“Quando algo começa, você geralmente não tem ideia de como vai terminar. A casa que você ia vender torna-se seu lar, os colegas de quarto que você foi forçado a aceitar, tornam-se sua família. E a “ficada da noite” que você estava determinado a esquecer, torna-se o amor da sua vida.
[…]
Nós passamos toda nossa vida nos preocupando com o futuro, planejando para o futuro, tentando prever o futuro. Como se imaginar fosse, de alguma forma, amortecer o impacto. Mas o futuro está sempre mudando. O futuro é a casa dos nossos medos mais profundos e de nossas esperanças mais selvagens. Mas uma coisa é certa… Quando ele finalmente se revela, o futuro nunca é do jeito que imaginávamos.”
POV Rafael
Fiquei de encontrar Laura na casa da tia dela e confesso que estava um pouco nervoso com isso, pois não sabia como ela iria reagir quando eu falasse que queria terminar. Se Isabella estivesse certa, Laura realmente poderia estar desconfiada e por isso vinha me “enrolando” todo esse tempo. Mas independente dela estar ou não desconfiada minha decisão já tinha sido tomada, não podia ficar enganando-a, eu gostava muito da Laura, porém não era com ela que queria ficar. Passamos por muitos momentos bons e felizes, mas acredito que quando duas pessoas estão predestinadas a ficarem juntas, não importa o tempo que leve ou as pessoas que passam pela sua vida, quando é para acontecer, acontece e essas pessoas vão se encontrar.
Depois de ensaiar várias vezes o que falaria para Laura resolvi que não adiantaria nada, a hora que chegasse lá iria falar o que meu coração estava mandando.
Quando eu cheguei na casa vi que ela estava me aguardando do lado de fora, estacionei o carro, desci e fui em sua direção. Quando ela me viu veio correndo e pulou no meu colo.
- Oi bebê, que saudades que eu tava de você – me abraçou e depositou vários beijos sobre meu rosto.
- Oi Lau, também estava com saudades – retribui o abraço e a desci do meu colo – Como foi de viagem? - a olhei e logo em seguida desviei o olhar.
- Foi tudo bem, e você como está? - deu um leve sorriso de canto e já foi me puxando para dentro - Temos muito o que conversar bebê, tem a minha mudança para o Rio, temos que ver o nosso apartamento, tenho tantas ideias! - enquanto Laura ia falando seus planos para nós dois eu só queria resolver toda essa história.
- Laura, precisamos conversar, mesmo! - Disse assim que entramos na sala.
- Claro bebê, você tem que dar sugestões também... Ah eu estava vendo uns móveis e
- LAURA, quero terminar... - não deixei ela concluir a fala e já fui soltando minhas palavras - Desculpa falar assim de repente, mas você estava falando sobre o apartamento, de moramos juntos, fazendo planos... eu não acho justo com você - suspirei e a encarei.
Ela ficou me olhando com uma expressão indecifrável, não falou nada apenas ficou me olhando, como se quisesse uma explicação melhor sobre o que eu estava falando.
- Laura, eu gosto muito de você... passamos momentos incríveis e eu não me arrependo de nada que vivemos, mas eu não quero te magoar, não quero viver uma relação onde eu esteja te enganando e me enganando... - suspirei novamente e abaixei a cabeça.
- É por causa dela né Rafael? - ela falou fria, então a olhei novamente, e agora seus olhos estavam marejados - É por causa da Isabella né?
Eu não conseguia responder, não queria terminar desse jeito... não queria que ela sofresse.
- FALA RAFAEL!!! - Gritou e eu me assustei - Depois que voltamos pra cá e você a viu novamente tudo começou a ficar estranho entre nós, você ficou frio comigo, não me procurava mais, eu deveria saber... - Andou de um lado pro outro passando as mãos no cabelo - COMO SOU IDIOTA! MEU DEUS... COMO PÔDE FAZER ISSO COMIGO RAFAEL? - As lágrimas escorriam e molhavam todo seu rosto, que estava vermelho de raiva.
- Desculpa, mas não podemos escolher quem vamos amar Laura, como já te disse fui muito feliz com você e sou eternamente grato por tudo que fez por mim e por tudo que vivemos... - respirei fundo, levantei e fui em direção a ela para abraça-la.
