1. Spirit Fanfics >
  2. What If - Emison >
  3. Problemas no Paraíso

História What If - Emison - Problemas no Paraíso


Escrita por: LoLoUnnie

Notas do Autor


Boa Leitura!

Capítulo 16 - Problemas no Paraíso


Fanfic / Fanfiction What If - Emison - Problemas no Paraíso

PDV ALISON

 

- Você é irmã da Vichy? - perguntei assombrada.

- Você conhece a minha irmã? Como? De onde?

- Nós frequentávamos o mesmo ginásio em Charlotte e um dia ela me contou que estava grávida e que o namorado não deu a miníma pra ela - minto.

- Alison, aqui na clinica não é segredo pra ninguém que você e o Dr Fields são inimigos declarados. Por favor me ajuda a descobrir se a clinica dele negligenciou o tratamento á minha irmã.

- Como você espera acusá-lo se não tem provas? 

- Os meus pais não sabem, mas a verdade é que a Vichy já tinha uma gestação muito avançada. Pelas minhas contas ela já deveria estar com uma grávida de vinte semanas. Você é obstetra e sabe muito bem que podem ter surgido imensas implicações nessa cirurgia.

- Porque você resolveu mexer nessa história tanto tempo depois? - respondo com vontade de chorar.

- Porque desde que a minha irmã morreu que os meus pais se responsabilizam e nunca mais tiveram um minuto de alegria e paz em suas vidas, por pensar que a Vichy abortou com medo da reação deles, acabando por falecer.  Mas eu tenho certeza que ela morreu, porque nessa clinica aceitaram interromper a gravidez dela, mesmo sabendo que a gestação já estava avançada. 

- Isso é uma acusação muito grave - eu afirmo, pois ainda não sei se devo confiar nela.

- Em algum lugar, seja aqui no Hospital ou na casa dos Fields, tem de estar alguma prova que comprometa o pai da Emily. Eu preciso encontrar essas provas e assim poder chamá-lo a responder perante a Justiça. 

- Eu entendo...

- Não você não entende! Pela sua calma eu vejo que você não acredita em nada do que eu estou dizendo.

- Olha Maya, vamos fazer o seguinte: eu vou investigar e sondar por aí se existe alguma ligação entre o Dr Fields e essa clinica. Se eu descobrir algo, seja o que for, eu te falo.

Maya olha pra mim e enquanto ela encara os meus olhos, vai baixando a sua guarda. 

Inesperadamente ela pega na minha mão, e com lágrimas nos olhos faz um pedido:

- Você conheceu a minha irmã e sabe que ela não tinha um pingo de maldade. Eu sei que enquanto obstetra, certamente você é contra a decisão dela de abortar. No entanto eu só te peço que se não me quiser ajudar por mim, faça pela Vichy, para que os meus pais possam ter alguma paz e a alma da minha irmã possa finalmente descansar.

Eu fico sem saber o que dizer e num impulso a abraço, pois pra mim era como se estivesse abraçando a Vichy...

 

                  *******

 

- Amor você demorou tanto! Eu tava ficando preocupada...

- Eu não tava achando a camêra e depois lembrei que a deixei no carro, então fui buscá-la - respondi tentando justificar o meu sumisso.

- Feliz Aniversário! - Emily diz enquanto me oferece um prato que contém uma enorme fatia de bolo.

- Obrigada amor! Próximo ano o dia do meu aniverário será muito diferente eu prometo. Vem aqui, mesmo sendo eu a aniversariante, quero te dar um presente - eu peço ao mesmo tempo que a puxo pra um canto isolado.

- Um presente? Pra mim? - ela pergunta olhando pras minhas mãos que estavam vazias, o que fazia com que ela ficasse ainda mais curiosa.

- Eu decidi que a gente merece ter o bebê que tanto desejamos. Vamos procurar uma clinica de fertilização e colocar o seu óvulo dentro de mim.

- O quê? Amor você tem certeza? - ela pergunta sem conseguir disfarçar o quanto está feliz.

- Sim amor! Eu quero tudo com você e esse tudo começa por aumentar a nossa familia.

- Posso te fazer uma pergunta? - ela diz olhando em volta pra se assegurar que ninguém está nos escutando.

- Que foi amor? 

- Ali, você não decidiu ter um bebê por pensar que....

- O Dylan não vai morrer! Eu juro pela minha vida amor...

Emily me abraça e em seguida pega na minha mão, decidida a dar a boa nova aos nossos amigos mas eu a impeço, pois sei que a minha mãe irá reagir muito mal e eu quero evitar qualquer tipo de mau estar perto do nosso filho.

- Tá certo! Falaremos com as meninas noutro dia - ela diz demonstrando concordar com os meus motivos.

Algumas horas depois e já tarde da noite, a Spencer me avisa que hoje vai me substituir no plantão, pra que eu e a Emily possamos disfrutar do resto da noite uma ao lado da outra.

Eu agradeço com um forte abraço e após a Hanna me garantir que ficaria a noite toda ao lado do Dylan, eu e a Emily vamos embora, decididas a dormir na cabana....

 

                                *******

 

Ao chegarmos á cabana, Emily pega num pedaço de tecido preto e gentilmente pede para vendar os meus olhos, de forma a que eu veja a surpresa que ela me preparou, no momento certo.

- Feliz Aniversário! - Emily diz, quando já estamos dentro da cabana e após me desvendar.

O pequeno espaço está todo decorado com balões vermelhos e brancos, almofadas gigantes de cor branca que fazem contraste com os balões e uma cortina de veludo vermelho-rubi.

Completamente embevecida e sem saber o que dizer, eu olho pra uma pequena mesa que tem um frapé com uma garrafa de champanhe e duas flutes de cristal vermelho, bombons, flores e uma caixa de veludo azul-marinho.

- Eu não mereço tudo isso amor - afirmo emocionada.

- Você merece tudo Alison! Obrigada por me fazer tão feliz, por passar grande parte do seu dia ao meu lado cuidando do nosso filho, por ter conquistado o amor dele, por ser uma ótima companheira, amiga, mulher, amante e mãe. Eu sei que você passou por um momento muito dificil mas eu tenho certeza que a sua próxima gravidez será diferente, pois você terá a mim e a todos que te amam ao seu lado. Obrigada por me ter escolhido pra ser aquela que vai partilhar com você tantos momentos felizes. Obrigada por me amar!

