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História What If - Emison - Relembrando


Escrita por: LoLoUnnie

Notas do Autor


Boa Leitura!

Capítulo 9 - Relembrando


Fanfic / Fanfiction What If - Emison - Relembrando

PDV EMILY


- Emily, a Alison acaba de entrar no hospital com o Dylan, acho que ele passou mal no infantário.
- O quê? - eu digo olhando pra Jenna, assombrada pelas palavras dela.
- Vamos pra Pediatria, a Spencer já tá com ele - ela diz com um olhar meio que apreensivo.
Eu sigo a Jenna pelos corredores, me recusando a descer com ela pelo elevador, pois a ansiedade não me permitia ficar um segundo sequer parada, por isso fui pelas escadas de serviço e acabei chegando junto do meu filho primeiro que ela:
- Spencer o que ele tem?  - eu pergunto depois de beijar a testa dele e afagar o seu cabelo.
- Calma Emily, eu trouxe o seu filho pra cá porque...
- E com ordem de quem você saiu do infantário com ele? - eu pergunto interrompendo a Alison, pois o pânico sempre me leva a reagir de forma grotesca.
- Você tá sendo grossa Emily, a minha irmã só quis ajudar - diz Jason, que juntamente com a Spencer, está prestando assistência ao pequeno.
Alison sai de cabeça baixa e nesse momento eu me dou conta que fui demasiado ríspida e arrogante, porém agora não dá pra sequer pensar em ir atrás dela e me desculpar, pois eu estou demasiado preocupada com o meu menino:
- Ele vai ficar bem? - pergunto ansiosa.
- Emily você nem parece médica! - reclama Spencer, enquanto pousa o estetóscópio no peito do Dylan - Espera lá fora, a sua presença só vai provocar uma ansiedade desnecessária nele.
Eu ainda hesitei por alguns segundos, até porque apesar de eu ser médica, nós estamos falando da saúde do meu filho.
- Sai Emily por favor - diz Spencer, tentanto me relembrar que nesses casos esse é o procedimento certo a ter com os pais dos pacientes.
Eu obedeço e fico no corredor por alguns minutos, andando de um lado pro outro e isso fez com que eu me lembrasse, que era nesse mesmo estado que eu me encontrava, no dia que o Dylan nasceu. Naquele momento eu não tinha a minima ideia se ele sobreviveria ao atropelamento e agora eu tou aqui tentando lidar com a incerteza do estado de saúde de uma criança que sempre foi tão saudável..
Passo as minhas mãos pelo rosto e percebo que estou suando frio, por isso decido ir até o banheiro pra me refrescar um pouco. 
Quando entro, ouço alguém fungar como se a minha chegada a tivesse alarmado e quisesse esconder que estava chorando. Me ajoelho no chão, espreito pra tentar descobrir de quem se trata e qual não é o meu espanto, quando vejo que é a Alison que está ali sentada:
- Alison?? Você está chorando, abre a porta e vamos conversar - peço.
Ela sai de cabeça baixa e eu fico sem jeito, pois acredito que a culpada do estado em que ela se encontra seja eu:
- Como você sabia que eu tava aqui? - ela pergunta confusa.
- Eu não sabia, eu queria lavar as mãos e o rosto e quando entrei ouvi alguém chorar. Me ajoelhei pra tentar ver de quem se tratava e assim que olhei pra sua mão, reconheci o anel que...
- O anel que você me deu quando me pediu em casamento? Não quero mais pode dar pra Paige - ela diz arremessando o objeto contra o meu peito.
- Que é isso, cê tá louca? Eu não te dei o direito...
- O direito de reclamar o seu amor e a sua fidelidade depois de ter sumido durante quatro anos? Eu já entendi tudo Emily! Entendi que eu e você se tornou apenas um sonho de adolescente e que eu cresci acabando por ficar sozinha nesse sonho e que agora é tarde...
- Pára de me interromper e tentar adivinhar os meus pensamentos - eu digo num tom de voz alterado.
Alison fica em silêncio e eu não resisto a fazer aquilo com que tenho sonhando desde aquela noite em que a vi disposta a virar este hospital de cabeça pra baixo. A encosto numa das paredes daquele banheiro e sem me importar com a possibilidade de ser surpreendida por algum colega, eu a beijo com fúria, como se estivesse tentando matar uma saudade que já tem muitos anos de espera. O beijo da Alison continua igual, entregue e cheio de paixão e por conta disso eu me perco naquele momento, esquecendo todos os porquês que estão no meio da nossa reconciliação, pra minutos depois eu passar a mão pelo seu pescoço e começar a apertá-lo como se quisesse sufocá-la:
- Em primeiro lugar você não pode vir aqui reclamar algo que eu nunca deixei que se perdesse, mesmo tendo de lidar com a sua ausência, pois o meu amor e a minha fidelidade sempre foram seus. Em segundo lugar, você tem toda a razão ao dizer que não pode me exigir nada, sendo que você não tinha o direito de sumir da minha vida - eu digo em seu ouvido, enquanto soltava o seu pescoço, pra logo em seguida sair do banheiro, decidida a saber se a Spencer já tinha um parecer sobre o estado do meu pequeno...

