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História What If - Emison - Quem eu era e Quem eu Sou


Escrita por: LoLoUnnie

Notas do Autor


"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

(Clarice Lispector)


Boa Leitura!

Capítulo 27 - Quem eu era e Quem eu Sou


Fanfic / Fanfiction What If - Emison - Quem eu era e Quem eu Sou

NARRAÇÃO DA AUTORA

 

Depois de pensar muito e avaliar seus sentimentos, Emily decide ir conversar com a sua mãe:
- É tanta mentira, é tanta sujeira que eu não sei se consigo perdoar a Alison, mas agora que ela foi embora, eu sinto que metade de mim se foi com ela. Como no passado...
- Filha,  você já parou por um segundo pra se colocar no lugar da Alison?
- Como assim, não tou entendendo...
- A Alison sabia que o seu pai estava comentendo sérios delitos e ainda assim ela se manteve calada, mesmo depois de tudo que ele fez pra vos separar... 
- Eu acho que ela só tava esperando a hora certa pra agir...
- Emily... até eu que conheço a Alison bem menos que você, percebo o quanto ela sofreu. Saber que o homem que acusou o pai dela perante a Ordem dos Médicos, era um criminoso e mesmo assim guardar segredo, não deve ter sido fácil... Essa menina te ama e ao Dylan. Veja como ela abdicou da custódia dele pra não interferir na vossa felicidade.
- Mãe... Você acha que a Alison nunca mais vai voltar?
- Isso só depende de você filha...
Nessa noite, as palavras da Pam ficaram passeando pela cabeça da Emily, impedindo que ela conseguisse dormir. Ao ver os primeiros raios de sol aparecendo na sua janela, ela percebe que um deles ilumina a moldura da foto onde está a Alison, considerando aquilo um sinal...
Depois de tomar banho, se vestir, e ir até a mansão Dilaurentis pra ver o Dylan, ela se despede do Jason:
- Decidi ir atrás da Alison, eu não sei se ela me vai aceitar de volta, mas mesmo correndo o risco de ser rejeitada, eu preciso dizer tudo que sinto.
Jason olha pra ela a abraça com força, e fica dizendo o quanto vai torcer pra que elas se entendam, quando vê um carro se aproximando, e logo em seguida Hanna saindo do mesmo.
- Hanna? O que está fazendo aqui? - pergunta Emily admirada...
- Preciso conversar com o Jason...
- Ok, comportem-se meninos... - diz Emily sorrindo timidamente.
- Hey, onde você vai com tanta pressa? - pergunta Hanna curiosa.
- Atrás da minha felicidade...

 


PDV HANNA

 

Numa tentativa de desfazer rapidamente o olhar confuso do Jason, que não faz a menor ideia do que estou fazendo ali, eu pergunto se podemos conversar a sós, ao que ele acede, pedindo á governanta que pra que vigie os meninos, enquanto eles continuam brincando no jardim da casa:
- O Dylan tá cada dia mais bonito e saudável.
- Vá direto ao assunto Hanna! - ele responde bruscamente.
- Eu e o Caleb estamos juntos e eu achei que você deveria saber por mim...
- Parabéns! Sejam felizes!
- Jason...
- Hanna, você faz alguma ideia do que eu tenho passado nos últimos tempos? A Mona tá em coma, sem apresentar qualquer indicio de recuperação. Eu descobri que sou filho de um cara que sempre odiei, tou vendo as minhas duas irmãs separadas e sofrendo... Isso tudo aliado ao fato que tou cada dia mais convicto que vou ter de criar a Amy sozinho, não faz com que hoje seja um dia bom pra você me dizer que tá apaixonada por outro cara...
- Desculpa Jason, a minha intenção não era....
- Durante muito tempo você fez questão de me fazer sentir responsável por todos os seus problemas e tristezas. Foi preciso passar horas e horas ao lado da cama da Mona ,pra chegar á conclusão que eu jamais te obriguei a crescer depressa demais, nem a deixar de olhar pro Mundo com um olhar de criança. Eu te fiz sonhar mas você não sonhou sozinha... Eu também sonhei com uma vida ao seu lado, eu também sonhei com o seu perdão, com o seu regresso... Por conta disso nunca pude ser um bom marido. Não pense que o fato de você vir aqui pra me dizer adeus pra sempre, possa significar algo parecido a uma promessa quebrada. Eu e você não devemos nada um ao outro. Você tá curada e eu também estou, fique certa disso.
- Uau!!! E eu que só vim aqui pra ser honesta, confesso que não estava á espera de ouvir nada disso, nem fazia ideia que era isso que você iria me responder, no entanto eu confesso que a terapia me ajudou a perceber que eu realmente precisava colocar a culpa em alguém pras minhas fustrações e fraquezas, por deixar as vontades do resto do Mundo se sobreporem ás minhas. Sim eu realmente fui fraca e até mesmo infantil, por isso vim pra me desculpar, por quase te obrigar a querer sonhar os meus sonhos . Eu vim pra te oferecer a minha amizade, pois eu sei que como amigos seremos imbatíveis...
- Também não tava á espera de ouvir isso da sua parte!  A terapia tá surtindo excelentes resultados, além de que você está cada vez mais bonita.
- Posso te abraçar? - eu pergunto, com a absoluta certeza que devo estar com o rosto vermelho de vergonha.
- Claro que pode Banana! Vem cá...
Estar nos braços do Jason, sem medo, sem rancores, sem um passado cheio de lacunas, é a melhor sensação do mundo. Agora sim eu posso dizer, estou pronta pra recomeçar...

