História What am i to you? - Knock Knock On My Door

   Meu dia não podia ficar melhor, se ficasse talvez até piorasse, deus me livre disso. 

é claro que eu não havia esquecido, do que Hanbin havia me falado no dia anterior ou nas fotos rasgadas, mas estava feliz demais para ficar triste com isso. 

Bem, que eu poderia dar uma passadinha na casa do narigudinho só pra ganhar uns beijinhos, né? 

Então foi isso que eu fiz. 

Caminhei até a casa de Hanbin, que era um pouquinho mas não tão longe de onde eu estava. 

Eu havia andando e nem percebido, pois quando vi já estava saindo do elevador de dando de cara com a porta de Hanbin. 

E quando eu estava pronto para bater, uma voz me fez parar. 

— Bobby! O que está fazendo aqui? - Sim, era meu irmão, e a voz dele saía de uma forma nervosa. 

Vim ver o amor da minha vida, vulgo Hanbin. 

— Vim ver o Hanbin. 

— Ele não está em casa, bem venha para a minha tomar um café.  

De verdade, aquilo estava me assustando, o jeito que Jiun falava, ele realmente estava nervoso. 

— Aconteceu alguma coisa? Hanbin saiu? 

— Não aconteceu nada, ele saiu e disse que não tinha horário para voltar. - O mais velho me mostrou um sorriso. 

Eu sabia que ele estava mentindo, antes dele chegar eu havia ouvido a voz de Hanbin, mas meu humor estava bom demais para arrumar briga. 

— Então acho que já vou indo para casa.  

Se eu ficasse lá iria sim arrumar uma briga. 

— Você veio aqui só pra ver Hanbin? Esqueceu do seu irmão que faz umas comidas maravilhosas? 

— Eu já comi, valeu. 

Me virei de costas ao mais velho e fui em direção ao elevador. 

— Jiwon, não se machuque. - Meu irmão disse em um tom baixo, mas eu pude ouvir. 

Entrei ao elevador, quando a porta se fechou comecei a bater com força meus dedos aos botões. 

Por que todo mundo já sabia de algo que eu não sei?  

O melhor, por que falam que irei me machucar? 

— Caralho! - Disse em um tom alto quando o elevador se abriu. 

E isso fez com que o pessoal da recepção me olhasse estranhamente. 

Mas eu estava com tanta raiva que poderia facilmente tirar os sapatos de meus pés e sair jogando nas pessoas dali. 

Mantenha a calma Jiwon, apenas mantenha a calma. 

No final das contas, eu andei, andei e andei até chegar em minha casa. 

Quando cheguei em minha casa, agradeci a deus por meu appa ainda estar lá, eu não havia pegado a chave com ele. 

— E ai garanhão, como foi seu rolezinho. - Eu até poderia rir de meu pai tentando usar as girias, mas estava sem paciência. 

— Eu vou pro meu quarto, boa noite.  

Eu estava com tanta raiva, e só um sono me salvaria daquilo. 

Porra, eu estava tão feliz, por que isso sempre acontece justamente comigo? 

E foi mordendo o travesseiro que caí no sono. 

E pela primeira vez na vida eu havia acordado por conta própria, mas também quem conseguiria dormir quando se vem um aroma dos deuses da cozinha. 

Meu appa estava em casa, e sempre quando ele ficava em casa fazia comida dos deuses, e eu não tava puxando o saco não. 

Então como era interesseiro saí da minha maravilhosa cama  e corri pra cozinha.  

E o que tinha lá? 

Panquecas cobertas de chocolate. 

Se eu  morresse agora morreria feliz, ou ainda não, pois quando fui pegar um delas ganhei um:  

— Essas panquecas são para quem vai na aula! - Olha a ameaça essa hora da manhã. 

— Então eu como uma e você finge que eu já vou para a aula.  

— Ou eu como uma e se você não for por conta própria eu chamo seu irmão pra te buscar! 

E o que eu menos queria era reencontrar Jiun. 

—Eu vou sozinho. - Sussurrei enquanto mordia a panqueca com força, fingindo que essa mesma fosse a cabeça de Jiun, só que dez milhões de vezes melhor. 

— Mas o que... - E graças a deus a pergunta clichê que meu appa iria fazer foi atrapalhada por batidas na porta.  

Meu appa me olhou com um ''Você vai ficar ai parado?'' 

Eu até atenderia mas estava concentrado demais naquela delicia. 

