História Welcome to the West - Interativa - Prólogo

Abril de 1885

WildWest – Arizona/ EUA

Sol a pino, o relinchar do cavalo era o único som audível por quilômetros em meio ao deserto. Marshall fumava seu cigarro, já que o último gole de água no seu cantil tinha se esgotado há mais de uma hora atrás.

O homem estava voltando para casa depois de uma longa temporada caçando os foras da lei mais procurados do Oeste. Sua bolsa estava cheia de moedas, fruto das recompensas, talvez isso dificultasse ainda mais o caminhar do velho e fiel amigo, Frankie, o corcel caramelo domado por Marshall quando era apenas um potro selvagem.

Não demorou à avistar ao longe a sua querida WildWest. Encostou as esporas na barriga do cavalo o fazendo acelerar o ritmo da cavalgada. John estava exausto pela viagem, com sede e faminto.

Aparentemente, tudo estava como antes. A cidade estava exatamente do mesmo jeito que a deixou quando partiu.

Parou em frente ao Saloon e amarrou a rédea do cavalo no poste antes de entrar. O sorriso no rosto do homem não era apenas por saber que iria saciar sua fome com um pedaço de carne de porco ou com uma coxa de frango, ou ainda beber um gole de cerveja gelada, ele iria reencontrar sua querida amiga, a senhorita Stuart.

― Quem é este que se aproxima? - Um velho sentado no fundo do bar pergunta para a bela senhorita Lily, a herdeira e atual responsável pelo Saloon, enquanto esta lhe serve mais uma caneca de cerveja.

A mulher parece não acreditar no que seus olhos viam. Seria uma miragem?

 ― John? - Ela deixa a bandeja em cima do balcão e retira o avental.

O cowboy retira o chapéu e se aproxima dela.

― Em carne e osso! Voltei pra ficar. - Ele abre os braços e recebe a mulher com um abraço fraternal e caloroso.

John e Lily cresceram praticamente juntos. Os pais moravam em propriedades vizinhas, até que o Senhor Stuart mudou-se para mais próximo da cidade e abriu o Saloon. Após a morte dos pais, John saiu da cidade e acabou se tornando um caçador de recompensas.

― Pensei que não voltaria! - Lily dá um tapa na cabeça do homem a sua frente.

― Pelo visto você continua tão delicada quanto uma mula. - Eles riem.

Lily era uma mulher forte, cheia de atitudes, o Oeste fazia isso com as pessoas, transformava elas em sobreviventes!

― Sente-se, vou lhe trazer algo para comer e beber. - Ela indica uma mesa para o homem que não demora a sentar-se.

Enquanto aguardava o alimento, bebericava a cerveja como se sua vida dependesse daquilo. Nem reparou que Billy Harrys, o prefeito da cidade, descia as escadas do Saloon.

Provavelmente estava a se deitar com uma das prostitutas.

― Vejam só! O Justiceiro está de volta ao lar. - Billy provocava enquanto acendia seu cigarro.

Lily trazia o prato em uma bandeja e viu quando Billy e John começaram a conversar.

― É bom ver você, Senhor Marshall. Quem sabe agora alguém possa resolver os mistérios que assolam WildWest? - Billy insinua algo que deixa John intrigado.

― Não posso dizer o mesmo a seu respeito. - John dá de ombros para as asneiras que saíam da boca daquele homem.

Lily serve o almoço do homem e resolve se intrometer naquela prosa.

― O prefeito tem razão, John! A cidade está um caos. Fazendeiros estão sendo assassinados, outros estão desaparecidos, ninguém sabe dizer o que está acontecendo na cidade. - Ela explica com pesar em suas palavras.

John fica intrigado e curioso com aquela informação. Enquanto isso, o prefeito Harrys tragava seu cigarro e soltava a fumaça pro alto, despreocupado com as boas maneiras à mesa.

― Ora, este é um problema do prefeito e não meu! - O tom do senhor Marshall não era nada amigável.

A violência era, de certa forma, normal naquela região, ainda mais na fronteira com o México. As autoridades públicas que deveriam tomar providências para conter os assassinatos.

― O mais estranho é que as terras estão ficando sem dono! E em terra de ninguém, qualquer um pode reinar. As pessoas estão deixando a cidade por medo de serem as próximas vítimas! - Lily estava aflita com a situação, ela amava WildWest e o povo que morava ali.

Antes que pudesse terminar de contar mais detalhes sobre os assassinatos, o padre entra correndo no Saloon, já sem fôlego.

― Até o vigário deu de frequentar o Saloon! Esta cidade está mesmo de pernas para o ar! - Billy comenta com um tom irônico.

O padre não estava com uma cara muito boa, acabou caindo no chão.

Lily correu para ajudá-lo.

― Fogo! Fogo! - Ele pronunciava e aquelas palavras não pareciam fazer muito sentido.

Billy imaginava que talvez aquilo não passasse de encenação do santo homem pregando sobre a condenação e o fogo do inferno para os frequentadores do Saloon.

Era possível ouvir um alvoroço na rua da cidade. De repente as pessoas corriam e gritavam.

John se levanta e vai até lá fora no intento de descobrir o que estava acontecendo. Ao cruzar a porta do estabelecimento, avistou no fim da rua da cidade uma fogueira enorme.

A fumaça preta e o calor das chamas rapidamente tomaram conta da cidade.

A igreja estava pegando fogo.

Antes de falecer nos braços de Lily, o padre só conseguiu pronunciar: “Eles estão vindo. Tomarão a cidade para si e ninguém sairá com vida!”

“Eles” quem?

Ninguém ali tinha resposta para esta pergunta.

Billy acompanha Lily para fora do Saloon e no meio da rua eles contemplam a igreja da cidade ruir, consumida pelas chamas.

― Precisamos fazer alguma coisa! - Lily aperta os punhos.

Billy coloca as mãos nos ombros de John.

― Bem-vindo à WildWest! A cidade mais misteriosa e violenta do Oeste! - O prefeito fala com certo sarcasmo em sua voz.

As coisas não eram mais como antes.

Mas agora ele estava em casa!