- Por favor Rafael vai embora, acho que já não temos mais nada para falar, você já fez sua escolha! - Disse depois de secar as lágrimas - Espero que não se arrependa - Abriu a porta e encarou o chão, eu peguei as chaves do carro e sai do local.
Já dentro do carro percebi que precisava falar com alguém, peguei meu celular e liguei para Isabella.
Ligação On
- Branquela? Está podendo falar? - Disse com a voz um pouco baixa
- Rafa? Tá tudo bem? Estou na faculdade, aconteceu alguma coisa? - Percebi que estava preocupada
- Posso te buscar? To precisando falar com você - suspirei
- Pode, claro que pode, vou ficar te esperando... até logo
- Ok, até.
Ligação Off
Ia só passar em casa trocar de roupa e já iria buscar a branquela, mas como nada é tão perfeito assim quando estava a caminho da faculdade ouvi um barulho estranho no carro e desci para ver o que era, e adivinhem?! Sim, o pneu havia furado.
POV Isabella
Depois da ligação do Rafael fiquei preocupada, ele disse que precisava falar comigo, mas não disse o assunto e isso sempre me assusta. Será que ele tinha falado com a Laura? Será que ele resolveu desistir de terminar? Fui despertada dos meus pensamentos quando todos os meus colegas começaram a sair da sala indicando o fim da aula. Arrumei minhas coisas e fui direto para o portão do campus esperar por Rafael. Chegando lá não o vi, então fui conversar com um colega de classe enquanto esperava. Para minha total surpresa quem chegou foi Christian.
- Oi meu amor – disse me abraçando – Quem é esse otário ai que você ta conversando? Posso saber?
- O que você tá fazendo aqui Chris? - Tirei os braços dele que estavam em volta da minha cintura e o olhei confusa – Só pra te lembrar não somos mais namorados e então não devo satisfações da minha vida pra você, tá legal? - Bufei e sai de perto dele, mas ele foi mais rápido e me segurou pelo braço.
- Olha aqui Isabella, quem você pensa que é pra falar assim comigo? Tá ficando maluca? - Chris me arrastou para um canto escuro, fora dos portões da faculdade, e isso estava me assustando. Olhei para o meu colega e ele estava virado de costas conversando com uma menina. Ótimo.
- Eu falo com você do jeito que eu quiser! E dá pra soltar meu braço? Está me machucando – Tentei tirar meu braço das mãos de Christian, mas ele era mais forte que eu, ou seja, sem sucesso.
- To te machucando? E você acha que fez o que comigo quando terminou? - Ele estava me encarando e seu olhar parecia de um psicopata.
- Christian, por favor... - cada vez que pedia para ele largar meu braço mais ele apertava – Me solta antes que eu comece a gritar aqui, é isso que você quer? - O encarrei – Me solta, eu não vou falar de novo...
- Grita meu amor, você fica mais linda quando tá brava sabia? - ele falava debochado – E aquele seu amigo inseparável? Cadê ele? Não tá aqui pra te salvar? - Riu irônico e em frações de segundos vi um vulto passando e Christian sumiu da minha frente. Fechei os olhos apressada com medo do que podia acontecer, mas senti braços carinhosos me envolvendo e o cheiro inconfundível do amor da minha vida. Respirei aliviada e abri os olhos vendo meu ex-namorado caído no chão com o nariz sangrando.
- Ta tudo bem agora - Rafael disse beijando o topo da minha cabeça - E VOCÊ - Encarou Christian que se levantava do chão incrédulo com o acontecimento - VÊ SE FICA LONGE DELA! OTÁRIO!
- E não é que o amiguinho apareceu Isabella? Mas ele ta se achando muito!
- Eu falei pra ficar longe dela! - Rafael se colocou na minha frente a medida que Christian se aproximava
- Quem tem que ficar longe dela é você! Eu sou o namorado dela, entendeu?
- Você não é meu namorado faz tempo! Eu não sou nada sua, idiota! - Me meti e Rafael me afastou
- Ora ora, vamos ver o que ta acontecendo aqui... vocês estão transando, é isso? - Perguntou sem tirar a expressão de deboche do rosto - é bem sua cara mesmo, vagabunda!
Eu não tive tempo de reagir a ofensa, pois Rafael fez isso por mim levando Christian ao chão. Ele distribuía socos pelo rosto do meu ex, enquanto o mesmo tentava empurrar o corpo de Rafael para longe de si sem sucesso.