 

 

PDV SPENCER

 

 14h52

 

Depois de finalmente ter conseguido terminar todas as minhas consultas da manhã, eu vou até á cafetaria, onde acabo por dar de caras com a Aria e o Elliott que estão trocando sorrisos cheios de cumplicidade.
Sentando numa mesa distanciada do casal, eu percebo que a baixinha toca na mão dele propositalmente, sabendo de antemão que isso iria surtir um efeito negativo em mim.
Cansada desses joguinhos, eu levanto e regresso ao meu consultório, decidida a colocar alguns papéis em dia, porém, poucos minutos depois, eu escuto que alguém está batendo na porta:
- Ah não! Não tou afim de olhar pra sua cara agora - eu digo quando vejo que é a Aria que está diante de mim, no entanto quando tento fechar a porta, ela coloca o pé na frente e sem querer eu acabo por machucá-la, entalando o mesmo:
- Carai! Desculpa eu não queria te machucar... Tá doendo muito? - pergunto preocupada.
- Não mais do que você falar que não quer olhar pra minha cara - ela diz enquanto se apoia no meu ombro, de forma a sentar numa cadeira.
- Deixa eu ver se tá inchado! - ordeno enquanto me ajoelho pra tirar o sapato do pé dela.
- Até que não é assim tão ruim te ver assim - ela começa...
- Aos seus pés, completamente subjugada e sendo trouxa pela milonésima vez - eu atiro sarcasticamente.
- Não! Cuidando de mim como sempre cuidou...
- Aria seu pé tá ótimo, não quero mais papo sai da minha sala por favor!
- Quando eu te vi pela primeira vez na entrada do colégio, eu pensei: pow, essa menina tem cara daquelas heroínas de banda desenhada. Eu ficava olhando pra você durante a aula, tentando decidir: Eletra, Mulher Maravilha ou a Catwoman. Todas elas me salvavam do medo que eu sentia de ser rejeitada pelos outros, pelo meu jeito timido, por ser demasiado baixinha. O jeito como você sorria pra mim enchia meu coração de sonhos e eu lembro que  quando chegava em casa só falava de você pros meus pais... Acho que sempre te amei Spencer, só não soube aceitar esse sentimento dentro de mim...
- Eu lembro que quando a gente foi pra faculdade e fazíamos aquelas caminhadas ao final do dia, eu desejava em silêncio que você me desse a mão. Quantas e quantas vezes eu dormi imaginando como seria tocar com os meus lábios nos seus. Aquela sensação de estar brincando com fogo, de misturar paixão com perigo. Eu queria você mas tinha medo de ser rejeitada. Talvez se eu tivesse sido mais corajosa... Fui aprendendo a te querer bem, mas confesso que nunca parei de te querer pra mim...

