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História What You Gonna Do? - Bônus - Jackson


Escrita por: Sweetrange

Notas do Autor


Esse é o capítulo bônus, onde eu recapitulo alguns pontos principais da fanfic, dessa vez contados no ponto de vista do Jackson. Espero que gostem :3
Boa leitura ~

Capítulo 24 - Bônus - Jackson


Fanfic / Fanfiction What You Gonna Do? - Bônus - Jackson

Eu estava malhando, como fazia todos os dias. Para manter a forma para a esgrima, e confesso que por um desejo pessoal de ficar com os músculos rígidos, eu ia à academia todos os dias. Além disso, era legal porque eu podia conversar com todos lá. Tinha feito uma amizade ou outra, apesar de nada muito profundo, mas conhecia todos que iam lá. Por isso, estranhei quando vi uma garota diferente, um dia. Claro, pessoas entravam e saiam da academia, mas eu acabava reparando mais nela do que realmente gostaria.

Depois de pouco tempo dela ter começado a frequentar a academia Advance como eu, encontrei ela sentada, com as pernas cruzadas. Mesmo que não a conhecesse, meu instinto protetor falou mais alto.

- Você está bem? – Indaguei, me abaixando um pouco para que ela pudesse me ver melhor. Depois foi que reparei que ainda estava usando boné, e que isso podia ter atrapalhado um pouco, mas não o tirei em momento nenhum. Era meu item favorito, fazia com que eu me sentisse mais seguro, por algum motivo.

- Ah, sim, estou – ela riu um pouco – É só que o treinador faltou, e eu não sei muito bem o que fazer – em seguida ela fez uma careta, que acabou saindo muito fofa, e eu sorri automaticamente.

Depois, me ofereci para ajuda-la. Eu não era professor, treinador nem nada do tipo, e eu não tinha certeza absoluta de que poderia ajudar ela. Mesmo assim, eu não queria que ela ficasse parada. Se ela ficasse parada em um dia, talvez quando o treinador faltasse outras vezes ela também ficasse parada, e acabasse desanimando e saindo da academia. Mesmo não tendo nada a ver com a vida dela, eu não queria que ela parasse. Indiquei os aparelhos que lembrava de fazer no início, e ela se mostrou até empolgada em fazer os exercícios. Sorri ao observar isso. Ela realmente se esforçava, e parecia até gostar um pouco.

Mesmo quando o treinador voltou, no dia seguinte, ela se mostrou empolgada, coisa que não passou despercebida por mim, e muito menos pelo treinador. Apesar de não ter falado mais com ela desde que a ajudei, depois de alguns dias o treinador me chamou, brincando.

- Parece que temos uma competidora para você, Wang. Se ela continuar nesse ritmo, vai se tornar uma verdadeira atleta.

- Será? – Ela riu, duvidando dele – Olha que eu começo a acreditar, hein.

- Eu já acredito faz tempo em você – soltei, sem nem pensar muito. Não que eu pensasse muito para falar. Muitos amigos já haviam me dito isso, mas naquele momento foi mais do que instantâneo, mas ela não pareceu ter ficado sem-graça ou algo do tipo... Exceto pelas suas orelhas, que tinham ficado visivelmente vermelhas, e eu tinha certeza de que não era pelo esforço físico. Dei um sorriso de canto quando virei de costas, percebendo o efeito que eu tinha provocado nela.

De vez em quando a academia fechava para troca de aparelhos, e nesses dias eu costumava andar um pouco para não ficar parado. Coincidentemente, avistei a garota da academia do outro lado da rua. Como quem não queria nada, me preparei para atravessar a rua antes que ela me visse. Quando cheguei, ela estava distraída, mas logo percebeu minha presença. A cumprimentei, e ela sorriu em resposta. Mesmo depois de vê-la sorrindo algumas vezes, eu gostava cada vez mais de ver seu sorriso. Era lindo.

