História What If - Emison - A volta dos que não foram

PDV EMILY

EMILY´S FLASHBACK ON

:

Washington Heights, 4 de Julho de 2012

- Paige me deixa beber, eu não conhecia esse seu lado careta!
- Emily eu não sou careta mas você já tá abusando demais da bebida e eu prometi pro seu pai que ia cuidar de você.
- Cuidar de mim? Eu não sou mais criança, sou uma mulher casada olha aqui - digo mostrando a minha aliança.
- Tá bom, tá certo. Agora vamos voltar pra residência, pois se a zeladora te pega entrando em casa de madrugada, você vai ter sérios problemas.
- Você nunca vai ser ela...
- Como assim? Não entendi. Ela quem?
- Você nunca vai ser a Alison! Ela não se importava com zeladora, nem com sermões de papai e mamãe. Sai da minha frente e me deixa beber sossegada.
- Eu nunca tive a intenção de ser a Alison e se fosse, você pode ter certeza que eu jamais te abandonaria.
- Eu acho que ela foi embora porque cansou desse meu jeito todo certinho de ser. Eu vou provar pra Ali que por amor eu consigo me transformar na pessoa perfeita pra ela. Devolve o meu copo Paige!
- Eu não vou devolver nada! Me dá a chave do seu carro, eu te levo pra casa.
- Que casa garota? A minha casa ainda vai ser construída e eu vou morar lá com a minha esposa, quando ela voltar.
- Abre o olho garota! A Alison não vai voltar nunca mais.
- Cala a boca Paige! Ela vai voltar sim porque ela me pediu pra esperar. E você não precisa dirigir o meu carro, porque a minha mulher me ensinou muito bem. Vai cuidar da sua vida e me esquece.
- Emily! Emily me espera!

(...)

- Emily?? Emily?? Acorda por favor!
- O que aconteceu? Porque você tá chorando?
- Você perdeu o controle do carro e acabou atropelando aquela mulher que tá ali no chão. A gente precisa ajudar ela.
- O quê? Mas como? Meu Deus Paige, chama uma ambulância.
- Ela tá grávida! Salva ela Emily, por favor!
- Senhora?? A senhora tá me ouvindo?
- O meu bebê... Não deixa acontecer nada com o meu bebê- ela pede enquanto aperta a minha mão com as últimas forças que lhe restam.
- Calma eu vou te ajudar, a ambulância já deve tar chegando. Paige cadê o socorro?
- Eles falaram que tão chegando. Escuta Em, eu vou tirar o carro daqui e você vai falar que a gente tava saindo da discoteca a pé e encontrámos essa mulher estendida no chão.
- O quê? Não eu não vou mentir, eu vou me responsabilizar.
- Não era você que até poucos minutos atrás queria provar pra Alison que consegue ser tão rebelde quanto ela?
- Não a esse preço Paige. A gente tá falando da vida de uma pessoa.
- Tudo bem! Só que se você se acusar, não vai poder seguir com seus planos de se tornar uma médica e salvar vidas. Assuma o seu erro e vá pra cadeia! 
(silêncio)

- Era isso que eu imaginava! Vou esconder o carro e já volto.

(...)

- O que aconteceu com essa senhora? - pergunta um dos paramédicos.
- Ao que parece ela foi atropelada e se encontra em estado grave. Os sinais vitais dela estão fracos, a tensão muito baixa e pelo ritmo acelerado do coração do bebê, tenho quase a certeza que ela está entrando em trabalho de parto - respondo de cabeça baixa, me recusando a olhar nos seus olhos.
- Você é médica?
- Estou estudando medicina.
- Muito bem! Se essa senhora se salvar, será graças a assistência que você lhe prestou.
- Eu posso ir com ela na ambulância?
- Apenas familiares podem acompanhá-la? Você não é da familia.
- Não! Mas por favor eu prometi pra ela...
- Tudo bem, pode nos acompanhar e depois terá de prestar declarações á policia.

(...)