Eu sei que depois desta confissão apenas duas coisas podem acontecer: ou a Aria vira as costas e continuamos amigas, ou ela assume o que sente e eu me rendo aquele olhar de fogo, que me queima por dentro desde garota.
A baixinha se levanta com uma certa dificuldade, dando a entender que o pé dela está começando a inchar. Eu penso que ela está dando por terminada a nossa conversa, porém no instante seguinte, eu me apercebo que ela está vindo na minha direção, começando por tocar na minha mão, pra logo em seguida acariciar o meu braço, subindo até ao meu pescoço... Enquanto encosta o seu corpo no meu, ela começa a dançar de forma sedutora e por mais que eu saiba que não é certo, o meu coração começa a ceder, fazendo com que as minhas mãos apertem a sua cintura...
- Isso não tá certo, nós precisamos parar - eu digo meio que implorando ajuda divina.
Em resposta ao meu apelo, Aria tira toda a sua roupa, e joga todos os papéis que estão em cima da minha secretária pro chão. Sentando se nela, a baixinha olha pra mim e em jeito de desafio, abre as duas pernas:
- Vem! Deixa te mostrar o quanto o errado pode ser bem melhor que o certo.
Esse desafio, esse proibido, acabam por me empurrar na direção do seu corpo desnudo,   onde eu me perco, deixando a minha cabeça ser dominada pelas minhas emoções, levando os meus lábios direto pro seu sexo, que já está bastante molhado por sinal. Ao mordiscar o seu ponto sensível, eu a faço gemer alto, o que me obriga a usar uma das minhas mãos pra tapar a sua boca, enquanto com a outra acaricio os seus seios que estão bastante endurecidos. Eu sei que a minha língua a está deixando enlouquecida e por esse motivo vou me entretendo e brincando com os seus mamilos, enquanto circulo com os meus lábios á volta do seu clítoris, trazendo os meus dedos pra esfregá-los, fazendo com que ela se contorça cada vez mais e mais... A minha língua recomeça a fazer amor com ela e no momento em que eu sinto que ela está prestes a atingir o climax, a porta do meu consultório se abre, anunciando um Toby boquiaberto, com a cena que acaba de presenciar.
Ele sai sem nada dizer, e eu decido ir atrás dele pra me explicar, porém a mão da Aria segura os meus cabelos com força:
- Se você parar agora eu te mato! Chegou a hora de você optar por mim ou por ele.. Vai permitir que Sparia morra pra sempre? - ela pergunta me olhando de forma bastante séria...
Aquela frase foi tudo que mais desejei ouvir desde que a conheci, e naquele momento percebo, que além de estar perdida, eu quero me perder de verdade..
Eu a beijo intensamente enquanto uso os meus dedos pra entrar dentro dela, fazendo com que o seu corpo alcance a escala máxima de prazer. Já não sinto receio dos seus gemidos, que me deixam tanto ou mais excitada que ela, e quando ela finalmente atinge o orgasmo, faz questão de olhar pra mim, pra que eu veja tudo que sempre sonhei ver em seus olhos...


Aria Montgomery me ama...

 

 

NARRAÇÃO DA AUTORA

 

CHARLLOTTE, 8 de Setembro

 

23h52

 

