História What You Gonna Do? - Final

Depois que o treinador se dirigiu para a delegacia também, após se desculpar novamente, eu e Jackson íamos voltar para comemorar com a família dele, quando outro carro parou ali por perto. Antes que eu pudesse pensar em alguma coisa, fui esmagada por um abraço que nem vi de onde veio exatamente.

- AI MEUS CÉUS, TUDO BEM?

- Estaria melhor se... Você não me apertasse.... Tanto assim, Lin – eu respondi, ou melhor: tentei responder, sufocando com o abraço de minha amiga.

- Ah, desculpa! – Ela exclamou, me soltando em seguida, mas logo continuou segurando minha mão – Mas você está bem?

- Ah, filha! – Minha mãe também se aproximou, me tomando em um abraço tão forte quanto o de Lin, e ficando assim por alguns minutos até finalmente perguntar – Você está bem?

- Ok, eu entendi a pergunta, gente – eu ri, depois que fui solta do segundo abraço. Eu ia realmente acabar sendo esmagada por inteira daquele jeito – Eu estou bem. O que vocês estão fazendo aqui?

- Eu estava saindo de carro quando recebi uma mensagem no meu celular, dizendo para vir para cá te ver – Minha mãe disse, ainda parecendo exasperada, embora eu estivesse bem. Mães, pensei, revirando os olhos - Logo pensei que aquele garoto estivesse mexendo com você de novo, então vim o mais rápido que pude.

- Mensagem? Mas eu não... – Comecei a dizer, confusa, mas alguém me interrompeu.

- Eu quem mandei – Uma voz feminina disse, atrás de nós. Olhamos enquanto Sophia, a mãe de Jackson, se aproximava de onde estávamos – Jackson tinha me contado o que estava acontecendo, e fiquei preocupada quando vocês dois não voltaram. Eu sabia que ele tinha ido te procurar - ela explicou.

- Muito obrigada. Realmente te agradeço muito por isso – agradeci sorrindo, sem saber muito bem o que fazer, na verdade. Abracei-a, que retribuiu imediatamente – E você? – apontei para Lin depois que me afastei de Sophia.

- Você conhece a peça – Minha mãe respondeu, rindo um pouco – Quando passei por ela na rua, ela me fez parar para dar uma carona para ela...

- A minha amiga estava, provavelmente, em perigo! Eu tinha que fazer alguma coisa, certo? - Lin insistiu.

- Como eu sabia que não ia adiantar discutir, eu trouxe ela. Não sei como você arranjou uma amiga tão leal assim.

- Porque você viu minha mãe e automaticamente pensou que eu estava em perigo? – Indaguei.

- Tá brincando? Nunca vi ela andando a mais de 30km por hora... E ela estava correndo como um foguete. Foi até difícil fazer ela parar – Lin deu risada, enquanto minha mãe fingia que não era sobre ela que estávamos falando.

- Mas eu dirijo bem, então está tudo bem – ela sussurrou, tentando convencer a ela mesma de que estava tudo bem ter dirigido tão depressa assim. Ela mesma devia estar se repreendendo, lembrando de todas as leis que ela talvez tivesse infringido.

- Porque você estava na rua, afinal, Lin? Você não é o tipo de pessoa que só passeia por ai – estranhei, arqueando a sobrancelha.

- Eu e Jun estávamos... – Lin começou a falar, até que o sorriso se apagou completamente de seu rosto – JUN! Nós estávamos indo tomar sorvete, mas eu vim pra cá e acabei deixando ele lá e...

- Você largou seu namorado plantado no meio da rua pra me salvar? – Eu ri, e Lin fez uma pose heroica.

- É claro! É pra isso que servem as amigas, não é?

- E o Jun ainda está plantado lá?

- É VERDADE!

Lin saiu correndo, arrancando risadas de todos nós, enquanto Jackson me abraçava forte. Minha mãe foi até Sophia e a abraçou, sem nem mesmo apertarem as mãos antes, coisa que achei interessante. Nunca havia visto minha mãe tratar alguém que havia acabado de conhecer dessa forma, tão amigável e próxima.

- Muito obrigada por ter me avisado – Seu tom era extremamente gentil, e ela parecia genuinamente contente - Nem nos conhecíamos, mas... Espera – Minha mãe se interrompeu, parecendo estranhar algo de repente - Não nos conhecíamos, mas como você tinha o meu número?

- Ah, a primeira coisa que Jackson fez foi passar seu número para mim também – ela admitiu, com um sorriso simpático no rosto – Para nossas famílias poderem se comunicar sempre que precisarem.

- E como ele tinha o meu número?

- Ahm... - eu comecei, rindo um pouco - Talvez ele tenha insistido bastante para eu passar o número para ele, então...

- Ah, entendo - ela sorriu, indo abraçar Jackson também - Você realmente cuida bem de minha filha. Eu não poderia pedir mais nada. Mas, o que aconteceu, afinal? - Ela perguntou, depois de soltar Jackson e vir até mim novamente.