 

- Emily eu não me imagino amando outra pessoa. Não nesta vida! Estar ao seu lado é felicidade pura e quando eu estou longe de você, me sinto incompleta e infeliz. Eu sei que nós ainda temos muitas arestas pra limar mas também sei que o amor que sentimos é mais forte que qualquer obstáculo. Todo mundo sabe que eu sou somente uma mulher de olhos azuis, cabelos loiros esvoaçados e sorriso contagiante. O que ninguém sabe é que o motivo do meu sorriso sempre foi e sempre será você. Obrigada por me amar, por me aceitar como eu sou, por confiar em mim, por ter permitido que eu me tornasse mãe do Dylan e por me encorajar a conceber um bebê dentro de mim novamente. Um bebê que será recebido com todo o amor, um bebê que irá trazer muitas alegrias ás nossas familias e quem sabe muita paz também...

 

Emily olha pra mim completamente inebriada pelas minhas palavras e assim que ela coloca uma das suas mãos sobre o meu queixo, eu percebo que chegou o momento de encerrar os nossos discursos com um beijo e por isso mesmo fecho os olhos. Ela me beija com tanta suavidade, que eu chego a desconfiar que estou sonhando, até que sem que eu espere, ela sai daquele beijo, me deixando em suspense, porém eu me recuso a abrir os olhos e somente quando sinto uma pedra fria rondando o meu pescoço,  me vejo obrigada a regressar ao planeta Terra:

- Um colar amor? Que lindo! - eu afirmo assim que abro os olhos, a fim de admirar o objeto.

- Eu não sabia o que te dar de presente, daí a minha mãe sugeriu que eu te desse este colar que foi da minha avó. É de esmeraldas e combina muito bem com os seus olhos.

- Esse colar deve ser muito valioso amor. Eu não posso aceitar.

- Claro que pode e deve! Você é minha noiva e mãe do meu filho, nada mais natural que eu te ofereça uma jóia.

- Obrigada amor, eu nem sei o que dizer...

- Diga que ficaremos juntas pra sempre, sem segredos, sem mentiras. Alison, tudo o que eu quero é viver uma vida de verdade com você, apenas isso.

- Nós vamos ficar juntas pra sempre e nada nem ninguém irá nos separar, eu prometo Emily!

O seu olhar revela que desta vez ela está pronta pra se entregar e assim que eu toco na sua nuca, afim de a puxar pra um beijo, eu sinto que o seu corpo precisa ser amado e por isso, eu uso todo o meu poder de sedução, pra ir tirando cada peça de roupa do seu corpo enquanto digo que a amo.

- Eu também te amo Ali!

Eu olho pro frapé que está em cima da mesa e faço sinal a Emily pra que abra a champanhe, emquanto eu vou tirando a minha roupa, ficando apenas com uma calcinha vermelha, que nem a propósito, acaba por combinar com toda aquela decoração.

Emily se aproxima de mim, trazendo em cada uma das mãos uma flute com champanhe dentro e obedecendo aos meus olhos que gentilmente pedem pra que ela se deite na cama que hoje tem uns confortáveis lençóis de seda egipcía, ela me entrega as taças e fecha os olhos, deixando revelar que está completamente relaxada.

Eu absorvo um pouco da champanhe e deito ao seu lado, regando os seus seios com o liquido que já estava morno, mas que ainda assim fez com que o seu corpo se arrepiasse e os bicos dos seus seios endurecessem.

- Você é linda Emily! Se ao regressar eu descobrisse que tinha te perdido pra outra pessoa, tenho certeza que morreria.

- Eu prometi esperar e esperei...

- Eu prometi voltar e voltei e não vou te deixar nunca mais....

Depois de falar o que ia no meu coração, eu a amo com toda a paixão e intensidade que ela merece, respeitando e admirando cada linha do seu corpo. 

Após atingir o extase daquele momento tão bonito, eu a deito em meu peito e permito que ela fique ouvindo as batidas do meu coração até adormecer e é nesse momento que a minha cabeça viaja até á hora em que eu peguei a Dra st Germain na minha sala. 

Saber que ela está na clinica por um motivo que durante muito tempo foi a minha prioridade, me deixa alerta e preocupada. Por um lado se eu quiser ir pra frente com a minha intenção de colocar o tio Wayne na cadeia, sei que posso contar com ela como aliada. Mas se as coisas com a Emily estão correndo tão bem, porque raios eu irei estragar isso, somente pra me vingar de todas as coisas horríveis que ele me fez? 

Pensar que o Dylan adora aquele avô... Como ele iria reagir ao descobrir que eu sou responsável por botar aquele homem na cadeia?

A minha cabeça tá girando tanto, aturdida por milhares de pensamentos e possibilidades, que eu não consigo dormir, por isso eu fico quietinha admirando o rosto da Emily, agradecida por ter alguém que me ame tanto, sendo que na verdade eu não sou mais uma garota de olhos azuis e sorriso contagiante. Eu me tornei numa mulher fria que se entregou ás trevas e virou as costas ao caminho da luz...

"Me salva Emily" eu digo em surdina, pouco antes de adormecer...

 

 

PDV HANNA

 

- Você também conta histórias muito bem - diz o Dylan me elogiando, num tom de voz baixo, que revela o quanto ele está fraco.

- Obrigada pequeno principe! Um dia eu serei tão boa quanto a sua mãe Alison.

Ele faz um sorriso forçado e eu entendo que seja por estar sentindo um certo desconforto, causado por mais uma sessão de quimioterapia e por isso apago a luz e fico ao seu lado, até que por fim ele adormece.

- Você será uma ótima mãe! - diz Jason que se deteve na porta do quarto me observando.

- É algo que ainda não está nos meus planos - respondo friamente.

- Não está nos seus planos porque você ainda não encontrou o homem certo. E sabe porque você não comsegue encontrar o homem certo? Porque enquanto eu existir, nao vai ter espeço pra outra pessoa...

- Eu nunca achei que homem casado fosse o "homem certo" pra ninguém - atiro sarcasticamente.

- Quantas vezes eu vou ter de te dizer que foi você quem permitiu que eu me casasse? Porque não ficou e lutou por mim?

- Porque raios eu teria de perdoar uma traição?

