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História West Coast - Corra ou Morra!


Escrita por: D_Leao e tamycsol

Notas do Autor


I Come With Knives – IAMX
Brennisteinn – Sigur Rós
Perfect Illusion - Lady Gaga
Breezeblocks – Alt J
Love Crime - Siouxsie Sioux & Brian Reitzell

Capítulo 17 - Corra ou Morra!


Fanfic / Fanfiction West Coast - Corra ou Morra!

           “Devagar! Quem mais corre, mais tropeça!”

William Shakespeare

 

Rey abriu a porta e saiu correndo do bar. Antes que chegasse ao salão de exposições, escutou os aplausos no interior, a premiação já estava acontecendo e ela não seria capaz de ficar diante de todas aquelas pessoas naquele estado. Sorrir quando não poderia.

Se virou e começou a caminhar em direção ao parque. Ainda desorientada caiu de joelhos em frente a uma árvore e sentou-se antes de abraçar as pernas descansando o rosto sobre os braços cruzados.

O vento úmido do anoitecer abraçando mais uma vez a chuva, típica de Seattle, ajudou a acalmar as emoções efervescentes de Rey.

Não posso entrar em pânico. É exatamente isso que Hux quer que eu faça. Deus... Como ele sabe? Não ele não deve saber, são apenas mais insinuações... Pare, pare. Pense.

Tinha que pensar, colocar sua cabeça em ordem. Mas seus pensamentos rodopiavam à toa, todos levando ao mesmo lugar.

Ben.

Por quê?

Como poderia ter feito isso com ela? Depois do que tinham feito, depois de se entregar a ele. Cometerem incesto.

Não... Aquilo que viu só poderia ser algum engano, não poderia dizer que a ama e depois...

Rey afastou da mente a hipótese de traição. Ben a amava; não iria chegar ao ponto de cometer incesto se não a amasse.

Mas ele já tinha feito algo parecido. E se Ben estivesse fazendo o mesmo que fez no passado, depois de beijá-la no mirante. Ele poderia estar apenas querendo mais dessa vez, e agora poderia partir para outra.

— Aargh! Idiota! — Rey xingou passando as mãos sobre o rosto. — Esqueça isso! Esqueça!

Esquecer? Não.

Ela ergueu-se de um salto, procurando o dono da voz, mas não havia ninguém por perto. Alguma coisa se moveu sobre seu pé, e ao olhar ela pôde ver perfeitamente uma cobra preta a envolvendo. A jovem gritou, esquecendo-se de tudo por um segundo e pulando pra trás. Foi apenas um piscar para perceber que não era uma cobra e sim um cipó da árvore.

Pôs a mão sobre o peito se acalmando.

— Oi, Rey. — escutou um sussurro atrás de si.

Rey virou o rosto lentamente vendo um homem com uma máscara de Halloween parado a observando. Percebendo logo a seguir o pé de cabra na mão direita dele. Ela tentou falar algo, sem encontrar sua voz.

Uma corrente de ar na nuca e mais um passo daquele homem a advertiram, e ela reagiu institivamente, girando os calcanhares e começando a correr.

REY! — A voz psicótica gritava em ódio correndo atrás dela. — SUA CATADORA DE LIXO MALDITA!

Ela correu desesperada, ouvindo-o gargalhando com o vento, que batia nas árvores. Um galho prendeu-se a manga do seu vestido.

O horror da situação inundou-a. Gritou, mas sua voz parecia presa na garganta.

O homem estava muito próximo agora e havia deixado de correr, apenas caminhava tranquilamente enquanto batia o pé de cabra na palma da mão livre.

— Pronta para morrer de novo? — ele disse, com uma euforia estranha. Um raio cortou o céu escuro, iluminando o parque.

Rey contorceu-se chorando, puxando o tecido sem se importar se rasgava, e voltou a correr. Já havia se afastado o bastante para não vê-lo, quando algo segurou seu pé e ela foi de encontro ao chão.

Seu coração parecia que sairia pela boca de tão rápido que batia. Fechou os olhos, desejando acordar daquele pesadelo, e esperou. Esperou acabar, esperou seu fim...

E ele não veio.

Antes que conseguisse abrir os olhos novamente, o homem já tinha a virando e sentado sobre ela, agarrando-a pelo pescoço com uma das mãos. Pega de surpresa, fez um ruído fraquinho com a parte de trás da garganta, mas ele estava apertando forte demais para ela conseguir dizer alguma coisa.

Rey colocou a mão sobre a dele, mas, antes que conseguisse tirar os dedos do seu pescoço, a outra mão, cerrada em um punho, foi com tudo de encontro ao seu rosto, uma, duas vezes. Após cada um dos golpes, via clarões de luz e sentia uma dor excruciante se espalhando pelo rosto. Entre os clarões ele conseguia ver... Um monstro com rosto retorcido, ou derretido e amarelado. Atrás do monstro a cada golpe pode ver o céu azul e o sol brilhando.