Sentada em frente á tv, Alison mal consegue prestar atenção na série que está passando.
Essa série até que é interessante, mas só de ela saber que o produtor recusou dar um papel á Hanna por ela estar demasiado magra, já fez ela ganhar uma raivinha...
"Pretty Litlle Liars", faz lembrar um pouco dela e das meninas quando andavam no colégio. As rivalidades, os amores e desamores...
Suspirando profundamente, ela deseja que pelos menos essas garotas da série tenham um final bem mais feliz que o dela.
Subindo as escadas bem devagar, Alison vai pro seu quarto, lembrando de cada recomendação que o doutor fez quando ela teve o principio de aborto espontâneo e foi por esse motivo que ela decidiu se afastar de todas as confusões e problemas, deixando a Emily seguir com a sua vida do jeito que ela quer. Além disso, o Dylan não estava feliz por estar na sua casa, até porque a casa onde ele nasceu e recebeu carinho durante toda a sua vida não era ali. 
Consciente de que por muito amor que tenha em seu coração pra dar ao menino, ela jamais será a Emily, que além de amor, carrega um enorme sentido de culpa por conta da morte da mãe biológica dele, Alison percebeu que tirar o Dylan da Emily, seria o mesmo que matá-la aos poucos, e nesse conto de fadas, onde as duas são protagonistas, já morreu gente demais.
Depois de escovar os dentes, lavar o rosto e prender o seu cabelo, Alison fica olhando no espelho, desejando não estar tão pálida, pois afinal de contas, amanhã será o dia em que ela começa a dar formação a futuros obstetras no Hospital de Charllote, e tudo que ela menos quer, é aparecer com cara de zombie, porém, a verdade é que nos últimos tempos foram muitas as noites sem dormir, pensando em como a sua vida tem sido uma montanha russa cheia de altos e baixos, sorrisos, lágrimas e dor...
Se algum dia lhe pedissem pra ela resumir a sua vida numa palavra, com certeza ela escolheria a palavra "dor".
Uma dor que ela se acostumou tanto a conviver, que por vezes nem lembrava dela, mesmo quando a mesma a beliscava, cutucava, e cortava deixando várias cicatrizes...
É, definitivamente "dor" pode definir tudo que ela está sentindo neste momento: a dor da perda, da separação, uma dor que aos poucos está se instalando e gritando no seu ouvido "eu vim pra ficar"...
Mas foi por conta dessa dor que ela decidiu partir e deixar de ser um fantasma num amor que envelheceu com tanta falta de verdade e confiança. Um amor que se perdeu em meio a tamta injustiça e vontade de lutar. Um amor que estava morrendo aos poucos e que fez com que ela partisse, somente pra não ter de assistir a essa morte lenta...
Ao deitar na sua cama, Alison fica olhando pro teto e depois de muito pensar, ela decide que já não quer mais ser essa mulher de rosto pálido e que já que o seu destino era ter a dor por companheira, então era iria abraçá-la, transformando-a numa arma pra mostrar aos outros o seu melhor sorriso.
Ela decide acender a dor, pra que lhe seja permitido sentir algo mais que essa sensação de vazio que a torna num fantasma, num zombie, alguém bastante invisível. E Deus, como ela quer existir...
Ter uma vida crescendo dentro de nós, acaba por trazer um instinto de sobrevivência mais feroz...
Alison sabe que jamais irá viver, mas ela decidiu existir, por essa criança que está em seu ventre, e pelas pessoas que a amam. Ela decidiu que a partir desta noite ela irá existir, não viver, apenas existir...
E foi enquanto pensava em como superar a dor da separação que ela adormeceu profundamente, vencida pelo cansaço da viagem, e de várias noites passadas em branco...


03h57

 

Graças á ajuda do Jason, Emily entra na casa dos Fields, com a chave que ele confiou a ela.
Por ser de madrugada, e certamente porque a essa hora Alison já estaria dormindo, a morena faz o minimo barulho possível, enquanto reza pra não derrubar nenhum objeto, pois até então ela ainda não tinha encontrado nenhum interruptor de forma a acender a luz da entrada.
Missão cumprida: depois de alguns instantes, ela finalmente consegue iluminar a sala de estar, admirando o ambiente confortável onde a Alison viveu durante os quatro anos em que elas estiveram separadas.
Sabendo o quanto a sua amada ama tirar fotos, a mesma estranhou a ausência de fotografias espalhadas pela sala, o que fez com que ela apenas confirmasse que a loirinha realmente parou a sua vida, durante o tempo em que elas viveram o pesadelo de estarem separadas.
Cansada da viagem, Emily senta numa das poltronas e fica pensando no que dizer a Alison, pois o fato dela ter ido embora de Rosewood, significava desistência da sua parte.
Triste, Emily se arrepende de ter feito a mulher que ela tanto ama sofrer...
"Logo eu que conheço tão bem a dor", ela pensa, ao mesmo tempo que coloca as duas mãos na sua cabeça.
No entanto ela promete a si mesma não falar da sua dor...
A mesma dor que durante anos ela esperou que os outros compreendessem e aceitassem..
 A mesma dor que fez ela se tornar uma pessoa desconfiada e fria...
Hoje a Emily decidiu que não seria aquela pessoa que passa a vida explicando a dor que ela sente, umas vezes sem querer e outras até de propósito.
Chega de amar com  lágrimas nos olhos....
É isso que ela vem dizer, foi pra isso que ela viajou e é por isso que, seguindo as indicações do Jason, ela sobe as escadas, indo diretamente pro quarto da Alison, que continua  dormindo profundamente.
Com bastante delicadeza, ela abre a cortina da janela, deixando que a luz da lua ilumine o quarto. Em seguida ela pega no mesmo Ipod que a Alison deixou na cabana, e coloca uma música, em resposta á última música que a loirinha deixou, pois ela sabe que desta vez, palavras não serão suficientes...