- O que aconteceu? Como está a tal mulher?
- Eu não sei! Ela parecia estabilizada mas quando chegámos aqui, a pressão arterial dela desceu muito e eles levaram ela pro bloco operatório. Tou aqui rezando pra que ela se salve.
- Emily é melhor você rezar pra que ela morra!
- O que você tá dizendo garota? Eu jamais desejaria a morte de um ser humano.
- Acredito que sim. No entanto, essa mulher é a única pessoa que pode te incriminar nesse acidente. Por isso o melhor será que ela morra.
- Você é um monstro Paige! Eu prefiro ir pra cadeia do que ver acontecendo seja o que for com essa mulher ou com o bebê dela.
- Eu sou um monstro que te ama e que sabe que a culpa desse acidente não é sua e sim da Alison, que te deixou assim louca a ponto de quase matar uma pessoa.
- Familiares de Megan Reed? - diz um médico interrompendo o discurso diabólico da Paige.
- Somos nós! Quer dizer... bem somos nós. O meu nome é Paige e esta é a garota que salvou a senhora Reed, Emily Fields.
- Por favor Doutor, me diga que ela e o bebê estão bem - eu imploro.
- Nós tivemos de intervir cirurgicamente no nascimento do bebê, através de cesariana e ele está bem e saudável. Quanto á mãe dele não houve nada que pudessemos fazer pra salvá-la. Miss Reed sucumbiu a uma hemorragia interna. Eu sinto muito.
- NÃO! Meu Deus a culpa disso é minha! - digo chorando.
- Como assim menina? Sua como?
- A Emily se sente culpada porque estuda medicina e acha que poderia ter feito mais pra ajudá-la doutor - diz Paige justificando a minha frase impensada.
- Ah entendo! Infelizmente nesse caso, assim que ela foi atropelada já estava condenada á morte. Por sorte conseguimos salvar o filho dela.
- Eu posso ver o bebê?
- Assim que ele estiver no berçário, eu peço pra uma auxiliar indicar o caminho.

(...)

- Nossa! O bebê dela é lindo! Que pena que ficou orfão.
- Cala a boca garota! Ainda há pouco você tava aí torcendo pra que ela morresse.
- Você ouviu o que o médico falou? Ela já estava condenada...
- Por minha culpa!
- Por culpa da Alison que fez com que você se tornasse uma garota inconsenquente e rebelde.
- Ele é tão lindo e já veio ao mundo pra sofrer. Eu sou um monstro.
- Ora Emily, você é rica, você pode ajudá-lo pro resto da vida dele, pagando estudos, médico e essas coisas...
- É isso mesmo, você tem razão! Vou fazer melhor ainda.
- Como assim?
- Eu vou adotar o menino, isso claro se ele não tiver mais ninguém que possa ficar com ele.
- Você só pode tar louca Fields.
- Sim tou. Eu já amo esse menino como se fosse meu, além disso eu fiz uma promessa á mãe dele...

EMMILY´S FLASHBACK OFF***

Toda a vez que eu estou a ponto de salvar uma vida, eu lembro do dia em que fui responsável pela morte da mãe do Dylan e era isso mesmo que eu estava fazendo, enquanto o meu pai e a Alison discutiam:
- Você continua sendo a mesma garota insolente que foi embora daqui, sem dar qualquer explicação pra minha filha.

FICHA TÉCNICA:
NOME: Wayne Fields
IDADE: 50
PROFISSÃO: Médico Reformado
SECRETAMENTE: teve um caso com Jéssica Dilaurentis

- Ah mas não seja por isso tio Wayne! Porque não aproveitamos que estamos os três aqui e contamos toda a verdade pra sua filha?
- Que verdade? O que você entende sobre ser verdadeira e sobre ter valores morais?
- O senhor é que não sabe o que é ter valores e eu...
- Porque você não ficou no buraco onde se escondeu? - ele pergunta me interrompendo.
.  Porque eu vim assumir o lugar do meu pai e administrar a nossa parte da clinica.
- Administrar ou roubar?

A palavra "roubar" faz com que a Alison perca a cabeça e levante a mão pra bater no meu pai e aí eu decido que é chegada a hora de intervir:
- Alison não se atreva! E você tá fazendo o quê aqui pai?
- Eu soube do acidente e vim perguntar porque raios você está recebendo pessoas que não podem pagar a nossa assistência médica.
- O senhor só pensa em dinheiro. É incrível em como os anos passaram e você só pensa em lucrar - diz Alison me confundindo.
- Olha pra quem fala! A garota que roubou dez milhões do Hospital e fugiu.
- O quê?? Alison, o que o meu pai tá falando é verdade?
- Emily eu posso explicar...
- Ah mas você pode ter certeza que vai me explicar. Mas não agora pois eu tenho uma cirurgia. Falamos mais tarde. E quanto a você pai, eu penso que quando a administração do hospital passou pras minhas mãos, eu deixei bem claro que não ia tolerar as suas interferências. Vai pra casa por favor!
O meu pai semicerra os olhos e encara a Alison com um certo ódio:
- Esta não será a última vez que nos vimos mocinha.
- Pode ter a certeza que não tio Wayne. Eu vim pra ficar!