Quando ela me perguntou se eu só estava andando por ali, inventei na mesma hora que estava indo ao Empório Natural. Eu realmente ia lá com frequência, mas no momento eu só queria ter algo melhor para dizer do que “estou andando por aí, porque estou entediado”. Para minha surpresa, e alegria, ela pediu para vir comigo na loja, e eu sorri, genuinamente animado. Eu não esperava que isso fosse acontecer, ou com certeza teria planejado bem antes dizer que estava indo na loja. Nunca havíamos nos encontrado fora da academia antes disso, e apesar de ser aleatório sempre, eu não tinha assunto com ela, ainda. Afinal, eu não queria que ela me achasse estranho, como algumas pessoas provavelmente pensavam. Logo, ela me acompanhar até o Empório Natural foi uma alegria, já que fomos conversando durante o caminho todo. Contei para ela sobre a história da esgrima, e ela me contou sobre a mãe dela, mas conversamos sobre muitas outras coisas depois. Eu não conseguia lembrar em detalhe de tudo o que conversamos, mas eu sabia que era extremamente bom conversar com ela. Até sua voz, delicada e doce, me envolvia de uma maneira que eu não conseguia explicar.

Mais e mais eu ansiava pelos momentos em que poderíamos conversar, pensando sobre vários assuntos que eu poderia começar. Depois de adiciona-la no Facebook, fiquei tentado várias vezes a enviar uma mensagem para ela, mas hesitei. Até que um dia, quando estava escrevendo, apertei o botão de enviar sem querer, depois que já havia escrito a mensagem. Na mesma hora surtei, ansioso porém também receoso com a reação dela, mas ela respondeu quase que instantaneamente. Começamos a conversar então, e ela me disse que ia em uma festa com uma amiga. Enquanto continuava a responde-la, corri até o meu armário, escolhendo uma boa roupa. Eu não havia sido diretamente convidado, mas eu tinha o endereço, e uma vontade louca de vê-la mais vezes em um ambiente mais descontraído.

No caminho para o endereço que ela havia me passado, pensei no motivo disso. Eu não tinha realmente nenhum motivo em especial. Eu só havia gostado de conversar com ela. Ela era engraçada, simpática e linda. Extremamente linda.

Ao chegar na festa, comecei a olhar distraidamente para todos por ali, sem sinal dela. De repente avistei ela do outro lado da pista de dança, com a amiga dela, provavelmente. E ela estava mais bonita do que costumava ser. Seus cabelos estavam cacheados, como ela havia dito que tinha feito, e sua roupa era descolada e, céus, ficava muito bem nela. Em alguns instantes a amiga dela saltitou para outro lado, passando por mim e sorrindo de forma maliciosa. No mesmo instante fiquei feliz, imaginando que a amiga dela já me conhecia, o que indicava que ela havia contado sobre mim. Cheguei mais confiante ainda para conversar com ela.

A festa foi extremamente divertida, já que nós dois arriscávamos alguns passos de dança que com certeza não deveríamos ter arriscado. Mesmo assim era divertido. Percebi a amiga dela se aproximando novamente depois, dessa vez acompanhada. Fomos então todos devidamente apresentados, e descobri o nome da amiga dela. Lin, enquanto seu novo “amigo” se chamava Jun.

Eu e Jun nos afastamos por um instante, para ir ao banheiro. Lá, ele suspirou, como se fosse automático.

- Ah, cara, ela é realmente linda – ele sussurrou mais para ele mesmo do que para mim, com certeza, mas eu sorri e brinquei.

- Já está apaixonado? – eu ri, e ele riu de volta.

- Ei, só estou realmente impressionado. Ela é linda.

- Sei como é, cara – respondi, sorrindo.

Nós dois voltamos então, e confesso que fiquei um pouco confuso com a cena que avistei quando estávamos de volta. Ela e a amiga dela estavam conversando com dois caras. Na mesma hora senti meu coração despencar. Afinal, ela era linda, e provavelmente conseguiria arranjar qualquer cara melhor do que eu. Mesmo assim, observei um pouco e enfim pude perceber que a conversa não estava sendo tão agradável assim. Pelo menos, não para elas duas.

- Me siga – Eu disse à Jun, que automaticamente veio atrás de mim.

Sem pensar muito, coloquei os braços em volta dela, e sorri, enquanto fazia questão de encarar os dois caras que estavam com elas.