- Você já é adulta suficiente pra saber o que é uma traição e no fundo você sabe que aquilo não passou de uma bobagem. 

- Jason você pode ser ótimo na mesa de jogo mas esse seu bluff comigo não vai funcionar.

- Autch que golpe baixo!         

O  jeito com que ele põe a mão no peito como se eu o tivesse apunhalado, faz com que eu sorria e baixe a guarda:

- Você nunca mais voltou a jogar? - pergunto enguendo o sobrolho,

- Não! Ru só voltei lá pra buscar o meu dinheiro. Eu só não consigo resistir á vontade de jogar quando estou transtornado.

- Mas você tem uma filha linda e um casamento estável. Qual o motivo de tanto transtorno?

- A minha irmã que está prestes a casar com a Emily que eu odeio, e eu sinto que os Fields vão fazer a Alison ficar do lado deles e aí eles vão conseguir tirar tudo o que é nosso.

- Isso são coisas da cabeça da sua mãe. Você precisa se desligar do passado e viver o presente, aproveitando cada momento. Veja o caso da Spencer que agora está se dedicando a correr contra o relógio da vida.

- A minha maior fustração é não ter você do meu lado. Você também me traiu e durante muito tempo eu fiquei furioso com você, não queria nem ouvir o seu nome Hanna...

- Como assim eu te traí? - pergunto confusa.

- Desistir de quem se ama, também é uma forma de traição tá?

Jason não aceita que eu rebata a sua afirmação e pede pra que eu saia do quarto, pois chegou a sua vez de vigiar o pequeno Dylan. 

Eu saio meio que contrariada e vou até á cafetaria, onde encontro o Caleb:

- Chá de frutos vermelhos - eu digo com um meio sorriso.

- O meu favorito! Aceita uma chícara?

 Eu aceno com a cabeça positivamente e sento numa cadeira em frente a ele, a fim de poder encará-lo:

- Desde aquele dia que você me encontrou no chuveiro com o Jason, que nunca mais falámos... Eu sinto a sua falta...

- Você podia ter me procurado e optou por não fazê-lo. Hanna eu não gosto de joguinhos, muito menos quando é o meu coração que está em jogo. Eu não vou negar que gosto muito de você, mas eu me recuso a entrar numa guerra onde á partida eu sei que sairei derrotado.

- Não tou entendendo Caleb...

- Você deveria ser a pessoa mais interessada em não se envolver com um homem casado, no entanto eu vejo esperança em seu olhar. Boa sorte, já que realmente acredita que o Jason vai deixar a mulher dele pra ficar com você.     

Caleb sai da cafetaria me deixando com uma sensação de vazio, como se eu o tivesse perdido pra sempre.

Eu vou até ao vestiário feminino e fico me olhando no espelho, procurando esse "olhar de esperança" que ele falou.

Deus...

Como pode ser possível que eu ainda pense em ficar com um homem que me traiu?

 

 

JULHO DE 2017

 

 

PDV EMILY

 

Eu e a Alison estamos sendo acompanhadas por um dos melhores especialistas em fertilização da Pensilvânia, que nos garantiu que a Alison não teria qualquer problema em engravidar, visto que o seu aparelho reprodutor não apresentava nenhuma mazela devido ao aborto espontâneo.

Hoje é o dia em que todo o procedimento será efetuado e eu estou tão nervosa, que pego na mão da minha mãe, grata por tê-la ao meu lado num momento tão importante.

- E então futura mamãe, você quer entrar e ver o que vamos fazer com o seu óvulo? Como eu já vos tinha dito numa das consultas é muito dificil que ela fique grávida na primeira tentativa, no entanto vamos continuar tentando até conseguirmos.

- Eu adoraria ficar Dr Myers, mas o nosso filho irá prestes a fazer mais uma sessão de quimioterapia e eu quero estar ao lado dele - justifico, permitindo que o meu olhar escureça.

- Oh sim, eu entendo e sinto muito!

- A minha mãe vai ficar aqui e depois levará a Alison até á clinica.

- Nesse caso, se a futura vovó quiser, poderá assistir á evolução da ciência - ele sugere.

- Ficarei muito feliz por estar ao lado da minha nora num momento tão importante.

- Obrigada mãe! Agora preciso ir, por favor diga á Ali que a amo muito.

A minha mãe me dá um forte abraço e eu saio de coração partido por me ver obrigada a deixar de assistir a uma cena incrível, pra me deslocar pra um cenário triste e doloroso.

Quando chego á clinica, encontro a Aria e a Hanna tentando acalmar o Dylan, que se recusa a fazer mais uma sessão de quimio:

- Mamãe - ele diz tentanto correr até aos meus braços, porém com bastante dificuldade - eu não quero mais fazer essa coisa pra me curar!

- Oh meu amor! Não pense que eu não sei o que está sentindo e se eu pudesse transferir toda a dor que você sente pra mim mesma, é o que faria acredite...

- Dói muito e eu fico cansado! Eu quero ir pra casa e brincar com a Amy e os meus amiguinhos do parque - ele desabafa chorando.

- Filho, você não esqueceu aquela conversa que eu e a mamãe Ali tivemos com você, sobre o quanto você precisa ser forte e guerreiro pra combater esse bichinho que tá dentro de você né?

- Cadê a mamãe Alison? Ela sempre conta histórias pra mim quando eu estou fazendo o tratamento.

- Pois hoje serei eu quem vai te contar uma história que nem a sua mãe Alison conhece. Que sabor de sorvete você quer experimentar hoje?

- A tia Aria diz que chegaram novos sabores. Posso experimentar o de melancia?

- Que seja feita a sua vontade pequeno principe - diz Hanna oferecendo o seu melhor sorriso.

Dylan finalmente se conforma, aceitando fazer a quimio e enquanto a Aria o prepara para o  procedimento eu e a Hanna sentamos ao seu lado:

- Vou te contar a história do Pedro e do Lobo, você conhece?

- Dylan abana a cabeça negativamente e eu começo a contar a história, encrementando com bastantes detalhes para que ela possa durar mais tempo, até que por fim o meu filho adormece:

- Eu não sei quanto tempo mais o Dylan vai aguentar fazer quimioterapia - desabafo com a Hanna, que depois de deixar derreter o seu sorvete, acaba por jogá-lo no cesto de lixo.