“Quieta, garota!” Ouviu, mas o clarão se dissipou novamente e o homem de negro sobre ela com as duas mãos apertando seu pescoço.

— Jamais deveria ter saído de Jakku, verme. — disse o homem, tão enfurecido que gotículas espumosas de cuspe escapavam de sua máscara. — Jamais deveria ter saído de lá. Sujado nosso mestre com suas mãos imundas. Não... deveria... — Ele a sacudia pelo pescoço a cada palavra, e sua cabeça ia para a frente e para trás como a de uma boneca de pano.

E assim, na base dos solavancos, fez a confusão que ela sentia desaparecer. De repente, toda a confusão com Ben não parecia assim tão grave. Naquele momento, a única coisa que importava era o zunido nos seus ouvidos e o fato de que seus olhos pareciam feitos de gelatina e que estava sendo esmagada pelo peso do homem sobre seu estômago.

— Socorro. — murmurou, a voz raspando nas paredes da garganta estrangulada. Começou a arranhar a mão dele, pois não conseguia pensar em mais nada a fazer além de tentar puxar as mãos dele do seu pescoço. Talvez se machucasse sua mão ele parasse. — Socorro, socorro, Ben, Be...

— Cala a boca, vagabunda! — escutou a voz. Ficou calada, mas não parou de agarrar suas mãos com todas suas forças. — Por sua culpa eu morri! Eu fui torturado por anos! Catadora de lixo nojenta!

Lágrimas escorriam pelo rosto de Rey, percebendo que machuca-lo não adiantava parecia que ele não sentia nada. Seu estômago se revirou, sob o peso dele, e teve de cerrar os dentes para não vomitar.

Precisava de uma saída. Qualquer coisa, contanto que o fizesse parar.

— D-es... culpa. — choramingou, apertando a mão dele, como a esperança. O aperto diminuiu. — Desculpa, desculpa... 

Ele soltou o seu pescoço, saindo de cima dela, assim ela se encolheu no chão, cobrindo o rosto com as mãos enquanto soluçava. Amedrontada demais para voltar a correr, desejando com todas as forças que as lágrimas parassem de escorrer. Machucada demais para ser corajosa ou qualquer outra coisa além de arrasada. Desejando que o rosto e o pescoço parassem de doer.

E pararam...

Quando abriu os olhos, percebeu que não havia mais ninguém com ela. Não estava mais no parque. As árvores não mais a rodeavam. Estava em um campo e ainda era dia. Apoiou-se nas mãos, erguendo seu tronco, ficando de joelhos atordoada.

Soltou o ar pela boca, sentindo o rosto molhado por alguma coisa. Ela tocou em sua face, sentindo algo melado. Ao olhar para a ponta de seus dedos, ela paralisou. Os olhos desceram ao chão e foi com horror que ela notou que estava coberto de sangue.

Sangue.

Puro e grosso sobre os seus pés.

Entre seus dedos, em seus braços e roupa. Rey arquejou em nojo e medo. Os olhos arregalados, permitindo as lágrimas descerem sem vergonha. Haviam folhas secas bem a sua frente e tentando limpar-se, ela as puxou para si desesperada e confusa. Arfando, percebeu que tal folhagem escondia alguma coisa. Afastando-a pro lado, fitou com alívio uma poça d’água entre os tons escarlate.

Mas não foi por muito tempo.

Na água, acima dela, viu o reflexo do homem que a estrangulava, mas com uma nova máscara. E ele segurava uma... Lança? Sim, era uma lança mesmo. E ia matá-la. Ergueu as mãos para o alto e num só golpe atravessou seu corpo por trás.

Rey gritou caindo sobre o chão, sem conseguir reagir no momento que mãos nervosas a puxaram pelos ombros.

— Rey, pelo amor de Deus! — Finn gritou. — Rey, você tá me ouvindo?!

Ela abriu os olhos, exasperada. Não havia notado que estavam fechados. O susto a fez observar em meio a tremeliques o local rapidamente.

— Rey, você está bem? — Fitou os olhos de Finn. Tão assustado quanto ela e preocupado. — Meu Deus, espere aí que eu vou chamar o Ben! Ele deve estar te procurando também.

— Não, o Ben não! — O impediu de se levantar segurando seus braços.

Estava no mesmo lugar de antes. No parque. Ela estava sentada no chão perto da pequena trilha do parque. Perto do local que tinha que caído.

Mas o que aconteceu?!

— O que houve? — Perguntou num sussurro para o amigo.

— E eu vou saber? Rey, você estava deitada no chão, eu me aproximei e de repente começou a gritar!

Instantaneamente lembrando-se, ela abaixou os olhos para a barriga. Podia jurar que a dor da lança lhe atravessando ainda estava ali. Olhou também para os braços, estavam limpos. E a roupa. Mas havia um pequeno rasgo na manga do vestido, nada grave.

— Eu... Eu estou bem. — Respondeu automaticamente. — Finn... Estou bem.

