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História Whatever - Luíza


Escrita por: shotales

Notas do Autor


Volteiiiiii

Esclarecendo algumas coisas:
Crusha é como o contato da Vih ta salvo no celular da Luíza.
Panqueca é como o contato da Luíza ta salvo no celular da Vih.

Boa leitura <3

Capítulo 2 - Luíza


Acordo meio tonta com o barulho de água corrente e vidro batendo. Me sento e coço os olhos. Percebo que agora estava tapada, mas não me lembro de ter me tapado quando adormeci. Pego meus óculos de cima da mesinha de centro e vou para a cozinha encontrando Luíza lavando a louça.

Luíza é a amiga com quem vim morar por um tempo. Ela é loira e tem os olhos azuis, é um pouco mais baixa que eu e também usa óculos. Ela é só um mês mais nova.

Fico um tempo parada na frente da porta, contendo a ansiedade de abraça-la, esperando que me percebesse ali.

Como ela não percebeu, decidi chamar sua atenção.

– Hum-hum – arranhei a garganta, conseguindo, assim, sua atenção.

Ela se vira de costas e quando me vê, da um sorriso largo, solta o prato que lavava e pula pra me abraçar. Eu retribuo, e sinto água escorrendo pelas minhas costas. Lembro, então, que ela lavava a louça e suas mão estavam molhadas. Ficamos abraçadas, por bastante tempo, sem falar nada. Quando finalmente nos separamos, falo:

– Por que não me acordou quando chegou? – ela franze o cenho parecendo decepcionada.

– Faz 4 anos que não nos vemos pessoalmente e a primeira coisa que pergunta quando me vê é por que não te acordei?

– É – falo debochada e nós começamos a rir.

– Se isso te preocupa mesmo, é porque eu pensei que estaria cansada da viagem e não queria incomodar.

– Eu realmente to cansada da viagem, mas não me incomoda ver a minha melhor amiga.

– Ta bom, então. Vou te acordar todo dia quando eu me levantar – ela se vira e volta a lavar a louça.

– Vaca – rimos.

– É assim que trata a tua melhor amiga? – ela fala fazendo bico.

– Sim, não é novidade. E pelo menos eu não prefiro lavar a louça do que falar com a melhor amiga.

– A questão é, eu preciso lavar a louça. E agora que tu mora aqui, eu tenho o resto da vida pra te encher o saco – ela vira o rosto revelando seu sorriso debochado e logo torna sua atenção à louça na sua frente. – E quem disse que tu é a minha melhor amiga? – consegui ver aquele sorriso ainda em seu rosto, mesmo não estando de frente pra mim.

– O papai Noel. Eu era muito sozinha, aí em um natal ele disse que me daria de presente uma piranha pra mim chamar de melhor amiga. Não tive como recusar, então te aturo até hoje.

Com um movimento rápido, ela se vira com as mãos cheias d’água e joga em mim, me molhando inteira.

– NÃO ACREDITO! Sua idiota! – chego perto dela e ela se encolhe, como se esperasse que eu fizesse alguma coisa. – Vai ter vingança! Me aguarde – espremi minha blusa tirando o excesso de água, que cai nos pés dela e no tapete.

– Ah, obrigado! Nem tinha tomado banho mesmo – ela sacode os pés, jogando água pra todos os lados.

– Que horas são? – ela levanta o rosto pra olhar as horas no micro-ondas.

– 2:27.

– Como assim? Eu cheguei aqui as 4:45.

– São 2:27 da madrugada.

– O QUE? Eu dormi tanto assim? E por que ta lavando a louça a essa hora?

– 1º Jo. 2º Dormiu. 3º Porque não tava com sono e não tinha nada pra fazer – não respondo por um tempo, até ela se virar com uma expressão preocupada para mim.

– Isso é um pouco estranho... – falo e me sento em uma das banquetas atrás de mim. Ela franze o cenho.

– O que é um pouco estranho?

– Isso tudo... O jeito que a minha vida mudou de repente. Como em um dia eu estava no luxo e agora divido um apartamento com a minha amiga. Como eu estou desempregada e o único jeito que tenho pra me sustentar é o YouTube... – ia continuar, mas ela me interrompeu.