- Desculpe a demora, amor – eu disse, e depois fingi confusão ao olhar para eles – Quem são?

- Ótima pergunta – ela bufou, e eu pude perceber que Jun também abraçava Lin. Ele quem nos afastou de lá, e só quando chegamos na extremidade da pista foi que começamos a soltar elas.

Para ser sincero, eu não queria soltá-la. Mesmo que por pouco tempo, eu me senti realmente bem a abraçando, como se eu realmente tivesse que fazer aquilo, como se fosse totalmente natural. Para mim, era, mas depois comecei a pensar que não era exatamente normal sair abraçando as pessoas com quem você nem sequer tinha muita intimidade. Embora eu soubesse disso, eu não conseguia parar de sorrir.

- Desculpe por te chamar de amor lá – eu disse, com medo dela ficar receosa perto de mim, mas ela apenas riu e imediatamente me agradeceu pelo que eu tinha feito, e eu só conseguia pensar no quanto eu queria abraça-la de novo para proteger ela daquele frio. Cheguei a pensar em realmente fazer isso, mas acabei só por andar até um trecho onde o vento seria bloqueado, um pouco frustrado comigo mesmo por isso.

E ela era cheia de surpresas. Conversávamos sempre por mensagens, mas confesso que não pude conter minha alegria quando ela pediu informações sobre produtos naturais e orgânicos (ei, eles fazem muito bem à saúde física e mental!), e eu acabava sempre mandando curiosidades sobre essas coisas para ela. Foi extremamente aleatório o pedido dela, então fiquei me perguntando o motivo daquilo, até entrar no Empório Natural um dia e finalmente entender.

- Olá – ela me cumprimentou, dando aquele sorriso caloroso dela – Posso ajuda-lo?

- Pode sim – respondi, brincando – Há quanto tempo trabalha aqui?

- Uma semana, agora. Mas era só de manhã.

- Entendo. Por isso ainda não tinha te visto aqui?

- Exato – ela riu – Mas agora estarei sempre aqui durante a tarde também.

Andei um pouco até outra prateleira, fingindo estar super interessado em um produto que eu conhecia bem, e acabei por murmurar, enquanto sorria de orelha a orelha:

- Bom saber disso.

Por isso, mudei minha rotina de compras. De um dia por semana, ou dois no máximo, comecei a ir quase todo dia no Empório Natural. Afinal, teria combinação melhor do que ver ela todos os dias, sorrindo e conversando comigo, e comprar produtos orgânicos?

Mas, um dia, decidi que não queria mais ficar assim. Era bom conversar com ela, claro, mas eu não conseguia ficar muito tempo prestando atenção ao seu rosto sem focar em seus lábios com frequência. Não conseguia ficar muito tempo perto dela sem ter a necessidade de abraça-la. Eu queria estar com ela a todo momento, sem precisar de nenhuma desculpa. Eu senti que estava realmente apaixonado.

Por isso, no dia dos namorados, a convidei para sair. E foi provavelmente um dos melhores dias da minha vida.

Nos divertimos muito juntos, mas a melhor parte foi quando enfim decidi ser eu mesmo. Não que eu não estivesse sendo antes, aleatório como sempre sou, mas decidi fazer o que eu queria, o que eu tinha vontade. O que eu precisava.

- Você é tão fofa que eu poderia te beijar – brinquei, em parte.

- Só se não se importar com pelo menos uma dúzia de pessoas nos encarando – ela riu, enquanto eu pude observar suas bochechas levemente rosadas.

- Então, tudo bem – coloquei a mão na bochecha corada dela, me aproximando – Se é assim...

Beijei-a como queria ter feito há muito tempo. Talvez desde que tínhamos nos conhecido na academia, para ser sincero. Não me demorei muito, mas ainda assim fiquei extremamente contente. Pelo resto do dia, não soltei a mão dela em momento nenhum, e era como eu planejava ficar por muito tempo: junto com ela.