— Está bem? — O amigo perguntou incrédulo. — Não, você não está nada bem! Desacordada no meio de um parque prestes algum pervertido te pegar!? Não, você precisa ir ao médico ou coisa assim! — Ele segurou seus braços — Está usando drogas?!

— Finn, se acalma.

— Me acalmar? Rey, por um momento eu achei que você tivesse tido um ataque do coração ou sei lá... Você estava ali, jogada no chão e depois se curvou de um jeito que...

— Finn, por favor. — Pediu quase num choramingo. Não, não podia mais chorar. Puxou as mãos dele e as levou ao rosto. — Por favor, me leva pra casa.

Ele parou, encarando-a indeciso por alguns instantes.

— É melhor o Ben...

— Não, não diga nada a ele! — Negou com a cabeça.

— Rey...

— Tem que jurar Finn, que não vai dizer nada.

— Meu Deus, me fale o que está acontecendo com você! — Exclamou o rapaz nervoso.

— Eu vou contar. — Mentiu. — Eu vou contar, eu quero contar, eu vou mesmo... — Ela sufocou-se. Como era respirar? Levou as mãos ao rosto tremendo. Ela queria tanto falar, mas alguma coisa segurava sua voz. — Finn... Eu...

Pressentindo as lágrimas voltarem, ela o abraçou por impulso.

— Ei... Calma... — Ele murmurou em saber o que fazer. — Calma, vai ficar tudo bem, eu...

— Prometa Finn. — Fragilizada ela pediu. — Prometa que não vai contar a ninguém.

— Eu... Eu prometo. — Ele a ninou em seus braços. — Vem, eu... Eu te levo pra casa.

 

***

 

Tatooine

Há muito, muito tempo atrás.

 

Paralisado após a morte da sucateira imunda, Sniper foi apagado por seu mestre de olhos furiosos. O cavaleiro acreditava ter feito o certo: matar a escória jedi e rebelde. E a sucateira era ambas as coisas.

Porém, a morte da sucateira não agradou nem um pouco seu mestre desertor.

Como seu mestre poderia pregar tanto contra tais coisas e, provar como as desprezava, depois simplesmente começar a idolatrá-las?

O pobre cavaleiro não conseguia entender. Desde que foi retirado das ruas de Lothal, com seu melhor amigo Armory, pela Primeira Ordem e conhecera seu mestre Kylo Ren. Sempre o ouviu contar como a Nova República era corrupta e por esse, e outros motivos, Sniper e Armory viviam nas ruas na miséria.

Mas tudo mudou depois que Ren voltou da busca pelo mapa que os levaria a Luke Skywalker. Ren não era mais o mesmo. Seu tempo reflexivo em frente às amplas janelas do destroyer aumentou, assim como a sua fúria diminuiu. Não usava mais sua máscara, perdida em sua grande provação, e carregava uma cicatriz atravessando do seu rosto até o ombro.

Os outros cavaleiros cochichavam que haviam escutado o General Hux fazer piadas sobre como o grande Mestre dos Cavaleiros de Ren ser derrotado facilmente por uma reles sucateira de Jakku. Os rumores acabaram chegando até Ren, e ele estranhamente lhes contou sobre a moça. Não destruiu nada e nem os puniu pelas fofocas. Ele apenas contou como a garota — Rey como a chamava — era incrivelmente forte mesmo sem pertencer a uma grande linhagem. E nas palavras de Ren a admiração era palpável.

Vários confrontos entre Kylo Ren e a jedi se seguiram, mas sempre sem um vencedor. Um deles sempre recuava quando tinha a chance de vitória. E o mestre Ren fazia a mesma proposta à sucateira todas às vezes:

 — Junte-se a mim e seremos mais juntos, por favor.

Um mestre implorando? Não, havia algo errado.

Assim, Sniper teve a confirmação de suas suspeitas iniciais: a sucateira havia enfeitiçado o seu mestre.

O próprio Ren havia dito que a garota era forte, por tanto ela poderia ter alguma técnica nova. Talvez uma técnica desconhecida de... Sedução. Com certeza estava usando a Força para enfeitiçar o mestre dos Cavaleiros de Ren, a ordem de sensitivos que iria substituir a Ordem Jedi, para assim ela poder dar um fim a quem a distanciava de continuar a destruir a Galáxia junto com outros jedi. 

Maldita!

Sniper tentou ajudar seu mestre a enxergar quem realmente era a jedi que tanto ele admirava. Mas sempre sem ter sucesso, levando punições severas até mesmo por não dizer o precioso nome da rata de deserto.

Foi obrigado a engolir tudo calado; dizer o nome dela, a admiração, os encontros — que o próprio viu o mestre se ajoelhar perante ela — e pior, a proibição de matá-la.

— Ela ainda irá se juntar a nós. — Dizia Kylo Ren.

Patético!

Mas quando Sniper estava envolto pelo ódio pela morte de Armory, não pode deixar a oportunidade de matar a jedi passar. Assim que ela virou-se para olhar o mestre Ren, em um momento de distração, Sniper a atravessou com uma lança.

