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História What You Gonna Do? - Festa II


Escrita por: Sweetrange

Notas do Autor


Boa leitura ~

Capítulo 6 - Festa II


Fanfic / Fanfiction What You Gonna Do? - Festa II

Na mesma hora em que o estranho à minha frente começou a tentar me abraçar, me esquivei, deixando ele no vácuo. Ele então deu uma risada soprada, irônica, e falou algo tipo:

- Essa piranha acha mesmo que é difícil, não é? – Ele falou mais com ele mesmo do que com qualquer um, mas isso me deixara totalmente irritada. Nessa hora, eu tive certeza que minha expressão podia ser confundida com a de quem mataria alguém em sua frente. Bem, talvez minha expressão não estivesse tão longe assim dos meus sentimentos verdadeiros.

Quando ele deu um passo em minha direção, estiquei a mão e afastei-o com força, no que ele deu um passo para trás. Lin também havia se esquivado do colega dele, e veio em minha direção. Quando ambas começamos a andar para longe, senti alguém segurar meu pulso com força e me puxar novamente. Antes que eu pudesse dizer ou fazer qualquer coisa, senti um braço por cima do meu ombro. Estava pronta para reagir, quando olhei para o lado e pude ver o perfil de Jackson Wang, que sorria de forma amigável para os caras que estavam atrás de nós.

- Desculpe a demora, amor – ele falou, agora olhando em minha direção, ainda sorrindo – Quem são?

- Ótima pergunta – resmunguei, enquanto eu e Lin olhávamos de forma mortal para eles. Quando reparei, Jun também estava próximo de Lin, abraçando-a.

- Se nos dão licença, vamos descansar um pouco da dança – Jun falou de forma simpática, sorrindo assim como Jackson, e os dois nos afastaram dali, e então pude ver que os caras estavam parados no mesmo lugar, aparentemente com raiva. Depois do que pareceu alguns minutos, eles foram embora, provavelmente irritados por não terem conseguido o que queriam.

Quando chegamos à extremidade da pista de dança, pela terceira vez na noite, Jackson foi me soltando devagar, enquanto Jun soltou Lin também. Eles olharam novamente para a direção de onde os caras estavam antes, mas eles não se encontravam mais ali. Jackson fez um som de desaprovação, e resmungou algo como “babacas”, ao que eu ri.

- Obrigada, de verdade – eu disse, sendo totalmente sincera.

- De nada – ele sorriu – Vocês pareciam em apuros quando chegamos.

- Com certeza – revirei os olhos – Eles são totalmente babacas. O que acha de dançar conosco? – Repeti, imitando um tom de voz grave, zombando deles. Os três riram de minha imitação, e Lin entrou na brincadeira:

- Venha cá, vou te mostrar um novo mundo – Ela disse, também imitando um tom de voz grave, e desatou a rir depois – Quase perguntei se ele estudava astronomia, ou se ele só achava que era o Aladdin.

Quando Lin disse isso, comecei a rir muito, e Jackson e Jun me acompanharam. Em instantes, estávamos rindo, os quatro, nos divertindo com uma situação que há pouco tempo era sufocante.

Depois de tudo isso, continuamos a nos divertir. Ora dançávamos, ora conversávamos, mesmo com o som alto. No final, pude perceber Jun pedindo o telefone de Lin, que prontamente pegou o celular dele e digitou seu número. Ela sorriu e entregou a ele o celular novamente. Então, eu e Jackson fomos andando na frente, saindo da festa.

Assim que saímos, olhei para o céu estrelado e respirei fundo o ar puro dali. Como algumas horas na balada te faziam mudar de opinião sobre a rua. Onde tinha um cheiro bom. Ou melhor, não tinha um cheiro ruim, como de gente suada, ou misturas de centenas de perfumes, muito menos de bebida. Apesar do som dos carros passando e algumas pessoas conversando na rua, o barulho nem se comparava à música alta e várias pessoas conversando ao mesmo tempo na festa. Espreguicei-me, esticando os braços à minha frente, e sorrindo. Adorava festas, claro, mas ainda assim me sentia aliviada de vez em quando, ao sair de dentro daquele ambiente.

- Ah, a diferença entre os barulhos é surpreendente – comentei, e Jackson concordou comigo. Ainda bem que não estava frio, mesmo que eu pudesse sentir uma brisa suave batendo em meu rosto. Infelizmente, como o ambiente da festa era abafado, eu provavelmente ficaria gripada depois disso, assim como ele.

- Totalmente – ele riu – Mas aqui fora está um pouco frio, acho.