- Hoje ele só se comportou assim porque a Alison não está aqui. Ela tem o poder de conseguir convencer ele a fazer o tratamento sem reclamar.

- Eu não sei o que seria da minha vida sem ela ao meu lado...

- Me conta como foi lá na clinica? - pergunta Hanna curiosa.

- Só deu pra ficar com a Ali até ela entrar na sala de fertilização. Mas a minha mãe está cuidando dela e dentro de um par de horas ela virá pra clinica e vai ficar internada na Unidade de Ginecologia durante três dias, pois durante esse tempo ela não poderá se mexer nem andar.

- Ai Emily tou torcendo pra que dê certo logo á primeira tentativa, pois pelo que estou vendo, fabricar um bebê não é nada fácil.

- Eu também tou torcendo pra ser mãe novamente o mais rápido possível. Um irmãozinho será mais um incentivo pro tratamento do Dylan. Ele sempre me falou que quer um maninho pra poder jogar á bola com ele.

- Vamos torcer que seja um menino pra que ele não fique desiludido - afima Hanna erguendo as duas mãos pro alto.

- Ele considera a Amy como irmã dele e por isso fica toda a hora pedindo um menino.

- O seu romance com a Ali parece coisa de Romeu e Julieta: as familias se odeiam mas os filhos se adoram, você e a Alison e agora o Dylan e a Amy.

- A Amy nem parece ser filha de quem é - eu atiro sem pensar - desculpa Hanna, eu não quis...

- Relaxa Emily, eu sei que você e o Jason nunca gostaram um do outro - ela afirma entristecida.

- Como vão as coisas com o Caleb? - eu pergunto tentando mudar de assunto.

- Ele me pegou no flagra numa situação constragedora com o Jason. Desde esse dia que as coisas esfriaram bastante entre nós e ele chegou mesmo a dizer que não quer ter qualquer tipo de envolvimento comigo.

- Hanna você tem de se afastar desse cara. Ele é casado com a Mona e ela é perigosa, além de que ele é um completo imbecil...

- Obrigada pelo elogio Emily! - diz Jason que acaba de chegar - Saiba que eu penso o mesmo a respeito de você. Aliás até penso coisas piores mas como sou um cavalheiro não me atrevo a repetir em voz alta. Só não sei como a Alison não consegue ver o que eu vejo....

- E o que você vê? - eu pergunto me levantando de forma a encostar o meu rosto no rosto dele.

- Se afasta de mim agora ou eu...

- Jason e Emily parem com isso agora - diz Aria num tom de voz reprovador.

- Visto que vocês não se respeitam, pelo menos respeitem o Dylan - completa Hanna.

Eu e o Jason nos apartamos sem desviar o olhar um do outro mas assim que a tia Jéssica entra com a Amy, o meu olhar ameaçador se transforma num olhar doce.

- Tia Emily! Olha o que eu trouxe pro Dylan - ela diz, mostrando uma caixa que contém um boneco desses que eles acompanham nos desenhos da tv.

- Ele está dormindo mas assim que acordar tenho certeza que vai ficar muito feliz - eu digo assim que a coloco em meu colo, dando um beijo no seu rosto em seguida.

Eu saio e deixo os Dilaurentis a sós, pois algo que não posso negar é que todos inclusive a tia Jéssica amam o pequeno e querem vê-lo livre dessa doença o mais depressa possível.

 

                            *******

 

Algumas horas depois, a Alison chega da clinica de fertilização e com a ajuda da Jenna, nós a a instalamos num dos quartos da Unidade de Ginecologia.

- Eu quero ver o Dylan - ela diz preocupada, pois esta é a primeira vez que ela não está ao seu lado numa sessão de quimio.

- Você não pode se levantar amor e mesmo se você fosse até lá numa cadeira de rodas, ele ficaria impressionado e preocupado com o seu estado de saúde.

- É você tem razão! Como ele está?

Eu omiti sobre a sua recusa em fazer o tratamento de forma a deixar a Ali sossegada e contei que hoje foi a minha vez de contar a história do Pedro e do Lobo. Devido ao cansaço extremo que está sentindo, pouco depois ela adormece e eu a deixo pra ir fazer uma ronda pelo Hospital.

Pelo caminho encontro a Dra St Germain, que parece estar perdida:

- Hey você tá perdida? - pergunto.

- Não, eu só queria saber como está a Alison mas não consigo encontrar o quarto dela.

- Quem te falou que a Alison está internada aqui? - eu pergunto com o semblante carregado, pois apenas as meninas, a minha mãe e a Jenna, sabem que eu e a Ali estamos tentando engravidar.

- Eu ouvi a Aria e a Spencer falando mas juro que foi sem querer - ela afirma se justificando.

- Tudo bem mas por favor eu peço que mantenha a descrição. A nossa familia ainda não sabe de nada.

Maya se deteve olhando pra mim, de tal forma que cheguei a me sentir incomodada, até que por fim ela sugere que bebamos um chá na cafetaria:

- Vai fazer bem pra você falar com alguém que está de fora desses assuntos familiares...

Apesar de que com alguma relutãncia, eu acabo por aceitar o seu convite e enquanto conversamos eu acabo por descobrir que a Dra St Germain é solteira e se tornou filha única, devido á morte prematura da irmã mais nova e que nasceu na mesma cidade onde a Alison morou estes ultimos anos:

- A Alison conheceu a minha irmã, ela não te contou?

- Não, ela não me disse nada a respeito. Nós estamos passando por momentos muito difíceis, talvez por isso ela tenha se esquecido de comentar.

Maya faz um meio sorriso e continua falando sobre a sua vida, fazendo algumas perguntas sobre a minha. Acabei por contar sobre o meu amor pela Medicina e como o meu maior sonho era ser médica, sendo que o nascimento do Dylan, relegou a minha profissão pra segundo plano:

- Eu sempre contei com a ajuda dos meus pais e de uma amiga e por isso nunca me senti obrigada a abdicar do tempo que eu dedicava á clinica, mas agora que ele está doente eu sinto que nada mais faz sentido a não ser estar ao seu lado. Você saberá como é quando tiver filhos...

- Eu morro de medo de engravidar - ela atira bruscamente - a minha irmã engravidou e procurou uma dessas clinicas clandestinas pra abortar. Ela acabou falecendo na mesa de operações.