Depois de explicar o que aconteceu para minha mãe, e depois de várias expressões passarem por sua face, sendo de raiva, surpresa ou de tensão, ela enfim respirou aliviada.

- Acabou, então?

- Espero que sim – concordei.

- Eu também. Se esse idiota se aproximar de você de novo, pode apostar que eu coloco ele atrás das grades.

- Você é advogada, não policial – lembrei.

- Eu posso dar meus pulos – ela piscou, me fazendo rir. De fato, eu tinha uma mãe incrível.

Por fim, minha mãe também parabenizou Jackson pela vitória, que pareceu ter acabado de lembrar que havia vencido o campeonato. Ricky, pai de Jackson, também veio após um tempo, com um enorme sorriso estampado no rosto. Eu comecei a me afastar um pouco, para dar espaço para a família Wang, mas fui puxada novamente para perto deles, por Sophia, que deu um sorriso caloroso em minha direção.

- Vai comemorar com a gente, não vai? – Ela indagou, e eu não tive coragem de recusar. Em alguns instantes, antes mesmo que eu percebesse, estávamos à caminho da casa de Jackson para uma pequena comemoração em família. Sorri ao pensar nessa última parte, já até mesmo me sentindo um membro da família deles.

Quando chegamos, fui ajudar Sophia na cozinha, que me contou mais algumas histórias da infância de Jackson, que me fizeram rir.  Ela parecia ter infinitas histórias, mas conhecendo Jackson eu não duvidaria que existissem milhares e milhares de histórias mesmo. Depois, voltamos para a sala onde conversamos por muito tempo, todos nós. A todo o momento Jackson sentava do meu lado, e não passava muito tempo sem me dar a mão ou me abraçar. No final do dia, ele me acompanhou até a porta da minha casa, por insistência dele. Mesmo assim, com sua insistência sem fim, ele ainda tentou me convencer:

- Você tem mesmo que ir agora? Podia ficar mais um pouco. Minha mãe realmente gosta de você...

- Só ela? – Fingi estar chateada, mas ele me empurrou levemente, só para me abraçar logo em seguida.

- Você me entendeu.

- Ok, eu me rendo – Eu dei risada – Mas eu vou ficar um pouco com minha mãe. Apesar de estar tudo resolvido, ela ainda pode estar preocupada. Eu não quero dar motivos para ela ficar preocupada à toa, sabe? - Assim que falei isso, refleti, pensando em como há algum tempo atrás ela havia brigado comigo pela festa e tudo o mais. Talvez eu tivesse evoluído nesse tempo, com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, e estava orgulhosa de mim por isso.

- Entendo - Ele disse, sorrindo, mas suspirando um pouco.

 Enfim a história com Kang já estava resolvida, então eu não me preocupava mais tanto assim em andar sozinha, e ficava menos preocupada ainda tendo meu namorado ao meu lado. Mas Jackson ainda parecia se preocupar, como minha mãe provavelmente também estava se preocupando. Enquanto andávamos, ele disse, de repente:

- Mentirosa – Ele riu fracamente, e depois mostrou a língua para mim.

- Ei, porque isso de repente? – Fiz um biquinho, o que fez ele rir de verdade.

- Você disse que ia tomar cuidado... Ou melhor, você me prometeu.

- Eu tomei cuidado – insisti, coisa que não o convenceu – Mas, você nunca disse que era comigo que eu tinha que tomar cuidado.

- E com quem mais seria?

- Com você – sorri, tentando agir de forma fofa – Eu fui comprar um energético para você e... – Parei, me distraindo com o meu próprio pensamento. A garrafinha havia rolado pelo chão, e eu realmente não fazia idéia de onde ela havia ido parar. No final das contas, a minha ida até lá foi praticamente em vão.

- Você foi lá fora para comprar um energético para mim? – Ele tentou ficar bravo, mas um sorriso insistia em brotar em seus lábios.

- Sim. Depois de gastar tanta energia com a esgrima, achei que você pudesse querer alguma coisa para beber...

- Então, você tomou cuidado, mas comigo? – Ele riu – Você é impossível.

- Obrigada – fiz uma reverência, brincando – Acho que estou aprendendo com o melhor.

- Não devia. Você não devia andar com más companhias assim – Ele fingiu me repreender.

- Que pena, eu realmente gosto do meu namorado...

- O seu namorado gosta muito de você também. Eu diria que ele está completamente apaixonado.

- É? E como pode ter tanta certeza? – Brinquei, rindo.

- Ele seria louco se não se apaixonasse por você. Isso eu posso garantir.

- Eu também descobri uma coisa sobre mim. Na verdade, sei disso há algum tempo.

- E o que é?

- Promete guardar segredo? – Pedi, e ele fez uma expressão confusa por um instante.

- Prometo – Eu então me aproximei dele, falando perto de seu ouvido.

- Eu também sou completamente apaixonada por Jackson Wang – sussurrei, beijando-o logo em seguida.