PDV SPENCER

Depois de ter passado a noite toda tratando das vítimas do acidente, eu sinto que o cansaço tomou conta do meu corpo, me tornando meio que incapaz de ajudar a Emily na cirugia do Ben.
Eu não posso contar pra ela que não estou em condições de operar, pois isso seria o fim da minha carreira por isso olho pra caneca de chá que está em cima da minha mesa e decido derramar o líquido fervente na minha mão.
Por incrível que pareça, a dor da queimadura que eu estava inflingindo na minha mão, era bem menor que o incómodo que eu sentia quando os meus músculos superiores cediam ao formigueiro que tomava conta do meu corpo.
Soltei um grito, que chamou a atenção da Aria que estava passando pela minha sala:
- Meu Deus Spencer, você se queimou!
- Eu tava distraída e acabei derramando o chá na minha mão - afirmo me contorcendo.
- Deixa eu cuidar disso, antes que essa queimadura tenha maiores sequelas. Spencer você tem de se cuidar melhor.
- Eu sei Aria, o problema foi que essa noite nos deixou de rastos e eu acabei me distraíndo - justifico.
- E agora a má notícia é que você não vai poder operar o Ben junto com a Emily.
- Que droga! A Emily vai ficar muito desiludida mas eu acho que tenho uma solução - afirmo ao mesmo tempo que a Emily entra no meu consultório.
- Solução pra quê? - ela pergunta e logo em seguida olha pra minha mão - Spencer que aconteceu?
- Ela derramou o chá na mão dela e acabou ganhando uma queimadura superficial, no entanto vai ser impossível ela entrar no bloco operatório com você - responde Aria, um tanto quanto apreensiva da reação da Emily.
- Não tem problema, eu opero o garoto e depois você só precisa costurar a cabeça dele - ela responde se dirigindo a Aria.
- Emily, a cirugia do Ben é demorada e complicada e você sabe muito bem que a Aria não se especializou em cirurgia como nós. Peça á Alison pra te ajudar - eu acabo sugerindo.
- A Alison? Nem pensar Spencer! Muito menos agora que eu descobri que ela foi embora daqui porque roubou dez milhões do Hospital.
- O quê? - eu e Aria indagamos em uníssono.
- Vocês juram pra mim que não sabiam de nada?
- Eu não sabia! Você sabia disso Aria?
- Não claro que não. Você tem certeza disso Emily?
- O meu pai me contou agora e a Alison acabou por confirmar - ela afirma de cabeça baixa.
A minha mãe está latejando por conta da queimadura mas ainda assim eu pego na mão dela a fim de convencê-la a permitir que a Alison a ajude:
- Emily, eu sei que nesse momento você deve ter a sua cabeça cheia de perguntas mas agora é necessário pensar no que é melhor para o Ben. A gente viu como a Alison cuidou do outro garoto. Ela é uma ótima cirurgiã e nós precisamos dela no bloco operatório. Eu sei que você é capaz de fazer isso sozinha, mas será muito melhor com a ajuda de uma profissional e visto que eu não posso, que seja a Alison.
Emily assentiu com a cabeça e em meio de um suspiro permitiu que os seus ombros caíssem, como se tivesse perdido a batalha:
- Tudo bem! Aria por favor chama a Alison pra me ajudar. Eu estarei esperando no bloco operatório...

