarou com aquele olhar louco que Jessica Jung só fazia quando queria alguma coisa.

– Faça a sua mochila, qualquer coisa que ajude a sobreviver em um hospício abandonado! – Jessica exclamara naturalmente e a fitando de forma severa. – Agora, Hyomin.

– Me obrigue! – Hyomin sabia que poderia estar morta depois de tamanha ousadia, principalmente em se tratando de Hellsica, mas ela o fez e encarou a irmã com um sorriso incrédulo. – Você está brincando, certo Jessie?

– Hyomin... – Jessica dera-lhe aquele olhar capaz de assassinar três pessoas por metro quadrado em questão de milésimos de segundo. – Você vai arrumar a sua mochila e vai ser agora. Não estou brincando, nunca falei tão sério em minha vida. – O tom de voz era frio.

– Olha, Jessie, você me desculpe, mas nem ferrando que eu vou para uma porcaria de hospício abandonado. Você é louca ou o quê? – Hyomin falou com seriedade, mas era possível ver no olhar da moça o medo que o olhar da irmã causava.

– A Yuri tá lá. – A loira cruzou os braços e fora andando pelo quarto. – Sim... A Yuri minha ex. Ou seria atual? – Piscou em confusão e rapidamente balançou a cabeça em negação. – Atual! Minha namorada está lá, Hyomin! Eu preciso tirá-la de lá!

– Jessica, o que te faz achar que uma pessoa passaria um ano em um hospício abandonado? E se isso fosse possível, provavelmente, ela está morta. – Hyomin falou com um olhar preocupado com a irmã. – Jessie, tá na hora de esquecer a Yul, certo? Tá ná hora de sair dessa, maninha.

– Escute aqui, irmãzinha... – Jessica virou a cadeira de Hyomin para si e rira incrédula. – Eu vou. EU VOU! Você quer mesmo viver com a consciência pesada de que não foi para me ajudar nesta missão? Yuri sabe como se virar em situações críticas! O que te faz pensar que ela não poderia sobreviver? Poxa vida, é a Yuri! – Rira pela respiração. – E além do mais... A mãe dela veio me procurar hoje. – Cruzou os braços e suspirou pesadamente. – E isso foi muito depressivo, porque ela está desesperada atrás da Yuri. – Fizera seu olhar mais meigo. – Por favorzinho... A Tiffany e o Baekhyun já aceitaram! Só falta... Só falta a minha irmã favorita... – E na mesma hora a porta fora aberta por uma jovenzinha de apenas doze anos. Sinb tinha os olhos semicerrados, mostrando nitidamente que puxou a irmã no olhar assassino. – Digo... A minha segunda irmã favorita! – Rapidamente a loira completou e notou a caçulinha lhe dar mais uma olhada antes de fechar a porta com força.

– Se eu for, você vai ficar me devendo um favor e não poderá dizer não independente do que eu pedir. – A castanha falou com um sorriso de triunfo nos lábios. Se Tiffany e Baekhyun também iriam, não seria problema ir, mas ela tinha que tirar proveito, não era sempre que Jessica Jung lhe devia favores.

– Hyomin, vou ser direta. – Jessica segurou o rosto da irmã mais nova com as duas mãos e lhe dera um olhar perigoso. – Se você não for comigo procurar a Yuri.... Eu vou deixar a nossa caçulinha com a missão de lhe infernizar pelo resto dos seus dias. Ainda mais se eu não voltar! Aí mesmo que a Sinb vai acabar com você! Já vou até deixar dito que a minha herdeira é ela. Além do mais... Vou puxar o seu pé de noite quando eu estiver em forma de fantasma HellSica!

–Tá, tá, que seja. – Hyomin falou revirando os olhos e fazendo um biquinho indignado, Jessica conseguia tirar até o direito de ter uma bela noite em casa. – Eu vou preparar minha mochila, se vira com a sua... Vamos ficar uma noite lá? – A moça perguntou já pegando a mochila dela para arrumar.

– Espero que menos... Vamos achar a Yuri e dar o fora. É simples assim. – Jessica dera de ombros.e

– Que seja, só espero que não seja grande demais, para acharmos ela logo. – Hyomin sussurrou dando de ombros e foi preparar a própria mochila, quando já estava pronta, foi para fora para esperar os outros, pensava que provavelmente iriam no carro do Baekhyun.

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Sinb era o que se podia chamar de cópia da Jessica, raramente interagia com as irmãs e quando o fazia era para lançar um dos olhares inquisitivos, ou pelo menos era assim que Hyomin chamava o olhar dela, quando ela ia pedir algum jogo novo ou alguma outra coisa.

