História What Is Love? - part 2 - Dead Leaves

Pov’s Namjoon

Eu estava dirigindo, quase uma hora da manhã, E TEM UM DEFUNTO NO MEU PORTA-MALAS!

Eu e Kris iríamos nos encontrar na antiga casa do Block B, sim, aquela mesma no meio do mato, o cativeiro de quando as meninas foram sequestradas. Agora é basicamente nosso cemitério particular, ali já estão enterrados toda a “parte ruim” do Block B, alguns caras importantes da gangue como o Taemin e o Minho, e agora Xiumin, um dos poucos caras do EXO que eu de alguma forma considerei.

Ao estacionar na frente da casa, Kris me ajudou a retirar o corpo, o clima era pesado, era uma sensação horrível em todas as vezes que tive que fazer isso.

Levamos o corpo de Xiumin para os fundos e então cavamos a cova, e essa foi realmente a primeira vez que eu vi o Kris chorar.

— Quer parar?

— Não, quero acabar logo com isso.

— Eu posso terminar sozinho…

— Não se preocupa, eu vou continuar.

— Tá bem…

— Eu só acho que podia ter sido eu…

— O-o quê?

— Eu sou um tremendo filho da puta, não ligo para os outros, ninguém gosta de mim… com o Xiumin era diferente, ele era sempre o ombro amigo, amado por todos, ele era tudo o que eu nunca vou ser.

— Todo mundo gosta de você, Yifan, você só é diferente.

— Você não precisa mentir pra me agradar, Namjoon, eu sei que você não gosta de pelo menos metade do povo de lá.

— Não é bem assim.

— Você só gosta do Bangtan, com umas exceções como o Suho e o Lay, e bem… o Xiumin. Você não precisa esconder isso de mim porque eu já sei.

— Aish, vamos terminar logo com isso!

— Relaxa, cara, eu parei agora. Um enterro não é bem um momento pra discutir.

Terminamos o trabalho, e então colocamos o corpo, enterramos e agora só faltava identificação.

— Faça as honras — entreguei um pedaço duma tábua de madeira para ele.

— Você vai fazer na madeira?!

— É só porque não tem nenhuma de metal por aqui, eu juro que troco logo.

— Está certo… — ele pegou a madeira da minha mão, então tirou de um dos bolsos da jaqueta um canivete, os quais uso para riscar em linhas tortas o nome de Xiumin.

— Adeus, cara — ele colocou a pequena placa sobre o túmulo. — Você foi um irmão e tanto. A gente se encontra logo.

— Vem, vamos entrar — coloquei a mão em suas costas. — E melhor a gente dormir aqui, não vou te deixar dirigir desse jeito.

— SAI DESSE CORPO QUE NÃO LHE PERTENCE, XIUMIN!

— Calma, não tem nada em mim não — ri. — Sou só eu, Kim Namjoon.

Entramos na casa empoeirada, mofada e criadouro de aedes aegypti, indo direto para a sala e se jogando cada um em um sofá.

— Vocês têm onde deixar as meninas?

— Quê?

— Cara, se a gente não acabar com o iKON eles vão acabar com a gente primeiro! Já foi o Xiumin, o próximo pode ser você!

— Eu sei, eu tava vendo isso com o Suho e o U-Kwon ainda essa semana — falei. — A gente nunca vai conseguir tirar a Yun do caminho, ela vai querer ir junto.

— Ah não vai mesmo!

— Ela vai te matar.

— Eu prefiro morrer do que ver ela morta.

— Você ainda gosta dela?

— Não, isso já faz tempo. Mas é que eu me preocupo com as meninas. Ela, a Hwa, agora a Jaehi, eu já praticamente adotei elas, sabe?

— Entendi. Bem… eu tô sem sono e você também deve tar, tá afim de jogar dominó?

— Dominó? — ele riu. — Oi, vovô. O senhor tomou o remédio da diabete?

— Ah vai se foder, Yifan! É que dominó é a única coisa que eu tô enxergando nessa merda.

— Tá bem, vamos jogar, eu não vou conseguir dormir mesmo.

Pov’s HwaYoung

— Shhh — continuei fazendo carinho no cabelo de Luhan.

Eu estava sentada na cama de Luhan com ele ainda chorando em meu colo, eu acho que é o momento de sua vida em que ele está mais triste.

P.O e Kai estavam fazendo um tipo de limpeza no quarto de Xiumin, separando os pertences que iriam ser doados ou jogados fora.

Hoseok e Sehun estavam no quarto de Yun a consolando, já que a mesma se encontrava totalmente abalada, se culpando o tempo todo.

Taehyung e Jungkook estavam com Jin, ele ainda estava em choque com o que tinha acontecido, mas possivelmente iria se recuperar logo.

Pov’s Kai

— Mano, vem cá ver — P.O se sentou na cama com uma caixa aberta nas mãos.

— São cartas… deixa eu ver — ele colocou a caixa entre nós. — Kris, Sehun, Tao, Chen, Suho, D.O, Lay, Chanyeol, Baek, eu, Luhan, Hwa, Yun, Jungkook, Jin e Namjoon… Eu preciso entregar isso.

Reuni todas as cartas e saí do quarto, entregando todas a seus respectivos destinatários.

— Mas porque será que ele escreveu essas cartas? — me sentei em minha cama, logo abrindo a carta.

JongIn,

 

Você está lendo essa carta não é? Então isso quer dizer que eu morri.

Por que eu escrevi isso? Pois queria expressar tudo o que sinto.

Eu não sei ao certo o que dizer para você, ainda mais morto, eu deveria te consolar, falar que estou bem, mas eu realmente nem sei se eu tô mesmo.

Enfim… foi estranho, “estranho” como aquele moleque que apareceu na gangue de repente se tornou esse cara aí, “estranho” como esse moleque se tornou meu irmão tão rapidamente, e mais “estranho” ainda o que eu sinto por esse moleque teimoso que não sabia nem correr direito.

“Estranho”, acho que essa é uma ótima palavra pra descrever você, eu, nossa amizade, essa família que chamamos de gangue.

Aquela sua gororoba que você chamou de pizza também é “estranha”.

“Estranho” é a palavra da nossa vida, eu acho.

Então, moleque “estranho”... o que eu tenho pra te dizer (é, eu ainda não terminei, e se achou ruim eu volto pra te assombrar) é que eu tenho um puta orgulho de você, e espero que seja muito feliz nesse puta tempo de vida que ainda vai ter, que finalmente arranje alguém para ficar o resto da vida, reproduza e arranje pivetes “estranhos” que eu te ajudarei a cuidar deles de onde quer que eu esteja.

Se por acaso você ouvir minha voz te chamando de estranho, pelo amor de deus, não ache que tá louco, porque vai ser realmente eu tirando uma da sua cara

Eu te amo, “estranho”

 

-Seu hyung “estranho”, Xiumin

— Você é estranho, Xiumin — ri de meu comentário com os olhos cheios de lágrimas. — Eu vou sentir sua falta, hyung...