 


PDV ARIA

 

Quando eu estava prestes a terminar o meu dia de trabalho, eis que uma das enfermeiras vem me avisar que o Dylan deu entrada na Urgência Pediátrica e que a Spencer estava em estado de alerta e pediu pra me chamar:
- Spencer o que está acontecendo, onde está a Emily?
- Eu tive de pedir pra ela sair daqui, pois ela tava demonstrando todo o seu nervosismo e eu não quero que com isso o Dylan fique ansioso.
- Eu entendo a Em, essa é a primeira vez que o garoto fica doente...
- Sim mas eu não chamei você por causa da Emily e sim porque eu quero que o Dylan passe a noite aqui em observação e queria te perguntar se você pode levar a Hanna pra casa.
- Hum claro que sim, mas o que o Dylan tem concretamente?
- Febre alta, vomitos e dor de cabeça. Provavelmente é uma virose mas eu prefiro que ele fique em observação e assim aproveito e já faço um check up.
- Tá certo, qualquer coisa você liga pra mim, vou ficar de prevenção - eu afirmo e logo em seguida eu faço sinal a Jason pra que me acompanhe até ao corredor:
- Onde tá a Emily?
- Não sei nem quero saber - ele responde revirando os olhos - essa garota tá cada dia mais grossa, não sei o que a minha irmã ainda pode querer com ela.
- É normal que ela esteja assim por causa do filho você não acha?
- Eu tou começando a achar é que e a Alison ainda vai se arrepender de ter voltado isso sim - ele conclui, voltando pro quarto do Dylan.


****


- Até que enfim alguém lembrou que eu existo! - reclama Hanna visivelmente aborrecida.
- Desculpa Hanna, é que o Dylan tá doente e a Spencer quer cuidar dele ela mesma.
- O que ele tem? Céus como está a Emily?
- Ao que parece é apenas uma virose causada talvez por uma exposição a um novo ambiente, pois ele começou a frequentar o infantário tem poucos dias.
- Ah entendi! Por favor Aria me leva pra casa, eu tou ficando louca aqui.
- Mas em casa você vai ficar sozinha - afirmo  - fazemos assim: você dorme lá em casa hoje e amanhã a Spencer te leva pra vossa casa tá bom?
Hanna acena com a cabeça positivamente, ao mesmo tempo que revira os olhos e suspira profundamente.
- Eu acompanho vocês até o seu carro Aria - diz Jason que apareceu ali vindo do nada.
- Ninguém pediu a sua ajuda garoto! E eu já te pedi pra ficar longe de mim.
- Hanna deixa de ser cabeça dura e sinta-se feliz por ser uma das poucas previlegiadas a usufruir dos meus braços, que vão te carregar quer você queira quer não.
- Ai gente parem com esse joguinho e vamos embora que já passa da hora de eu tar em casa - eu digo, deixando que a última surra que o Ezra me deu, invada a minha mente.
Jason coloca a Hanna em seus braços e eu quase me atrevo a dizer que a atração que tem entre eles o dois é bem palpável e que mesmo depois de todos estes anos separados, nem um nem o outro esqueceu o amor que sentiam naquela altura.
Os olhos da Hanna brilhavam tanto, que mesmo se tivesse um blackout, o corredor não deixaria de estar iluminado. Jason é um sedutor nato e ela nunca soube resistir ao encantos dele, até ao dia em que o viu beijando a Mona. E tal como diz o ditado: "falando no diabo aparece o rabo", eis que a esposa indignada, surge na nossa frente, fulminando o ex-casal com o seu olhar:
- Eu posso saber o que está acontecendo aqui?

