Saí da cafeteria após conversar com Taylor por e-mail, hoje seria o dia em que eu buscaria ela, e graças a Deus, estava tudo saindo conforme o planejado, ou seja, ela iria vir para cá sem ninguém desconfiar, principalmente Chris. Atravessei a rua e fui direto em uma loja que eu estava indo com muita frequência, uma pequena floricultura, desde que eu vi aquele jardim na pousada da família Cabello, e quando Camila me contou a história dele, então eu resolvi tentar trazer vida para aquele jardim. Sorri para Maria, uma senhora que sempre me atendia com um carinho bastante acolhedor, depois que contei a história do jardim para ela, ela me contou que essa prova de amor, é algo muito raro de acontecer, de início eu pensei se ela estava falando de algum sentimento meu por Camila, mas ela me tranquilizou quando disse que o amor as plantas, nos dias de hoje, é algo muito raro, pois os homens só querem saber de destruir o nosso lar, para construir caixas de concreto e receber notas de dinheiro em troca, aquilo me deixou um pouco sem graça, pois meu pai me deu um projeto para a construção de um novo hotel, em uma área com uma grande vegetação, e esse é o projeto em que a Issartel quer entrar, mas depois do que conversei durante esses dias com Maria, estava repensando no projeto. Estava comprando algumas sementes de orquídea e jasmim, mas quando vi um vaso com uma flor meio azulada e achatada, decidi me aproximar. Toquei na mesma e sorri com a sua delicadeza, olhei para Maria que se aproximou com um sorriso singelo em seu rosto.
- Parece que você gostou dessa flor. - Ela tocou na mesma flor e sorriu.
- Sim, ela é muito delicada, qual é o nome dessa? - Desviei meu olhar da flor, para a senhora de estatura baixa e cabelos grisalhos.
- Ela se chama "Amor-Perfeito", que significa amor romântico e duradouro. - Ela suspirou. - Também é designada por "Erva-da-trindade, por conta das suas três cores e por uma referência à Santíssima Trindade, mas também dizem que na mitologia grega, é dedicada à Minerva, deusa da estratégia militar, da sabedoria e das artes. - Ela sorriu novamente. - Mas como os franceses são os românticos, eles a chamam de "Pensée", que significa "pensamento", e os amantes davam esta flor como presente antes de se ausentarem durante tempo indefinido, como garantia de que o seu amor nunca cairia no esquecimento. - Ela me olhou e continuou sorrindo.
- Nossa, que legal essa história. - Voltei a olhar para a flor, que estava molhada. - Mas por quê ela está toda molhada assim?
- Bom, como ela é de origem européia, ela é uma planta rasteira e selvagem, e lá na Europa o clima é mais frio, ou seja, é de sua preferência esse clima, e aqui como o clima é mais quente, elas perdem o vigor, por isso ela está mais molhada que o normal. - Ela suspirou tristemente. - E foi com uma flor dessa que meu marido se despediu de mim.
- Nossa Maria, eu não sabia, é me desculpe. - Passei minha mão em seu ombro e a olhei.
- Tudo bem menina, meu amor por ele nunca vai cair no esquecimento. - Elas sorriu triste ao me olhar. - Bom, se você quer algumas sementes dessa flor, eu tenho para te vender, mas lembrando, é bom plantar quando o clima aqui estiver mais fresco. - Ela saiu andando para os fundos da loja.
- Tudo bem, vai dar tempo de eu presentear Camila com esse jardim e até lá, a flor já vai estar em sua linda forma. - Falei com um sorriso no rosto, mas logo me lembrei que nunca havia falado desse jeito da latina para Maria, suspirei fechando os olhos.
- Eu sabia! - Ela riu ao me olhar. - Você está gostando dessa menina, certo? Por isso, quer trazer vida para o jardim dela.
- Não! Eu não gostando dela desse jeito que você está pensando. - Falei com um certo nervosismo na voz. - Ela é legal, linda, mas nós nem nos conhecemos direito, somos só amigas, e não vamos passar disso, e além do mais, quando eu acabar de refazer o jardim, pretendo voltar para Nova Iorque o quanto antes. - Sorri para a senhora, que negou com a cabeça e sorriu.
- Ai menina, o ruim dos jovens, é achar que nós, os mais velhos, somos bobos, mas esquecem que já passamos por tanta experiência, e uma delas é gostar de alguém, se apaixonar. - Ela me entregou o saquinho das sementes. - Fique com este, não vou te cobrar valor por ele, mas a única coisa que eu vou te cobrar, é que quando esta flor ganhar vida, você presenteie essa menina todos os dias. - Ela passou por mim e foi para o centro da loja.
