História What Could Have Been Love - Capítulo 4

Voltamos correndo pro quarto e o berço estava vazio, nenhum sinal de Jacob.

- Sarah! – Iman começava a se desesperar. – Pra onde ele pode ter ido? Ele não conseguiria pular do berço!

Um vento forte começou de repente, as luzes piscavam como se fossem apagar de vez, um trovão lá fora nos assustou e nos abraçamos na tentativa de nos proteger, a janela se abriu e uma coruja branca entrou rodando o quarto, fechamos os olhos por causa da poeira que entrava no quarto e quando abri os olhos, lá estava meu Rei dos Goblins, ao lado do berço.

- Jareth! – pulei direto para os braços dele ao mesmo tempo em que eu sentia seus lábios gelados encontrarem violentamente os meus lábios, seus braços firmes me segurando daquela maneira conhecida, com medo de que eu fugisse a qualquer momento.

- Sarah! – os olhos de Jareth brilhavam, passei de leve a mão pelo seu rosto e ele fechou os olhos. – Por que você fez isso?

- Foi a única maneira de te trazer de volta pra mim! – balbuciei, minhas palavras quase não saiam da minha boca.

- Você sempre consegue uma maneira de passar pelas minhas ordens. – ele tentou impor seu ar autoritário, mas o sorriso em seu rosto não permitia. – A única coisa que me faria voltar pra cá e você acertou em cheio!

- Meu Deus, então é verdade! – ouvimos Iman gritar e por um momento havia me esquecido dela. – Eu ... eu ...

Jareth me soltou e foi até Iman, que era uma mistura de medo com surpresa.

- A Sarah te contou, Iman?

- Sim. – ela olhava Jareth dos pés a cabeça. – Eu achava que era fantasia dela, mas ... ainda não consigo acreditar! – ela olhou pra mim e de volta para Jareth. – E o Mark?

Jareth suspirou e voltou para o meu lado, me segurando pela cintura.

- Ele ainda está enfeitiçado, Donna ainda continua poderosa, não consegui deixar o Reino sozinho nesse primeiro mês.

- Primeiro mês? – eu e Iman gritamos ao mesmo tempo . – Jareth, já se passou um ano desde que você se foi! Você está controlando o tempo de novo?

- Um ano? – agora ele parecia surpreso. – Acho que não sincronizei o tempo dos dois mundos. – ele me olhava como se me pedisse perdão e eu apenas dei outro beijo nele. – Me desculpe.

- Tudo bem! Mas e Ludo, Hoggle, Sir Dydumus, estão bem? Eles nunca apareciam quando eu os chamava.

- Estão todos bem, querida! Eu pedi para eles não obedecerem ao seu chamado, eles estão sendo essenciais para a segurança do Reino.

- E o meu irmão, pra onde ele foi?

Jareth riu.

- Eu apenas atendi o seu pedido, cara Iman.

- Meu pedido? – Iman arregalou os olhos pra mim. – Foi idéia da Sarah! Eu só estava recriando a cena do nosso teatro de anos atrás!

- Não era o que parecia. – Jareth deu um riso sarcástico e começou a andar pelo quarto. – Bom, você deveria passar pelo Labirinto para poder resgatá-lo antes que ele se torne um goblin, porém como eu acrescentei diversas armadilhas novas no Labirinto para evitar que Donna chegue até a Cidade dos Goblins, vou devolver ele sem cerimônias.

- O que? – eu entrei na frente de Jareth, interrompendo a andança dele. – Não, nós vamos para o Labirinto resgatar o Jacob!

- Como assim, nós? – Jareth parecia furioso. – Quem chamou foi a Iman, se alguém tem que resgatar o bebê é ela, você fica aqui.

- Não! Eu vou com ela! Eu também chamei por você!

- Sarah, não me desobedeça! – os olhos de Jareth eram frios. – Pela sua segurança!
- Jareth, eu conheço o Labirinto! Vamos sair facilmente de lá!

- Sarah, você não me ouviu? Coloquei novos obstáculos, você corre o risco de não conseguir chegar até lá! Ou pior, corre o risco de encontrar alguém a mando da Donna! – ele tentou me segurar mas me desvencilhei. – Sarah, por favor, me obedeça!

- Não, eu quero ir com você, Jareth! Preciso ficar ao seu lado e se enfrentar o Labirinto de novo é o jeito pra ficar perto de você, eu passarei por ele!

Jareth fechou os olhos e balançava a cabeça em sinal negativo. Segurei na mão dele e beijei a palma.

- Sarah, eu não vou me perdoar se algo te acontecer lá dentro. - ele abriu os olhos e me encarou. – O que eu vou te contar não é trapaça, mas vai ajudar vocês a saírem de lá. Tem alguém lá dentro que sabe o caminho correto, que não vai te levar para os obstáculos pois te conhece bem.

- Quem?

- A Worm.

Lembrei da simpática minhoca que encontrei no Labirinto pela primeira vez, que depois de algum tempo, sempre aparecia no castelo e conversávamos coisas sem nexo, mas me divertia com ela, tomando diversas xícaras de chá por horas.

- Uma minhoca vai tirar a gente de um labirinto? – Iman começou a rir, mas eu e Jareth permanecíamos sérios. – Sério?

- Iman, nada naquele Labirinto é o que parece ser. – falei e ela voltou ao estado assustado de antes. – Sério, aprendi isso da maneira mais difícil.

Ela trocava olhares comigo e com Jareth, como se pensasse bem se queria o irmão de volta ou se tudo era um sonho, deu alguns passos e parou na minha frente.

- Me promete que no final disso tudo nós duas iremos ter o nosso “felizes para sempre”?

- Prometo! – respondi sorrindo e a abracei tão forte que eu nem sabia ter essa força toda.

- Você está certa disso, Sarah? – Jareth me perguntou assim que me soltei da Iman. – O Labirinto não é mais como era antigamente.

Coloquei minhas mãos no rosto dele e beijei-o serenamente, minha mente esquecendo por um minuto a batalha que iríamos enfrentar e recordando os bons momentos ao lado dele.

- O Labirinto nunca foi o mesmo, muda constantemente, não é mesmo? – sorrimos ao mesmo tempo. – Estou certa disso, Jareth! – dei outro beijo e sussurrei em seu ouvido. – E sei também que você está sempre comigo!

- Tão bom ter você de volta aos meus braços! – ele sussurrou.

- Digo o mesmo. – deitei minha cabeça em seu ombro, fechando os olhos brevemente e ao abrir, estávamos no Reino, no morro em que podíamos avistar o Labirinto e a Cidade dos Goblins.

- Uow! – Iman se espantou. – Parece impossível sair do Labirinto olhando daqui.

- Vou esperar por vocês no Castelo. – Jareth deu um beijo na testa da Iman e depois parou na minha frente, segurando a minha mão. – Prometo que você será recompensada quando chegar lá.

- Recompensada? – meu coração acelerou.

- Você sabe o que eu quis dizer. – e desapareceu, deixando-nos sozinhas e com meus pensamentos impuros.