 

FICHA TÉCNICA
NOME: Mona V. DiLaurentis
IDADE: 28
PROFISSÃO: Gerente de uma Night Club
SECRETAMENTE: é testemunha do atropelamento da mãe do Dylan

 

- Mona como vai? - eu pergunto meio sem graça - o Jason só ia ajudar a levar a Hanna até ao meu carro porque ela machucou o pé.
- Eu não sabia que a clinica tava com falta de pessoal, pois até onde eu sei isso é trabalho dos auxiliares de enfermagem, ou dessas muletas que você tem na sua mão Aria. Jason coloca essa vadia no chão agora! 
- O que você me chamou? Vadia é você que andava aos beijos com o Jason sabendo que ele namorava comigo - atira Hanna com os olhos vermelhos de raiva.
Mona se escusa de responder, oferecendo apenas um leve bocejar, que acabou por desmoralizar a minha amiga e Jason acaba por obedecer á esposa, colocando a Hanna no chão, que se apoia nas muletas que eu estava segurando. Os dois seguem pelo corredor num sentido oposto ao nosso e assim que a figura deles desaparece, a irmã da Spencer solta um grito enfurecido:
- QUE VONTADE DE MATAR ESSA IDIOTA!
- Calma Hanna! Olha eu sei que o que ela fez no passado foi horrível, no entanto agora quem está casada com o Jason é ela e você vai concordar comigo que deve ser muito ruim encontrar vocês dois agarradinhos.
- É você tem razão mas ela que não se atreva a me insultar novamente e ainda menos se eu tiver com essas muletas, ou eu não respondo por mim.
Eu tentei não sorrir mas era impossível não cair numa gargalhada, ao imaginar a Hanna agredindo a Mona com as muletas dela e o Jason no meio.
Secretamente eu agradeci a Hanna por me ajudar a relaxar um pouco, pois sempre que chegava a hora de ir pra minha casa, o desânimo que invadia o meu rosto era mais que evidente e as pessoas á minha volta já tinham começado a notar...

 

PDV ALISON

 

A Emily deixou um sabor agridoce na minha boca com aquele beijo inesperado e com a sua relutância em negar que ela realmente se casou com a Paige.
O fato dela ter dito que o seu amor e fidelidade sempre foram meus, apenas revela que o casamento delas possa ter acontecido há pouco tempo mas que no entanto o amor delas é tão forte que até já deu frutos, fazendo com que elas adotassem o pequeno Dylan.
Apesar de no momento em que ela me beijou o meu coração estar batendo a mil á hora, a minha cabeça não conseguiu se desligar do tio Wayne, e sem que a Emily se apercebesse, eu acabei roubando o molho de chaves que estava no bolso da bata dela.
Uma dessas chaves com toda a certeza é da casa dos pais dela e eu não podia perder a chance de tirar uma cópia e guardar, pra eventualmente poder procurar as provas da negligência da morte da Vichy.
Decidi dar uma saída rápida até ao centro da cidade, decidida a encontrar um chaveiro e pelo caminho encontrei o meu irmão e a Mona discutindo:
- Ei que está acontecendo aqui? Jason você esqueceu que está num hospital?- eu pergunto me escusando de me mencionar a Mona, pois eu a detesto e não faço questão de demonstrar qualquer tipo de simpatia, mesmo ela sendo a mãe da minha sobrinha.
- Desculpa Alison, é que a Mona deixou a Amy com a vizinha só pra vir até aqui encher o meu saco - ele afirma se justificando.
- Se eu soubesse que ao vir aqui, eu seria obrigada a ver você carregando a Hanna em seus braços, pode ter certeza que teria ficado em casa. No entanto eu vim aqui pra trazer um recado pra Alison - ela diz olhando pra mim - o seu agente de liberdade condicional ligou lá pra casa, dizendo que você tem até as 22h pra ligar pra ele.
As palavras da Mona fizeram com que eu colocasse a mão no meu bolso, pra verificar o meu celular, que estava completamente danificado por conta da queda do autocarro.
- Que droga! Eu vou até o centro da cidade e ligo pra ele de uma cabine. Jason você me empresta o seu carro?
Ele acede ao meu pedido, me entregando a chave do carro e eu saio rapidamente, decidida a dar o primeiro passo na minha investigação. Assim que o chaveiro me entrega as cópias, eu vou até uma cabine, discando o tão memorável número do agente.