 

Without a Word/Birdy

 

"Hey you can tell the world    
               (Hey, você pode dizer ao mundo)
               That you're leaving
               (que está indo embora)
              And you can pack your bags
              (você até fazer as suas malas)
               And spread your wings
             (abrindo assim as suas asas)
              And you can tell them all
             (E você pode falar pra todo mundo)
               That it's over
             (que terminámos)
             But while you wave goodbye
            (mas enquanto estiver acenando com um adeus)
              I'll be getting closer
            (eu estarei me aproximando)

Stand there and look into my eyes
             (fica aí e olha para mim)
             And tell me that all we had were lies
           (jura pra mim que tudo que tivemos foi mentira)
           Show me that to you don't care
           (me prova que você já não se importa)
          And I'll stay here if you prefer
        (que eu ficarei onde você me colocar)
          Yes I'll leave you without a word
        (sim eu te deixarei, sem uma palavra dizer)
           Without a word
        (sem uma única palavra)"


Ao escutar a música, Alison se recusa a abrir os olhos, pois se ela estiver sonhando, o mais provável é que assim que acordar, essa melodia deixe de existir e a letra dessa música se perca na madrugada.
Ela ouve cada palavra com atenção, bebendo a dor que está na voz da cantora, associando ao desespero de uma única pessoa...
Emily...
Era um sonho e Alison se recusa a acordar, pois nesse sonho e ao ouvir a letra dessa música, ela sente que pode sonhar com um mundo onde elas conseguem ser felizes...
Sim é um sonho...
Um sonho do qual ela se recusa a acordar...

"And you can tell the world
             (E você pode falar pro mundo)
               That you're tired
               (que está cansada)
             But your excuses, they won't work
           (mas suas desculpas serão em vão)
           Cause I'll know that you're lying
          (pois eu saberei que está mentindo)
             Every time that I see your face
          (toda a vez que eu olhar pra você)
           I notice all the suffering
            (irei notar seu sofrimento)
              Just turn to my embrace
        (então regressa pro meu abraço)
            I won't let you come to nothing
           (e eu jamais permitirei que você se transforme em nada)

Stand there and look into my eyes
            (fica aí e olha para mim)
            And tell me that all we had were lies
        (jura pra mim que tudo que tivemos foi mentira)
             Show me that to you don't care
         (me prova que você já não se importa9
          And I'll stay here if you prefer
         (que eu ficarei onde você me colocar)
          Yes I'll leave you without a word
         (sim eu te deixarei, sem uma palavra dizer)
                         Without a word
                (sem uma única palavra...)"

 