Escuta-la cuspir o próprio sangue enquanto lamentava sua dor foi a canção mais bonita que Sniper já ouviu, mesmo que estivesse paralisado por Ren. A bela canção de sofrimento cessou aos pedidos da jedi, quando Ren retirou a sua dor. Então ela se foi... Sorrindo para Ren. Depois o ódio e dor tomaram seu mestre de uma forma que Sniper nunca viu antes em nenhum ser.

Kylo Ren chorou.

O cavaleiro não sabia que isso era possível, mestre Ren nunca chorava.

Quando os lamentos foram se dissipando, Sniper virou o foco da raiva do seu mestre. Ren o apagou, depois o acordou e torturou, repetindo esse ciclo por tantas vezes que o cavaleiro acabou perdendo a contagem. Seu mundo se tornou apenas dor e escuridão.

A tortura continuou até a última vez que Sniper acordou...

Alguém o puxou para cima e arrancou o pano preto de sua cabeça. Sniper piscou algumas vezes até se deparar com a vastidão do deserto ao anoitecer. Dois sóis se pondo no horizonte... Ou seriam apenas seus olhos?

Com os olhos ainda turvos, o jovem cavaleiro percebeu que estava em algum tipo de transporte desértico. Recuperando lentamente a visão, Sniper se desequilibrou ao notar que estava sobre uma pequena prancha.

Piscou algumas vezes, e olhando pra baixo viu um buraco profundo e com... Dentes?

— Onde estou? — perguntou se virando, com cuidado, e percebendo que não estava sozinho com o mestre.

Traidor.

Oh, Força. Seu mestre também havia se unido com o stormtrooper traidor.

Desejou estar livre das amarras para poder pular na garganta de seu mestre e degolá-lo com as próprias mãos.

— Você! Você realmente se juntou com escória que tanto se dizia contra. — Sniper vociferou. — Achei que seu problema era com a sucateira vagabunda...

— Cale a boca! — berrou o trooper, passando por Ren, com a intenção de atacá-lo. Mas o mestre o deteve.

— Não. Não, ainda deve ser o feitiço dela...

— Eu não vou ficar escutando ele falar assim dela! — Finn exclamou, tirando as mãos de Kylo Ren da gola de sua jaqueta.

— Você é muito fraco mesmo. Vocês dois! Desertores! — Sniper continuava.

O traidor lhe deu as costas, afastando-se alguns passos. Então disse:

— Faça de uma vez, Ren.

— Fazer o que? Vai me jogar daqui? — Sniper os indagou — Por que não lutamos? Estão com medo? Iram jogar alguém assim — levantou as mãos algemadas — para uma besta, é? Fracos!

— Ele nunca cala a boca? — Finn resmungou.

Enquanto Ren se aproximava lentamente, com as mãos cruzadas para trás.

— Isso aí embaixo é um sarlacc, ele demora cerca de mil anos para fazer a digestão. — falou, aproximando-se da prancha — Mas não acredite que você irá morrer assim que cair lá embaixo. Você vai ficar cerca de mil anos sendo... digerido.

Sniper engoliu em seco, com o medo da situação finalmente o tomando.

— Mestre! Piedade, piedade mestre! Por favor! — Implorou.

— Sabe o dia que você matou a... — Ren fechou apertou os olhos, aparentando estar se controlando. — Sucateira. Foi o dia que retirou minha luz. Minha bondade. Minha... Piedade.

A última coisa que Sniper viu, foi a mão de seu mestre o empurrando e o céu repleto de estrelas daquele deserto, antes de queimar no ácido gástrico do sarlacc por mil anos.

 

***

 

Terra, dias atuais

Seattle, Costa Oeste, EUA

 

— É o Poe. — Finn olhou pra tela do celular enquanto estacionava na frente da casa dos Solo.

— Atende.

— Não, você é mais importante agora.

— Finn, é sério. — Rey o encarou sorrindo o mais verdadeiramente possível. — Minha cabeça tá explodindo, mas eu estou bem.

— Não, não está. — Ele negou com a cabeça desligando a chamada. — Você não falou nada o caminho todo. Rey, tem alguma coisa errada e você disse que ia me contar!

— Eu vou contar. — Falou. — Mas não hoje, hoje eu preciso descansar...

— Você acha mesmo que eu...

— Eu preciso entrar.

— Não, não fuja do assunto. — Ele a observou tirar o cinto. — Rey, por favor!

— Foi um dia longo, eu só preciso descansar um pouco. — Ela o encarou nos olhos, séria. — Por favor, depois nos falamos.

Ele hesitou por um momento, resistindo a deixá-la, no momento que seu celular tocou de novo. A imagem de Poe brilhava na tela.

— Parece que tem outra pessoa precisando de você agora. — Rey apelou para o emocional.

— Certo, só me garanta uma coisa... — Ele cedeu um pouco e ela arqueou as sobrancelhas.

— O que?