 

Os dias que se seguiram após isso foram melhorando cada vez mais. Mandávamos mais mensagens ainda um para o outro, e qualquer um que as lesse podia ver que estávamos bem mais próximos. E eu enfim decidi que era a hora de realizar outro desejo meu. Chamei-a para sair, e antes que ela pudesse pensar muito propus o horário e a data. Quando fui encontra-la, acabei por conhecer a mãe dela, o que foi um encontro no mínimo divertido.

- Oi – ela me cumprimentou, assim que apareceu na porta. Ela estava linda, como de costume, mas eu provavelmente nunca iria me acostumar a isso.

- Oi – eu sorri de volta, de forma boba.

- Oi – ouvi uma terceira voz, e pude ver a mãe dela, que esticou a mão para me cumprimentar – Prazer, não-namorado da minha filha.

Na mesma hora sorri, achando graça, enquanto a minha "não-namorada" me empurrou para longe da casa dela. Eu pretendo mudar isso em breve, acredite, pensei, rindo um pouco. Porque, para mim, já era tão natural sair com ela que eu sentia que já namorávamos há mais tempo do que pensávamos. Mesmo assim, não tinha nada oficializado, e foi o que ela explicou para mim, mais tarde no mesmo dia.

- Entendo... Não somos namorados? – Indaguei, mesmo sabendo da resposta.

- Bom, você nunca me pediu em namoro – ela riu e deu de ombros.

- Certo... – Esperei alguns instantes e chamei a atenção dela novamente – Ei.

- Eu? – ela disse, brincando.

- Você aceita namorar comigo?

- Deixe eu pensar – ela continuou me olhando, com o olhar gentil de sempre, e me deu uma resposta que me deixou extremamente feliz – É claro que eu aceito, Jackson Wang.

 

Algumas pessoas dizem que o melhor para conquistar um homem é pelo estômago. No meu caso, é pela família.

Eu sempre fui muito apegado com meus pais. Muito mesmo. Algumas pessoas caçoavam, me chamando de “filhinho da mamãe”. Sim, eu era mesmo. Eu amava minha família mais do que tudo no mundo, e quando eu pensava que minha namorada não podia ser melhor, ela consegue ganhar minha sobrinha até mais fácil do que eu. Além disso, ela foi até nossa casa, onde ficou por bastante tempo conversando com minha mãe. Isso me deixou extremamente feliz. No final do dia, fiquei sentado com minha mãe, abraçado com ela, conversando.

- Você gosta mesmo dessa garota, não é? – Minha mãe perguntou, de repente, e eu sorri.

- Sim. Acho que mais do que gostaria de admitir.

- Ela é uma boa garota – minha mãe concordou – Eu também gosto dela.

- Você até mostrou meus álbuns de foto para ela – dei risada.

- Eu mostro eles para todo mundo. Gosto de mostrar meus filhos lindos - Ela respondeu - Mas ela realmente é muito boa. Fico feliz que você tenha encontrado alguém como ela.

- Eu também, mãe – concordei, abraçando-a mais forte ainda.

 

Quando minha namorada ficou doente, eu não pensei muito. Logo passei em uma loja de conveniência e comprei algumas coisas, e fui direto para a casa dela. Fiquei alguns minutos na porta pensando em como iria fazer, já que ela provavelmente estava dormindo por estar doente. Por fim toquei a campainha, e não demorou muito até ela atender.

Passei o dia com ela, até mesmo cozinhando. Não, eu não sabia cozinhar, mas nada que uma receita da minha mãe seguida à risca não pudesse resolver, provavelmente. Depois de comer, sentamos no sofá, onde ela adormeceu enquanto eu a abraçava. Enquanto ela dormia, dei um beijo na testa dela.

- Eu realmente estou completamente louco por você, sabia? – Sussurrei. Eu sabia que ela não podia me ouvir, mas ainda assim sentia que isso iria chegar nela de alguma forma.

 

Nos dávamos muito bem. Todos os dias conversávamos, sobre tudo.

Ou, pelo menos, eu achei que sim.

Andando na rua, acabei por encontrar Hong, e fui direto cumprimentar ele. Quando me aproximei, ele parou e comentou algumas coisas até dizer:

- Alguma novidade sobre o caso?

- Caso? – Indaguei, confuso – Que caso?