- Nossa Maya eu sinto muito! Imagino como deve ter sido dificil pros seus pais, perderem a filha assim de um modo tão cruel. Eu sou contra essas clinicas, por mim esse povo devia ser todo preso - eu afirmo demonstrando a minha revolta.

- Obrigada pelas suas palavras - ela diz colocando a sua mão sobre a minha - é muito bopm saber que tem alguém que pensa como eu penso.

Nós ficamos nos olhando por mais alguns segundos, certas de que temos muito mais coisas em comum, sendo apenas interrompidas pela chegada da Spencer, que meio que apreensiva, sem tirar os olhos da Maya, me avisa que a Alison acordou e está chamando por mim...

  

                *******

 

- Como você está amor?

- Um pouco dolorida e com fome. Como está o Dylan?

- Brincando com a Amy... Inclusive daqui a pouco a sua familia vai embora e eu vou lá ficar com ele mas a Spencer e a Aria estarão sempre por aqui te vigiando.

- Tá certo amor. A Jenna já esteve aqui verificando se está tudo bem comigo. A sua mãe falou que virá depois do jantar.

- Ah é verdade! A Maya teve aqui, ela queria saber se deu tudo certo lá na clinica, mas como você estava dormindo, eu pedi pra que ela voltasse amanhã.

- O quê? Como é que ela sabe que eu tou internada?

- Sem querer ela ouviu a Aria e Spencer falando mas eu já pedi para que fosse discreta. Ela me contou sobre a irmã dela. Porque você não me contou que conhecia a garota?

- Como assim? Que foi que ela te contou?

- Calma Alison, você não pode se enervar! Ela me falou que você conheceu a irmã dela que morreu nada mais.

- Conheci sim mas não quero falar sobre isso...

- Tá bom, eu só quero que você prometa que vai ficar calma...

- Sim eu prometo amor, pode ir cuidar do nosso filho, eu ficarei bem.

Os seus olhos se iluminaram e sem resistir eu a beijo suavemente. Primeiro nos lábios e depois na testa...

- Te amo princesa!

- Hummm... mais que ontem?

- E muito menos que amanhã...

 

TRÊS DIAS DEPOIS

 

  PDV ALISON

 

Eu tava dando em doida por estar há tanto tempo deitada numa cama, mas finalmente eu tou livre desse castigo, embora tenha sido por uma boa causa.

Algo me diz que mesmo que não seja nesta tentativa, eu e a Emily vamos conseguir engravidar e eu aproveitei estes três dias, pra ficar escolhendo nomes. Emison seria o ideal pois é uma mistura dos nosso dois nomes, mas a Emily e a tia Pam odiaram a ideia e a Aria e a Spencer cairam em gargalhada. Somente a Hanna me apoiou.

Durante este tempo eu também pensei muito na conversa que tive com a Maya e decidi que o melhor será ficar quieta e evitar mais brigas com a Emily e com a familia dela, principalmente com a tia Pam que tem sido como uma mãe pra mim.

Como são quase horas de almoço, eu visto uma das roupas que a minha mãe trouxe e decido ir ao encontro da Emily, que está na cafetaria conversando animadamente com a Maya, que está colocando a mão em seu ombro e sorrindo como se elas tivessem uma grande intimidade.

- O meu lado "Vice-presidente" do Hospital, faz com que eu engula essa cena em seco e vire as costas, saindo dali sem que elas pudessem notar a minha presença.

Nisso eu decidi ir ver o Dylan, que já tinha almoçado e estava dormindo, sendo vigiado pela Hanna, que como sempre inventava mil e uma desculpas pra escapar na hora das refeições.

- Você tá chateada dá pra ver na sua cara! - ela afirma fazendo um ar bastante desconfiado.

- Um pouco mas não quero falar sobre isso Banana - respondo forçando um meio sorriso.

- A Emily já deve tar chegando e aí vocês podem ir almoçar juntas.

- A Emily tá mais preocupada em dar bola pra Maya que pra mim. Elas tão na cafetaria conversando de forma tão animada, que a Em nem deu conta que a essa hora eu já posso ter saído da cama - eu acabo explodindo num desabafo.

- Alison com ciúmes da Chefe de Pediatria! Escondam os bisturis que isso não vai prestar - ela diz ao mesmo tempo que a Emily entra no quarto do Dylan, ficando surpresa por me ver ali.

- Sabe de uma coisa? Não vai prestar mesmo - eu afirmo furiosa e nisso eu me levanto e saio sem sequer olhar pra cara da Emily.

Os nervos me fizeram voar até á Unidade Pediátrica e assim que eu avisto a Maya, fico tão cega de raiva, que ignoro a presença da Spencer e pego a doutorazinha pelo pescoço, encostando ela contra a parede:

- Eu sei o que você tá fazendo e prometi a mim mesma ficar fora do seu caminho. Só vim aqui te dar um aviso: nunca, mas nunca mais encoste um dedo na minha mulher!

- Alison solta ela por favor!

A voz da Emily fez com que eu afrouxasse a minha mão e quando eu dou por mim, tenho uma Maya com dificuldade em recuperar a respiração, á minha frente.

Depois da Jenna e da Samara a levarem pra longe dali, eu e as meninas vamos pro consultório da Spencer:

- Eu devia te suspender! Você tá louca Alison! Onde já se viu agredir a garota daquele jeito - diz Emily estupefata com a minha atitude.

- Você tem razão, era o seu pescoço que eu devia ter apertado - eu digo avançando na direção dela, sendo impedida pelas irmãs Hastings.

- Alison se acalma, pensa em tudo que vocês tem passado - diz Spencer tentando apaziguar o ambiente.

- Esse seu ataque só pode ser culpa das hormonas que você tem tomado - diz Emily me provocando ainda mais.

- E você deixando aquela vadia te tocar é culpa de quê? - respondo alterada.

- A Alison tem razão. Há uns dias atrás eu vi ela te tocando e também não gostei dessa liberdade toda - diz Spencer repreendendo a melhor amiga.

- O quê? Emily eu vou te matar... - eu grito furiosa.

- A Maya tava me falando da irmã que morreu, vocês queriam que eu rejeitasse a garota só porque a vossa mente viajou pra onde não devia? - ela ironiza impaciente.