— Rey... A verdade... — Pediu respirando fundo. — Não são drogas, são?

— Você tá brincando né? — O encarou de cima a baixo. — É claro que não, Finn!

— Tudo bem mocinha, mas ainda quero ter uma conversa com você. Me deixou muito preocupado hoje. Muito!

Ela fez uma cara exageradamente despreocupada, e saiu do carro. Atravessou os jardins sem olhar pra trás até subir a escada da varanda. Seus dedos ficaram dormentes e acabou derrubando a chave no chão. Curvou-se para apanhá-la, o coração batendo tão forte que parecia prestes a sair pela boca. Um turbilhão de sentimentos — tantos que nem sabia ao certo como distingui-los.

Respirou fundo e conseguiu abrir a fechadura.

Logo que a porta bateu atrás de si, Rey levou a mão ao interruptor, mas assim que a lâmpada acendeu, apagou-se piscando falha.

— Ah, que ótimo. — Resmungou, abaixando os dedos e testando a da cozinha. A luz acendeu iluminando um pouco os cômodos. A tempestade chegava e os fluxos de luz dos raios que ultrapassa as janelas a cada poucos segundos.

A moça entrou na cozinha, abrindo a geladeira e enchendo um copo d’água. O barulho irritante de eletricidade era ouvido da porta da geladeira. Parou, observando o ar gelado sair do congelador como uma névoa.

Ainda podia sentir seus pés pesando, os golpes contra seu rosto, a voz psicótica a chamando. Não era real, seu rosto estava limpo, sem nenhum ferimento ou sangue. Apenas havia um corte na manga do seu vestido, mas desde o início deveria ser tudo criação da sua cabeça. Talvez devesse começar a aceitar que estava ficando louca. Enfim, quem comete incesto? Loucos, não?

Pensou em Ben e seus olhos arderam.

— Como eu queria que estivesse aqui. — Desejou num choramingo.

Mas por quê? Para abraça-lo? Beija-lo? Senti-lo? Claro, para ele a continuar a usá-la e então correr para outra.

Não, tinha que esquecer-se de tudo. Não deveria mais pensar em seus braços embalando seu sono, não podia mais pensar em seu sorriso, seus beijos...

Ela apertou as mãos em punhos, jogando a água na pia, sem bebê-la. Não, não podia chorar agora. Virando-se, correu pelas escadas, passando pelo corredor rapidamente, como se se manter-se em movimento fosse afastar seus sentimentos confusos e pecaminosos. Bateu a porta do quarto com força, apoiando as costas na madeira. E sem conseguir controlar, apertou os olhos com força, sentindo o choro escapar pela garganta. Os pés escorregaram pelo piso lentamente e ela sentou-se ao chão, sentindo as lágrimas quentes escorrendo por seu rosto. Com imagem de Ben e aquela mulher se beijando viva em sua mente.

Seu coração podia estar batendo, mas Rey nunca se sentiu tão morta.

Era tão injusto com ela.

Ergueu-se do chão, praticamente jogando-se sobre a cama, puxando o travesseiro contra seu rosto e entregando-se ao choro. O peito chegava a arder de tanto que ela convulsionou em agonia.

Seria algum castigo? Não, havia castigo pior; a visão no parque... Aquele homem a seguindo, depois a dor...

É você...

Ah, não... Estava ficando doida, para piorar sua situação.

 

***

 

— Ei, calma. — disse Phasma, tentando tranquiliza-lo. — Ela deve estar por aí ou pegou uma carona...

Ben a encarou, incrédulo.

— Carona?!

— Ué, ela pode ter tido algum problema com o carro. Ben é melhor você ir para casa, ela deve estar lá.

— Rey não tem problemas com o carro. — Se afastou do Falcon Ford, trancado, e começou a andar sem direção. — E ela não deixaria a feira, os projetos dela assim, sem mais nem menos.

Ela não me deixaria.

Phasma revirou os olhos, seguindo-o pelo estacionamento.

— Sei lá, tenta ligar para o amigo dela. Liga pro FN-Traidor.

— Finn. — Ben a corrigiu.

— É, isso.

— Sim, o traidor sempre sabe onde Rey está. — Parou, pegando o celular e procurando o número. — Parece que nasceu grudado nela.

Depois de duas tentativas, Finn atendeu para o alívio de Ben:

— Traidor?

O que você fez agora, idiota?!

— Oi, traidor.

Seu idiota, Rey estava parecendo uma louca... Você deve ter feito algo, você sempre faz alguma merda...

— Não fiz nada.

Não fez, uma pinoia. Eu nunca a vi daquele jeito. Quando a levei pra casa não conseguia...

— Obrigado, traidor.

O quê? Aaaah, seu filho da...

Ben desligou a ligação.

— Ele a levou pra casa. Parecia chateada comigo. E-eu não sei, tenho ir. — avisou e começou a andar quando estacou e virou-se para sua amiga. — Preciso de uma carona.

— Não. Pega um táxi.