 

LIGAÇÃO ON:

- Daqui fala Alison Dilaurentis.
- Pensei que você ia me obrigar a ir até Rosewood.
- Desculpe, coisas aconteceram.
- Certo, que não se repita. Alcool usou?
- Não.
- Drogas?
- Não.
- Entrou em alguma boate ou casa de jogo ilegal?
- Não.
- Se recolheu antes das onze horas?
- Sim (minto)
- Ok DiLaurentis! Amanhã me ligue antes da hora de recolher.

LIGAÇÃO OFF***

 

Todas as pessoas que estão na minha situação, tem um agente de liberdade condicional que as acompanha no dia-a-dia. Por ter me mudado pra minha cidade natal, eu era obrigada a manter contato telefónico com esse agente ao menos uma vez por dia, reportando o meu comportamento, pois não me era permitido entrar em locais onde fosse houvesse consumo de bebidas alcoolicas, não podia usar drogas, frequentar casinos e muito menos ser vista andando na rua depois das onze horas. 
Essas regras me fizeram lembrar que eu preciso pedir ao Toby pra que digite que uma declaração que eu entregarei no Tribunal, pedindo permissão pra trabalhar durante o plantão, pois eu não podia ser apanhada cometendo qualquer insubordinação, correndo o risco de ser detida e assim cumprir o resto da minha pena em regime fechado.
Fiz o caminho de volta pro hospital, pensando no ódio que eu sinto do pai da Emiy, que eu considero um verdadeiro monstro hipócrita e prepotente, que conseguiu destruir tudo de bom que eu tinha em mim, levando a minha alma pro abismo e esvaziando ela de todos os sonhos e alegrias, restando apenas as memórias do tempo em que mais eu fui mais feliz.
Assim que entro na clinica, dou de caras com a Paige, que está no balcão de atendimento se fazendo anunciar:
- Porque você mentiu dizendo que também é mãe do Dylan? - pergunto enquanto aperto o braço dela com toda a força.
- Me solta Alison! - ela ordena enfurecida - eu cuido do filho da Emily desde o dia em que ele nasceu, por isso sim eu me sinto como se ele fosse meu filho também.
Um onda de alívio percorre o meu corpo mas eu tento disfarçar o máximo que posso e por isso me aproximo do seu ouvido, dizendo baixinho:
- Você é uma cobra Paige, sempre foi.
- Eu sou a cobra que ficou apoiando a Emily desde que você foi embora, acho que mereço algum respeito da sua parte - ela diz quase chorando e me surpreendendo, porém poucos segundos depois, eu percebo que esse teatro se deve á presença da Emily, que veio ao nosso encontro assim que nos viu:
- Paige porque você não me ligou pra que eu fosse buscar o Dylan? 
- Emily eu ia te ligar no exato momento em que a Alison apareceu pra ir buscar a Amy e quando ela viu que o menino tava com muita febre insistiu em trazê-lo e você sabe muito bem que no que diz respeito ao bem estar do Dylan, eu não deixo que o orgulho interfira. Contudo eu peço perdão por deixar o seu filho aos cuidados de uma quase estranha, pois no momento eu só pensei que ele estava sendo levado por uma médica - ela se justifica sob o meu olhar estupefacto.
- Tudo bem você agiu certo mas que não se repita - Emily responde quase babando.
- Como ele está? Vocês já sabem o que ele tem? Posso vê-lo?
- É somente uma virose e a Spencer já tá cuidando dele. Amanhã quando o Dylan tiver alta você passa lá em casa tá?
- Tudo bem! Fala pra ele que tou morrendo de saudade e que amanhã vou tirar o dia de folga pra cuidar dele.
Emily assentiu com a cabeça e voltou pra Unidade Pediátrica sem sequer olhar pra mim.
- Pelo que estou vendo, o seu regresso não surtiu qualquer efeito sobre a Emily  - diz Paige fazendo um ar de deboche.
- Vai se catar sua mal amada! - eu respondo saindo de perto dela, que ainda assim não se coibiu de soltar uma gargalhada.