Dando conta que a música termina e novamente recomeça a tocar, Alison abre os olhos, percebendo que uma luz forte está iluminando o seu quarto. 
Bem devagar, pois o doutor a proibou de fazer movimentos bruscos, ela se senta na cama, ficando frente a frente com uma Emily, que por estar iluminada pelo clarão da lua, a faz duvidar que tudo aquilo seja real.
- Oi! - ela diz timidamente com a sua voz de menina.
- Oi! - responde Emily sorrindo, permitindo que todo o mundo da loirinha se ilumine tanto quanto o seu quarto.
Sem perceber o que está acontecendo e ainda na dúvida se está acordada ou sonhando, Alison levanta da cama, indo na direção da Emily, que a acolhe em seus braços.
As duas ficaram em silêncio, perdidas naquele momento, entregues, rendidas, onde nesse mesmo silêncio, milhares de palavras estavam sendo proferidas:
- Eu te amo tanto! Pena que isso é apenas um sonho - diz Alison, enquanto permite que uma lágrima role pelo seu rosto.
- Sonho? Você não tá sonhando amor. Sonho foi eu ter viajado tantas horas pra chegar até aqui. Eita lugarzinho longe que você escolheu pra se esconder de mim.
Alison arregala os olhos e depois os esfrega pra tornar a arregalar os mesmos, enquanto toca em Emily, pra confirmar se ela realmente está ali...
Quando finalmente chega á conclusão que não está sonhando, a loirinha dá dois passos atrás, de forma a afastar-se da Neurologista:
- Aconteceu alguma coisa?
- Aconteceu... Aconteceu que eu percebi o quanto tenho sido idiota e cruel com você. Aconteceu que eu entendi que nós não temos culpa nenhuma dos erros dos nossos pais, e que não merecemos pagar pelas escolhas que eles fizeram ao longo da vda. Aconteceu que você veio embora, deixando metade de você em Rosewood e trazendo metade de mim pra Charllotte. Aconteceu que eu não vim apenas atrás da minha metade, mas sim de você por inteira e desta vez pra sempre...
- Eu prefiro te perder pra sempre do que te ver sofrendo como você estava. Eu te amo além do amor, não há nada que eu não faça por você, pra merecer que você me ame como eu te amo. Saber que a sua vinda aqui, estava longe de passar pela minha cabeça, me faz ter dúvidas sobre nós. Emily, a gente já se machucou demais, os nossos problemas já tavam afetando o Dylan, e os nossos amigos já nem sabiam como se comportar. Eu prefiro abdicar de nós pra preservar a paz que tanto eu quanto você merecemos ter.
- Eu não sei respirar sem você Alison! Eu apenas me esqueci de como se luta por quem se ama. Quando você voltou, eu quis tanto que você corresse atrás de mim, que eu acabei esquecendo que eu também tinha de fazer o mesmo. Eu tava tão preocupada em te castigar por ter me deixado, que não consegui valorizar todo o seu esforço pra fazer a nossa relação dar certo. Eu tava obcecada em botar as culpas em você por tudo de mal que acontecia, que eu nem percebi que é graças ao amor que eu sinto por você que eu ainda sorrio. Amor me dá uma chance de fazer diferente, me deixa ser a Emily que você ensinou a dirigir, aquela Emily que ia te acordar todas as manhãs pra gente ir pra aula. Deixa eu ser aquela Emily que se derretia assim que sentia o cheiro do seu cabelo. A Emily que queria passar o resto da vida debaixo de um cobertor, desde que fosse ao seu lado...
Alison retorna aos braços da Emily, que a acolhe de forma protetora, sem sequer imaginar que naquele momento, ela está abraçando tanto a sua amada, como ao bebê que elas conceberam.
Uma estranha corrente elétrica percorre o corpo das duas assim que se beijam, e Emily começa a sentir uma forte excitação, somente por estar sentindo a suavidade da camisola de cetim que a Ali tem vestida, roçando na sua pele.
- Promete! - pede Alison enquanto tira a blusa da morena.
- Prometo o quê? - pergunta Emily, ao mesmo tempo que tira os ténis e logo em seguida o short.
- Promete que a gente nunca mais vai se separar...
- Sim eu prometo... Nos amarmos desse jeito nunca foi um erro...
Emily leva Alison pra cama, onde a deita com todo o cuidado, quase como se soubesse o seu estado. Aos poucos ela vai beijando os pés da loira e enquanto explora o seu corpo com os lábios, vai repetindo inúmeras vezes o quanto a ama...
- Eu também te amo Emily! - diz Alison após elas fazerem amor até á exaustão, adormecendo em seguida, com a cabeça encostada no ombro da morena.