— Sim, por favor. — implorou com os olhos aproximando-se. — Um táxi vai demorar muito, eu tenho que ver como ela está. E...

Phasma bufou rolando os olhos e se afastou.

— Ok, só tira essa cara de cachorro abandonado da minha frente.

 

***

 

O ar no quarto estava gelado. Como se toda e qualquer alegria tivesse sido sugada para fora. Rey estava sentada na cama com os joelhos junto ao corpo e com as mãos sobre as orelhas. Tentando abafar as vozes que a chamavam e conversavam com ela, mas era impossível, elas estavam dentro da sua cabeça.

— Rey?

Ela choramingou acreditando ser mais uma voz. Foi quando as vozes pararam e finalmente abriu os olhos. E em um piscar de olhos, todo aquele medo e preocupação desapareceram, dando lugar à raiva. Com Ben a sua frente.

Eles ficaram se olhando por um momento, antes de Ben dar alguns passos para dentro do quarto aproximando-se de Rey.

— Seu idiota! — Rey gritou, se esquivando sobre a cama e pegando o travesseiro.

— Rey, eu...

Ela atirou o travesseiro em sua direção, batendo na sua cabeça. Ben piscou um pouco. E a próxima coisa que ela jogou foi uma almofada que ele felizmente conseguiu pegar.

— Rey! Para! Rey! — gritou, quando ela continuou a jogar todas as almofadas sobre a cama e xingá-lo de idiota, filho da mãe e outras coisas que ele não conseguiu entender entre as almofadas. Quando ela finalmente parou, Ben pode ouvir sua respiração ofegante.

— Eu vi você com outra. — ela disse, entre suspiros, ajoelhada na cama. — Você disse que me amava!!

— Rey, olha, eu não... — Ben tentou se aproximar de novo, mas Rey saltou da cama.

— Você me disse para queimarmos juntos e eu aceitei isso! — ela gritava indo em sua direção e começou a estapeá-lo nos braços e no ombro. — Como você pode fazer isso comigo!

— Rey, me escuta! Eu não a beijei, ela me beijou!

Ela parou o olhando incrédula, sua respiração tornou-se rápida era como se lhe faltasse o ar. Respirou fundo e se afastou em direção a penteadeira.

— Argh! — ela atirou uma caixinha de música na direção de Ben, mas que acabou atingindo a parede atrás dele. — Seu mentiroso!

— Rey! Calma! Rey!

Ela tapou os ouvidos com as mãos, andando de um lado pro outro no quarto. Queria que Ben parasse de dizer seu nome. Sempre que ele dizia, era como se estivesse sendo atraída a ele, sendo puxada por águas que não compreendia para dentro de uma rede na qual se debateria e apenas se machucaria.

Mesmo se afastando ele continuava tentando se aproximar e tocar nela. E Rey continuava se esquivando e desviando seus braços dela, até que não conseguisse mais e ele enrolou seus braços nela por trás.

— Rey, para! — gruiu, cruzando os braços dela em cruz contra o peito.

Ela parou depois de debater-se um pouco.

Conseguia sentir a respiração dele contra sua nuca, a deixando arrepiada. Em contato com seu corpo, ela se sentia faminta e, por uma fração de segundo, era como se nada tivesse acontecido. Como se tudo estivesse no seu devido lugar — o que era: tudo como naquela manhã.

Ninguém conseguia a... abraçar desse jeito.

Nem Finn, nem Poe, nem mesmo sua mãe. Apenas Ben conseguia. E não importava o que ele tinha feito — ser abraçada assim era uma delícia.

— Desculpa. — ele pediu num sussurro, contra sua nuca. — Desculpa, eu não deveria ter ido lá, deveria ter ido direto te encontrar. Mas eu... Eu não beijei aquela garota. Ela me beijou.

Ela enrijeceu no mesmo instante.

— Mentiroso! Você é um filho da mãe mentiroso, você... Eu odeio você. - Puxou os braços, fazendo-o solta-la e recuou. — Aposto que o dia que me levou ao mirante você já sabia o que ia acontecer, foi você que teve a ideia de me ensinar a beijar.

— Está brincando? – ele bufou em meio a um riso rápido - Eu era um idiota, ainda sou, mas naquele dia eu só queria te levar num lugar especial e lhe dar sua primeira maldita cerveja!

Ela riu sem alegria.

— É, claro. Então teve a ideia brilhante de ensinar sua irmã a beijar.

Ben abriu a boca então a apertou, como seu pai costumava fazer, e se aproximou com o dedo apontando pra ela.

— Você queria e quis mais! Não negue, depois daquele dia, você queria me beijar de novo. Tentando o tempo todo ficar sozinha comigo. Entrar no meu quarto...

Rey bateu seu dedo para longe dela, o encarando com a expressão fechada.

— Tudo bem, eu queria. Sabe por quê? Porque eu já achava que estava apaixonada por você mesmo antes de ir até lá. Eu era uma garota estúpida apaixonada pelo irmão e, sim, o beijei de bom grado. Mas o que você fez depois?! Fez o mesmo que agora, ficou com outra...