– A única coisa estranha pra mim é como tu ficou séria de repente. E tu não dividi um apartamento com a tua amiga, tu divide com a tua melhor amiga – ela se vira de volta pra louça. – Aliás, valeu por jogar na minha cara o quanto eu sou pobre – ela finge secar uma lágrima e acaba molhando o rosto, rio.

– De nada. E eu não divido um apartamento com a minha melhor amiga, ela mora com os pai na Inglaterra, só divido contigo mesmo, e ainda bem que é temporário – ela me mostra a língua.

– HA. HA. HA. To morrendo de rir – ela desliga a torneira e seca as mãos no pano de louça. – Acabei, finalmente!

– Vamos fazer o que?

– Como assim fazer o que? Tu a recém chegou, não guardou as tuas coisas e é de madrugada. Ta esperando o que? Que a gente fosse pra balada? Anda logo, vai arrumar as tuas coisas! – ela fala me empurrando e me forçando a sair da cozinha.

– Eu não quero! To com preguiça.

– Uma pena que eu não me importe. Vai! – ela abra a porta do segundo quarto da casa (que até agora não era usado) que estava na nossa frente e me joga pra dentro com as minhas coisas, ouço o barulho da porta trancando e vejo que a chave não esta na fechadura.

– Valeu aí!

– Assim não tu não tem escolha! Vai arrumar o quarto, quando acabar eu destranco a porta – ouço passos indicando que ela se afastou e, logo em seguida, uma porta batendo.

– Merda! Só aquela vaca mesmo! – praguejo baixo pra mim mesma.

Insisto em tentar abrir a porta, mas é inútil, ela ta trancada. Aceitando que não tenho outra opção, começo a arrumar o quarto.

O quarto tinha um tamanho bom, já estava mobiliado, como se esperasse por alguém. Na parede do lado da que se encontrava a porta, tinha uma cama de casal. Dos seus dois lados tinham pequenos criados mudos, cada um com duas gavetas. Na frente da cama tinha uma escrivaninha de vidro, com as pernas brancas e duas gavetas, uma de cada lado. Uma cadeira preta de escritório estava na frente. Em cima da escrivaninha tinha um painel de madeira quase branca, com uma enorme teve presa nele. Do lado tinha um closet pequeno, mas suficiente para caber minhas roupas e sobrar bastante espaço para outras coisas. Encostado no closet, de baixo da janela, tinha uma penteadeira com seis gavetas, um espelho enorme e uma cadeirinha fofa na frente. E no outro lado da cama tinha uma grande prateleira, com duas gavetas na parte de baixo. Do lado da prateleira tinha um puff cinza claro. E por fim, um tapete branco peludo que passava por baixo da cama, da prateleira e do puff, o outro tapete era cinza claro, também peludo e passava da escrivaninha até a penteadeira.

Do lado do puff, tinha uma porta que levava para um banheiro.

Os móveis eram quase todos brancos, com algumas exceções, como o painel da TV, as portas de correr do closet, a cabeceira da cama e as gavetas dos móveis, que eram madeira bem clara.

Comecei a arrumar minhas coisas.

A primeiro coisa que fiz foi arrumar as roupas: Primeiro separei meus casacos, moletons, blazers e coisas do tipo, pendurei eles em um dos lados para cabides. Depois pendurei meus vestidos e blusas que amassam fácil no outro lado. Dobrei minhas blusas e coloquei todas nas duas primeiras gavetas maiores, Na terceira coloquei minhas calças, separando tudo por tipo e cores. Coloquei as meias, calcinhas, sutiãs, toucas e essas coisas nas gavetas menores. Coloquei meus pijamas em uma das prateleiras e enfileirei meus calçados nos espaços que, acredito eu, servem pra isso. Coloquei as roupas de cama e toalhas nas prateleiras mais altas e meu closet estava pronto.

Coloquei minhas maquiagens, perfumes, cremes, produtos pra cabelo e essas coisas na minha penteadeira. Pus meu notebook na escrivaninha. E enfileirei meus livros na prateleira.

Aos poucos fui decorando o quarto com tudo de mais fofo e colorido que eu tinha, já que os móveis eram claros.

Confesso que aquilo não era bem a minha cara, mas estava feliz por ter um quarto bonitinho e “tumblrzinho”, ao invés de ser sempre a mesma coisa simples e bagunçada.