A garota estava entretida em seu Xbox, estava no meio de uma campanha importante em um jogo de rpg qualquer, quando a Jung mais velha sentou-se ao seu lado.  Ela mal olhou a irmã, e usava fones de ouvidos, ainda assim, sabia que a mesma estava do seu lado, o que era sinistro de certa forma.

– Fala. – Sinb falou em seu costumeiro tom de voz perdido, nem parecia prestar atenção ao que era dito por Jessica.

– Sinb, irei partir em uma missão de vida ou morte para encontrar e salvar o meu amor. – Jessica dissera dramaticamente e com um olhar expressivo.

– Tá. – A garota sussurrou revirando os olhando, enquanto se concentrava na missão que fazia no momento em seu jogo.

– Talvez nem eu e Hyomin voltemos desta missão dificílima! É algo muito intenso, insano e uma verdadeira prova de amor. – Não tirou os olhos da irmã.

– Tá. – Sinb falou ainda em seu tom de voz sussurrado, sem nem mesmo piscar.

– Você terá de ser forte e resistir caso nós não voltemos! Tem de avisar a Mamãe que fomos em uma missão de muita coragem e astúcia! – Jessica balançou-a pelos ombros de leve.

– Tá! – A Jung mais nova falou já começando a ficar irritada com a irmã mais velha por estar atrapalhando a sua campanha.

– Mas saiba que apesar de irmos sem uma previsão de volta, se é com vida ou não... Nós te amamos! – Jessica dera um beijo na testa da mesma e se levantou, olhando pela última vez para a sua amada caçulinha que concentradamente jogava. A loira suspirou pesadamente e pegou a sua mochila, saindo para fora do apartamento e fechando a porta. Mas é claro... Não o fizera sem antes ouvir!

– TÁ!

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A noite fria caía pelo interior do Kansas e Jessica Jung se encontrava com a cabeça encostada no vidro. Não se recordava quem havia tido a brilhante ideia de sair as quatro horas de casa, pois de noite tudo ficava pior naqueles locais. Iam corajosamente para Hospital de saúde mental Mount Massive, mesmo que de coragem mesmo só houvesse Taeyeon... E Jessica. Até que a loira estava corajosa, pois seus interesses iam muito além de seus medos. Fitava a irmã mais nova com o canto dos olhos, notando as mãos de Hyomin tremerem e a mesma tentar segurar a câmera com força, pois dava os últimos retoques. Seria estranho tentar dizer para que a mesma não levasse aquela maldita câmera? Sempre fora assim, desde pequena. Se a garota fosse, sua câmera da época iria junto com a mesma. Taeyeon estava levando quatro lanternas, mas isso não parecia o suficiente para a jovem Hyomin. O casal nos bancos da frente conversavam calmamente coisas aleatórias. Nenhuma das duas acreditava em assombrações. As irmãs eram o oposto... Jessica pela convivência com Yuri, pois já tivera de ir em algumas casas “assombradas” com a namorada. Já Hyomin... Talvez fosse algo dela, de seu interior. Acreditava que a câmera pegaria a imagem nítida se algo do submundo aparecesse. Possivelmente eram pelos muitos filmes e jogos de terror ao qual já usufruiu. Quanto mais se aproximavam de Mount Massive, mais em alerta ficavam. Era enorme! Tão grande que as garotas nem conseguiam enxergar onde terminavam os muros. Parecia quase como uma cidade. Não tardou para finalmente chegarem, tendo Taeyeon a aproveitar que o portão estava quebrado e estacionar seu carro no lado de dentro. Não que alguém fosse assaltá-las assim do nada e do lado de um hospital fechado e supostamente assombrado, é claro. Saíram do carro um pouco antes da entrada, pegando suas mochilas e prontamente as colocando. Jessica observou um carro estacionado próximo daquele local, tendo a loira agora a ter uma palidez repentina. Era o carro de Yuri. O mesmo modelo, a mesma cor... Aproximou-se para ter certeza e notar que era a mesma placa. Respirou fundo e balançando a cabeça em negação. Colocou as mãos na cintura e fitou a irmã, a amiga e a baixinha intrusa. – Ok... Precisamos achar um jeito de entrar. – Jessica dissera severamente. – E deixar essa entrada bem aberta, tudo bem? Caso dê errado... Precisaremos de uma fuga.

Taeyeon se sentia na responsabilidade com aquelas três. Dali só Jessica parecia realmente disposta a entrar naquele lugar. A primeira coisa que a baixinha notou foi que a entrada principal, parecia selada e mais que isso, havia uma placa indicando que não houvesse tentativa de entrada.