****


- Como está o filho da Emily? - eu pergunto pra Spencer que está tomando uma sopa na cafetaria.
- Com alguma febre ainda mas eu já fiz uma colheita de sangue e urina pra fazer alguns exames complementares - ela responde secamente.
- Spencer, você foi a única pessoa que não me recebeu de braços abertos quando eu cheguei e a principio eu até pensei que seria por conta de não estar a par do estado da Hanna mas até onde eu sei a sua irmã já teve alta. Qual é o seu problema comigo? - pergunto sem rodeios, na intenção de obter uma resposta sincera.
- O meu problema com você é essa sua atitude arrogante Alison, pois você chegou aqui como se tivesse sumido por quatro dias e não por quatro anos.
- Você tá me tratando com frieza porque decidiu tomar as dores da Emily é isso?
- Por acaso passa pela sua cabeça o que a Emiily sofreu?
- Eu também sofri Spencer, você não pode sair me julgando, sem sequer me dar uma chance de me justificar.
- Eu tou te julgando apenas pelo que eu vi durante o tempo que você esteve ausente. Vi uma garota sendo obrigada a desistir de todos os sonhos de adolescência, tornando-se assim uma mulher fria e ausente de sentimentos amorosos. Vi a minha amiga perder o sorriso a cada dia que passava, pra depois de algum tempo aprender a oferecer uma gargalhada, que saía por entre a dor que ela estava sentido. Vi uma Emily definhar por estar sendo obrigada a ter de lidar com a dor da sua partida. Nenhuma garota da idade dela e com sentimentos tão nobres deveria ter de passar pelo que ela passou. E é por esse motivo que sim eu acredito que você até possa ter sofrido também, no entanto quem escolheu partir foi você e não a Emily.

O desabafo da Spencer fez com que algumas lágrimas rolassem pela minha face. Eu caí em mim e vi que perante o sofrimento da Emily eu jamais poderia me considerar uma vítima e que se no meu regresso a Rosewood eu acabasse descobrindo que perdi o seu amor pra sempre, eu não teria direito algum de reclamar:
- Sabe Spencer, eu até poderia aproveitar o facto de estar chorando, pra sentar aqui e te contar sobre como eu sofri por estar longe. No entanto, a verdade é que eu não senti nada durante esses quatro anos. E isso porque só quem tem alma é que pode sentir dor e eu te garanto que apesar de eu ter escolhido ir embora, a minha alma ficou aqui com a Emily.

Eu saí colocando um ponto final naquela conversa e fui até ao quarto do George para ver como ele está. Assim que me viu chegar a mãe dele me abraça, agradecendo por tudo que eu fiz pelo menino. Eu peço a uma enfermeira que me entregue os resultados das últimas análises do garoto e dou uma previsão de alta pra daqui a dois dias.
Passado algumas horas e depois de eu ter começado o meu segundo dia de plantão na clinica, eu vou até o quarto do Dylan e vejo que a Emily está sentada ao lado da cama dele, com a cabeça apoiada no travesseiro do garoto. Sem resistir eu me aproximo dela e chego á conclusão que ela adormeceu.
- Emily? - eu chamo baixinho tocando em seu ombro.
- Amor? Quer dizer... Alison - ela se corrige depois de abrir os olhos e perceber que está no hospital.
- Porque você não deita ali no sofá? Aqui você corre o risco de ganhar uma entorse - alerto carinhosamente.
Não sei como mas ela me obedece e eu aproveito pra cobrir o seu corpo com uma manta que está no roupeiro. Quando viro as costas pra sair a fim de deixá-la descansar, sinto a sua mão apertando o meu pulso, impedindo que eu desse mais um passo sequer:
- Porque você foi embora Ali?

 


PDV EMILY

 