— Por Deus, acredite em mim! Não trai você, não está rolando nada entre mim e aquela garota. Ela que me beijou, então eu deixei bem claro que seriamos apenas amigos.

— Tudo bem, e a Phasma?

Ele franziu o cenho.

— O que tem ela?

Rey riu e cruzou os braços, virando-se.

— Ah, não! Você não acha que nós... Porra! Ela é APENAS minha amiga.

— Ok, Ben.  — disse ela, sem olhar pra ele, despejando as palavras como uma rendição. —Ela é apenas a sua amiga.

— Phasma é, sim, apenas minha amiga. — falou, com a voz ficando mais alta e grave. — Não é a primeira vez na história que um homem e uma mulher são apenas amigos sem que  alguma coisa a mais esteja rolando entre eles, sabia? Você e o Finn são um ótimo exemplo.

Ela olhou em sua direção.

— Não compare minha amizade com Finn a vocês. A Phasma fica correndo atrás de você o tempo todo! Tentando chamar sua atenção! Parece um cachorro, ou sei lá, sua serviçal!

Realmente ela não conhece a Phasma. Ben passou as mãos pelo rosto, angustiado.

— Eu não quero nada com ela. — falou, dando um passo à frente. — E ela não quer nada comigo. Quero você, Rey, caso ainda não tenha reparado. — Não havia raiva nem censura nos olhos negros de Ben, apenas determinação inabalável.  

Ela não disse nada, apenas ficou parada, abraçada ao próprio corpo. Quando os olhos de Rey ficaram marejados, Ben quase perdeu o controle. Que droga, ele nunca quis magoá-la. A língua dele estava desajeitada e travada na boca, lutava para encontrar as palavras — as palavras certas — para aliviar a dor que ela sentia por ter sido... Traída. Que inferno, ele não a estava traindo.

— Sinto muito. — ele disse. — Eu deveria ter... você tem razão... é que... diabos! — Ele deu um chute em uma das almofadas no chão, depois enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta. — Olha só... — tentou soar seguro de si mesmo, para mostrar que tudo de fato não tinha passado de um mal entendido.  — Eu pedi desculpa. Não sei mais o que...

— Desculpa? — o interrompendo furiosa. — Você me deu o bolo para ficar com outra. Tive que ver você beijar outra de novo. Você continua o mesmo. Por que não admite que gosta apenas se divertir comigo, hein? Gosta de me manipular, então me usa e se afasta para seguir sua vida. Por que não admite de uma vez que só queria transar comigo? Sou apenas seu fetiche. Vamos, diga, seu doente!

 — Quer saber? Queria mesmo. Queria foder você há muito tempo! — admitiu, a voz rompendo o silêncio da casa como um trovão. — E eu sou doente, mas... MAS NÃO DIGA QUE ESTOU MANIPULANDO VOCÊ! VOCÊ NÃO É MEU FETICHE! EU AMO VOCÊ!

Rey ficou em silêncio.

Estavam destinados ao fracasso como alguma tragédia patética, um Romeu e Julieta na vida real, mas ela o amava mais do que já amou qualquer outra pessoa. Mesmo não existindo nenhum futuro possível em qualquer cenário, nenhum mundo que pudessem compartilhar. Como poderiam sustentar um relacionamento assim?

 Mas alguma outra coisa importa quando se ama?

— Eu a evitei por um longo tempo e conseguimos reconstruir nossa relação. Desculpe por tudo isso ter acontecido, mas se você desejar eu posso me afastar. — Ben parou esforçando-se para encontrar as palavras, fazendo questão de olhá-la nos olhos, na esperança de que Rey pudesse ver a total sinceridade emanando dele.

— Ben? — Rey sussurrou, com a mágoa evidente em sua voz, aproximando-se.

Ele respirou fundo, voltando a dizer:

— Eu posso me mudar, desaparecer, tanto faz. Eu faço qualquer coisa se a fizer feliz de novo. Ou talvez, eu possa reprimir o que sinto e... E assim podemos converter as coisas. Ainda podemos... ser apenas irmãos, não?

Rey na mesma hora fechou a cara, e seus olhos brilharam de raiva. Depois a expressão no rosto ficou mais suave, ela suspirou, então respondeu: 

— Não, não podemos ser apenas irmãos. Eu não quero ser apenas sua irmã. — Aproximou-se, o envolveu nos braços. Dava para sentir a frustração percorrendo seu corpo. — E não quero que vá embora. — falou, o abraçando mais forte. — Quero que fique comigo. Eu amo você, Ben.

Lágrimas — de alívio, tristeza, compreensão — começaram a escorrer dos seus olhos, molhando seus rostos.

— Prometo que jamais vou te magoar de novo. — Ben prometeu, mergulhado rosto nos seus cabelos. Podia sentir seu corpo relaxando à medida que ela o abraçava cada vez mais forte, como se estivesse se agarrando a uma boia salva-vidas. E então se afastou um pouco. Passou as mãos pelo cabelo, e com o polegar começou limpar as bochechas de Rey, que estavam cheio de manchas do rímel, com tanto carinho e cuidado que ela mal o sentia contra a pele.