- Eu só espero que essa Pediatrazinha não venha a se tornar uma Paige, você tá me escutando Emily? - eu digo em tom de ameaça.

Um silêncio de vários minutos se apodera do consultório da Spencer, que sendo a mais equilibrada de nós todas, me oferece uma cadeira, pedindo pra que eu me sente, e se sentando á minha frente, ela começa a discursar:

- Eu entendo que você esteja mais sensível que o normal e por esse mesmo motivo teve essa reação. Comtudo, eu até te dou um pouco de razão pois eu também vi o que você viu e não gostei e foi só por isso que eu te deixei apertar o pescoço da Maya por mais alguns segundos. No entanto agora é hora de você se acalmar e pensar no procedimento que você fez há três dias atrás. Eu sei que as chances são minímas mas a verdade é que já pode estar um bebê dentro de você e eu não acredito que você queira por tudo a perder por causa de um ciúme bobo.

- O quê? Um bebê? Procedimento? Eu não posso acreditar no que estou ouvindo - diz o pai da Emily, que surgiu do quinto dos infernos pra terminar de estragar o meu dia.

- Pai é melhor a gente conversar em casa com calma - pede Emily em voz baixa.

- Como assim filha? Eu não acredito que você vai ter um filho com essa golpista.

- Não fala assim da Alison e sim, nós estamos tentando ter um bebê.

- Você tá comentendo a maior burrice da sua vida. Os Dilaurentis apenas querem tirar o que é nosso pra se vingarem de mim pela morte do Kenneth.

- Não fala do meu pai, você nunca foi amigo dele!

- Alison não fala assim. Eu sou testemunha do quanto o meu pai sofreu com a morte do seu pai - diz Emily tentando me acalmar.

- Tá vendo filha? Só você não se apercebe do ódio que os Dilaurentis tem por nós. Esse amor que você sente por essa golpista vai acabar nos destruindo.

- Golpe por golpe mais golpista é você, que se aproveitou do desvio que eu fiz pra se apoderar de dez por cento das acções da clinica.

- Veja como fala comigo sua vadia interesseira!

- Seu velho desgraçado! Hoje eu vou te ensinar a respeitar a minha irmã - diz Jason que entrou na sala naquele momento, alarmado pelos gritos que ecoavam pelo corredor.

O meu irmão, completamente fora de si, dá um soco no pai da Emily, que acaba caindo no chão. Mas antes que ele pudesse se levantar e lutar, a Emily parte uma jarra bem na nuca do Jason, que aturdido pelo golpe, tem de ser apoiado por mim e pela Hanna, que começa a chorar ao ver tanto sangue:

- Olha o que você fez Emily!

- Hanna, ele agrediu o meu pai e eu não posso permitir...

- O seu pai me ofendeu ou você não ouviu? Emily, até quando você vai permitir que ele continue me ofendendo? - eu pergunto enraivecida - vamos Jason, eu vou cuidar do seu ferimento.

- Alison deixa que a Spencer trata disso, nós precisamos conversar!

- Não Emily! Fica com a sua familia que eu fico com a minha e quando você ensinar o seu pai que ele tem de me respeitar, aí sim nós conversaremos.

 

              *******

 

Algumas horas se passaram e depois de dar alguns pontos na cabeça do Jason eu o levo pra casa e após contarmos á nossa mãe tudo que aconteceu na clinica, ela olha pro filho, e colocando as duas mãos em seus ombros, ela pede:

- Nunca mais levante a mão pra aquele homem, você tá me ouvindo? O que é dele tá guardado e se você se rebaixar desse jeito, perderá a razão e botará tudo a perder.

Visivelmente mais calmo, Jason assente com a cabeça positivamente e com a ajuda da minha mãe e da Mona, ele vai pro seu quarto descansar.

A campainha toca e o meu coração acelera, pois toda essa guerra entre o Jason e o tio Wayne me fizeram tomar uma decisão:

- Pode entrar, eu não vou te bater - eu digo olhando pra Maya, que está meio apreensiva e surpreendida por eu a ter chamado até minha casa.

- Eu não tava dando em cima da Emily, eu juro.

- Não foi pra falar disso que eu te chamei e sim sobre a sua irmã.

- Sobre a Vichy?

- Maya eu te menti quando falei que frequentava o mesmo ginásio que a sua irmã...

- Eu sei disso! A Vichy odiava desporto, ela era mais do tipo nerd...

- Eu a conheci nessa clinica clandestina...

- O quê?

- Nesse dia eu tinha ido lá pra interromper uma gravidez que eu não desejava e foi assim que a gente acabou se conhecendo. Ela me contou sobre os seus medos e fomos conversando, até que eu fui chamada pra sala de cirurgia. Eles me aplicaram anestesia geral, por isso quando eu despertei da intervenção, ainda demorei um pouco pra recuperar os meus movimentos. Os gritos de uma enfermeira é que me fizeram arrancar o soro do meu braço pra ir até ao corredor e ver o que estava acontecendo. Eu me aproximei da porta de uma sala cirurgica que ficava perto da minha sala e ouvi a médica que operou a sua irmã acusando o dono da clinica de negligência, pois eles sabiam que a garota tinha uma gestação avançada e ainda assim decidiram seguir com a interrupção.

- Pra você tar me contando tudo isso agora, é porque o dono da clinica só pode ser o Dr Fields tal e qual como eu pensava - diz Maya demonstrando ser bastante perspicaz.

- Eu fiquei em estado de choque quando ouvi a voz dele, gritando e ameaçando a tal médica de que se ela abrisse a boca acabaria com a sua carreira. Ele ia subornar o medico-legista para que ele dissesse que a Vichy estava grávida de poucas semanas mas que houve complicações devido a uma grave hemorragia.

- Filho da mãe....

- Quando eles saíram da sala, abandonando o corpo como se nada tivesse acontecido, eu entrei e aí constatei que a garota que eles tavam falando era a Vichy, que até poucas horas antes, estava me falando sobre os seus sonhos e projetos. Chorei muito e perante o seu cadáver, prometi colocá-los a todos na cadeia.

- Pois você tá demorando pra cumprir a sua promessa!

- Não é tão fácil como você pensa. Além de eu não ter provas e não pense que também já não andei vasculhando por aí, tem a minha relação com a Emily. Eu adotei o Dylan e tou tentando ter um filho dela.