- Porquê eu deveria presentear a Camila todos os dias, com essa flor? - Me virei para Maria, que parou na entrada do corredor e sorriu ao me olhar.
- Pois só assim, o amor de vocês, não cai no esquecimento. - Ela sorriu uma última vez, antes de ir atender seus clientes.
Fiquei com um olhar perdido enquanto processava o que Maria acabou de me dizer. Eu e Camila, amor? Realmente a idade está afetando o psicológico dessa senhora, tenho que me lembrar de leva-la no médico depois. Neguei com a cabeça e fui em direção ao balcão para pagar pelas ferramentas e sementes, olhei mais uma vez para Maria, que sorriu com ternura para mim, retribui o sorriso e saí do lugar o mais depressa possível. Ao chegar na pousada, agradeci ao deuses por encontrar Troy na recepção e melhor, sozinho, eu precisava de uma ajuda dele, porém ninguém deveria saber.
- Olá, Troy. - Sorri para o mesmo, que me olhou avaliativo. - Nossa, você está malhando? Está com mais músculos, já sei, quer impressionar a namorada, acertei? Sabia, continue assim.
- Desembucha, Lauren, você pode estar aqui tem quase um mês, mas já te conheço o suficiente. - Ele disse num tom impaciente, mas abriu um sorriso.
- Bom, eu vou precisar de um favor seu, mas ninguém pode saber disso. - Olhei pela recepção e me aproximei do mesmo. - Você pode me ajudar?
- Depende, qual o favor? - Ele se apoiou no balcão da recepção e me encarou sério.
- Bom, eu descobri que a pousada tem um jardim, certo? - Ele concordou. - Então, um belo dia eu fui ver o que era e descobri isso, só que ele está morto, como se estivesse abandonado, então a Camila me contou a história da avó dela e de que nunca mais conseguiu trazer vida para aquele jardim e eu quero fazer isso.
- Ok, mas onde eu entro nessa história? - Ele gesticulou enquanto lia um folheto qualquer.
- Eu quero trazer vida para esse jardim, desde que a Camila me contou tudo, eu tenho ido na cidade e tenho comprado sementes, ferramentas, menos adubo, pois não tem onde esconder. - Respirei fundo. - Mas, eu quero fazer uma surpresa para a Camila, e ela não pode saber, por isso eu quero te pedir, se você pode bloquear o jardim, tipo, levantar umas paredes de madeira.
- Certo, mas por quê eu? - Ele largou o folheto sobre o balcão e me olhou.
- Porque você é de confiança Troy, e fora que você sabe inventar uma boa desculpa para a Camila, se caso ela perguntar você inventa qualquer coisa para ela não desconfiar, e enquanto ninguém desconfia, eu vou reformando o jardim e dando vida para ele. - Sorri convencida para o rapaz.
- Ok, eu faço sim, mas olha, só espero que você consiga trazer vida mesmo, pois desde que a avó da Camila morreu, isso aqui perdeu um pouco da alegria que era. - Ele sorriu triste.
- Certo, pode deixar comigo, agora se me der licença, eu vou guardar essas compras aqui e me preparar para buscar uma pessoa no aeroporto. - Sorri para Troy, que apenas concordou com a cabeça e me acompanhou até a escada.
Entrei no quarto e juntei as duas bolsas com as outras que estavam no armário, sorri ao abaixar o rosto e comecei a imaginar a reação da latina ao ver a grande surpresa que eu estava preparando, logo afastei aqueles pensamentos e fechei as portas do armário, pegando minha bolsa em seguida e saindo do quarto. Taylor chegava em poucos minutos e eu teria que resolver esse assunto do Chris com ela.
Camila POV
Cheguei com Sofia na pousada e fomos direto para a cozinha, quem nos visse, ia achar que somos duas malucas, mas na verdade estamos apenas cansada e com bastante sede, afinal o sol de Havana estava castigando hoje. Larguei as sacolas de compra sobre o balcão e fui direto até a geladeira, peguei uma garrafa de água e virei de uma vez, fechando os olhos em seguida, senti algumas gotas escorrerem pela minha boca e cair entre o vale dos meus seios, logo senti um puxão em minhas mãos, me fazendo abrir os olhos assustada, então vi minha irmã fazer a mesma coisa e ainda soltar um gemido em alívio.