PDV ALISON

Graças ao pai da Emily, a minha estadia em Rosewood será tudo menos pacífica.
Ele continua me odiando e agora conseguiu colocar a Emily contra mim e ela nem me deu chance de me explicar, demonstrando que as coisas entre nós mudaram e que se no passado eu era a pessoa mais importante da vida dela, neste momento uma cirugia é mais importante que a nossa reconciliação.
Eu ainda estou na sala de administração esperando pra conversar com a Emily e dou por mim olhando novamente pra foto do garoto que ela diz ser filho dela.
Pensar que ela pode estar casada com outra pessoa e vivendo uma história de amor, recheada de tranquilidade e segurança, faz com que a minha alma se rasgue em duas.
Uma parte de mim se arrepende de ter voltado pra Rosewood mas a outra parte me pede pra ficar e lutar pela mulher que eu amo. Eu decido obedecer aquela parte do meu coração que todos os dias chorava por ter abandonado a mulher que eu amo mais que a mim mesma, por isso eu decido aguentar qualquer dor que esteja por vir, pois ela merece que eu me sacrifique.
Aria entra na sala interrompendo os meus pensamentos e pelo olhar que ela me lança eu percebo que a Emily já contou sobre o roubo dos dez milhões.
- A Spencer queimou a mão sem querer - ela começa - e nós vamos precisar da sua ajuda no bloco operatório.
- Sim claro podem contar comigo mas a queimadura da Spencer é grave?
- Não. É apenas superficial e eu já fiz o curativo.
- Aria eu queria falar com você e com a Spence sobre tudo que aconteceu na altura que eu fui embora...
- Alison agora não é o melhor momento. Nós precisamos nos concentrar nessa cirurgia - ela diz me interrompendo bruscamente.
- Desculpa, eu só queria...
- Ali, eu sou e sempre serei sua amiga e não sou ninguém pra te julgar. Se é verdade que você veio pra ficar, então nós vamos ter muito tempo pra conversar sobre esses anos em que você esteve sumida.
- Obrigada por não me virar as costas amiga - eu digo oferecendo um meio sorriso.
Jason e Toby interrompem aquele momento de reconciliação e eu aproveito pra dar um abraço bem forte no meu grande amigo:
- Que saudade eu tive de você Toby!
- Alison ainda bem que você voltou! Pronta pra assumir o seu cargo de Vice-Presidente?
- Não sei amigo. O todo-poderoso Dr. Fields já teve aqui bufando.
- Esse velho caquético não pode fazer nada contra a minha irmã pois não? - pergunta Jason enfurecido.
- Claro que não! O que passou passou e a Alison já pagou a dívida dela com a sociedade.
- Toby você sabia que a Alison tinha roubado esse dinheiro da clinica? - pergunta Aria.
- Sim sabia mas o pai da Emily me obrigou a manter sigilo. Vocês já sabem que quando ele quer algo, arruma sempre um jeitinho de conseguir e ele colocou o meu cargo em xeque.
- Foi melhor assim mas agora que a Emily já sabe, ela me odeia ainda mais - afirmo.
- A Emily não te odeia, ela só precisa de um tempo - diz Toby tentando me tranquilizar.
Eu sorrio pra ele e coloco a mão no seu ombro em sinal de agradecimento pelas suas palavras.

****

Entrei no bloco operatório juntamente com Jason e após ver o quadro do garoto e analisar a sua ressonância magnética, eu saio do bloco para conversar com os pais dele:
- Olá. eu sou a Dra Dilaurentis, e juntamente com a Dra Fields eu vou conduzir a cirurgia do vosso filho. Vocês já foram informados dos riscos que ele corre?
Eles olharam pra mim um tanto assustados e eu decidi que seria melhor esclarecê-los:
- Como vocês sabem, o Ben tem um tipo raro de Meningioma e depois de alguns tratamentos de radioterapia, a Dra Fields achou melhor resolver o tumor através da cirurgia. Eu estive analisando a última ressonância magnética do vosso filho e tudo me leva a crer que a operação vai ser bem sucedida e sem grandes complicações. No entanto eu quero vos deixar conscientes que o menino poderá ter de fazer mais alguns tratamentos de quimioterapia, até ficar totalmente curado.
Os pais do garoto assentiram com a cabeça e eu fiquei conversando mais um pouco com eles a fim de tranquilizá-los, sem me aperceber que a Emily estava atrás de mim, escutando atentamente cada palavra que eu dizia:
- Alison tá na hora! - ela diz serenamente.
Eu olho pra ela e juntas procedemos ao processo de desinfeção, colocando em seguida a roupa cirurgica que consiste numa bata, touca, luvas e pantufas bem como a máscara facial.
O Jason me ajudou a me preparar e a Jenna ficou assistindo a Emily, que olhou pra mim, pra avaliar se eu estava pronta, dando ordem á anestesista pra que colocasse o menino pra dormir.
A instrumentadora cirurgica entrega o bisturi á Emily, que começou a cortar o local por onde o tumor do Ben iria ser removido.
Eu fico admirando a técnica dela e tenho de reconhecer que a Emily é uma excelente neurocirurgiã, pois ela soube detetar o local exato aonde o tumor estava alojado e conseguiu retirá-lo sem grandes problemas.
- Alison já terminei, você pode proceder ao encerramento do corte que eu fiz no lóbulo central.
Eu obedeci prontamente e com a ajuda do Jason que me deu a agulha e o fio de nylon, fiz um encerramento perfeito, que eu aprendi no estágio que fiz em Charlotte. São poucos os médicos que usam essa técnica que é bastante moderna e inovadora.
No final, todos ficámos felizes com o resultado e a pedido da Jenna aplaudimos a Emily, para felicitá-la por mais uma operação bem sucedida...