E no fim foi ele que atendeu, e eu era curioso demais então virei meu rosto para observar quem estava lá. 

E quando virei meu rosto, meu amado appa também virou sorrindo e balançou suas sobrancelhas. 

Eu já sabia quem estava na porta. 

— O Bobby não está em casa. - Eu acabei falando em um tom alto demais. 

— Então como eu ouvi a voz dele? - A voz de Hanbin era tão linda, que meu deus... 

Jiwon! Você precisa se manter firme. 

Eu não respondi nada e voltei ao meu amado quarto e ouvi passos rápidos vindo até a Bobbycaverna então tratei de fechar a porta e me atirar na minha maravilhosa cama. 

— Jiwon! Abre! - A voz de Hanbin estava em um tom manhoso. 

Antes de me atirar na cama eu havia pegado uma arma mortal para jogar em direção  a Hanbin, isso mesmo meu travesseiro. 

— Não quero! - Eu não iria conseguir acertar o narigudo mesmo então joguei o travesseiro em um canto qualquer. 

— Okay, okay! Você pediu por isso! - No começo eu achei que o mais baixo iria tentar bater com força na minha porta ou algo do tipo mas ao invés disso.- Baby knock knock knock on my door. - Hanbin estava mesmo cantando Twice? - Espera, essa não é minha porta, Jiwon abre essa porta de uma vez! 

Como eu estava? Rindo, rindo muito. 

— Canta mais uma vez! Por favor! - Minha barriga já doía de tanto rir. 

— Eu não vou! Abre Jiwon! - Agora Hanbin estava  mais agressivo e batia com força na porta. 

Tive que passar meu indicador sobre meus olhos porque chegou a cair umas lágrimas deles de tanto que eu havia rido. 

E quando percebi já estava de pé a frente da porta, com uma de minha mãos na maçaneta. 

Eu iria mesmo abrir pra ele? Ah eu ia sim! 

Eu não iria dar o braço a torcer só por causa daquele rostinho lindo, iria continuar firme e forte até descobrir o motivo de todos os mistérios. 

Mas infelizmente aquilo não deu certo. 

Porque quando eu mal abri a porta, Hanbin abraçou meu pescoço e roubou um selinho de meus lábios e eu como um trouxa retribui roubando um outro selinho dele e abracei a cintura do mais baixo. 

O que eu iria fazer? Ele era mais rápido que eu. 

— Eu senti sua falta... - Hanbin disse em um tom baixo com o rosto ainda extremamente perto do meu. 

Eu estava concentrado aos lábios do mesmo, eles eram tão carnudos que davam vontade de não separar os mesmos de meus lábios. 

Eu estava prestes a beija-lo novamente quando uma batida na porta fez com que eu me assustasse e me afastasse do menor. 

— Crianças... - Meu appa nos olhou por algum tempo e começou a rir.- Vocês vão se atrasar. 

— Ah! Não se preocupe com isso! O motorista do meu pai irá nos levar. - O narigudo disse abrindo um grande sorriso aos lábios. 

E eu e meu appa nos olhamos com aquela cara de ''O pai dele tem motorista?''. 

— Seu pai tem motorista? - E como nós dois éramos idiotas falamos juntos e isso fez com que o narigudo a minha frente começasse a rir. 

— Não, ele é só um amigo do meu pai, falei só para ver a cara de vocês! - O menor disse ainda rindo. 

Meu pai e eu nos olhamos balançando os ombros. 

E enquanto eu me perguntava qual era a graça daquilo o  falso motorista de Hanbin buzinou. 

— Eu vou colocar uma roupa descente então por favor saíam da Bobbycaverna. - Apontava para a porta enquanto falava. 

— Eu vou avisar o homem lá fora que você vai demorar uns quarenta minutos, sendo que trinta deles você vai ficar se achando no espelho. - E foi falando, e eu não ouvindo que meu appa saiu do quarto. 

Foi só eu me virar para meu guarda-roupa que ouvi a porta ser batida e também ser trancanda. 

Me virei para a mesma e Hanbin me olhava passando a língua em seus lábios. 

— Hanbin...Por que ainda está aqui? - Sussurrei enquanto o menor ia se aproximando de meu corpo. 

—Eu irei te ajudar a escolher uma roupa, ué. - Eu dei graças a deus quando o menor passou pelo meu lado. 