Ela amava Ben, mas, às vezes, amá-lo era como andar de montanha-russa sem conseguir recuperar o fôlego entre curvas e quedas. E, nessas ocasiões, tudo que não queria era cair pra fora.

Será que estou ficando louca por amar tanto o Ben? Decidiu calar a si mesma e virou-se para cama, sentou-se, enquanto ele permanecia com um olhar atento sobre ela.

Rey cobriu o rosto com as mãos, mas infelizmente aquilo apenas impediu que ela olhasse para ele, afinal, não tinha como fugir do que estava ocorrendo em sua mente. Ela estava enlouquecendo.

— Droga — ela murmurou.

— O que foi?

— Nada. — Deus, ela mentia muito bem.

— Mentirosa.

Certo, talvez nem tanto.

Ben se aproximou e se agachou a sua frente, retirando lentamente as mãos do seu rosto. Ele sorria, um sorriso pequeno e acanhado, quando ela voltou a abrir os olhos.

— Você é tudo pra mim, entendeu? Tudo. Amor não é uma palavra grande o bastante para abranger o que eu sinto por você. — disse ele, agachado diante dela. — Eu poderia passar todos os dias do resto da minha vida tentando mostrar o que você significa para mim, e eu ainda seria um fracasso.

Os olhos de Rey estavam marejados quando estendeu a mão e traçou o queixo dele com os dedos delicados.

— Eu também amo você.  — ela respondeu, e sorriu. — Eu amo suas mãos e seus lábios. Eu amo quando você me segura, quando me beija, quando me olha, quando me toca. Eu... Eu amo você.

Rey o puxou na direção do rosto, inclinando a cabeça para fechar o caminho até escovar seus lábios contra os dele.

 

***

 

Finn subia a escadas da varanda dos Solo com uma caixa de pizza nas mãos. Havia dispensado o jantar no apartamento de Poe e comprado uma pizza no sabor preferido de Rey. Não iria deixá-la sozinha depois daquela cena no parque. E tinha que verificar se estava tudo em ordem depois que acabou contando sem querer onde ela estava na ligação de Ben. Sabia que aquele imbecil tinha aprontado alguma coisa de novo.

Antes que sua mão fizesse o caminho completo até a campainha a porta se abriu rangendo.

— Rey. — chamou dando um passo para dentro.

Finn entrou na casa lentamente e fechou a porta. As luzes estavam apagadas, com exceção da luz da cozinha.

— Rey. — chamou, novamente, do hall de entrada.

Finn bufou, um pouco irritado. Amava Rey, mas, droga, estava perdendo a comida japonesa que Poe havia pedido especialmente para os dois, antes de sair para mais uma viagem. Ela poderia ao menos contar uma vez o verdadeiro motivo dos problemas dela, desde que a conheceu – quando eram praticamente bebês. – ele tinha sempre que escutar as mentiras furadas dela e fingir que caia nelas.

Como iria ajuda-la assim?

Se aproximando da porta do quarto de Rey, ele escutou sua voz.

—... seus lábios. Eu amo quando você me segura, quando me beija, quando me olha, quando me toca. Eu... Eu amo você.

Finn deixou sua boca cair aberta, enquanto franzia o cenho.

Deus! pra quem ela estaria falando aquilo? A filha da mãe nem havia contado que estava saindo com alguém. Bom, tinha o Sebastian, mas ele já tinha ido embora.

Ele deu mais alguns passos e parou perto do batente da porta, inclinando a cabeça para ver com quem Rey estava falando.

Não. Não... Nãooo...

Finn se esquivou rapidamente, e pôs a mão sobre a boca

Como?

Como Rey poderia estar fazendo isso?

Beijando o próprio irmão. Aquele merda, egocêntrico e... e... E irmão dela!

Finn se virou e tentou descer as escadas sem fazer barulho. A voz de Rey martelava em sua cabeça, e aquela cena... Aquela cena já começava a lhe causar náuseas. Ben ajoelhando enquanto ela o beijava, daquela forma...

...Eu amo quando você me beija... Quando me toca...

Finn saiu o mais rápido que pode da casa, sem ao menos se preocupar em fechar a porta. Quando chegou a varanda começou a praticamente correr até o carro, se atrapalhando com a caixa de pizza e o maço de chaves nas mãos.

Oh Deus! O que você fez, Rey?!


Notas Finais


AAAAAAAAAAHH!!!
REY O QUE VC TÁ FAZENDO?!
Gzus, esse menina tá perdida, né? Virou uma Cersei da vida. Hahahaha
Bom, oq vcs acham que vai rolar agora que nosso amado Finn sabe do caso entre os irmãos Solo? Contar ou não contar pra Leia e Han? Eis a questão!
Bjão, amo vcs <3


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