Alison se detém olhando pra mim, até que por fim ela resolve se deitar ao meu lado no confortável sofá-cama, que serve pra acomodar os acompanhantes dos pacientes, pra que eles possam descansar por algumas horas.
O perfume que emana do seu cabelo, me reencaminha pro tempo em que a gente namorava e aquelas manhãs em que ela ia até ao meu quarto e ao invés de me despertar com um beijo, ela se deitava ao meu lado, permitindo que fosse o seu odor corporal o motivo que fazia eu acordar sorrindo.
- Parece que voltámos cinco anos no tempo - eu afirmo sem qualquer tipo de ressentimento.
- Você lembra quando eu me enfiava debaixo das cobertas e ficava ao seu lado esperando você acordar? 
- Como eu poderia esquecer esse seu cabelo perfumado fazendo cócega no meu nariz? 
- Daí você não dizia nada, apenas sorria e colocava a mão no meu ventre, começando a brincar com o meu umbigo.
- E você morria de rir enquanto se encolhia toda - completo fazendo um meio sorriso.
- Como eu tenho saudade de nós duas Emily - ela diz no meio de um suspiro.
- Já que você não quer me dizer porque partiu, porque não me conta porque voltou?
- Se eu te disser que voltei pra cumprir a minha promessa, você acredita?
- Acho meio dificil - retorqui, fugindo com o meu olhar.
- A Spencer teve me contando sobre como você ficou infeliz por conta do meu sumisso. Emily você não faz ideia de como eu me sinto mal por ter te abandonado.
- Tenho sérios motivos pra duvidar disso.
Alison pega na minha mão e muito por culpa da minha fragilidade por ver o Dylan doente, eu permito que ela se aproxime, da mesma forma que ela fazia quando a gente namorava e  queria me dizer algo sério:
- Você pode duvidar de tudo, menos do amor que eu sinto por você. E se eu te digo que te amo e que nunca nem por um só segundo deixei de te amar, acredite. Ao saber que a minha partida roubou o brilho do seu olhar, o meu coração chora de dor e arrependimento, até porque perder o brilho dos seus olhos é o mesmo que se as estrelas perdessem a sua luz. E quem consegue enxergar se as estrelas estiverem apagadas? Não é possivel que você já não lembre de como eu era apaixonada pelos seus olhos e de como você conseguia tirar o melhor de mim, apenas com um olhar seu. 
Eu fiquei em silêncio, pois não sabia o que dizer o que fez com que Alison continuassse:
- Sabe Emily, eu não tenho como me desculpar e muito menos te compensar por todos estes anos em que estive ausente. Eu posso te dizer mil e uma coisas e até te dar mil justificações, no entanto eu sei que nada vai apagar o sofrimento que eu te causei. Contudo eu não quero te pedir nada, nem te pressionar. Eu só quero aproveitar este momento pra te pedir perdão. Me perdoa por ter sido tâo cruel com o nosso amor.

Eu quero responder com um simples eu te amo, me permitindo a cumprir a minha promessa de esperar por ela pelo tempo que fosse. No entanto a Alison encontrou uma Emily diferente. Eu me tornei uma pessoa desconfiada e fria e se com o passar do tempo eu fui ganhando cada vez mais dificuldade de confiar nas pessoas, não me imagino confiando nela. E se a Alison estiver voltando pra daqui a algum tempo resolver sumir de novo?
Enquanto eu ainda estou pensando no que vou responder, Alison encosta a cabeça no meu ombro e novamente eu me deixo levar pelo cheiro do seu perfume. O amor que sinto por ela é inegável e a verdade é que por alguns instantes, eu acabo por fechar os olhos, pedindo a Deus que aquele momento dure pra sempre:

- Sabe Alison, durante o tempo que estivemos juntas, eu sonhei tanto com tanta coisa e mesmo depois de você partir, eu continuei sonhando e recordando o seu sorriso e a forma como você encarava a vida. Durante a sua ausência eu fui aprendendo a viver sem você e hoje em dia eu posso te dizer que eu tivesse de lidar com o fato de você sumir novamente, eu já não sofreria tanto, nem o pouco brilho que ainda resta no meu olhar iria se apagar. Com o passar do tempo eu fui aprendendo a deixar o passado pra trás e começar tudo do zero, esquecendo os planos que a gente fez. Mas ainda assim eu nunca deixei de te amar e acredito que você nunca deixou de me amar. No entanto você demorou tanto pra voltar que a minha pergunta é: você estaria disposta a ficar comigo pra sempre e me fazer feliz, ou será que isso seria te pedir demais?

Alison não responde e eu abro os olhos, acabando por me aperceber que ela tinha adormecido, provavelmente por culpa de estar acordada há mais de 48h, cuidando dos pacientes, como se quisesse recuperar o tempo perdido em apenas um dia. Ela é uma ótima profissional e acredito que a sua chegada será uma mais-valia pra nossa clinica. Céus como eu senti saudade do cheiro da sua pele....
Minutos depois me dou conta que mesmo tendo adormecido, ela não soltou a minha mão e num desejo incontrolável de fazer um regresso ao passado, eu coloco a aliança que há horas atrás ela tinha jogado na minha direção e fecho os olhos adormecendo com a sua mão colocada sobre o meu peito, ouvindo ela sussurar algo enquanto dorme:
- O que você disse Ali?
- Eu te amo Emily...
Eu apertei a mão dela e em meio de suspiro de felicidade digo em surdina, aquilo que nós sempre soubemos:
- Eu também te amo Alison, hoje ainda mais que ontem...

