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História When It's Meant To Be - Time Flies By


Escrita por: fromistake e centraldolanprk

Capítulo 1 - Time Flies By


Fanfic / Fanfiction When It's Meant To Be - Time Flies By

Capítulo 1.

Diga que me verá novamente,

Mesmo que seja em seus sonhos mais loucos.

 

— Vamos, filha! Temos um voo para pegar. Se despeça dos meninos e da Cameron para podermos ir. – minha mãe diz, me apressando para entrar no carro.

— Oi, Cam. Quer dizer, tchau... Eu vou sentir muito sua falta e das nossas brincadeiras. – digo com lágrimas nos olhos.

— Eu também vou sentir sua falta, Alex. Demais. – Cameron diz já me puxando num abraço apertado. Quando viro, Ethan e Grayson estão estáticos, olhando para o chão, tentando não me olhar nos olhos com vergonha de acabarem chorando.

— Por que você tem que ir, Alex?

— Ai, eu não sei direito, Gray. É alguma coisa a ver com o trabalho da minha mãe. Eu não posso deixar ela voltar para o Brasil sozinha, né? Quem vai proteger ela dos monstros debaixo da cama? – respondo e vejo ele concordar com a cabeça, já olhando para mim.

— Nós vamos sentir muito sua falta. Você não vai parar de ser nossa amiga só porque está se mudando, né, Alex?! – apesar de não demonstrar quase nunca, Ethan sempre foi atencioso com os poucos amigos que tinha.

— Promete que vamos ser amigos para sempre e que não vai nos esquecer? – os gêmeos perguntam em uníssono.

— Eu nunca vou esquecer de vocês. – respondo com um sorriso no rosto, os abraçando.

Acordo assustada com o alarme marcando 7 horas e minha mãe gritando que estou atrasada, lá da cozinha.

Por que continuo sonhando com esse dia? Foi há tanto tempo atrás, e eu nem tenho mais contato com os gêmeos ou Cameron. Não vou mentir, às vezes sinto muita saudade de quando morava em New Jersey. O clima, a comida, a natureza, até mesmo meus amigos. Bom, antigos amigos. Vivi boa parte de minha infância lá e, por isso, morar lá foi tão importante para mim. Se não fosse por minha mãe e aquela oportunidade da empresa... eu não teria tido uma infância melhor. Mas estou feliz de estar no Brasil agora.

Estou orgulhosa de minha mãe por manter um dos cargos mais altos na empresa em 10 anos. Tipo, são DEZ F*CKING ANOS! É mais da metade da minha vida. Ela sempre foi uma mulher muito forte, e vê-la conquistar seus objetivos é o que me motiva a sempre trabalhar duro para conseguir os meus.

Tudo bem que, devido à minha mãe ser vice-presidente de uma multinacional, eu não precise batalhar muito para ter o que quero. Pelo menos não as coisas materiais. Mas nem por isso eu sou uma daquelas meninas mimadas. Longe disso.

Já são 7h10 e sei que vou me atrasar para a escola e ter que entrar na segunda aula, então nem me preocupo em me arrumar com pressa. Me levanto indo até o banheiro no final do corredor para escovar os dentes e lavar o rosto e já desço para tomar o café da manhã.

 — Bom dia, mãe! – digo com um largo sorriso no rosto, sabendo que ela vai reclamar do meu atraso.

— Bom dia, Alexis. Atrasada para o último dia do ensino médio, é sério?! – ela me encara com uma xícara de café na mão.

— Exatamente, mãe. É o último dia. Muita gente nem vai.

— Você não é “muita gente”. E, além do mais, você ainda tem aquela prova que perdeu semana passada porque estava “com dor de barriga”, lembra? – ela diz fazendo sinal de aspas com as mãos.

— Como esquecer? Eu estava muito mal aquele dia... – ela me olha com cara de desacreditada e eu rio.