— Hey, eu sei escolher minhas roupas! - Andei para o lado do menor enquanto fitava minhas maravilhosas roupas. 

O garoto me entregou uma regata cinza e também uma calça. 

— Pronto! Agora sim!  

Eu estava contente, ele tinha um bom gosto para combinações de roupas, não que eu entendesse isso, mas sabia que as peças sentariam para meu corpo. 

—É, Hanbin, eu preciso me trocar... - Desviava meus olhos, pois sabia que se olhasse para aquela carinha iria me sentir... Vamos dizer envergonhado, eu estava sendo extremamente gay. 

O menor voltou a se aproximar de meu corpo com um sorriso que ia quase até a testa. 

— Eu apenas irei te ajudar! – Hanbin disse piscando para mim.  

Aquilo me fez engolir a seco, ele queria mesmo me ajuda ou queria meu corpo?  

O menor desceu suas mãos até a barra de minha e começou a levantar meu tecido, demorou um pouco para ele tirar o tecido de meu corpo, pois ele passava mais o tempo observando meu abdômen do que tirando a camisa.  

No fim eu atirei a mesma para um lugar qualquer e quando me virei para o outro ele estava passando a língua entre seus lábios enquanto me observava.  

— Hanbin, me dê essa regata!   

E ao invés do narigudinho me entregar a camisa ele colocou o em meu corpo.  

Eu apenas deixei meus braços levantando para que o mesmo ajeitasse o pano em meu corpo, Hanbin baixava minha camisa e aproveitava para passar a mão sobre minha pele.  

Se eu estava adorando aquilo? Mas é claro.  

Mas agora era hora de mudar de calça, agora sim seria divertido.  

Ou só seria mesmo.  

Hanbin já estava desabotoando minha calça quando alguém, esse alguém se chama meu Appa, começou a bater na porta.  

Isso fez com que o garoto a minha frente desse um pulo e se afastasse de mim.  

Graças a deus a porta estava fechada.  

— Meninos! O homem já está buzinando há algum tempinho, vão rápido com isso.  

“Vão rápido com isso”   

Ele estava se referindo ao o que eu achava que era?  

— Acho que é melhor eu sair e você terminar de se ajeitar sozinho. – Hanbin falava com o rosto abaixado, ele provavelmente estava um tomatinho novamente.  

Segurei minha risada enquanto o narigudo saía de meu quarto, mas quando o mesmo fechou a porta, eu caí na gargalhada. 

Eu ri tanto, e nem sabia o porque, eu era pra estar triste já que ia ganhar um agradinho do menor, mas a situação tinha sido engraçado. 

Coloquei minha calça rapidamente, depois de ser chamando novamente, mas dessa vez com uma maravilhosa ameaça. 

“Se você não se arrumar de uma vez nunca mais irá comer panquecas na sua vida.” 

Sacanagem, mexeu com as panquecas mexeu com meu coração. 

Em poucos minutos, depois de ter tomado alguns tapas na cabeça, eu e Hanbin já estávamos no carro. 

— Muito obrigado por ter me trazido aqui! – O narigudo falava baixo para o motorista que estava ao seu lado. 

Ah e como sempre eu estava no banco de trás. 

— Não me agradeça! Sempre vou fazer suas vontades! – O outro falou enquanto bagunçava os cabelos do menor. 

Era até uma cena muito fofinha se eu não estivesse novamente me perguntando o que estava acontecendo. 

— Meu pai não... – E Hanbin interrompeu sua frase quando o homem apontou “disfarçadamente” sua cabeça para mim. — Bo-Bobby, como está o banco de trás? 

— Tá maneirão, valeu por perguntar. – Sussurrei enquanto formava um sorriso sínico em meu rosto e mostrava um certinho para o menor.  

Depois daquele “descuido” de Hanbin e seus segredos, o caminho todo foi um silêncio. 

Um silêncio, não tinha nem musiquinha, poxa eu queria uma musiquinha. 

Pelo menos não demoramos muito para chegar no lugar que eu não estava afim de ir, na querida escola. 

Eu saí do carro bocejando e fiquei uns quinze minutos parado atrás de Hanbin esperando o mesmo se despedir de seu amigo. 

“Bobby, mas por que você ficou ali?” 

Porque eu era um trouxa atrás do Senpai, literalmente atrás. 

— Vamos?! – O menor falou enquanto estralava os dedos perto de meu rosto. 