- Do idiota que tem seguido a garota. Ela realmente passou por um sufoco, ainda bem que ela ainda estava perto da loja.

- Hong – eu olhei sério para ele – O que aconteceu?

- Ela não te contou? – Ele mordeu o lábio, talvez pensando que tivesse falado demais.

- Pelo jeito, não – Ele me encarou ainda por um tempo, até soltar um longo suspiro.

- Eu não tenho o direito de falar sobre isso. Eu perguntei por estar preocupado, mas não queria me envolver. Acho melhor vocês conversarem sobre isso, com certeza ela te explicará melhor.

No dia seguinte, após muito pensar, liguei para ela. Eu tinha que tirar essa história a limpo, saber do que realmente estava acontecendo.

- Sim? – ela atendeu logo.

- Quero conversar com você... Podemos nos ver, hoje?

- Ahm, claro... Daqui a trinta minutos?

- Ok. Te encontro daqui a pouco.

Quando ela saiu, eu não consegui fazer outra coisa senão examina-la da cabeça aos pés. Mas, ao contrário do que eu faria sempre, não era apenas para admirar sua beleza (mas era também). E sim para verificar se ela estava realmente bem.

- Porque você não me contou nada? – Perguntei, por fim, e ela mordeu o lábio inferior. Ela ficou alguns minutos em silêncio, sem olhar para mim.

- Quem te contou?

- Eu encontrei Hong fora da loja, ontem – expliquei – Ele perguntou se havia alguma novidade no caso. Coisa que eu não sabia responder, porque eu nem sabia do que estava acontecendo.

- Eu não queria te preocupar... – Quando ela falou aquilo, em um tom de voz baixo, me quebrou por dentro. Ela provavelmente estava passando por muito mais coisa do que eu poderia imaginar, e eu ainda estava sendo rude com ela. Por isso, suavizei um pouco o tom de voz, que nem havia percebido que havia alterado um pouco.

- Eu sou seu namorado, e me preocupo com você, sempre.

- Exatamente. Por isso, não queria que você se preocupasse ainda mais.

- Lembra do que eu te disse, no festival? Eu irei te proteger do que você precisar. E eu não disse isso apenas por dizer, eu realmente irei. Mas, para isso, você precisa confiar em mim e contar esse tipo de coisa.

Ela começou a tentar se explicar, mas eu não deixei que ela dissesse tudo. Envolvi ela em um abraço, e ficamos assim um pouco até que eu perguntei o que de fato havia acontecido. Sentamos, e ela me contou tudo em detalhes. Cada pedaço da história me despertava um sentimento diferente. Raiva do idiota que estava seguindo ela. Culpa por não ter percebido que ela estava passando por algo assim, além de tristeza por saber de tudo o que ela estava passando.

Depois de ouvir toda a história, passei a “escolta-la”, como ela mesma dizia. Após seu período de trabalho no Empório Natural, eu a buscava para leva-la para casa. E foi assim até o dia do campeonato, onde eu estava mais empolgado que o normal, coisa que não passou despercebida por ela. Convidei-a para assistir ao campeonato de esgrima, para o qual eu havia passado tanto tempo me preparando.

Ao chegar, fui direto ao vestiário, e quando voltei procurei minha namorada entre a multidão que estava lá. Ela acenou para mim, e eu dei um sorriso antes de colocar a proteção que tampava meu rosto. O campeonato todo correu bem, com alguns momentos de tensão, mas com minha vitória no final.

Assim que venci, fui correndo para abraçar meu treinador, também conhecido como meu pai. Comemorávamos juntos, e olhei para a arquibancada a procura de minha mãe, que comemorava com outras pessoas. Depois, comecei a procurar novamente, mas não encontrei minha namorada em lugar algum. Por pensar que poderia ser por conta de minha visão ruim, já que tinha que usar óculos (mas não usava), fui correndo ao vestiário tirar a roupa de esgrima, e sai correndo à procura dela, cada vez mais angustiado. Quando não a encontrei em lugar nenhum, olhei para minha mãe de relance antes de sair correndo até o lado de fora, onde eu tinha o péssimo pressentimento de que era onde ela estava.