- Que delícia essa água. - Respirei fundo ao passar a mão em minha boca.
- Nem... - Sofia respirou fundo e me olhou. - Me fale. - Ela largou a garrafa quase vazia sobre o balcão.
- Sofia, você viu a Dinah hoje? - Perguntei enquanto tirava as compras das sacolas.
- Ih, kaki, aquela ali só quer saber da americana agora, é Normani pra lá, é Normani pra cá. - Sofia sorriu me olhando. - Parece que alguém conseguiu domar a fera.
- Verdade, acho que ela está apaixonada, e eu super apoio aquelas duas, apesar de sempre estarem brigando pela pousada. - Soltei uma risada enquanto guardava as carnes na geladeira.
- E a Lauren? - Ela perguntou com uma certa malícia.
- O que tem ela? - Me fiz de desentendida, escutei sua risada.
- Vocês andam muito próximas ultimamente, nem da Shay você fala mais. - Ela pegou uma maça da fruteira e mordeu. - Se bem que com uma mulher feito a Lauren, é impossível lembrar da ex. - Ela tapou a boca e segurou uma risada.
- Sofia Cabello! - Taquei um pano nela e soltei uma risada. - Me respeite hein, garota! E para sua informação, eu e Lauren somos amigas, e como amigas, nós fizemos um um acordo, que quando eu estivesse com ela, eu não falaria mais da Shay, e se caso eu falasse, ela iria embora daqui.
- Entendi. - Ela me olhou sugestiva. - Então, você evita falar da Shay, só pra ela não ir embora.
- Exatamente. - Concordei.
- Certo, mas aí eu te pergunto. - Ela se aproximou parando ao meu lado. - Você está evitando falar da sua ex para ela, pois está com medo de perder a Lauren hóspede, ou a Lauren amor da sua vida? - Ela piscou e sorriu. - Só me responda quando tiver a certeza de sua resposta.
Soltei a respiração quando minha irmã saiu da cozinha e me deixou com aquelas perguntas, que mais um vez rondam a minha cabeça. Não era de hoje que eu estava me perguntando isso, eu estava dividida, Shay ainda mexia comigo, afinal tivemos um relacionamento incrível, uma sempre ajudando a outra e tinha interesse recíproco ali, diferente de Lauren, que é mais espontânea e que se joga, deve ser pelo fato de sempre viver presa, então era essa minha dúvida, pelo fato de sempre viver presa em relação aos seus sentimentos, será que ela algum dia iria se prender a alguém? Meio difícil de saber, mas eu não posso negar, que eu estava com medo da resposta, pois por mais que a minha ex ainda mexesse comigo, Lauren também estava despertando algo em mim. Balancei a cabeça espantando aquelas dúvidas e sai da cozinha indo direto para a recepção, mas logo parei ao ver Lauren entrar com uma mulher ao seu lado, ela era um pouco mais alta que ela e tinha um jeito tímido e simpático ao mesmo tempo, seus cabelos eram castanhos e longos, seus estilo de se vestir era igual ao de Lauren, seus olhos eram numa cor de mel e seu sorriso era tímido. Arrumei minha postura e fui de encontro as duas.
- Camila! - Lauren disse animada, afinal ela tinha sorriso largo no rosto, e lindo por sinal. - Deixa eu te apresentar, Taylor Jauregui, minha irmã mais nova.
Desviei meu olhar de Lauren, para sua irmã, e quando estava prestes a estender minha mão direita, uma pessoa entrou na minha frente, me fazendo franzir o rosto.
- Olá, Taylor, eu sou Sofia Cabello. - Ela pegou na mão da menina, que tinha um sorriso divertido nos lábios. - Muito prazer em lhe receber. - Logo depositou um beijo em sua mão, enquanto a olhava nos olhos.
Cruzei os braços enquanto alternava meu olhar entre Lauren, Sofia e Taylor, que continha uma vermelhidão em seu rosto, enquanto olhava para minha irmã. Dei uma tossida para chamar a atenção das duas.
- O... O prazer é meu, Sofia. - Ela disse com uma voz trêmula, enquanto Sofia ainda segurava em sua mão.
- E eu.. - Empurrei minha irmã e sorri para a mesma, que me olhou incrédula. - Sou Camila Cabello. - Estendi a mão para a mesma, que riu e apertou em seguida. - É muito bom lhe receber em nossa pousada. - Sorri simpática para a mulher.