— Aham. 

Passamos os primeiros cinco segundos do caminho em silêncio mas nem eu e nem o narigudo aguentávamos isso. 

— Eu e ele não nos víamos a algum tempo.- O menor dizia enquanto brincava com sua mochila. 

- Legal.   

Eu não estava nem um pouquinho em saber dos mimi de Hanbin. 

Mas, espera aí? 

Eu sou tão burro que não vi que esses mimis dele, era ele se abrindo comigo. 

— É bem legal... – O menor disse com a cabeça baixa. 

— Por que não se encontram? 

Hanbin levantou seu rosto me olhando de um modo confuso. 

— Está mesmo interessado nisso? 

Nossa estava me sentindo um insensível. 

— Eu quero saber mais sobre você! Então sim!  

E mais uma vez um daqueles sorriso de “Bobby vai ficar babando” se abriu nas bochechas de Hanbin. 

— Então eu vou te contar... – E foi aí que aquele maldito sinal tocou, tá me zoando né? – Depois conversamos sobre isso!  

Entramos na sala, e eu estava bem triste. 

Pelo menos sentamos juntos, mas sempre que eu perguntava algo sobre a vida dele o mesmo mudava de assunto. 

Eu já estava irritado então resolvi ignorar o mais baixo, “ignorar”, pois sempre que o garoto falava comigo eu cochichava: “Oi amor da minha vidinha” 

E ele sempre caía na gargalhada, poxa, não parece mas eu tenho sentimentos. 

Eu estava com a cabeça atirada na mesa quando senti alguma coisa bater em meu braço, virei meu rosto em direção onde a bolinha tinha vindo e chutem que estava cuspindo bolinhas de papel nos coleguinhas? 

Eles mesmos, Chanwoo e June, a dupla mais merdinha da sala. 

E não, eu não estava com ciúmes do meu melhor amigo babaca que me troca por uma pessoa aleatória todo dia. 

Eu estava tão fora do ar, que só senti os dedos, maravilhosos, do mozau da minha vidinha cutucando meu braço. 

— Oi coisa mais linda que eu vi nesse mundo. - E esse era Jiwon bancando o trouxão. 

— Pare de me chamar desse jeito, Jiwon! - O menor falava em um tom manhoso e me olhava todo vermelhinho, poxa. — June está te chamando faz um tempinho. 

Me virei novamente para trás vendo o gótico me olhar e falar meu nome. 

— O que tu quer? - Levei um tapa em minha cabeça e um “Olhe o jeito que você fala com seus amigos”. 

Apenas ouvi risadas vindo do meu melhor falso amigo e de seu novo amiguinho. 

Eu estava com meus olhos cerrados em direção aqueles idiotas quando a menina que estava na frente deles disse alguma coisa que os fizeram se calar. 

Se eu ri? É claro que eu ri, a cara de bunda dos dois estava tão engraçadas. 

Depois de ficar duas horas tentando tirar mais informações de Hanbin, do próprio Hanbin e ficar virando para trás do para olhar aqueles dois. 

Era hora do intervalo, isso é, era hora de ir para atrás da sala dar uns beijinhos no narigudo, claro que isso só seria na minha imaginação, pois quando fui falar com ele, o mais baixo disse que queria um tempo sozinho pra falar com o anão de jardim. 

O que eu realmente queria era seguir os dois e descobrir o que estava acontecendo. 

Eu estava quase indo, quando uma mão, ou melhor uma mãozona apertou meu ombro. 

— Bobby, você viu minhas mensagens? — Era ele mesmo, June. 

— Nem liguei meu celular. — Na verdade liguei, mas só pra excluir tuas mensagens. 

— Nossa eu sendo o melhor amigo do mundo pra melhorar teu humor e você me ignorando. — Mas querido, meu humor estava ótimo naquela hora. 

— Como assim?  

— Como assim, o que? Estou me referindo a escalação do time pra competição. 

— Que? Sai semana que vem, otário. 

— Saiu ontem, e você não vai gostar nada do que vai ver. — Eu estava com um sorrisão no rosto, mas logo ele sumiu do meu rosto quando vi a expressão do outro nada agradável. 

— Deu alguma merda?  

Eu só queria que saísse uma coisa dos lábios de June, mas ao invés disso saiu algo completamente diferente. 

— Mino será o capitão da equipe e você não está na escalação. 

E foi aí que a merda começou a surgir.