–Bem... Isso seria ótimo, mas não acho que haja possibilidades de abrirmos aquela porta ali...—Falou apontando para a porta que tinha a placa de não ser aberta.  —Está completamente selada... Vamos ter que tentar achar outra entrada... – Falou com um olhar calmo e olhou em volta. 

Tiffany a essa altura já estava bem ao lado da namorada, não desgrudava da baixinha por nada no mundo. Em seu interior começava a se questionar do porque de ter ido ali.

“É a sua melhor amiga Tiffany, ela faria o mesmo por você...” Se convenceu mentalmente e sorriu nervosamente. 

—Certo, vamos começar a dar a volta logo, antes que alguém amarele... – Falou como se fosse a mais corajosa, porém, esperou Taeyeon tomar a frente e passou a seguir a baixinha de perto.

– Não consigo compreender porque aceitei vir. – Hyomin apoiava a mochila em um dos ombros, tendo a testa franzida.

– Isso é velho... Muito velho por sinal. Yuri sumiu faz um ano, então creio que deva ter alguma janela quebrada.

– E como vamos subir? – Jessica cruzou os braços e fitou-a curiosamente.

– Qualquer coisa é só achar a entrada do esgoto. – Hyomin dissera com uma careta e ouviu um “Eca!” em uníssono de Jessica e Tiffany.

– É nojento, mas é o jeito mais prático de entrar na propriedade...

Taeyeon nada disse, mas concordava com Hyomin, o problema não era o que seria ou não nojento e sim o que seria ou não necessário.

Acabou por achar um portão de metal velho e enferrujado, mas havia correntes com um cadeado o fechando, porém, em um dos lados a parte de baixo estava completamente comprometida, dando espaço para passar de uma por uma abaixadas.

A baixinha nem pensou, apenas abaixou e entrou por ali mesmo, viu uma porta, mas a mesma parecia igualmente trancada, nem mesmo a tentou, afinal, estava óbvio que nenhuma das portas ali seria a passagem de entrada delas.

Continuou olhando e tentou achar alguma outra entrada, olhou para os lados e por fim para cima, avistando uma janela do segundo andar que estava completamente quebrada, daria para entrar por ela e como se finalmente elas merecessem alguma sorte, havia uma daquelas estruturas de metal com tabuas, para subir, como se alguém estivesse pintando algum lugar ali.

Sorriu satisfeita consigo mesma e olhou para as outras.

 – Ali, a janela... – Falou sorridente e notou as mesmas indo em direção ao local que ficava em baixo da janela.

O olhar de incredulidade da mesma só cresceu, quando Tiffany coordenou um plano para fazerem uma escada humana para subir para a janela.

Enquanto as três tentavam subir uma em cima da outra, a mesma bufou e se encaminhou para a escada que subia para a estrutura.

– Vocês três vão mesmo continuar com isso ai?  – Perguntou já do “primeiro andar” da estrutura com uma expressão de impaciência começando a tomar sua face.

– POR QUE VOCÊ NÃO FALOU DESSA MALDITA ESTRUTURA ANTES, BAIXINHA? – Jessica, que por um acaso era a que estava "segurando" a escada humana, largou as outras duas de mão e se levantou do chão, vendo a irmã e a amiga caírem atrapalhadas no chão duro.

 – JESSICA VOCÊ QUEBROU!

– QUEBREI O QUÊ?

– QUEBROU!

– QUEBREI?

– SIM!

– E O QUE É?

– A MINHA BUNDA! – Hyomin gritou indignada.

– Certo, vocês ai em baixo... Chega de gritaria... – A baixinha já irritada ainda no mesmo lugar de antes, falou um pouco mais alto e por fim, olhou a namorada com o seu olhar assassino.

O problema do olhar assassino de Kim Taeyeon era que ele era mais fofo do que assustador, Tiffany era a única que entendia o real significado daquele olhar e sabia que se não estivesse exatamente do lado da baixinha em dez segundos, a mesma ia largar tudo, pegar o carro e ir embora, deixando as três ali.

Em pouco tempo a mesma já estava do lado da namorada a abraçando e beijando a bochecha da mesma, aquilo era o que sempre acalmava a estressada Kim Taeyeon.

Jessica vivia dizendo que Tiffany arranjara uma namorada-avó, porque mais rabugenta que a baixinha, não existia.

O problema em si, foi quando elas se encaminharam para o resto do caminho, teriam que pular para outra parte da estrutura para poder subir a escada que as deixaria bem perto da janela.

Tiffany pulou antes da baixinha, que pulou em seguida e quase caiu, essa era a segunda coisa que fazia da baixinha uma coisa fofa, apesar do jeito duro e sério, ela era desajeitada, se não fosse pela namorada teria caído ali mesmo.