- Uma gripe de vez em quando é normal, não é? – Eu ri, tentando não ligar para a gripe que com certeza me pegaria depois.

- Ei, tente se manter saudável ao máximo, ok? – Ele respondeu, com um tom protetor – Venha cá.

Então, ele andou um pouco até ficar próximo à parede de onde estava acontecendo a festa, onde o vento seria bloqueado por uma pilastra longe, porém bem no trajeto que o vento faria. Antes que ficássemos em total silêncio e o clima ficasse estranho, Jackson disse:

- Desculpe por te chamar de amor lá – ele coçou a nuca, parecendo meio embaraçado ao lembrar disso – É que eu sabia que eles iam desistir se achassem que você e sua amiga tinham namorado, ou sei lá – ele deixou a frase ir morrendo, sem olhar para mim enquanto dizia tudo isso.

- Tudo bem, eu entendi – ri – A propósito, muito obrigada, de verdade.

Depois disso, ficamos em silêncio novamente. Ambos encostamos na parede, olhando a rua, e em seguida Lin finalmente saiu e veio em nossa direção.

- Acho que chega de dançar por hoje, não é? Parece que estão exaustos também – Ela riu, e então se dirigiu à mim – Posso dormir na sua casa, hoje? – ela fez um biquinho, ao que eu ri e respondi:

- Ainda precisa pedir? – revirei os olhos – É como se você já fizesse parte da minha casa.

- Ei, não me trate como um móvel – ela fez manha, o que sempre a deixava fofa, mas eu nunca caia na armadilha de fofura dela, então apenas revirei os olhos, sorrindo.

- Bem, então fico aliviado em saber que nenhuma das duas vai voltar sozinha para casa – Jackson comentou, agora olhando para nós.

- De qualquer forma, nós vamos de ônibus. Não vai ser perigoso – dei de ombros – E você?

- Também vou – ele sorriu, mas parecia meio desanimado agora - Mas acho que são ônibus diferentes.

- Ah, é verdade – sorri – Mas, ainda bem que você vai de ônibus também. Assim você também não corre perigo nenhum.

- Eu nunca corro perigo. Eu sou o perigo – ele disse, com uma expressão séria, e depois riu logo em seguida, jogando sua cabeça como de costume.

- Ah sim, claro – ironizei, mas depois completei, falando sério – Você é tipo o oposto de perigo.

- Ei, acho que temos que ir, então – Lin disse, olhando para o celular – Se o horário estiver correto, o ônibus vai passar daqui a alguns minutos, e temos que ir andando até o ponto.

- Certo – eu concordei – Até mais então, Jackson – eu me despedi, e em seguida Lin segurou meu pulso e começou a correr, me obrigando a segui-la.

- Tchau, Jackson – ela gritou, rindo. Ele então acenou para nós duas, enquanto ainda estava parado. Pude ver que ele permaneceu parado, pelo menos até que eu não conseguisse mais enxerga-lo.

Enfim chegamos ao ponto, depois de alguma corrida, e acabamos ficando com falta de ar. Lin parecia bem pior que eu, mesmo que a idéia de sair correndo por aí tivesse sido dela, e então agradeci mentalmente minha mãe por me obrigar a entrar na academia. Pelo menos podia ver que meu desempenho físico estava um pouco melhor. Quando entramos no ônibus, Lin começou a sorrir. Quando perguntei o motivo para ela, ela apenas sorriu mais ainda e começou a dizer, com uma voz arrastada.

- Desculpe a demora, amor – Lin disse, imitando o que Jackson havia dito mais cedo, enfatizando o amor.

- Ele só estava nos ajudando – revirei os olhos, rindo de minha amiga.

- Ele parecia bem confortável ao te abraçar.

- Jun também parecia bem confortável, e feliz, ao te abraçar.

- Mas não fui eu quem foi chamada de amor – A cada vez que ela usava essa palavra, começava a rir um pouco.

- Não fui eu quem recebi um beijo essa noite – provoquei ela de volta, sorrindo da mesma forma que ela estava fazendo ao me provocar também.

- Como você sabe? – ela fingiu surpresa, e depois riu novamente – Mas aposto que queria receber um.

- Você realmente ficou fraca para bebida nesses últimos tempos, ou é impressão minha? – Zombei – Você não bebeu quase nada, mas já está falando coisas sem sentido.

- As coisas que eu falo tem muito sentido. E o sentido delas é que todas apontam para o quão a fim você está desse cara.

