História What If - Emison - Regresso ao Passado - Prólogo

Foi em Setembro que eu tomei consciência que ainda te amo

e que não tem tempestade que me faça desistir de você...

Foi em Setembro que eu descobri que o amor não só palavras bonitas e gestos delicados

mas sim abraçar uma batalha constante pra te merecer....

Foi em Setembro que eu quase desisti de te ter

pensando que deixando você partir estaria te ajudando a ser feliz...

Mas também foi em Setembro que eu decidi lutar...

Rosewood, 25 de Setembro de 2016

- Se alguém tem algo a dizer que possa impedir este casamento, que fale agora ou se cale para sempre!

- EMILY! ....Você não pode se casar com essa mulher...

NARRAÇÃO DE ALISON DILAURENTIS

Não! 
Isso que vocês acabam de ler não é um pesadelo e bem que eu gostaria que fosse uma cena de um filme de comédia romântica, mas infelizmente o que vocês estão lendo, é um capítulo da minha vida, por sinal um pouco negro, pois eu estou prestes a perder a mulher que amo, pra sempre.

Mas e como isso foi acontecer?
Teremos de fazer uma viagem pelo passado pra descobrir... Preparados?

Washington Heighs, 31 de Dezembro de 2010

-Calma princesa, vamos fazer de novo:

coloca o pé esquerdo na embraiagem, 

e o direito no acelerador.

Isso agora coloca a caixa de velocidade no ponto que te ensinei

e liga a ignição...

- Ai Ali, eu acho não vou conseguir fazer nada nesse carro!

Eu tou tremendo só de pensar que alguém pode nos pegar no flagra... 
                                             

A garota a quem eu estou tentando ensinar a dirigir, se chama Emily e é a minha namorada. Nós estamos no estacionamento da CUMC (Columbia University Medical Center), aproveitando o sossego da noite pra namorar e também pra eu dar aquelas aulinhas de condução que venho prometendo a ela.
Mas o motivo que faz a Emily estar tremendo de medo, não é o fato de ser de noite e sim o fato de eu estar roubando pela milésima vez, o carro da Professora Hermes, que nos dá aula de Antropologia, pra dar umas voltinhas:

- Emily ninguém vai pegar a gente se você fizer

tudo como eu te ensinei...

Agora coloca o pé na embraiagem e respira fundo!

                                     *****

Vocês devem tar pensando: mas porque é que duas garotas que estão estudando numa das melhores Universidades dos Estados Unidos, precisam roubar um carro?
Essa pergunta é fácil de responder mas pra isso teremos de fazer mais uma viagem no tempo e ir até ao ano anterior. Pode ser?

Rosewood, 4 de Julho de 2009

- Vocês duas não têm idade pra namorar. Alison que o que foi que nós combinámos? - diz o meu pai irritado.
- Eu sei que concordei de namorar só quando terminasse a faculdade, mas pai a gente não manda no coração e eu e a Emily não queremos esperar tanto tempo - tentei argumentar.
- Vocês são muito novas, têm toda uma vida pela frente. Terminem os estudos e depois se quiserem namorar terão a nossa benção - sugeriu o tio Wayne que estava ainda mais irritado que o meu pai.
- Pai eu e a Alison vamos cursar na mesma faculdade. Qual é a diferença da gente assumir o namoro agora ou daqui a cinco anos, sendo que a gente se gosta desde criança?
- Emily Catherine, escuta o que o seu pai tá falando. Se ele e o Kenneth acham melhor vocês esperarem, você só tem de aceitar a decisão deles - diz a mãe dela, visivelmente aborrecida por ter nos pegado aos beijos no quarto da Em.