- Rafael chega, por favor! - Pedi nervosa, mas a raiva dele era tanta que ele parecia não me ouvir - Rafael, é isso que ele quer! Vamos, por favor amor - E nesse momento ele finalmente parou os movimentos e se levantou.
Dei a mão para ele e fomos em direção a seu carro, que estava estacionado ali perto, deixando Christian gemendo de dor.
- Você precisa prestar queixa contra esse cara Isabella, a gente vai na delegacia agora - Ordenou e eu suspirei.
- Você ta machucado, vamos cuidar disso primeiro... amanhã eu vou, prometo! - Beijei sua bochecha e coloquei o cinto.
- Tudo bem, mas eu vou com você! - Concordei e ele deu partida - dorme lá em casa hoje?
- Ah Rafa... bem que eu queria, mas meus pais estão em casa né
- Diz que vai dormir na Bruna ou na Ana, sei lá..
- Essa mentira nem cola... as duas estão numa excursão da faculdade e meus pais sabem - Lamentei e Rafael fez beicinho - já sei! A Raissa!!!
- Raissa? - Perguntou confuso
- É Rafael, aquela menina que me convenceu a conversar contigo sobre o que eu tava sentindo...
- Ah sim! Tenho que conhecer essa garota pra poder agradece-la - Sorri para ele e concordei
- Quando as coisas se resolverem vou convida-la para sair com a gente
- Isso! Agora liga pros seus pais aí vai - Estacionou o carro na garagem e eu fiz o que ele pediu.
Já era quase meia noite e a casa estava silenciosa quando entramos no seu quarto.
- Senta - Bati na cama indicando o local
- Não precisa de curativo, eu to bem... o idiota mal conseguiu dar um soco direito! - Se gabou e eu ri
- É, mas esse soco cortou sua sobrancelha, então para de resmungar e vai falando o que você queria me dizer...
- Eu terminei com a LaurAI ISABELLA - Reclamou quando eu apertei sem querer o local machucado
- Desculpa, não foi por querer - Passei algodão com álcool tirando todo o sangue seco do ferimento
- Então... não foi fácil. Eu magoei ela, branquela... - Fiz sinal para que ele continuasse falando - eu sei que você não tem que estar ouvindo sobre ela, mas é que você é a pessoa que eu mais confio no mundo, então...
- Claro que pode falar comigo sobre isso, sobre tudo! Eu te entendo, mas me conta, como ela reagiu? - perguntei enquanto procurava um esparadrapo na caixinha de primeiros socorros
- Mal.... ela sacou na hora. Tipo, sabia que eu estava terminando com ela porque percebi que ainda te amava... - Suspirei e me sentei a seu lado
- Você foi sincero com ela, isso que importa. Se sentiu mal por estar enganando ela todo esse tempo e agora fez o certo. Ela gosta de você, então não tinha como sair dessa situação bem... eu espero que ela consiga se encontrar, sabe? Que seja feliz sozinha ou com alguém que a ame como eu te amo - Rafael sorria admirado enquanto eu falava
- E como eu te amo - Disse e se aproximou para me beijar, mas eu o afastei
- Deixa eu só terminar isso aqui - Ri da cara de frustação dele e finalizei o curativo - pronto! - Levantei da cama, coloquei a maleta de volta no armário e me aproximei novamente de Rafael - agora um beijinho pra sarar rápido! - Disse e depositei um beijo leve no local cortado.
Rafael puxou minhas pernas para mais perto de si, me desequilibrando, apoiei minhas mãos no seu ombro e o beijei nos lábios. Nossas línguas se acariciavam lentamente e suas mãos alisavam minha cintura. Ele deitou na cama e foi me levando junto, me fazendo ficar em cima do seu corpo. Desceu os beijos para meu pescoço e eu já sabia o que viria a seguir. Tirou minha blusa e meu sutiã e começou a massagear meus seios, eu já tinha a boca entreaberta e a respiração falha quando ele nos girou na cama, ficando por cima. Distribuiu beijos molhados por todo meu corpo, ao mesmo tempo que retirava nossas peças de roupa. Ele estava sendo tão carinhoso e delicado que me lembrou da nossa primeira vez, só que agora sem dor alguma, só amor e prazer. Era isso que merecíamos depois de tanta coisa, ser livres para amar.
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