 


PDV ARIA

 

Graças a Deus eu tive a brilhante ideia de levar a Hanna comigo pra casa, o que fez com que o Ezra me desse uma folga das suas cobranças, por conta de eu chegar tarde em casa mesmo quando eu não estava escalada pro plantão.
A paz que eu senti nessa noite foi impagável: o Ezra tava fazendo o papel de esposo perfeito e até preparou o jantar pra nós, se declarando a mim a cada cinco minutos, porém quando fomos pro quarto, ele simplesmente se comportou com se eu fosse invisivel, virando pro lado e dormindo, sem me dar um beijo de boa noite.
No dia seguinte eu acordei com a campainha tocando e quando fui abrir vi uma Spencer cheia de olheiras e com um ar preocupado:
- A Hanna ainda tá dormindo! - afirmei olhando pro meu relógio de pulso.
- Eu preciso da sua ajuda. Passei a noite vigiando a febre do Dylan, que não cedeu a nenhum remédio que eu administrei, até que eu pedi alguns exames complementares e me há coisa de uma hora atrás, passou pela minha cabeça que ele pode precisar de ser observado por você.
- Por mim? Você tá querendo dizer?
- Sim é isso mesmo...
- Meu Deus! Você me espera enquanto eu troco de roupa?
- Claro que sim, enquanto isso eu vou acordar a Hanna - ela responde indo até ao quarto de hóspedes, que ela tão bem conhece.


****


Passado uma hora e depois de deixarmos a Hanna na casa dos Hastings, nós chegamos ao hospital e logo eu peço ao Jason pra me entregar todos os exames que foram feitos ao Dylan durante a noite, observando apenas a parte que mais me interessa:
-  Jason cadé a Emily?
- Ela tá no quarto com o Dylan e com a Alison - ele responde.
- Com a Alison?
- Sim elas passaram a noite ao lado do garoto e pelo jeito que eu vi elas dormindo juntinhas, tudo me leva a crer que fizeram as pazes.
Eu ignoro o comentário do Jason e vou até ao quarto do menino decidida a despertar a Emily mas quando chego a forma como elas estão dormindo abraçadinhas, corta o meu coração por ter de ser eu quem vai terminar aquele momento mágico com uma péssima noticia.
- Assim que elas acordarem pede pra Emily ir até ao meu consultório - eu peço a Jason que acena com a cabeça positivamente.
Procuro pela Spencer que está observando o pequeno Ben e aproveito pra perguntar como ele se encontra:
- O Ben é um guerreiro, ele tá recuperando bem e eu acredito que em menos de duas semanas ele vai voltar pra casa - ela responde entusiasmada.
- Spencer nós precisamos conversar é meio urgente - eu afirmo meio em surdina.
Nós vamos até á cafetaria e eu aproveito pra pedir um café duplo, pois a verdade é que ao lado do Ezra eu nunca durmo muito bem, com medo que ele tenha um dos seus inesperados ataques de ciúmes e me agrida enquanto estou dormindo:
- Eu estive vendo as análises de sangue do Dylan e verifiquei que ele tem uma contagem muito baixa dos glóbulos brancos.
- Céus! Ele vai ser seu paciente Aria? É isso que você tá dizendo?
- Vamos esperar que o Dylan desperte pra que eu peça noos exames a fim de fazer um despiste pra saber com que doença estamos lidando.
- Aria me responda sem rodeios? O que o Dylan tem é grave?
- Eu não sei te dizer Spence mas pelo que eu vi nas análises dele, tudo indica que o menino esteja apresentando um quadro de leucemia infantil.

- O quê????

 

 

    

 

 


Notas Finais


Então é isso!

A Emily ficou derretida com aquele jeitinho doce da Alison e verdade seja dita não tem amor como o primeiro né?

Olha eu fazendo isso com o Dylan :( me perdoem tá?? No entanto eu vou mostrar pra vocês a força que uma criança pode ter perante uma doença tão grave e como a dor também pode unir ainda mais duas pessoas que se amam..

Vcs acham que agora que a Emily vai precisar do apoio da Ali, a loirinha vai esquecer dos planos de vingança contra o do pai dela?

Vcs já sabem do tanto que a vossa opinião é importante pra mim por isso se me puderam dizer através do vosso comentario o que acharam do capítulo eu ficaria muito feliz...

Obrigada a todos que depositaram a sua confiança nessa Fic


até o próximo bju <3


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