- Uma coisa é certa: pelo pouco que te conheço eu sei que você só terá paz quando tiver feito a coisa certa, seja a que preço for!

- Eu sei Maya e foi por isso que eu te chamei. Eu vou te ajudar a provar que Wayne Fields é um criminoso e botar ele na cadeia. Só espero que essa minha decisão não faça com que eu perca a Emily para sempre...

- Eu te considero uma pessoa muito corajosa por querer seguir o caminho da verdade e da justiça e por isso mesmo eu te digo obrigada por ajudar a mim e á minha familia, pois a vida é feita de escolhas e só grandes mulheres conseguem fazer as suas escolhas pensando nos outros e não em si mesmas..

 

 

PDV ARIA

 

Com tanta coisa acontecendo no Hospital, eu acabei por me atrasar pra mais um jantar de tentativa de reconciliação e por esse motivo ligo pro Ezra, pedindo pra que ele vá andando pro restaurante pois eu vou me atrasar um pouco.

Ele me responde de forma gentil e eu fico pensando se o Ezra que eu conheci há quatro anos atrás é esse cara gentil e compreensivo, ou se ele tá somente camuflando o Ezra agressivo que parecia ter muito prazer em me espancar.

Antes de sair da clinica, eu recebo um fax de uma especialista em Ginecologia de Nova York, onde há umas semanas atrás, eu fiz alguns exames, pois estava sentido umas dores estranhas.

"lamento informar

mas as agressões que você sofreu

desfizeram grande parte do seu útero

no caso, será impossível que futuramente

você possa gerar uma criança."

 

Eu já desconfiava, mas ler essa noticia, escrita assim de um modo tão impessoal, me deixou completamente arrasada. O Ezra sempre falava em ter filhos e quando ele começou a me bater, eu decidi tomar precauções de forma a não engravidar. Pelo menos enquanto ele continuasse se comportando daquele jeito agressivo e aterrorizador.

Eu faço de tudo pra segurar as lágrimas e quando chego no meu carro, coloco o fax em cima do banco do co-piloto, de forma a mostrar pro Ezra o resultado da sua loucura.

Quando eu estava no caminho, sinto o travão afrouxando e páro o meu carro, pra ver o que está acontecendo.

"Pneu furado" eu penso com uma certa raiva e ainda com mais raiva fico, quando percebo que o meu celular tá sem bateria.

Sem saber como fazer pra chamar a assistência técnica, eu percebo que a minha única solução é esperar que apareça alguém pra me ajudar e foi após uma meia hora, que essa alma caridosa finalmente apareceu:

- Aria que está fazendo aqui parada?

- Elliott, oi! Acabo de ter um furo e o meu celular tá sem bateria...

- Oh que chato! Deixa que eu troco o pneu pra você, não esquenta.

- Não por favor! Eu jamais te pediria algo assim. Basta que me empreste o seu celular e eu chamarei a assistência.

- Você vai ficar aqui esperando sabe lá quanto tempo, por algo que eu posso fazer em dez minutos?

- Tudo bem eu aceito, obrigada Elliott!

O substituto da Emily, pega num pneu sobressalente e em questão de poucos minutos, troca o meu pneu furado por um novo:

- Tá vendo? Pelas minhas contas demorei oito minutos - ele diz se gabando.

- Eu nem sei como te agradecer...

- Agradecer não sei, mas pelo que estou vendo você não tinha só um furo mas sim dois - ele diz enquanto chuta um outro pneu do meu carro.

- Que droga! Voltei á estaca zero!

- Calma colega! Chamaremos a assistência técnica e assim que eles rebocarem o seu carro pra oficina, eu te deixarei onde você quiser.

- Puxa Elliott, eu devo tar atrapalhando a sua vida com os meus problemas.

- Se estivesse eu nem teria parado...

Eu sinto o meu rosto queimar, sinal que estou ficando corada e tento disfarçar desviando o meu olhar pra um outro ponto no horizonte.

Meia hora depois, eu assino os papéis autorizando que reboquem o meu carro e entro no carro do Elliott, não sem antes pedir que ele pegue o meu casaco que ficou no banco.

- Aria desculpa, mas quando eu peguei o seu casaco, vi que também estava este fax e acabei por ler pra decidir se seria importante te entregar agora. Eu sinto muito!

- Tudo bem! Só peço que não comente nada do que leu com ninguém - eu digo envergonhada.

- Posso te fazer uma pergunta? Foi o seu marido que causou isto em você? - ele diz apontando pra uma cicatriz que eu tenho no braço.

- Eu não quero falar sobre isso! Nem hoje, nem nunca!

Elliott faz o resto do caminho até á minha casa num silêncio absoluto e após estacionar em frente á minha porta, ele resolve falar:

- Eu sei que não é da minha conta o que se passa na vida pessoal dos meus colegas, mas eu preciso te dizer que nenhuma mulher merece passar por isso que você passou. Muito menos carregar as consequências desses atos.

As lágrimas rolam pelo meu rosto, pois esta é a primeira vez, que mesmo sem dizer uma palavra, eu desabafo com alguém sobre o que passei durante o tempo que estive casada.

Elliott me abraça com força e alguns minutos após eu me recompor, eu me despeço agradecendo por toda a sua ajuda:

- Se precisar falar seja sobre o que for, á hora que for, conte comigo!

Eu pisco o olho e forço um meio sorriso, até que ele arranca com o carro, me deixando sozinha.

Essa solidão não demorou muito tempo, pois alguns segundos depois do Elliott partir, eu sinto um forte puxão de cabelo, que faz com que eu caia no chão:

- Sua vadia! Eu sempre soube que você tinha outro.

- Ezra se acalma não é nada do que você tá pensando.

- Você saiu de casa pra ficar com esse cara! Eu vou te matar sua vadia!

- Pára Ezra senão eu vou gritar - eu imploro enquanto ele está esbofeteando o meu rosto.

- Você acha que eu não sei que os seus pais viajaram? Abre a porta agora, vamos conversar lá dentro.

- Por favor Ezra você já me fez mal demais, olha esse papel, eu não posso ter filhos por conta das surras que você me deu. Chega de tanta loucura, você já me destruiu como mulher...