- Nossa, Lauren, bem que você falou, esse lugar é incrível, principalmente as pessoas. - Ela desviou seu olhar para minha irmã, que estava ao meu lado e sorriu.
- Pois é, mas agora eu espero que a Camila nos diga se tem um quarto disponível. - Lauren sorriu sem graça ao me olhar.
- Ai, olha Camila, se não tiver um quarto, não tem problema, eu me viro aqui pela cidade mesmo, até porque eu não vou ficar muitos dias e...
- Mas é claro que tem um quarto disponível, na verdade tem mais que um. - Sofia disse enquanto checava o caderno de reservas. - Temos o quarto doze, temos também o quarto quinze e olha só. - Ela nos olhou com um sorriso. - Temos o quarto de número três, esse é melhor de todos.
- Sofia Cabello! - Escutei a voz raivosa de Dinah ao se aproximar do balcão. - Para de querer oferecer o quarto três, e saia já do meu balcão!
Fiquei parada olhando sem entender para minha amiga e minha irmã, então fiz um sinal com a cabeça para Dinah, indicando Lauren e Taylor, que encarava as duas com um sorriso divertido no rosto.
- Me desculpe, mas é que ela adora implicar comigo, ás vezes. - A loira sorriu e se aproximou de Taylor, beijando o rosto da mesma. - Sou Dinah Jane, e você deve ser a irmã da Lauren, Taylor, acertei?
- Sim, prazer em te conhecer Dinah. - Ela sorriu para a minha amiga, que pegou a bolsa de sua mão.
- Venha, vou te levar ao seu quarto. - Minha amiga saiu em direção a escada, logo acompanhei a mesma.
- Como você sabia que ela era a irmã da Lauren? - Sussurrei para a minha amiga, enquanto subíamos a escada.
- Simples, eu vi sua irmã muito trouxa por ela. - Ela me olhou sugestiva.
- O quê você quer dizer com isso?
- Que as Jauregui tem um poder sinistro sobre as Cabello. - Ela riu enquanto esperava Taylor se aproximar de nós duas.
- Dinah... - Falei sem graça, enquanto minha amiga ria ao entrar no quarto da nova hóspede, neguei com a cabeça.
Desci a escada e encontrei Lauren e Troy de conversa na sala, parecia que os dois estavam armando alguma coisa, pois assim que o rapaz me viu, ele tratou de sair do lugar as pressas e ir para a cozinha, continuei olhando desconfiada para o mesmo, mas logo olhei para Lauren, que tinha um sorriso no rosto, caminhei até a mesma e sentei ao seu lado no sofá.
- Pelo visto minha irmã já conquistou alguém por aqui. - Ela riu.
- Não exagera, Sofia só estava querendo chamar atenção. - Sorri negando com a cabeça.
- E acho que ela consegiu. - Lauren jogou o cabelo para o lado e se posicionou de frente para mim.
- Você está querendo juntas as duas? - Soltei uma risada. - Pois nem tente, Sofia não é de se apaixonar por ninguém.
- E Taylor também não, então elas já tem duas coisas em comum. - Ela sorriu convencida.
- Você é muito boba. - Sorri para a morena e fiquei na mesma posição que a dela, colocando meu braço esquerdo no encosto do sofá.
- Camila? - Uma voz que eu conhecia muito bem me chamou, atraindo olhares meu e de Lauren.
- Shay... - Falei num suspiro e não contive o sorriso. - O que faz aqui? - Me levantei indo em direção a mesma.
- Eu vim me despedir. - Ela sorriu para mim e Lauren, que se aproximou ficando ao meu lado. - Oi, Lauren.
- Olá.
- Se despedir? Vai viajar? Volta quando? - Minha respiração estava pesada e meu olhar aflito, senti uma mão segurar a minha.
- É, você sabe, eu e a Ashley voltamos, e estamos firmes no nosso relacionamento, então ela me chamou para voltar com ela para Miami, e amanhã cedo já estou indo. - Ela sorriu um pouco triste.
- Então vocês... vocês vão morar juntas? - Engoli a seco na tentativa de conter as lágrimas e o nervosismo.
- Sim, depois de muito tempo, agora podemos viver em paz. - Ela sorriu enquanto olhava pelo interior da sala. - Vou sentir muitas saudades daqui, principalmente de você, Camila. - Sua mão tocou em meu rosto.
