História What You Gonna Do? - Aimee

(Eu): Oi?

(Jackson): É. Tipo, você sabe lidar com criança e tudo o mais?

(Eu): Não tenho certeza, nunca cuidei de nenhuma criança, acho...

(Eu): Porque?

(Jackson): Meu irmão vai vir pra nossa casa.

(Jackson): Ele mora na Austrália, mas vai vir visitar a gente.

(Jackson): E ele tem uma filha.

(Eu): E você não sabe lidar com ela?

(Jackson): Não sei se sei XD

(Eu): Entendo XD

(Jackson): Me ajuda? <3 Por favoooooor <3

(Eu): Acho que dois perdidos ajudam melhor que um só perdido.

(Eu): Espera, isso nem faz sentido.

(Jackson): Faz sim, então por favoooooooor <3

Depois de muito refletir, e Jackson mandar no mínimo umas três selfies dele fazendo beicinho, me pedindo ajuda, simplesmente não tive como recusar.

(Eu): Certo... Quando seu irmão chega na sua casa?

(Jackson): Amanhã...

(Eu): Ah sim, obrigada por me avisar com bastante antecedência.

(Jackson): De nada, é pra isso que eu sirvo.

Ele me explicou que seu irmão teria que resolver algumas coisas com a mãe deles, o que levaria algum tempo, e seria extremamente chato para Aimee, a sobrinha do Jackson. A esposa do irmão dele também iria junto, então Jackson se ofereceu quase que imediatamente para tomar conta da garota, para só depois lembrar que nunca havia ficado sozinho com uma criança, e era ai que eu entrava. Embora eu também não tivesse experiência nenhuma, também pensei que duas pessoas tomando conta dela seriam melhor do que só uma.

No domingo, acordei um pouco mais cedo e coloquei uma roupa confortável, mas que ainda assim fosse bonita. Eu não fazia idéia do que iriamos fazer com Aimee, então queria estar preparada. Havíamos combinado de nos encontrar em um parquinho, próximo da minha casa. Depois de reunir alguma coragem fui até lá sozinha, mas sempre olhando para os lados, nervosa. A rua estava movimentada, então isso me tranquilizou um pouco, mas mesmo assim eu continuava a torcer as mãos e olhar para os lados, sempre atenta, para ver se realmente não tinha ninguém atrás de mim. Mas assim que cheguei me senti aliviada ao ver que Jackson já estava lá, com Aimee.

Aimee era simplesmente uma fofura. Jackson havia me dito que ela tinha quase três anos, apesar de isso não me dizer muita coisa, e talvez para ele também não. Quando cheguei ele estava olhando Aimee brincando no escorregador, e quando me viu veio direto até mim, me cumprimentando com um abraço. Fomos juntos até a sobrinha dele, que havia acabado de chegar no chão novamente.

- Oi Aimee – eu disse, sorrindo.

- Oi – ela disse de forma rápida, e indo até Jackson, provavelmente envergonhada.

- Ela vai brincar com a gente hoje, Aimee – ele disse, pegando ela no colo. Ela escondeu o rosto dela em seu ombro, e depois olhou pra mim de novo, prestando atenção.

- Posso brincar com vocês hoje, Aimee? – perguntei, e ela fez que sim com a cabeça, de forma tímida, mas extremamente fofa.

Jackson e ela foram brincar na gangorra enquanto eu olhava um pouco, e as vezes Jackson parecia se divertir até mais que ela. Ele ria, e ela ria junto com ele, o que era uma cena muito fofa de ver. Parecia que ele tinha mais jeito para lidar com crianças do que ele pensava.

Ficamos um tempo brincando, e então o tempo começou a fechar, deixando bem claro que iria chover em alguns instantes. Jackson e Aimee ainda se divertiam juntos, então fui até eles e disse que iria chover, e quase que no mesmo instante algumas gotas caíram em meu ombro, e outras no chão, primeiro fracas, mas em alguns minutos a chuva com certeza ficaria forte, então sugeri fugirmos daquela chuva, e Jackson pegou Aimee no colo e fomos até um lugar próximo, coberto.

- Ah, eu esqueci de verificar o clima – Jackson suspirou, olhando a chuva cair, enquanto Aimee esticava a mão para pegar algumas gotas, curiosa.

- Podemos fazer outra coisa – olhei para ele – Alguma sugestão?

- Tudo o que eu tinha pensado era ao ar livre – ele suspirou novamente, mas agora mais alto, rindo um pouco em seguida.

- Podíamos ir ao shopping. Pelo menos lá é fechado, e também tem brinquedos pra ela se divertir – sugeri – O que acha, Aimee? Você quer ir no shopping com a gente?

- Quero – ela disse, acenando com a cabeça.

Jackson sorriu com minha sugestão, e fomos para lá. Não era tão longe assim, mas pegamos um táxi por conta da chuva, para Aimee não ficar gripada. Imagina se logo o Jackson iria deixar a sobrinha dele pegar um resfriado por ter ficado na chuva.

Chegamos ao shopping e ela olhava para todos os lados, vendo as pessoas andando e as lojas. Como ninguém estava com fome, decidimos ir direto ao fliperama. Lá tinha algumas máquinas de jogos, mas também alguns outros brinquedos para que ela se distraísse. Além disso, se tudo desse errado, no shopping também tinha a área para as crianças, e os responsáveis podiam entrar junto se estes quisessem.