 

09h00

 

- Hey dorminhoca! - chama Emily enquanto sopra no ouvido da Alison - Bom dia!
- Não foi um sonho! Você tá aqui! - responde Alison depois de abrir somente um olho, como de costume - Acordou me amando mais?
- Muito mais que ontem, mas certamente menos que amanhã...
As duas se beijam durante vários minutos, no entanto algo invade a mente da morena, que interrompe o beijo e se detém olhando pra Alison com um certo receio.
- Que foi amor? - pergunta a loira preocupada.
- Eu fiz uma merda! Eu tava preocupada com o processo do Dylan, tava com raiva de você e...
- E o quê?
- Eu pedi a Paige em casamento...

O som do tapa que Alison deu a Emily foi tão forte, que certamente toda a vizinhança tinha escutado.
- Me perdoa! Eu tava cega....
Mais um tapa e logo em seguida Alison aperta o pescoço da morena com tanta força que, quase me atrevo a dizer, que a mesma mudou de cor mais de cinco vezes.
Depois de afrouxar as mãos, e lembrando que precisa se manter calma, Alison segura a nuca da Emily, puxando a pra um beijo intenso, demostrando o quanto ela é ciumenta e possessiva, algo que a morena adora nela.
Após sair do beijo, Alison dá outro tapa em Emily, desta vez com menos força, pra logo em seguida fazer pressão com o polegar e o indicador nas bochechas da mesma, enquanto diz:
- Eu vou ficar aqui até ao final do mês, pois me comprometi a dar formação no Hospital onde trabalhei. Quando eu voltar pra Rosewood quero a Paige fora das nossas vidas! Resolva isso!
Emily tenta sorrir, porém a mão de Alison que ainda está "esmagando" a sua face, a impede, por isso a mesma se limita apenas a assentir com a cabeça, até que por fim a loirinha sorri pra ela, oferecendo um beijo ainda mais demorado...
- Vai embora da minha casa agora!
- O quê?
- Sai da minha casa Emily! Enquanto você estiver noiva daquela coisinha insignificante, eu não quero intimidade com você...
Sabendo que não tinha qualquer hipótese de argumentação, Emily  entra no banheiro, toma um duche rápido e após vestir uns jeans brancos e uma blusa azul-marinho, que combinam na perfeição com os seus ténis, ela pega na sua mochila, demonstrando estar pronta pra partir:
- Você não vai me dar um beijo de despedida? - ela diz com um tom de voz de deboche.
- Eu não vou nem te acompanhar até a porta, se você quer saber. Aliás, como foi que você entrou aqui em casa? Quem te deu a chave?
-  Quem mais? O X9 do nosso irmão...

 

 

PDV EMILY

 

ROSEWOOD 

 

19h56

 