- Eu também... - Fechei os olhos sentindo uma lágrima descer em meu rosto e num impulso a abracei.
- É, tchau. - Escutei a voz de Lauren, mas não dei muita importância.
- Camila. - Shay me chamou ao me afastar um pouco e me fazer encara-la. - Não faz assim, nós já falamos sobre isso, somos amigas agora, você é linda, simpática, tem um sorriso que ilumina o mundo, e vai encontrar alguém que te ame do jeito que tem que ser.
- Mas...
- Não, Camila, não. - Ela alisou meu rosto e sorriu. - Pelo jeito, você já encontrou essa pessoa, só que não sabe ainda. - Seus lábios encostaram e minha testa num beijo calmo. - Agora eu tenho que ir, vou falar com o restante do pessoal e depois estou indo embora.
Ela sorriu e se afastou indo para os fundos da pousada, me sentei no sofá novamente e dessa vez eu deixei as lágrimas tomarem conta do meu rosto, eu não podia acreditar que Shay estava indo embora, tudo bem que nós terminamos, mas ela mora aqui em Cuba, eu conheço sua família e seus amigos, suas manias, suas qualidades, eu conheço Shay Mitchell de todos os jeitos e agora ela simplesmente vai embora, sem data para voltar. Não sei quanto tempo fiquei ali naquele sofá chorando, mas fiquei o bastante para escutar vozes na recepção. Levantei e caminhei até a escada, ficando parada na ponta da mesma, olhei para Dinah, Ally, Sofia, Alejandro e Sinu, que se despediam da minha ex, enxuguei minhas lágrimas e sorri uma última vez para a morena, que acenou antes de sair pela porta e sumir do meu campo de visão, respirei fundo e subi a escada com uma certa pressa indo direto para o meu quarto, onde entrei trancando a porta e me joguei na cama, continuei a chorar até não ter forças mais e cair no sono.
Lauren POV
- Taylor, eu não acredito que eles estão jogando sujo. - Falei com um acerta raiva enquanto andava de um lado para o outro em meu quarto.
- Pois é, e eu estou com medo de perder esse jogo. - Ela suspirou. - Não aguento mais ter que ficar escutando as provocações dela.
- Eu sei, eu te entendo, e ele não vai cansar enquanto pegar a presidência e fazer essa burrada. - Parei no meio do quarto e suspirei pesado.
- Burrada? Mas não era esse o tal projeto que você tanto queria? O projeto que vai gerar muito lucro para a empresa? - Ela me olhou sem entender.
- Sim, esse era o projeto, mas não sei se eu quero ele mais. - Me sentei na cama ao seu lado. - Depois que eu vim parar aqui, muita coisa mudou.
- É, eu percebi isso, mas e então, o que nós vamos fazer? Você sabe que tenho que voltar para Nova Iorque em três dias. - Ela tinha uma preocupação na voz.
- É, eu sei, por enquanto não vamos fazer nada, você vai descansar um pouco e depois eu te chamo para o jantar, você vai amar uma sobremesa que a Camila sabe fazer. - Sorri para minha irmã e me levantei junto da mesma, indo até a porta do quarto.
- Parece que alguém conseguiu domar esse coração aí. - Ela disse com um sorriso sapeca no rosto ao abrir a porta.
- Vai começar? - Fingi impaciência. - Camila é só uma amiga, nada demais.
- Sei... - Ela riu, mas logo foi interrompida por Dinah, que tinha uma expressão triste no rosto.
- O que houve? - Olhei para a loira.
- A Camila, ela se trancou naquele quarto já faz um tempo e não quer mais sair. - Ela suspirou.
- Você tem a chave-mestre? - Taylor perguntou séria para Dinah, que a encarou confusa. - Essa chave abre todas as portas dos quartos, você tem ela aí?
- Oh, tenho. - Ela sorriu sem jeito. - Desculpa, fiquei tão nervosa, que eu esqueci desse detalhe. - Ela pegou o objeto no bolso do seu short e me entregou.
- Vou lá conversar com ela. - Disse séria encarando as duas. - E sem piadinhas depois.