Emily se conformou mas eu não, por isso fiz de tudo pra convencê-la a pormos o plano B em prática.
O plano B consistia em aproveitar as comemorações do feriado pra fugir e casar escondido. Todos os anos os nossos pais que por acaso além de amigos, também eram sócios, organizavam uma grande festa no local de trabalho, com todos os seus colaboradores e só regressavam a casa de madrugada.
- Casamos em Las Vegas e quando voltarmos ninguém poderá separar a gente - eu disse entusiasmada.
- Tudo seria mais fácil se eu tivesse meios pra te engravidar - ela diz no meio de uma gargalhada.
- Bobona! Você não imagina o quanto me faz feliz por aceitar o meu pedido de casamento.
- Eu é que não tenho palavras pra descrever a honra que será me tornar a sua esposa - diz Emily, enquanto beija o nó dos meus dedos.
Aria, Spencer e Hanna, estavam nos esperando pra nos levar até ao aeroporto, até porque elas eram as maiores torcedoras da nossa felicidade:
- Obrigada por nos apoiarem neste momento tão importante - eu afirmo, abraçando as três ao mesmo tempo.
- Quando vocês voltarem vamos organizar a festa mais surpreendente que Rosewood já viu - promete Aria.
- Isso será lá pra 2097 depois que as duas terminarem de cumprir o castigo que os vossos pais vão dar pra vocês - diz Spencer ironizando.
Falar nos nossos pais parece que atraiu uma onda de pouca sorte, pois quando a gente tava prestes a embarcar, ouvimos uma voz conhecida, chamando pelo nome das duas. Quando nos virámos vimos o meu pai, que por coincidência tinha acabado de chegar ao aeroporto, pra vir buscar o idiota do Jason, que foi expulso da Universidade, depois de pegarem ele fumando maconha.

- Qual de vocês duas falsificou a nossa assinatura? - perguntou o pai da Emily, ao mesmo tempo que jogava duas folhas de papel sobre a mesa do consultório dele.
- Fui eu tio Wayne - me acusei, levantando a minha mão e tentando fazer uma expressão de arrependimento.
- Alison minha filha você me enche de vergonha! - diz o meu pai abanando a cabeça.
- Desculpa pai, desculpa tio Wayne mas tudo que eu e Emily mais queremos é poder ficar juntas. O que tem de errado nisso?
- O que tem de errado é os meios que vocês tão usando, pra tentar nos obrigar a aceitar a vossa relação - responde o pai da Em - mas tudo bem, eu e Kenneth chegámos a conclusão que mesmo vocês provando que são muito imaturas, se realmente querem namorar, pelo menos que seja debaixo dos nossos olhos.
- É isso mesmo! Não há nada que possamos fazer e eu nunca mais quero te ver cometendo esse tipo de besteira. Caso você não saiba o que você fez é crime minha jovem - repreende o meu pai.
- Sim pai - eu digo, tentando disfarçar a minha alegria.
- Pai, tio Kenneth, obrigada por aceitarem o nosso namoro - diz a Emily, piscando o olho pra mim.

Washington Heights 31 de Dezembro de 2010

Passou um ano e nesse tempo eu a Emily a Aria e a Spencer entrámos na faculdade de Medicina, pois o meu pai e o tio Wayne são os fundadores do Hospital Medical Center de Rosewood, uma clínica privada muito conceituada e bastante moderna. O fato de nós estudarmos medicina, faz com que o nosso futuro esteja garantido, pois os nossos pais sempre nos incutiram o dever de dar continuação á boa gestão que eles empregam no negócio de familia. Eu e a Emily sempre quisemos seguir os passos deles e a Spencer e a Aria foram desenvolvendo o gosto por essa área, por influência nossa.
Cursar medicina não era nada fácil e tal como a Spencer previu, eu e a Emily ficámos um tempão de castigo e é por isso que não temos carro nem uma boa mesada. Graças ás aulas de natação que a Emily dá pra umas patricinhas do 2o ano, a gente sempre tem algum dinheiro pra jantar fora, ir á discoteca e repor a gasolina do carro da Professora Hermes, que eu sempre pego pra gente passear.
Mas deixa eu contar pra vocês o que aconteceu na virada do ano, que este ano passámos em Washington. pra ficar estudando nas férias escolares...

- Tá vendo amor? Dirigir um carro não requer muita arte.
- Isso você diz porque já tem muita experiência Ali, eu morro de medo de bater com esse carro. Você já pensou no que poderia acontecer se pegassem a gente?
- Emily e você já pensou que hoje é a noite da virada, que dentro de algumas horas nós estaremos comemorando mais um ano de namoro e que eu ainda não ganhei um único beijo dentro "desse" carro?