O olhar mal humorado de Taeyeon só cresceu, ela conferiu se estava tudo ok com as coisas que carregava no bolso, como as chaves do carro e o celular e depois conferiu mais uma vez se a mochila que carregava nas costas estava intacta.

– As irmãs Jung vão vir logo ou vão esperar que magicamente apareça uma ponte para que não tenham que pular? – Taeyeon perguntou mal humorada e Tiffany engoliu em seco, torcendo para que aquilo não se tornasse uma discussão.

– OLHA AQUI, SUA BAIXINHA ENDEMONIADA, VOCÊ NOS RESPEITE, VIU? – Jessica estava na frente do "buraco" e com as mãos na cintura, fitando Taeyeon mortalmente. Não podia mexer com uma mulher como aquela... – OU EU FAÇO VOCÊ VOLTAR AQUI E PUXO AS SUAS ORELHAS ATÉ VOCÊ PEDIR DESCULPAS! NÃO É VERDADE, HYOMIN?

 – É SIM! E EU AJUDO! – A mais nova apareceu com a cabeça no ombro da irmã, tendo de um olhar mortal.

 – AFRONTOSA! – Jessica apontou para Taeyeon.

– MEIO METRO! – Hyomin exclamou com os olhos semicerrados.

– COVER DE PERSONAGEM ENCRENQUEIRA!

– SEM CLASSE!

– CAUSADORA DE BARRACOS!

– PUXADORA DE TRETAS!

– RG FALSIFICADO PRA ENTRAR NAS FESTINHAS!

– Mana...

– Oi?

– Fiquei sem ideias... – Hyomin sussurrou para Jessica.

– Fala isso aqui! – Jessica agora falou no ouvido da mais nova. O casal apenas olhava as duas irmãs. Na verdade... Só Taeyeon mesmo, porque Tiffany estava procurando alguma madeira para fazer de ponte antes que virassem a noite ali mesmo.  

– COVER DE CRIANÇA DE CINCO ANOS QUE TOMA TODDYNHO NO COPO PLÁSTICO COM A CARA DO MICKEY MOUSE!

Depois do grito da mesma Tiffany precisou segurar Taeyeon para a baixinha não pular de volta para bater nas Jung.  Foi necessário  muito tempo para acalmar a namorada e depois lançar um olhar mortal para Jessica para tentar pará-la, o que certamente não funcionaria, só Yuri conseguia silenciar Jessica com o olhar e Tiffany nunca descobrira o porque.

Já cansada da bagunça das três, a ruiva suspirou e finalmente falou o que aparentemente nem mesmo Taeyeon tinha pensado.

– Pensem bem...  – Falava calmamente com um olhar sério.  – Se a Yuri veio aqui e não conseguiu sair, é porque algo ou alguém a prendeu lá dentro... Já pensaram que com essa gritaria do inferno vocês acordaram até a quinta geração do capeta?– Falou severamente, como se estivesse dando bronca nas três. Era sempre assim quando juntava as irmãs Jung e Taeyeon no mesmo ambiente, geralmente era ela e Yuri que tinham que intervir para a discussão não virar briga, o problema mesmo, era que agora só restava ela ali para parar a confusão e fazê-las pensar o óbvio.

A baixinha cruzou os braços pensativa, já esquecendo as ofensas das Jung e olhando para a janela acima delas um tanto incerta.

Enquanto isso, Tiffany, voltou a procurar por uma tabua para servir de ponte para as Jung. Após achar uma que serviria, a colocou no lugar com a ajuda da namorada, para as amigas passarem.

– Tomara que o capeta seja meio surdo que nem a Sinb quando está jogando videogame. – Hyomin comentou após atravessar a ponte improvisada. – Falando em Sinb... Você avisou a nossa amada irmã caçula que nós estávamos indo para um hospital abandonado e assombrando, certo? Pediu pra ela falar pra mãe que fomos viajar com o casalzinho aqui do meu lado, né?

– Avisei, mas você sabe como é a Sinb... – Jessica tinha um leve biquinho pensativo. – Ela só me respondeu uma única palavra.

– E qual foi?

 – "Tá". – Jessica fizera uma careta. – Bem, ao menos se nós morrermos ela vai ficar com o peso na consciência de não ter prestado a atenção. – Jessica dera de ombros e voltou a subir a estrutura atrás de Tiffany e Taeyeon. Hyomin olhou mais uma vez para todo o extenso terreno ao qual invadiram, parando o olhar nos vários prédios e suspirando pesadamente. Não tinha bons pressentimentos. E os que tinham caíram no momento em que viu um vulto em uma janela do prédio principal, que curiosamente era o que elas estavam adentrando.

– Isso vai dar uma merda... – A castanha sussurrou para si mesma e balançou a cabeça em negação.