[PLAY - repeat] Tenerife Sea
Caminhei até o final do corredor e assim que parei em frente a porta do quarto de Camila, soltei um suspiro pesado, olhei a chave em minha mão uma última vez, antes de colocar a mesma na fechadura e girar, destrancando a porta. Olhei para as duas mulheres paradas no meio do corredor e entrei no cômodo fechando a porta devagar atrás de mim. Olhei em volta e ele não era diferente do meu, mas no entanto havia uma certa decoração mais alegre nele, ao meu lado esquerdo havia uma penteadeira com um espelho, na outra parede ao meu lado direito, havia a porta que dava acesso ao banheiro e diferente do meu quarto, ali havia um pequeno closet no lugar do armário. Olhei para o centro do quarto e lá estava ela, deitada sobre a cama de casal, me aproximei devagar e fui até a janela que fica na parede atrás de sua cama e abri um pouco das cortinas, logo voltei para o lado direito da cama e me agachei. Seu rosto transmitia uma calmaria e fragilidade, e eu sabia qual era o motivo, levei minha mão esquerda até o seu rosto enquanto apoiava meu queixo em minha mão direita que estava sobre a cama. Com meu dedo indicador, contornei o rosto num toque suave, descendo de sua sobrancelha direita até o seu maxilar, voltei o caminho e parei colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. Fiquei mais alguns segundos, até perceber Camila franzir o nariz e abrir os olhos devagar, fixando seu olhar no meu em seguida. Desviei meu olhar para os seus lábios e passei meu dedo sobre os mesmos, sentindo um lufada de ar quente em minha mão, voltei meu olhar para a latina e eu não conseguia conter mais a minha vontade, subi na cama, ficando sobre seu corpo.
- Lauren...
- Não...
Encostei meus lábios nos seus iniciando um beijo calmo, um leve roçar de lábios, levei minha mão esquerda até sua coxa direita que estava exposta por conta da fenda de sua saia, flexionei e alisei a mesma, sentindo sua pele se arrepiar, pedi passagem com a minha língua e Camila não demorou em ceder, e assim que nossas línguas se tocaram, um arrepio que eu nunca senti, percorreu todo o meu corpo e um gemido abafado escapou dos lábios da latina. Aprofundei mais o beijo ao sentir uma de suas mãos em minha nuca, apertando e arranhando a mesma de leve, apertei sua coxa ao sentir uma leve mordida e um puxão em meu lábio inferior, abri os olhos e encarei os castanhos intensos e brilhosos, nossas respirações estavam descompassadas e um calor maior se fazia naquele cômodo. Me afastei do corpo da latina e fiquei de joelhos sobre a cama para retirar minha camisa. Acompanhei com o olhar, quando Camila se aproximou e me ajudou a desabotoar a minha camisa, jogando a mesma em qualquer lugar daquele quarto, me fazendo soltar um suspiro pesado, logo ela se ajoelhou e levou suas mãos para as minhas costas, e enquanto dava leves beijos em meu pescoço, suas mãos foram ágeis em retirar meu sutiã. Olhei para Camila assim que ela se afastou um pouco, então ajudei a mesma retirar sua regata branca e joguei a mesma pelo quarto, e nessas trocas de olhares e carinhos, retiramos nossas roupas.
Desejo e vontade era o que nos dominava agora, nossos corpos suados sobre a cama devido ao intenso calor no quarto, desci meus lábios pelo pescoço da latina até o vale dos seus seios, onde fiquei um tempo ali chupando e mordendo seus seios fazendo Camila gemer enquanto sua mão esquerda apertava minha nuca e meu ombro. Desci meus lábios até o meio de suas pernas e beijei o interior de suas coxas, antes de inspirar sobre o seu sexo e soltar uma lufada de ar quente sobre o mesmo, fazendo Camila soltar um gemido e arranhar meus ombros.
- Lauren... Por favor... - Sua voz saiu sôfrega junto de um gemido.
Subi meu corpo e olhei para o rosto da latina que continha uma expressão de desejo, dei um leve beijo em seus lábios antes de descer novamente e levar meus lábios em seu sexo, onde comecei a chupar e a lamber. Um gemido escapou da minha boca, ao sentir suas unhas arranharem um pouco as minhas costas. Passei minha língua em sua entrada e subi até o seu clitóris, onde suguei, escutando um gemido alto da latina em seguida. Entre chupadas, lambidas e algumas mordidas, não demorou muito para Camila chegar ao orgasmo e gozar em minha boca. Após alguns segundos, subi distribuindo beijos por sua barriga, o vale de seus seios até chegar aos seus lábios e a beijar com calma. Separamos nossos lábios e abri meus olhos e mais uma vez encarei aqueles castanhos que me deixavam hipnotizada. Desci minha mão esquerda por sua barriga até chegar em seu sexo, comecei a distribuir beijos por seu pescoço, enquanto estimulava seu clitóris, soltei um gemido ao sentir suas unhas arranhando novamente minhas costas.