Quando terminei, peguei meu celular e mandei uma mensagem pra Luíza.

Crusha: Já arrumei o quarto, chata.

Panqueca: Não acredito. Manda foto.

Crusha: Taaa, desgraça.

Crusha: *foto*

Panqueca: Ta, vou abrir a porta.

Bloqueio meu celular e sento na cama pra esperar a porta ser aberta. Depois de 1 minuto esperando ouço o barulho da chave na porta, ela sendo destrancada e a porta se abre. Luíza fica parada ali, me encarando.

– Por que demorou desgraça?

– Porque eu tinha perdido a chave. E PARA DE ME CHAMAR DE DESGRAÇA!

– Não grita imbecil! É de madrugada, daqui a pouco o sindico liga pra reclamar do barulho! – depois que eu falei isso o interfone tocou, ela me olha pedindo ajuda. – Eu avisei.

Ela vai até o interfone e atende.

– Alô? Ahn? Ah, ta. Sim, já vou – ela desliga e pega as chaves no balcão.

– Era o sindico?

– Não – a olho sem entender. – É um amigo meu, eu esqueci que ele vinha. Já volto – ela sai do apartamento.

Como assim? Um amigo dela vai vir e ela nem me avisa? E por que ele vai vir a essa hora? Já vai amanhecer. O que eu vou falar? Do jeito que eu sou tímida, provavelmente vou ficar encolhida no sofá. Merda.

Depois de um tempo esperando, ouço passos e risadas. A porta é destranca e a Luíza entra primeiro, quando vejo quem é o amigo dela meu queixo cai.

– POR QUE NÃO ME DISSE QUE CONHECIA O COELHO?

– Não grita, idiota!

Ele se vira pra mim e tem a mesma reação de surpresa que eu tive quando o vi.

– POR QUE NÃO ME DISSE QUE CONHECIA A VIHTÓRIA? – ele grita o mesmo que eu pra Luíza.

Fiquei surpresa com a reação dele. Ele me conhece? Acabei de lembrar dos meus 3 milhões de inscritos. Mas... será?

– 1º Eu conheço o Coelho desde que me mudei pra São Paulo. 2º Conheço a Vih desde nossos 10 anos. 3º Vocês se conhecem?

– Não pessoalmente, eu sou muito fã dele E TU NÃO ME FALOU QUE CONHECIA ELE!

– Já disse pra não gritar, bichu dus infernu.

– Como eu não conheceria ela? Ela tem o canal feminino mais legal do YouTube, não é toda aquela baboseira de maquiagem e blá blá blá. Ela é a garota mais engraçada que eu conheço!

Fiquei envergonhada. Não conhecia mais ninguém pessoalmente do YouTube além de um amigo meu, e ouvir que o Coelho gosta dos meus vídeos, foi que nem saber que ganhei 10 milhões de reais.

Percebi que estava até agora encolhida no canto do sofá, então me levantei e fui até eles.

– Valeu aí – a Luíza fala ofendida pro Coelho. – Eu sou bem sem graça mesmo.

– Er, é-é um p-prazer te conhecer – estendo a mão pro Coelho, mas ele me puxa pelo braço e me abraça, eu retribuo sem jeito.

– Também é um prazer te conhecer – ele fala assim que nos separamos do abraço. – Sabe, pelo YouTube eu nunca imaginaria que tu seria tão tímida – eu sorrio sem mostrar os dentes.

– Gente, eu ainda to aqui – a Luíza fala mexendo os braços.

Nós começamos a rir.

Nós ficamos o resto da madrugada conversando, comendo uns salgadinhos que a Luíza tinha e assistimos uns filmes. Também tirei uma foto com o Coelho e postei no meu Instagram com a legenda “Fiz um novo amiguinho.” E pouco tempo depois meu celular começou a vibra com milhares de pessoas curtindo e comentando.

Mas quando deu 10:00, o Coelho teve que ir embora então eu e a Luíza terminamos de ver o filme, almoçamos miojo com requeijão que é a especialidade da minha chef de cozinha favorita e dormimos pelo resto da tarde.


Notas Finais


Mereço comentários?

Até o próximo cap.


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