Quando ele está nesse estado delirante e doentio não escuta nada nem ninguém e por isso, depois de tirar a chave da minha bolsa, ele me arrasta pra dentro de casa e continua me batendo, até que num momento de distração, eu consigo fugir até a cozinha:

- Volta aqui sua vadia! Porque você tava pensando em engravidar agora que estamos separados? Você queria ter um filho com esse cara? Eu mato você e ele antes disso! Você é  minha Aria!

Eu tou tentando sair pela porta da cozinha que dá acesso ao jardim, porém toda a vez que os meus pais viajam, eles trancam essa porta e levam a chave.

Por fim o Ezra me alcança e continua me batendo, até que sem pensar, eu alcanço uma faca de cozinha e no meio do meu desespero, da raiva, da humilhação e da dor que estou sentindo por saber que não posso ser mãe, eu o encaro, desferindo um forte golpe em seu peito...

 

 

HOMEM, 30 ANOS, CAUCASIANO, FOI AGREDIDO COM UMA ARMA BRANCA DURANTE UMA DISCUSSÃO FAMILIAR, ELE APRESENTA UMA GRAVE LESÃO A NÍVEL PULMONAR E PRECISA IR PRO BLOCO OPERATÓRIO COM A MÁXIMA URGÊNCIA

 

 

Foram estas as palavras que eu ouvi um dos paramédicos falar pelo rádio da ambulância, enquanto estávamos a caminho da clinica.

Eu não conseguia responder a nada do que me perguntavam e a polícia só me liberou, porque quando chegaram a minha casa, encontraram um cenário claro, que revelava que eu agi em defesa própria, pois as marcas que eu tenho no meu rosto e no meu corpo, não poderiam ser infligidas por mim mesma.

- Aria que aconteceu? - pergunta Spencer que é a primeira pessoa que chega até mim.

Eu a abraço tão forte e tão arrependida por ter sido covarde e não ter coragem de assumir o amor que sentia por ela, com medo da reação dos meus pais, que parece que naquele abraço ela entende tudo que eu quero falar naquele momento.

Um choro descontrolado invade todo o meu ser e é no peito da Spencer que eu procuro forças pra enfrentar o que está por vir...

 

               ******

 

Horas depois e já quando todo mundo sabia do que estava se passando, a Jenna vem até mim, avisando que a Alison fez questão de operar o Ezra, juntamente com o Elliott.

 Acredito que a expressão que eu tenho no rosto, não demonstra qualquer tipo de sentimento, por isso eu apenas me limito a encostar a cabeça no ombro da Spencer, que ordena a Samara que prepare um quarto pra que eu possa descansar.

- Aria, antes de você ir se deitar, a polícia pediu pra te fotografar. As marcas que você tem servirão de prova quando alegar legítima defesa - diz Emily tentando justificar o porquê de não me deixarem em paz, depois de tudo que passei esta noite.

Eu obedeço e sem largar a mão da Spencer, eu vou pra uma sala e tiro toda a minha roupa, permitindo que uma agente policial me fotografe.

Ao olhar pras marcas recentes e se aperceber que existem inúmeras marcas antigas, a Spencer começa a chorar, demonstrando estar completamente horrorizada e se culpando por não ter percebido o que estava acontecendo.

Completamente nua, e sem me importar com a presença da policial, assim que ela termina de me fotografar, eu corro pros braços da Spencer e me deixo ficar naquele abraço, que me abriga e ao mesmo tempo me protege, enquanto as duas choramos.

- Eu fui até casa e trouxe um pijama e uma muda de roupa - diz Hanna que está visivelmente consternada.

- Obrigada - eu digo em voz baixa, olhando pra cama do quarto 301.. Uma cama que eu jamais pensei ocupar desse jeito...

- Eu vou ficar aqui com você - diz Spencer enquanto me ajuda a vestir, pois eu estou morrendo de dor e parece que apenas consigo ignorar a dor que sinto quando estou envolvida no seu abraço.

Já deitada e com uma Spencer completamente abalada á minha frente, eu peço pra que ela me conte os seus planos pros próximos dez anos.

Infelizmente, e muito por conta do calmante que a Emily me deu, eu pouco ouço acerca das suas ideias, mas ainda assim, mesmo que muito ao longe, eu ainda consigo ouvi-la dizer:

- Me perdoa por não ter percebido o que esse monstro fazia com você, eu te amo baixinha!

 

                      ******

 

Os pesadelos que eu tive foram todos ligados aos acontecimentos da noite anterior e por esse motivo eu não estranho quando olho no espelho e vejo o quão profundas estão as minhas olheiras.

- Spencer! Acorda! Eu preciso que você pergunte a alguém sobre o estado do Ezra - eu peço calmamente.

Ela olha pra mim de forma sombria e no fundo eu acho que posso até adivinhar o que vou ouvir em seguida:

- Sinto muito Aria! Por você, não por ele. O ferimento perfurou o pulmão dele e mesmo que ele sobrevivesse teria de ser através de um ventilador. Ele iria ficar num estado totalmente vegetativo.

- Seja direta Spencer por favor!

Ela encara os meus olhos que estão abertos encarando os dela, e em meio de um suspiro diz:

 

- O Ezra morreu na mesa de operação!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


descanse em paz Ezra!
Todos os leitores vão sentir muito a sua falta eheeheheheh

Bem gente, aqui tou eu com um capitulo mega comprido (eita cerebro que desenvolve treta) com vários acontecimentos dramáticos...

E agora que o Ezra morreu o Toby merece levar um pé na bunda?? É que a Aria já tá querendo recuperar o tempo perdido...


Essa Alison não aprende ou ela tá certa por querer justiça pra irmã da Maya?
E depois dessa briga como é que Emison vai resolver essa briga entre as familias?

Jason e Emily saindo no tapa, que vergonha hein?

Será que vamos ter bebê Emison ou será que o realmente existe o Karma e a Alison vai sentir o peso de perder um bebê que ela tanto deseja?


Opiniões serão muito bem vindas, nem que seja só pra eu ver meu esforço recompensado...

No entanto eu quero agradecer porque tem leitores que tem me ajudado no desenvolvimento na Fic com as suas ideias e prometo que vou aproveitar todas...


Obrigada a todos que continuam acompanhando, aos que comentam e aos que hão de chegar, sejam bem vindos!

até o próximo

S2


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...