Infelizmente, eu estava certo.

Ao chegar, pude ver ele prendendo ela contra a parede, e meu sangue começou a ferver. Comecei a me aproximar com passos decididos, e talvez a expressão mais séria que eu já fiz na vida.

- Solta ela, babaca – Exigi, mas Kang, como ela havia dito, caçoou de mim.

- Ora, o namoradinho veio salvar ela de novo? Vocês combinaram os insultos, a propósito?

Me aproximei dele, usando minha agilidade que adquiri depois de tanto tempo treinando esgrima, e me pus entre minha namorada e Kang.

- Se afaste da minha namorada, ok?

- É, e o que você vai fazer? Me impedir?

Eu empurrei ele ao ouvir isso, sem medo nenhum. Vi de relance que ele tinha uma faca, mas lembrando do que ela havia me dito, ele não teria coragem de usar ela. Ele era um covarde, e por isso eu me garantia contra ele. Segurei sua blusa, pronto para ergue-lo no ar e descontar minha raiva, mas ouvi uma sirene policial que me parou. O policial se aproximou de nós.

- Boa tarde, jovens. O que está acontecendo?

Depois de algum tempo, ele nos informou que Kang já havia feito isso outras vezes, o que não me surpreendeu, até que vi o treinador da academia vindo em nossa direção.

- Treinador?

- Wang?

Ele não sabia como reagir. Ele nos explicou, provavelmente com muita vergonha, que Kang era seu filho. Fiquei extremamente surpreso, porque eu de fato nunca havia conhecido seu filho. Mas ele nos acalmou, me deixando com o coração mais em paz.

- Pelo visto, eu vou ter que tomar uma medida drástica.

- E qual seria ela? – Ela indagou.

- Ele vai morar com a mãe dele – O treinador disse, arregalando os olhos e rindo depois. Já havia escutado uma história ou duas sobre ela, e pelo visto seria de fato uma medida drástica – Vai ser bom para você também conseguir se desligar dele e viver como se nada disso tivesse acontecido.

- Seria bom se nada tivesse acontecido.

Quando tudo acabou e comemoramos minha vitória no campeonato, levei-a para casa. Dessa vez, não só por precisar escolta-la, mas pelo motivo que sempre me levava a fazer isso: para ficar junto dela.

- Mentirosa – Eu disse, mostrando a língua para ela.

- Ei, porque isso de repente?

- Você disse que ia tomar cuidado...

- Eu tomei – Ela disse, e eu ergui uma sobrancelha - Mas, você nunca disse que era comigo que eu tinha que tomar cuidado.

- E com quem mais seria?

- Com você. Eu fui comprar um energético para você e... – Ela parou de falar de repente, e então continuei:

- Você foi lá fora para comprar um energético para mim? – Tentei ficar sério, mas um sorriso bobo insistia em brotar em meus lábios.

- Sim. Depois de gastar tanta energia com a esgrima, achei que você pudesse querer alguma coisa para beber...

- Então, você tomou cuidado, mas comigo? – Eu ri – Você é impossível.

- Obrigada – Ela sorriu – Acho que estou aprendendo com o melhor.

- Não devia. Você não devia andar com más companhias assim...

- Que pena, eu realmente gosto do meu namorado...

- O seu namorado gosta muito de você também. Eu diria que ele está completamente apaixonado.

- É? E como pode ter tanta certeza? – Ela brincou, rindo.

- Ele seria louco se não se apaixonasse por você. Isso eu posso garantir.

- Eu também descobri uma coisa sobre mim. Na verdade, sei disso há algum tempo.

- E o que é?

- Promete guardar segredo? – Ela pediu, o que me deixou curioso por um instante.

- Prometo – Respondi, e ela se aproximou do meu ouvido, me causando arrepios.

- Eu também sou completamente apaixonada por Jackson Wang – ela sussurrou, me beijando logo em seguida.


Notas Finais


Mais uma vez, muito obrigada por me acompanharem até aqui. De verdade, eu fico muito feliz por cada comentário, cada favorito, cada visualização na fanfic hsuahsauhs.
Até a próxima ~


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