História When Love Comes Around - h.s. - Q A

Deixar Eve para trás me afetou mais do que eu imaginava, principalmente depois de notar seus olhinhos cheios de lágrimas acenando para mim.

Eu a conhecia há menos de vinte e quatro horas e ela já era tão importante para mim quanto Alice.

Ultimamente eu vinha me apegando às pessoas mais rápido do que o normal.

As ruas do Colorado começaram a preencher as janelas da Scarlet e o frio as acompanhava.

"Estamos quase lá, huh?" Harry falou pela primeira vez do banco do carona.

Eu assenti com a cabeça e disse:

"Tá tudo bem? Digo, você não é muito de ficar quieto."

"Você também não." ele tinha um ponto. Eu realmente estava diferente, calada, confusa... eu só não sabia o porquê.

"Que tal você me contar primeiro por que você está assim?" eu sugeri numa tentativa de entender minha própria mente.

"Medo." ele disse simplesmente dando de ombros. Eu fiquei quieta. "Medo de você perceber que não é isso mesmo que você quer. Não estou querendo te pressionar, por favor, longe disso." ele olhou pela janela e depois para mim novamente.

"É que parece que cada quilômetro que ficamos mais perto da Califórnia, você fica mais longe de mim. Desculpa, eu não sei lidar muito bem com isso e, provavelmente, eu devo estar parecendo um maníaco possessivo." nós rimos um pouco enquanto parávamos num semáforo.

"Sabe de uma coisa? Você tem cara que faz o tipo. Sabe, maníaco possessivo. Olha esses olhos enevoados pela loucura e essas mãos, meu Deus, essas mãos são realmente possessivas." ele gargalhou e eu passei meus dedos pela lateral do seu rosto.

"Isso não é uma boa notícia para você também. Quer mais loucura do que gostar de um louco?" ele disse de olhos fechados enquanto eu apreciava seus lábios se mexendo a cada palavra que era dita.

Sorte a minha que o semáforo ficou verde naquele momento, ou então eu teria que deixar bem clara a minha dependência em relação a ele.

"Desculpa por estar distante hoje no hotel."  eu comecei. "É que tem muita coisa por definir na minha mente ."

"Não se preocupe. Eu disse que esperaria o tempo que fosse necessário, não disse?" eu assenti com a cabeça.

O silêncio foi ganhando espaço, mas eu o impedi de crescer.

"Já que não estamos fazendo nada, que tal um jogo de Perguntas e Respostas?" eu desafiei e ele riu.

"Você soou como minha antiga psicóloga agora, mas tudo bem, eu acho. Não posso considerar me jogar da kombi em movimento como uma opção." ele rolou os olhos dramaticamente.

"Idiota." eu bati em seu braço. "Mas, já tenho uma pergunta agora. Você teve uma psicóloga?"

Ele se ajeitou no assento e respirou fundo.

"Minha mãe achou que eu precisava de uma quando meu pai se separou dela. Eram consultas irregulares já que eu sempre viajava com meu pai." ele falava casualmente, mas eu podia perceber a sua dificuldade para falar do assunto.

"Eu também tive algumas consultas com um psicólogo quando eu comecei a ter real noção do que significava a morte da minha mãe. Ele era legal, mas nunca ia saber realmente como eu me sentia." eu dei de ombros e olhei de relance para Harry e concordava com a cabeça.

"É, exatamente assim que eu me sentia. Por isso essas sessões eram uma tortura." ele riu e então era sua vez de perguntar. "Qual foi a primeira coisa que você pensou quando me viu?" ele deu um sorrisinho malicioso.

"Vou começar a responder do dia que eu soube que eu ganharia um meio-irmão, pode ser?" eu questionei já sentindo minhas bochechas esquentarem.

"Fique à vontade." pela sua expressão ele parecia ter percebido o que acontecia comigo.

"Eu primeiro fiquei enciumada porque achei que você seria um menininho de dez anos que me obrigaria a dividir a atenção do meu pai; Depois eu fiquei feliz porque eu sempre quis ter um irmão, mesmo depois que eu descobri que você seria mais velho." eu respirei fundo. "Quando ouvi você passar pela porta, eu comecei a cogitar que talvez você não fosse gostar de mim, ou talvez já não gostasse." eu lancei um olhar sugestivo rápido para ele.

"Então eu te vi e, droga, você era atraente, além disso, aquela blusa branca te deixava ainda mais atraente." ele riu enquanto eu tentava falar aquilo naturalmente. "A propósito, você deveria usá-la mais vezes."

"Você me achou atraente?" Harry parecia surpreso.

"Até parece que você não percebeu. Eu fiquei que nem uma idiota durante nosso aperto de mão." chegamos na área urbana naquele momento.

"Juro que não percebi, estava concentrado em coisas mais importantes como o quão sexy você era." ele mordeu o lábio inferior e eu dei um tapa no seu braço.

"Sexy? Eu estava de óculos e de moletom!"

"O que é que tem? Você estava tão sexy quanto naquele dia que você apareceu na porta do meu quarto apenas de babydoll reclamando da música alta." ele  aparentava reviver cada cena e me deixando fervendo de vergonha.

"Você precisa rever seus conceitos sobre pessoas sexy,  Harry Styles."

"Já fiz isso desde o dia que te vi lá em casa e, infelizmente para você, a senhorita continua no topo desse conceito, Aster Duchassel." ele disse próximo ao meu ouvido me causando arrepios.

"Melhor você parar se não quiser que eu bata o carro." eu brinquei n agradecendo a Deus que ele obedeceu o meu pedido e acabei concluindo uma coisa. "Quer dizer que você só me provocava para me ver?"

"Lógico, você passava mais da metade do dia enfurnada no quarto escrevendo. Você achava o quê? Que eu fazia isso porque eu te odiava?"

"Eu achava que você aceitava muito bem a ideia de ter uma "nova família"". eu dei de ombros.

"Na verdade, eu não conhecia seu pai e não gostava da ideia dele ser um traste igual ao meu e machucar minha mãe também. Mas você... eu nunca tive realmente apatia por você, nem por um segundo. Posso ter tido um ciúmes besta do meu quarto e de como as coisas estavam diferentes lá em casa, porém eu sabia que você não tinha culpa de nada disso." ele acariciou meus cabelos. 

Estacionamos num posto de gasolina para abastecer, e antes que eu saísse do carro o celular do Harry tocou.

"Alô." ele atendeu com uma cara confusa e pôs no alto-falante.

"Alô, Styles? Será que eu posso saber por que minha namorada não atende minhas ligações? Ela está com você aí?"

Eu respirei fundo. Além de ter esquecido completamente de retornar as ligações que Thomas me fez durante a madrugada, eu também não estava preparada para ter uma conversa com ele.

Não depois de tudo o que aconteceu entre mim e Harry. 

Naquele momento, infelizmente, eu não tinha escolha. 

Harry fez sinal para que eu pegasse o telefone, saiu da kombi se dirigindo à bomba de gasolina e me deixando à sós com o meu novo desafio.

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