PDV ARIA

Assim que a Emily me diz que a operação do Ben foi um sucesso, eu a abraço e corro pra dar a notícia á Spencer, que está no quarto da Hanna, tentando obrigá-la a se alimentar:
- Spencer nem você nem ninguém vai me obrigar a comer essa comidinha sem gosto.
- Hanna deixa de ser teimosa, ou então nem alta eu vou te dar.
Eu sorrio olhando pras duas irmãs, que embora briguem a toda a hora se amam demais e secretamente desejo que a Hanna tenha voltado pra ficar um bom tempo, pois eu sei que isso fará a Spencer muito feliz.
- A operação do Ben foi um sucesso - eu digo, interrompendo a discussão das duas.
- Meu Deus não podia ter noticia melhor pra comemorar o Novo Ano que entrámos com tanta turbulência - diz Spencer me abraçando e dando um selo em meus lábios em seguida.
 Eu vejo Hanna corar, ao mesmo tempo que arregala os olhos e me apresso a levar a Spencer á sala de espera pra dar a boa nova aos pais do garoto que não cabiam em si de contentes e cheios de esperança que dias melhores estavam por chegar.
Eu me despeço de todo mundo e vou pra casa sem nenhuma vontade, no entanto eu imagino o quão furioso o Ezra deve estar, afinal de contas os nossos planos pra virada foram por água abaixo e ele teve de ficar todas essas horas sozinho em casa.
Abri a porta de casa e assim que chego na sala sinto um forte cheiro a conhaque, o que faz com que eu suspire de alívio, ao ver que Ezra está no sofá adormecido.
Decido ir tomar um banho e depois preparar algo pro jantar e quando eu estou no chuveiro ensaboando o meu corpo, ele entra na cabine de duche com roupa e tudo gritando:
- Você fica esse tempo todo fora de casa e nem é capaz de chegar e me acordar.
- Desculpa meu amor, é que você tava dormindo tão bem que...
O tapa que ele me deu, não permitiu que eu continuasse me justificando e eu acabo por me desequilibrar e bater com a cabeça na porta. O sangue que escorria da minha cara denunciava que eu tinha aberto o sobrolho e assim que ele se apercebeu do que fez, começou a se desculpar:
- Perdão amor! Eu não fiz por mal. Esse seu trabalho tá roubando você de mim e isso me deixa louco.
Ezra ficou me seguindo pela casa enquanto eu procurava a caixa de primeiros-socorros e ficou em silêncio me observando, enquanto eu fazia o curativo. 
Eu olhei no espelho, analisei o ferimento e comecei a chorar desesperadamente, pois eu só conseguia ver o reflexo de uma mulher infeliz e submissa. Os meus olhos refletiam o medo que eu sentia e quando ele tentou me tocar eu me encolhi, temendo que ele me agredisse novamente.
- Não fica assim amor! Não precisa ter medo, eu juro que nunca mais vou fazer isso com você. Por favor me perdoa!
Ele começa a chorar e eu fecho os olhos, fazendo um replay dos momentos felizes que passámos.
Foi a última vez que ele fez isso eu tenho certeza. Tudo vai melhorar assim que ele conseguir lançar um novo livro, eu digo tentando enganar o meu subconsciente.
Era eu quem tinha sido agredida mas quem chorava que nem uma criança era ele, enquanto implorava o meu perdão.
Eu engulo as minhas lágrimas e coloco a minha mão na cabeça dele, demonstrando que o tinha perdoado...
Foi a última vez, eu tenho certeza...

2 de Janeiro de 2016

Eu pensei que tinha sido a primeira a chegar á clinica mas a Spencer já estava na sala dos médicos, preparando café:
- Aria, que é isso na sua cara?
- Eu me machuquei, bati com o carro ontem á noite.
- Aria senta aqui por favor - ela pede sem tirar os olhos do meu ferimento.
Eu obedeço e permito que ela fale comigo enquanto segura a minha mão:
- Aria a gente se conhece da vida toda e não é segredo pra ninguém que eu te amo e que tudo que eu mais quis na vida foi te ter como minha mulher. Você casou e aparentava estar feliz mas ultimamente você tem aparecido aqui com manchas roxas nas costas, machucados nas pernas, ás vezes eu te toco e vejo que você se contorce por causa da dor. Daí eu pergunto e você sempre se justifica com o fato de ser uma garota desastrada. Eu não sou boba e entendo que você se sinta com medo e até envergonhada de assumir, por isso eu não quero ouvir mais nada de você a não ser uma resposta sincera, através de um sim ou um não. 

Aria o Ezra anda te agredindo?