Quando entramos no fliperama, o olhar de Aimee se prendeu logo à uma máquina de pegar bichinhos de pelúcia. Ela parecia até hipnotizada, no que eu reparei antes que Jackson, já que ele estava com ela no colo, e isso dificultava um pouco para ele ficar atento ao rosto dela toda hora. A máquina era cheia com apenas pelúcias de Pokemóns.

- Aimee, você gosta de Pokemón? – Perguntei, e ela disse que sim com a cabeça. Jackson então olhou para o lado e viu a máquina, entendendo.

- Você quer um Pokemón, Aimee? – Ele perguntou, e ela novamente disse sim – Então vamos lá!

Aimee tentou uma vez, mas obviamente não obteve sucesso. Então eu tentei uma vez também, embora fosse horrível, antes de passar o bastão para Jackson. Como sempre, ele era a pessoa mais determinada que eu já havia visto, então ele tentou pelo menos umas quatro vezes antes de conseguir algum: Squirtle! Quando Aimee viu, seus olhinhos pareciam brilhar.

- Você gosta do Squirtle? – Perguntei, e sua resposta foi aceitar o Squirtle de pelúcia de Jackson e abraçar ele bem forte.

- Ela tem bom gosto – ele riu – É meu Pokemón favorito, também.

Depois disso, Aimee não desgrudou mais de seu bichinho, e mesmo brincando um pouco com outras coisas, ela não soltava ele por nada. Fomos então comer, a única hora em que ela soltou ele, distraída por um doce que compramos para ela. Ela pareceu amar tudo aquilo. Ela ria a todo momento com nós dois.

Acabamos de comer e fomos até a área para crianças, onde Aimee surpreendentemente me entregou sua pelúcia do Squirtle para que eu guardasse enquanto eles brincavam. Ela desenhou, correu (junto de Jackson, claro),  e brincou de várias coisas mais. Ela parecia se divertir muito.

No final do dia, eu e Jackson levamos ela de volta para a casa dele, onde sua mãe abriu a porta.

- Vocês voltaram, que bom – ela disse, sorrindo de forma gentil – Aimee está com fome?

- Não, nós comemos alguma coisa, não é Aimee? – Jackson disse, brincando com sua sobrinha, que riu e confirmou. A mãe de Jackson então olhou para mim.

- Você deve ser a garota de quem Jackson tanto fala nesses últimos dias – ela riu, e eu também, levemente sem-graça – Por favor, entre.

- Muito obrigada, senhora Wang, mas eu... – Eu não tinha que ir em nenhum lugar em específico, mas antes que eu pudesse inventar qualquer desculpa ela me interrompeu.

- Ora, por favor. Ficarei ofendida se não entrar e jantar conosco.

- Bem... Obrigada, senhora Wang – eu disse, sorrindo, e entrei atrás de Jackson e Aimee.

- Me chame de Sophia, querida.

- Certo – concordei, tentando me acostumar com a idéia.

Entramos e ela me guiou até a sala de estar, onde todos sentamos e começamos a conversar. A mãe de Jackson era extremamente simpática, receptiva e gentil. A ajudei na cozinha um pouco e, quando voltamos para a sala de estar, onde Jackson brincava no chão com Aimee, ela me mostrou um álbum de fotos da família, com centenas de fotos de seus filhos, com todas as idades. Mesmo quando criança, Jackson já se mostrava um pouco hiperativo e sempre gentil, de acordo com ela.

- Onde foi isso? – Apontei para uma foto, onde um Jackson mais novo estava usando uma roupa diferente, e com uma medalha pendurada em seu pescoço.

- Ah, isso foi quando Jackson venceu um campeonato de esgrima. O pai dele ficou muito orgulhoso, sabe? Ele o treina desde os dez anos de idade.

- Jura? Uau. Ele parece realmente gostar de esgrima.

- Primeiro eu pensei que ele ia se sentir pressionado. Seu pai era esgrimista, eu era ginasta... Fiquei pensando se ele realmente queria praticar esgrima. Então, quando perguntei à ele, ele disse que amava aquilo, e que era parte dele – ela sorria de forma boba enquanto dizia aquilo – Fico feliz que ele seja feliz fazendo isso.

Então enfim o pai e o irmão de Jackson, junto com sua esposa, entraram na sala e se juntaram à nós. O pai deles, Ricky Wang, parecia muito animado ao conversar sobre esgrima e tudo. Bem, era de se esperar, ele era pai de Jackson Wang afinal. Jantamos e enfim Jackson me levou para casa.

- Quantos álbuns inteiros você viu hoje? – Ele perguntou, de repente, me fazendo rir.

- Três e meio, na verdade.

- É um bom número. Achei que ela ia te mostrar até o quinto. Quando minhas tias vem aqui também, é realmente uma festa de fotografia.

- É bom, descobri várias coisas. Esgrima desde os dez anos, joga basquete, anda de skate, fazia natação... – Fui contando nos dedos as informações que a mãe dele havia praticamente jogado em mim – Fala vários idiomas, essa eu sabia, gosta de dançar as vezes, além de gostar de rap...

- Uau, deu tempo de descobrir isso tudo?

- Tem alguma coisa que você não saiba fazer, Jackson Wang?

- Claro que sim. Muitas coisas – ele acenou com a cabeça, sério – Entre elas, cozinhar.

- Sério? Tipo, nada mesmo?

- Eu não confiaria em mim mesmo nem para fazer um sanduíche – ele admitiu, rindo.