Emily sorri e abana a cabeça dizendo:
- Você nunca vai mudar esse seu jeito irresponsável de ver a vida né?
- O amor que eu sinto por você é que nunca vai mudar, isso sim eu posso te garantir.
Suavemente, Emily beija a minha testa e depois os meus lábios:
- Promete?
- Palavra de uma garota completamente apaixonada - respondo erguendo a mão direita, como se estivesse jurando em frente a uma biblia.
- Amor o que faz você pensar que a nossa relação vai durar pra sempre?
- O jeito como a gente consegue ficar horas e horas conversando sobre tudo e nada. O dom que você tem de me fazer chorar quando me obriga a escutar as suas palavras mais duras e logo em seguida você me consola, fazendo eu ter certeza que a vida só faz sentido com você do meu lado. A felicidade que a gente partilha nas nossas vitórias e o incentivo que a gente dá uma pra outra. Quem não te conhece não percebe que mesmo que por vezes você esteja triste, você anima todos os lugares por onde passa e essas mesmas pessoas nem percebem como em poucos segundos, você consegue passar da pessoa mais sensível do mundo á mais durona se assim tiver de ser. Somente eu, conheço os milhões de pormenores que te tornam essa garota tão especial e é por esse motivo que eu não imagino a minha vida sem você.
- Alison você tem consciência de ser a responsável por eu ser essa pessoa tão especial? - ela diz, ao mesmo tempo que retira algo do bolso - e é por isso que eu quero ser sua pra sempre. Você aceita casar comigo?
As palavras que eu poderia usar pra descrever o que eu estava sentindo, ainda não tinham sido inventadas, por isso eu coloquei os meus braços á volta do pescoço dela e admirando o brilho dos seus olhos respondi:
- Sim amor! Eu aceito ser sua esposa!
 

E foi assim que pela segunda vez, eu passei a ser a noiva da senhorita Fields, com direito a usar um anel de brilhantes no dedo, que ela comprou com algum do dinheiro que a tia Pam mandava pra ela ás escondidas do marido.
A nossa relação era motivo de inveja das garotas do colégio, que sempre ficavam botando pra baixo a nossa intenção de casar assim que o curso terminasse, argumentando que nós éramos muito jovens e que hoje em dia já ninguém se casa com a primeira namorada e que a gente devia experimentar estar com outras pessoas. Muitas vezes a Emily me segurou pra que eu não desse na cara delas, pois eu sabia muito bem que o que elas queriam era pegar a minha noiva, que se tornou numa das melhores atletas da Universidade, representando a CUMC em diversas competições olímpicas. Muitas vezes eu tentei convencê-la a seguir o seu sonho de ser nadadora profissional mas a Emily sentia que tinha um dever moral com o pai dela e que por ser filha única, era obrigada a dar o seu melhor pra corresponder ás expetativas dele.

                    *****

30 de Junho de 2011

- Ei loirinha, tá na hora de sair desse sono gostoso.
Abro os olhos e vejo a Emily olhando pra mim, com aquele ar apaixonado que tanto me faz sentir completa e realizada.
- Bom dia amor! Como você entrou aqui? - pergunto olhando pro relógio e confirmando que não estou atrasada.
- A Aria já saiu e me deu a chave - ela respondeu, enquanto chocalhava o pequeno objeto metálico.
Eu e a Emily sempre achámos melhor dormir em quartos separados, pois a gente sabia que seria díficil resitir uma á outra e nós queríamos esperar pelo casamento pra termos a nossa primeira noite de amor, por isso eu fiquei junto com a Aria e ela junto com a Spencer na residência dos estudantes.
- A Hanna me ligou ontem á noite, chorando por causa do Jason - comento enquanto estou escovando os meus dentes.
- Eu fico imaginando ela em Juiliard tentando se manter viva... Aquilo lá não é fácil amor - afirma Emily, enquanto abre o meu roupeiro pra escolher a roupa que eu vou usar hoje, e eu confesso que é algo que eu adoro que ela faça.
Hanna foi a única de nós que seguiu um rumo diferente: ela sempre quis se profissionalizar em balletl e depois de ser rejeitada nas primeiras duas audições, ela finalmente entrou na melhor escola de dança do Mundo. Desde esse dia, que são raros os fins de semana em que a gente encontra ela em Rosewood e mesmo estudando no mesmo Estado, é muito difícil combinar algum programa com a Hanna, que se recusa a perder tempo socializando, por estar extremamente focada no seu objetivo. 
- Podemos entrar ou tem gente transando aí? - diz Spencer abrindo uma frecha da porta.
- Deixa de bobagem e entra de uma vez - eu digo.
- Será que a Hanna vem pra nossa celebração de transição de ano? - pergunta Aria, na esperança de rever a nossa amiga.
- Não sei. Ela me ligou de madrugada, contando que brigou com o Jason, que se tornou um cretino, desde que o meu pai obrigou ele a ir pra escola de enfermagem.
- Eles até podem se amar muito mas infelizmente brigam a toda a hora - comenta Emily.
- Sabe que eu sempre considerei a relação deles um pouco destrutiva? Sei lá, eu não vejo a minha irmã nem um pouco feliz, como eu vejo você com a Alison - afirma Spencer.
- O Jason sabe que a Hanna é apaixonada por ele e vai dando o namoro por garantido - responde Emily, enquanto organiza alguns livros que eu preciso ler até ao final do mês.
Hanna e Spencer são irmãs por afinidade, ou seja a mãe da Hanna e o pai da Spencer se casaram há alguns atrás e como elas já eram amigas desde crianças, não foi surpresa pra ninguém quando começaram a usar o titulo de irmãs Marin-Hastings.