Assim que chego a casa, vou ver o Dylan que está terminando de jantar com a minha mãe:
- A mamãe Alison hoje não veio me ver de novo - ele diz reclamando da ausência dela.
- Ela tá trabalhando numa cidade longe daqui, mas já já estará de volta - eu respondo sorrindo e piscando o olho pra minha mãe.
- Ela não vai abandonar a gente de novo, pois não?
- Não filho! Quando a mamãe Ali voltar, nós os três ficaremos juntos e desta vez será pra sempre...
Ele me abraça e logo em seguida obedece á minha mãe, que pede pra que ele vá escovar os dentes.
- Como correram as coisas em Charllotte?
- A gente se ama mãe! Eu me libertei de tudo que estava no passado, deixando tudo que aconteceu, enterrado na campa do meu pai e do pai dela.
- Como eu me orgulho de você filha.. Eu sabia que esse rancor que estava te cegando, não ia durar muito tempo.
- Agora sim eu vou ser feliz mãe! Mas antes preciso consertar uma borrada...
- Ela já ligou três vezes hoje, reclamando porque o seu celular só dava caixa postal...
- Vou a casa dela agora, não quero esperar nem mais um dia...
Eu beijo a minha mãe na testa, em jeito de despedida, pois estou me sentindo mais feliz que nunca, e saio indo até casa da Paige. Assim que ela vê que sou eu, faz um sorriso rasgado, vindo na minha direção, talvez na intenção de me beijar, porém como sempre, eu me desvio:
- Precisamos conversar! 
- Claro amor... Eu passei o dia todo te ligando, tava preocupada.
- Paige eu vou ser curta e grossa: eu e a Alison voltámos e eu não vou casar com você. Desculpa por ter te usado, eu agi num impulso e fui uma idiota pois não pensei nos seus sentimentos..
- Você nunca pensou em mim... Quando a Alison foi embora, eu lembro que você enchia a cara de cachaça todas as noites, e chamava por ela, deixando bem claro que eu jamais tomaria o lugar que lhe pertencia. Ainda assim eu cuidava de você, te apoiava, dava banho, limpava seu vômito e ficava vigiando o seu sono. No dia seguinte você nem olhava pra minha cara. Eu sempre fui invisível pra você, e mesmo assim continuei te amando todos estes anos, deixando a minha vida em pausa, esperando o dia em que você resolvesse dar um play numa vida onde estivéssemos nós três: eu você e o Dylan.
- Paige... Eu nunca te prometi nada, eu nunca te iludi...
- Prometeu agora, iludiu agora, e agora eu quero aquilo com que sempre sonhei e sempre me foi negado.
- Você tá louca? Eu acabei de falar que eu e a Alison voltámos. Eu vou casar com ela!
- Você vai casar comigo, no dia que combinámos, a menos que você queira que eu conte pra policia que você matou a mãe do Dylan...
- O quê? Você não se atreveria, até porque você não tem provas...
- Tenho sim! No dia que eu levei o seu carro até ao mecânico, eu pedi a ele que fizesse um relatório detalhado. Ele mudou os pneus do carro e tratou da mossa, mas eu guardei os pneus originais, que irão coincidir com as marcas de pneu que os forenses encontraram no local do acidente. Basta eu abrir a boca e você irá pra cadeia.
- Você é minha cumplice, você também irá pra cadeia - eu atiro em tom de ameaça.
- Eu prefiro ir pra cadeia a permitir que você e a Alison fiquem rindo da minha cara.
- Fala o que você quer demónio! - eu grito sabendo que vinha chumbo grosso por aí...
- Já falei! Casaremos no dia combinado, ou você viverá seu amor com a loirinha, separadas  por uma grade.

Eu me lembro de passar noites em claro pensando em qual seria o meu maior medo. Quando adolescente era perder a Alison e perdi, em adulta não ser boa o suficiente pra deixar o meu pai orgulhoso de mim e nunca fui. Mas depois de ver o Dylan definhando numa cama de hospital, correndo risco de vida, percebi que esse era o meu maior medo: eu tinha medo de ter medo, eu tinha medo até de perder o medo de ter medo. Eu sempre quis tanta coisa, que o medo se tornou natural, fazendo parte do quotidiano. Neste momento,  por mais incrível que pareça, eu não tou sentindo medo e sim que o meu mundo está se desmoronando.
Há algumas horas atrás, a Alison estava enchendo o meu corpo de mimos, fazendo com que eu sentisse que estava hospedada no paraíso. Agora, tenho a sensação que desci até ao inferno..
Saí da casa dela cheia de lágrimas nos olhos, devido á raiva gigantesca que estou sentindo.
Raiva...
Dor...
Medo...
Chego em casa e deito na minha cama, que mais uma vez me pergunta por quanto tempo mais eu me deitarei ali sozinha...
Sem saber o que responder, eu apenas peço a Deus pra que ao fechar os olhos, me falhe o coração, pois desta vez tenho certeza que não me importaria....

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Emison sem sossego snif..snif...

Então gente, Sparia finalmente se assumiu mas que será que o Toby vai fazer?

Hanna também decidiu ser feliz e Jason a libertou.. Ficar amigo de quem um dia a gente já amou não tem preço!!!

Estamos chegando ao final e eu tenho meu coraçãozinho apertado, pois vou ter muitas saudades...


Sugestões e opiniões serão sempre muito bem vindas...

Obrigada a todos que favoritaram, aos que continuam acompanhando, aos que me dão todo o apoio do Mundo no dia a dia, inclusive a minha namorada, que não reclama quando me ausento pra escrever... Você é a melhor Caprica, amo tu <3


Até ao próximo amores...

S2 S2 S2


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