— Come logo isso aí e vai se arrumar que eu te deixo na porta da escola. Estou com um crédito de cinco horas, então tenho tempo de chegar no serviço.

— Cinco horas, mãe?! Você não devia trabalhar tanto. – digo batendo a colher no meu copo de achocolatado, sem querer.

— Eu amo o que eu faço, Alexis. E é sempre bom ter umas horinhas a mais, não? Vai que eu tenho uma dor de barriga e preciso faltar... – ela diz, debochando de mim e nós duas rimos.

 

[...]

 

Confesso que quando cheguei na porta da escola, senti um frio na barriga. Último dia. Tem como não ficar nervosa?

— Se cuida, filha. Boa prova e aproveita seu último dia na escola. Te amo. – minha mãe diz com uma piscada, assim que eu fecho a porta do carro.

— Eu também te amo, mãe. Bom serviço. – respondo acenando.

Assim que começo a caminhar em direção à porta do colégio, sinto meu celular vibrando e vejo o nome de Isis na tela.

I: “Não acredito que você vai perder o último dia. E a sua prova de matemática?”

A: “Já tô entrando.”

I: “Vem logo, guardei um lugar pra você.”

Chegando na porta da sala, Professor Marcio me olha quase rindo da minha cara por chegar atrasada no último dia. Ele sempre foi um dos meus professores favoritos, apesar de eu não gostar muito de Biologia.

— Velhos hábitos nunca mudam, não é mesmo, Alexis?! – ele diz e o resto da sala ri baixo.

— Você me conhece. – respondo entrando na sala.

Quando me viro para procurar Isis e a cadeira vaga, a vejo toda animada por me ver caminhar em sua direção.

— Que saudade, amiga! Senta aí, vai! – ela diz mais agitada que o normal.

— O que deu em você hoje? A gente se viu ontem, Isis.

Ela sempre foi agitada, desde quando éramos mais novas. Isis sempre foi a amiga atlética enquanto eu ficava sentada na arquibancada esperando a aula de educação física acabar. Tudo ficava melhor quando estávamos juntas, deve ser por isso que somos melhores amigas. Sua pele brilha tanto no Sol que às vezes tenho inveja da cor dessa menina. Seus olhos iluminam o caminho por onde passa, mesmo eles sendo escuros como seu cabelo preto, que ficava lindo com seus cachos bem definidos caindo sobre seus ombros.

Se alguém me ouvisse dizendo essas coisas, acharia que tenho uma queda por ela. Mas não, eu juro que não. É que já passamos por muita coisa juntas e acho que não aguentaríamos ficar mais de dois dias sem nos falar.

A aula de biologia passa relativamente rápido. Eu e Isis não trocamos uma palavra durante o resto da aula, mas ela não parava quieta no lugar. Tentava chamar minha atenção e eu a ignorava para não atrapalhar ainda mais o professor. O sinal toca dando fim a aula e Isis logo se vira para mim.

— Alex, você não parece muito bem, parece um pouco desanimada. Eu tentei falar com você a aula inteira. Não me diz que você está passando mal de novo, já perdeu a prova da semana passada e...

— Eu estou bem, amiga – a interrompo, rindo de sua preocupação. – Estou apenas um pouco aérea hoje por conta do último dia de aula e pensando como que vai ser daqui para frente sem o ensino médio – suspiro.

— Relaxa, eu sei que vai dar tudo certo. – olho para ela com um sorriso de canto, negando com a cabeça. Como ela pode ser tão positiva?

— Tudo bem, agora que a aula acabou você pode me falar o que estava fazendo você se remexer tanto na cadeira. Parecia que estava sentada em um formigueiro – digo e ela revira os olhos, ignorando meu comentário sobre as formigas.

— Meus pais finalmente me deixaram ir para Londres para faculdade!!!

— Isis, isso é ótimo! Você queria tanto e eu sei o quanto é importante para você. Estou tão feliz – puxo-a num abraço apertado.