- Madre de Dios... - Camila soltou entre um gemido, assim que enfiei dois dedos em sua boceta de uma vez.
Voltei a beijar seus lábios, nossos corpos se roçavam numa sincronia perfeita, soltei um gemido entre o beijo ao sentir os dedos da latina me preencherem de uma vez, mordi seu lábio inferior e olhei em seus olhos. Nossos gemidos, respirações descompassadas e nossas trocas de olhares, era o que preenchia o quarto. Soltei mais um gemido rouco quando os dedos da latina me estocaram mais forte, um sorriso surgiu em seus lábios, mas ela logo soltou um gemido quando a estoquei mais forte e rápido. Não demorou muito para chegarmos ao ápice juntas e cair em um orgasmo chamando uma a outra em um gemido. Após alguns minutos, retirei meus dedos de dentro da Camila, que também havia feito o mesmo e me deitei ao seu lado, virei meu rosto e encarei seus olhos castanhos que agora estavam serenos e um sorriso tranquilo surgiu novamente em seu rosto, me fazendo sorrir, ela se aproximou deitando sua cabeça em meu peito e aninhando seu copo ao meu, puxei o lençol e abracei seu corpo.
- Obrigada, Lauren... - Ela disse num tom sonolento antes de se aconchegar mas um vez e cair em um sono pesado.
- Obrigada, Camila. - Sussurrei antes de fechar os olhos.
Nova Iorque - 10:30
Chris POV
- É mentira! Taylor não viajou a negócios coisa nenhuma, ela deve ter ido encontrar a irmã dela, que infelizmente é minha também. - Disso irritado para Logan, que me olhou um pouco assustado, estávamos em uma cafeteria distante do centro.
- Bom, se ela viajou, eu posso descobrir, pesquisar, sei lá. - Ele disse num tom calmo.
- Você tem que fazer isso, aliás, é sua obrigação fazer isso. - Passei a mão na boca ao respirar fundo. - Eu já tentei falar com a Alexa, mas aquela incompetente não... - Olhei para Logan novamente. - É isso!
- Isso o quê? - Ele me olhou desconfiado.
- Você vai fingir que é um representante de alguma empresa para a Alexa, e como ela gosta de mostrar trabalho, vai te dar o paradeiro da Taylor, descobrindo isso, você parte atrás dela. - Sorri com a minha brilhante ideia.
- E quando vamos fazer isso? - Ele respirou fundo.
- Hoje e agora. - Disse convicto.
--
Eu estava em um nervosismo que só, depois que eu fiquei sabendo pela minha mãe, que Taylor iria viajar a negócios, algo em mim desconfiou de que ela estaria indo atrás da Lauren, afinal, quando Taylor estava enrolada com algo, ela sempre corria para os braços da mais velha, e hoje não seria diferente. Olhei para a porta do escritório e vi um Logan afobado entrar pela mesma e fechá-la em seguida.
- Seu idiota, o que você está fazendo aqui? Era para ter ido embora. - Disse entredentes para o rapaz, que apenas gesticulou para eu ficar calmo.
- Eu já descobri onde ela está. - Ele sorriu orgulhoso.
- Mesmo? Então por quê não foi atrás dela, logo?
- Por acaso, passa algum ônibus aqui para Cuba? - Ele me perguntou óbvio.
- Cuba? Mas o que.... - Arregalei os olhos. - Espera, você disse Cuba?
- Sim, Cuba.
- Alejandro, droga! - Peguei as chaves sobre a mesinha de centro e saí as pressas da sala, deixando Logan sozinho.
Isso não podia acontecer, não mesmo.
Após incansáveis minutos no trânsito de Nova Iorque, estacionei meu carro em frente a casa de meus pais e entrei as pressas , indo direto para o escritório do meu pai, assim que entrei no cômodo, encontrei o homem ao telefone, mas assim que ele me olhou, fez questão de se despedir da pessoa do outro lado da linha, desligando a ligação em seguida. Respirei fundo ao parar no meio do escritório, e tentei controlar meu nervoso.
- O que você deseja de tão importante? - Sua voz saiu séria, o mesmo organizava alguns papéis sobre a mesa.