Horas depois Emily estava fazendo um discurso de final de ano letivo e o pai dela tava ouvindo e babando de orgulho, por ver a dedicação da filha aos estudos. 
Cada vez que eu bocejava a minha mãe me dava uma cotovelada e o meu pai abanava a cabeça em sinal de reprovação, por perceber que eu não sou assim tão dedicada quanto a minha noiva.

Algumas semanas se passaram e nós optámos por passar as férias de verão em Rosewood e nem sinal da Hanna, que mais tarde nos informou que decidiu ficar em Juilliard estudando, pois ela tinha se candidatado pra ser a estrela principal da peça "O Lago dos Cisnes" e a concorrência era muito forte.
Jason não dava o mínimo apoio pra Hanna, porém quando as nossas férias já estavam chegando no fim, ela apareceu de surpresa e pegou ele beijando a Mona, na porta da minha casa, o que fez com que ela terminasse o namoro na hora e voltasse pra Nova York jurando que nunca mais ia voltar.

18 de Outubro de 2011

O segundo ano era bem mais difícil que o primeiro e todos os dias eu agradecia a Deus pela sorte de ter a Aria como companheira de quarto, porque era evidente o seu empenho em terminar o curso nos dois anos que restavam, pois o meu pai e o Tio Wayne já tinham prometido oferecer uma pós-graduação seguido de um estágio na clinica a cada uma de nós.
Por termos concluido o ano letivo anterior com sucesso, o nosso castigo foi levantado e finalmente eu e a Emily já tínhamos carro, assim como a Spencer que ganhou um chevrolet como presente por ter sido a primeira da turma em todas as disciplinas.
Eu confesso que as festas da Universidade eram bem mais interessantes que as aulas mas graças ao apoio da Aria que me incentivava vinte e quatro horas por dia, eu sempre obtinha boas notas e até que eu tava curtindo o meu curso cada vez mais.
- Eu acho que não aguento esperar tanto tempo, ainda faltam dois anos pra gente casar - eu digo pra Emily, que está sentada no banco traseiro do meu carro, beijando o meu pescoço, com bastante lúxuria e desejo.
- É você tem razão! É melhor a gente parar por aqui, eu não quero que a nossa primeira vez seja dentro do seu carro - ela diz, enquanto tenta controlar a sua respiração acelerada.
Eu fico olhando pra ela e pensando que não tem como não amar essa garota que tanto respeita as minhas vontades e que aceita esperar até o dia do nosso casamento.
- Alison? Alison você tá me ouvindo? ALISONNNNNN!
- Ai Emily, eu tava distraída, não precisa gritar desse jeito - reclamo.
- O seu celular tá tocando, a essa hora deve ser importante, atende!
Eu revirei os olhos sem imaginar que a ligação do Jason realmente era pra me informar de algo grave.
- O que foi Ali, quem foi que ligou?  porque está chorando? O que aconteceu?
- Era o meu irmão me falando que o meu pai teve um enfarte!