— É muito bom saber que você me apoia. Já estou sentindo saudades!

— Eu também, nem acredito que você vai me largar aqui e ainda por cima vai conhecer vários gatos europeus. Já estou me sentindo esquecida – faço drama.

Continuamos conversando sobre seu intercâmbio e ela me conta que finalmente tinha decidido o que ia fazer: Medicina. Diz que sonhava em ser neurocirurgiã pediátrica. Eu apenas escuto enquanto ela fala extremamente animada e apaixonada.

O sinal toca dando início ao intervalo e nos levantamos para ir a quadra. Caminhamos e sentamos na arquibancada. Eu como uma maçã e Isis tem um biscoito qualquer em suas mãos. Presto atenção no jogo de vôlei feminino que acontece ali até que minha amiga começa a falar.

— E você? Já conversou com sua mãe de novo? – ela diz dando uma mordida no biscoito.

— Sobre o quê? – me viro para ela.

— Sobre seu intercambio para a Califórnia, eu sei que é algo que você queria muito – ela diz e eu suspiro melancolicamente.

— Nem tentei trazer o assunto à tona outra vez desde que nós tivemos essa conversa há uns quatro meses. Ela pareceu surpresa e tentou me incentivar, mas eu vi que o papo a deixou um pouco triste e isso cortou meu coração. Você sabe que nós só temos uma a outra e, apesar de ela trabalhar demais às vezes, eu acho que não conseguiria deixá-la. – Isis apenas assente e vira sua atenção para o mesmo jogo que antes eu observava.

O resto do dia passa muito rápido e, apesar de não ter me preparado muito bem para a prova, faço o que posso e dou o meu melhor.

Me despeço da Isis, que diz que me ligaria para sairmos no final de semana. Concordo e vou embora.

 

[...]

 

Chegando em casa, vou direto para meu quarto guardar a mochila e colocar uma roupa mais confortável. Quando chego na cozinha para pegar algo para almoçar, vejo um bilhete em cima do balcão:

Almoce e descanse. Surpresa mais tarde. Beijinhos, mãe.

Surpresa? O que ela está aprontando dessa vez?!

Assim que termino de comer, vou para meu quarto assistir alguns episódios de Friends.

Estou quase no final da temporada quando meus olhos começam a se cansar e percebo que estou caindo no sono. Desligo o computador e vou tirar a tão merecida soneca da tarde.

 

— Eu sabia que você ia se atrasar. – minha mãe diz sentada na ponta de minha cama, me acordando.

— Que susto, mãe. E que história é essa de surpresa?

— Por que eu te contaria se já disse que é uma surpresa? – ela diz, sorrindo. – Agora vai tomar um banho e veste a roupa que eu coloquei ali na sua cadeira.

— O que está acontecendo, mãe? – olho desconfiada.

— Alexis, para de enrolar e vai logo se arrumar. Temos um horário pra cumprir.

— Tá, tá. Estou indo. – digo levantando da cama, indo em direção ao banheiro.

Me pego pensando no que poderia ser essa surpresa durante todo o tempo que estou debaixo do chuveiro e não chego a nenhuma conclusão.

Entrando no carro, ela me pede para escolher uma playlist para ouvirmos e eu fico desacreditada. Minha mãe quase nunca me deixa ouvir minhas músicas em seu carro.

Uns 30 minutos e várias músicas depois, chegamos. Ao cinema. Era essa a surpresa? Assistir o novo filme do Homem-Aranha?

— Dois ingressos para “A Vida Secreta de Walter Mitty”, por favor.

— Você tá de brincadeira, né? Eu AMO esse filme, é um dos meus favoritos. – digo pegando os ingressos da mão da moça do caixa.

— E eu não sei? Você já assistiu tantas vezes que eu já estou quase decorando todas as falas.

Entrando na sala do cinema, vejo a sessão quase vazia. Ótimo. Eu amo cinema vazio.           

 

[...]