- É, pai, aquele seu amigo, Alejandro, ele mora em Cuba certo? - Vi meu pai largar os papéis sobre a mesa e retirar seu óculos, repousando seu olhar sobre mim.
- Sim, ele tem uma pousada lá, por quê?
- É que eu tenho um amigo que está querendo conhecer Cuba, e como eu estava na dúvida se esse seu amigo era de lá, vim apenas confirmar, o senhor sabe o local dessa pousada? - Sorri sem jeito para o homem.
- Entendi. - Ele suspirou pesado. - Se não me engano, fica em Cojimar.
- Ok, Cojimar? Eu vou avisar para ele, obrigada pai. - Sai as pressas do escritório e fui em direção a saída da casa, enquanto ligava para Logan, que atendeu no terceiro toque.
- Lerman na linha.
- Compre suas passagens, descobri o paradeiro das minhas irmãs. - Entrei no carro.
- Qual o destino?
- Cojimar, Cuba.
- Ok, amanhã mesmo estarei chegando lá.
Desliguei a ligação e olhei para a rua, através do vidro do painel.
- Te achei, desgraçada. - Sorri convencido, antes de arrancar com o carro do local.
Camila POV
Soltei um gemido ao me virar de barriga para cima na cama e passar minhas mãos em meu rosto e soltar um lufada de ar, mas franzi o rosto ao perceber que eu estava completamente nua, levantei o lençol e arregalei meus olhos, sentei rapidamente na cama e abafei um grito ao ver Lauren sentada na beirada da cama com um sorriso no rosto e a sua frente uma bandeja com o café da manhã para nós duas.
- Eu pensei que a reação seria outra, mas me enganei legal. - Ela fez uma careta.
- Então eu não sonhei? - Perguntei receosa.
- Bom... - Ela se levantou retirando sua blusa e ficou de costas para mim. - Isso deve responder a sua dúvida.
- Madre de Dios, Lauren...- Falei surpresa ao ver os arranhões que deixei em suas costas, alguns chegaram a machucar. - Me desculpa, eu...
- Hey... - Ela se virou vestindo sua blusa e se sentou ao meu lado ao puxar a bandeja. - Não se preocupe, logo passa.
- Mas mesmo assim, eu... - Fui interrompida por um morango em minha boca, olhei surpresa para a morena, que riu.
- Relaxa, Camz, agora vamos aproveitar o café da manhã? Huh? Temos que recompor as energias, afinal, Dinah vai nos encher de perguntas. - Ela suspirou pesado ao pegar uma torrada com mel e levar a boca, dando uma mordida em seguida.
- O quê? - Continuei a encarando com um sorriso bobo no rosto.
- A Dinah, você sabe, ela vai querer saber...
- Camz? Você me chamou de Camz?
- Chamei? Nossa eu nem percebi. - Ela riu enquanto limpava sua boca. - Camz... - Ela disse pensativa ao meu olhar. - Combina muito com você.
Neguei com a cabeça ao sorrir, aproximei meu rosto do seu juntando nossos lábios em beijo calmo, apenas um roçar leve.
- Vai me acostumar mal, fazendo isso, sabia? - Lauren tinha um sorriso bobo nos lábios e um olhar calmo, percebi que a tonalidade verde de seus olhos estava bem clara.
- Eu digo o mesmo pelo café na cama. - Soltei uma risada ao ver Lauren negar com a cabeça e sorrir.
Após ficarmos um bom tempo no quarto, entre conversas, beijos e carinhos, decidimos descer, afinal, todos já estavam suspeitando de algo entre nós duas, também porque Lauren queria conversar com sua irmã. Descemos juntas e quando chegamos na recepção, Lauren parou bruscamente, me fazendo a olhar sem entender. Seu olhar estava perdido e sua respiração estava pesada, acompanhei meu olhar e vi uma mulher falando com Dinah no balcão. Ela era da minha altura, na verdade um pouco mais alta, seus cabelos lisos eram num castanho mais claro com leves ondulações nas pontas, o mesmo estava solto caindo sobre seus ombros. Ela vestia um short preto curto e uma blusa branca soltinha, nos pés um par de tênis meio desgastado e um óculos estava sobre sua cabeça. Quando seu olhar caiu sobre nós, ela sorriu e pegou a chave das mãos da minha amiga, logo ela se aproximou largando sua mala no chão.
- Lauren. - Ela disse com um sorriso no rosto.
- Keana. - A voz de Lauren saiu trêmula, junto de sua expressão séria.
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