Depois disso, Lin riu de minha expressão. Eu não tinha mais nenhuma carta na manga para caçoar dela, e ela sabia que havia vencido. Para a filha de uma advogada, eu realmente tinha que treinar melhor minhas respostas.

Ao chegar em casa, eu e Lin tentamos fazer o mínimo possível de barulho. Eu sabia que a essa hora minha mãe estava em casa, dormindo. Eu não sabia mais que horas eram, mas eu sabia que não era muito cedo. Infelizmente, minha mãe sempre teve um sono muito leve, mas ainda assim tinha esperanças de que ela poderia não nos ouvir entrando.

Quando eu e Lin chegamos à sala, ambas fazendo sinal de silêncio uma para a outra, percebi uma silhueta sentada no sofá, segurando uma xícara. Ótimo.

- Aceitam chá? – Escutei minha mãe falando, e sibilei na direção de Lin: abortar missão. Droga – Porque eu aceito uma coisa. Uma explicação do porque vocês chegaram a essa hora em casa, sem ninguém responder minhas mensagens.

Pela primeira vez desde que havia enviado a mensagem para ela, verifiquei meu celular. Havia exatamente trinta e sete mensagens, e onze ligações, todas dela. Lin também verificou o dela, e percebeu enfim algumas ligações de minha mãe, que ela não havia percebido mais cedo, ao verificar o horário antes de entrarmos no ônibus.

- Desculpe, mãe. Eu mandei uma mensagem para você, dizendo que eu ia para a festa com a Lin e... – Antes que eu pudesse terminar a frase, ela me interrompeu.

- Eu vi. Mas, se você tivesse visto o que eu lhe enviei, saberia que eu disse que não queria que vocês chegassem muito tarde em casa. É perigoso para duas meninas como vocês andarem pela rua, sem proteção alguma.

- Nós viemos de ônibus, não é tão perigoso assim, o ponto fica aqui perto e...

- Não me importa. Seu celular deveria ser usado para atender ao telefone ou responder a chamadas quando tentam falar com você, e não para tirar fotos por ai ou jogar os seus joguinhos, que é só o que você parece fazer.

- O telefone estava no meu bolso, eu não ouvi – eu continuei tentando, mesmo sabendo que nada que eu dissesse adiantaria alguma coisa.

- Da próxima vez, que deixe o telefone no modo vibrar. Isso é, se houver uma próxima vez, pois não sei se posso confiar mais em você para que vá em festas antes de me avisar e se certificar de que eu deixei.

- Eu fui com a Lin, sempre fizemos isso... – Dessa vez, ao invés de ser interrompida, apenas fui deixando minha voz morrer, deixando a frase no ar. Eu não tinha nada que vencesse os argumentos dela, afinal.

- E eu estou cansada disso – Seu tom de voz era ríspido, mas em seguida ela pareceu ficar mais preocupada que brava conosco - Fiquei preocupada, pensando que você tinha sido assaltada, ou coisa pior – Minha mãe estremeceu, e fechou os olhos por um momento. Depois disso, ela levantou, levando sua xícara de chá até a mesa da cozinha e voltando, enquanto eu permanecia parada no mesmo lugar. Ela então disse, com um tom de voz normal – Hoje foi um dia longo. Por isso, espero que todas nós possamos dormir em paz agora, mesmo que seja tarde. Talvez ainda possamos aproveitar algumas horas de sono. Boa noite para vocês.

Então, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, minha mãe foi em direção ao seu quarto, deixando eu e Lin paradas no mesmo lugar. Lin só observara toda a conversa, sabendo que a situação só pioraria se ela tentasse se explicar por mim. Então, suspirei e subi as escadas para meu quarto, ouvindo os passos de Lin logo atrás de mim.

- Eu sempre faço isso, não sei por que dessa vez ela decidiu que eu não posso mais sair – bufei, sentando na minha cama.

- Acho que a gente nunca ficou tanto tempo sem responder ela – Lin se encolheu um pouco, com uma expressão de quem se desculpava por estar defendendo ela.

- Eu sei – suspirei, sabendo que ambas estavam certas. Afinal, eu também ficaria preocupada se estivesse no lugar da minha mãe – Só espero que isso não traga nenhuma consequência. Digo, além da bronca que acabei de levar.

Depois disso, coloquei o colchão onde Lin sempre dormia no chão do meu quarto, e ficamos conversando ainda por algum tempo. Sobre minha mãe, sobre a festa, sobre diversas coisas, até que ambas pegamos no sono sem nem mesmo perceber.


Notas Finais


Espero que estejam gostando :3
Até o próximo capítulo ~


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