 

Depois das quase duas horas de filme, saímos da sala do cinema, jogando fora as embalagens vazias de pipoca e os copos de refrigerante.

— Muito obrigada pela surpresa, mãe. Eu amei. De verdade. – digo com um largo sorriso no rosto, abraçando-a.

— De nada, filha. Mas quem disse que a surpresa acabou? Você nem viu a melhor parte ainda...

— Quê?! Mãe, o que você ta aprontando?

— Espere e veja. – ela responde com uma cara suspeita.

Entrando no carro de novo, coloco o cinto de segurança e minha mãe coloca uma playlist minha do Spotify. Eu amo passar tempo com a minha mãe. Ela trabalha tanto, mas mesmo assim sempre tira um tempinho para sair comigo. Sempre foi assim: eu e ela, ela e eu.

Você deve estar se perguntando, “mas e seu pai, Alexis?!”. Bem, digamos que minha mãe se envolveu com a pessoa errada e quando ele descobriu que ela estava grávida, ele fugiu. Literalmente, fugiu. Mudou o número de telefone e até de casa para que minha mãe não o procurasse. Idiota, eu sei. Pessoalmente, eu gosto de pensar que mulheres não dependem de homens para nada. Nem para terem bebês.

Acordo dos meus devaneios com minha mãe avisando que já chegamos. Apenas percebo onde estamos quando saio do carro. É o meu restaurante de comida japonesa favorito em São Paulo, porém só jantávamos aqui em ocasiões bastante especiais, então realmente essa deve ser uma grande surpresa.

Entramos no local e, apesar de estar lotado, conseguimos sentar rapidamente. O garçom vem até nossa mesa e anota os pedidos. Assim que o garçom sai, minha mãe começa a falar.

— Então, filha, eu te trouxe aqui porque gostaria de dizer algo muito especial... – ela diz e eu assento com a cabeça, fazendo menção para que ela continuasse. – Lembra quando a gente morava nos Estados Unidos?

— Lembro. Até demais. Eu sinto tantas saudades de lá, da minha infância, dos amigos que eu tinha... – digo num triste suspiro. Minha mãe me analisa e então respira fundo.

— O que você acha de voltar pra lá?

— O quê?! – eu jurava que não estava escutando direito.

— Sabe, fazer um intercâmbio, talvez na Califórnia, que você tanto ama. Já que você não sabe mesmo o que quer de faculdade, achei que você poderia fazer outro último ano do ensino médio lá fora. Quem sabe assim você consegue decidir algum curso e pode até ficar lá para fazer faculdade depois. – ela diz sorrindo. Eu estava muito surpresa e não conseguia dizer uma palavra.

— Eu... Eu não sei o que dizer, mãe. – digo, gaguejando – Eu adoraria, de verdade, mas não posso deixar você sozinha. Nós só temos uma a outra.

— Tudo bem, querida. Eu vou ficar bem. Há alguns meses atrás, esse assunto me deixou bem triste, mas sei que você quer muito isso. – eu não conseguia parar de sorrir. – Eu te amo muito e só quero te ver feliz. Além disso, se você me disser que tem algo errado, eu pego o primeiro voo até você.

— Obrigada, mãe. Você é a melhor, eu te amo muito também. Você não sabe o quanto o seu apoio significa para mim... – assim que termino de falar, ela se levanta da cadeira para me dar um abraço bem apertado e logo volta a se sentar.

Em seguida, o garçom traz nossos pedidos e começamos a desenrolar uma conversa super animada sobre o intercâmbio. Eu sorrio de orelha a orelha, feliz por finalmente ter a chance de realizar meu sonho com todo o apoio que precisava.


Notas Finais


Esperamos que você tenha gostado do primeiro capítulo de "When It's Meant To Be"! Se tiver alguma dúvida, pode nos seguir no Twitter e mandar uma dm: @/centraldolanprk @/unbrokethan

Até a próxima.


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