História When the sun goes down - Out of the box

Youngjae definitivamente mataria Bang Yongguk.

Ele estava mais certo disso do que nunca no exato momento em que recobrou a sua consciência. Não entendia o que havia acontecido, mas de repente ele se sentia cansado como se tivesse percorrido vários quilômetros de uma longa maratona e sua mente parecia ainda estar coberta por uma espécie de nevoa que dificultava seus pensamentos, entretanto o que mais lhe incomodava era sensibilidade momentânea com cheiros, por ser um beta ele raramente conseguia ser influenciado pelos feromonios dos alfas e dos ômegas, uma vez que betas tinham uma incrível tolerância a eles, mas naquele momento ele estava tão malditamente sensível, que ate mesmo os odores fracos que restaram dentro do carro o incomodava.

E aquilo estava o deixando louco, ele queria sair dali o mais rápido possível, por mais que estivesse ciente que a situação do lado de fora não estaria muito melhor do que ali, ao menos ele estaria livre.

Provavelmente seu rosto estava vermelho de raiva quando ele finalmente teve força o suficiente para abrir totalmente o teto solar do veiculo, que também funcionava como uma saída de emergência quando aberta de dentro.Teve mais dificuldade que o normal para erguer o peso do próprio corpo pelos braços, conseguindo finalmente passar para o lado de fora do bendito carro, observou ao redor, o caos não estava tão generalizada quanto ele esperava, mas percebeu com surpresa que a pouca quantidade de homens que estavam ali. Alguns deles ajudando os poucos ferido pela explosão em um canto próximo ao carro, os outros parecendo em posição de alerta e não foi difícil identificar Bang conversando com os policias mais afastado de sues homens, ao lado dele havia alguém que YoungJae não foi capaz de identificar, mesmo se esforçando para isso.

- Senhor Yoo. – a voz feminina chamou a atenção do beta. – O senhor Kang teve que verificar as outras explosões e pediu ao senhor para cuidar das coisas por aqui, ainda estamos em alerta. – avisou calmamente.

Youngjae suspirou, passando a mão pelos próprios cabelos.

- Obrigado Ji Eun. – Agradeceu ao pular ate o chão, caindo exatamente ao lado da alfa. – Ainda temos homens defendendo a fronteira?

- Sim senhor, eu fiquei para trás para esperar suas ordens, os homens do senhor Kang estão aqui ajudando com os feridos e garantindo que os civis fiquem em segurança. – ela explicou.

- Pode se juntar a fronteira então, avise  que você esta na liderança ate a minha chegada e mantenha informado, eu preciso resolver um assunto com o Bang, logo me juntarei a vocês. – ele a viu acenar positivamente com a cabeça. – Mais uma coisa Ji Eun, não deixe ninguém entrar, eu acho que esse ataque foi apenas para desviar nossas atenções, eles estão armando algo. – completou e a alfa mais uma vez acenou positivamente.

- Senhor. – ela pareceu ponderar por um momento, visivelmente desconfortável. – O senhor está...- ela parou a própria fala, hesitante. – Cheirando.

Youngjae franziu as sobrancelhas, em um primeiro momento sem entender o que a alfa queria dizer com aquilo, mas em seguida entreabriu os lábios em um “o” perfeito, surpreso com aquelas palavras, ele era incapaz de sentir a diferença no próprio cheiro.

- Aparentemente eu estou tendo um descontrole hormonal, não se preocupe. – falou com seriedade, não se deixando abalar com as palavras alheias, os olhos ganhando um brilho imponente. – Me mantenha informado. – reforçou e aquele foi o seu modo de dizer a alfa que ela deveria ir, dessa vez ele foi prontamente atendido.

Aquilo não podia ser pior, se como um beta ele já sofria constantes repressões, se ele fosse um beta “defeituoso”, que consegue emitir feromonios, tornaria tudo mil vezes pior. Precisava verificar o que estava acontecendo com seu corpo e esperava que não fosse nada além de um efeito colateral de seus remédios.

Não resistiu a suspirar mais uma vez enquanto ainda observava a alfa se afastar e então finalmente se lembrou de seu objetivo, pegou seu radio comunicador, o levando para próximo dos lábios, suspirando ao apertar o botão.

- Bang, eu preciso falar com você, esta disponível? – perguntou, sabendo que o alfa ainda não havia o visto do lado de fora do carro.

- Estou. – a resposta não demorou a vir. – Acabei de me resolver com os policias, eles vão nós ajudar a retirar os feridos. – explicou, hesitando por um momento. – Você esta bem?  - o tom de voz havia sido mais baixo, como se estivesse evitando que mais alguém escutasse.

Youngjae suspirou, esperava que mais ninguém estivesse ciente de sua situação.

- Estou. – falou seriamente. – Me encontre no carro onde você me deixou, precisamos reverter esses contratempos. – completou, guardando o bendito comunicador para então pegar o seu celular, ligando para Ji Eun. – Estamos elaborando um plano para reverter essa situação, fique alerta. – avisou, esperando uma confirmação do outro lado para so então desligar, se desencostando do carro no momento em que percebeu que Bang já estava próximo, uma de suas sobrancelhas arqueadas enquanto encarava o garoto ao seu lado.

Youngjae não havia percebido quanto ele estava mais distante, mas no momento em que notou sua aproximação, ele não pode evitar de se sentir incomodado. O cheiro do alfa era ainda mais forte do que o cheiro dos alfas que sentia anteriormente preso no carro, muito mais forte do que o de Ji Eun, mesmo que ele estivesse mais distante, forte o suficiente para focar sua atenção completamente nele e não o deixar perceber nada do cheio de Yongguk. Ele já estava detestando a presença dele.

- Você trouxe um civil? – perguntou quase de modo acusatório a Bang, que franziu as sobrancelhas, aparentemente sem entender sua revolta. Youngjae não o julgava, nem ele estava entendo o que acontecia a aquele ponto.

- Ele estava me ajudando a conversar com os policiais, eu achei que seria melhor levar um civil para provar que não fomos nós que causamos essa confusão, seria um saco ter que lidar com policiais. – Yongguk parecia quase cansado enquanto dizia aquilo. – Esse é Shin Daehyun. - ele o apresentou. – Shin, esse é Yoo Youngjae.

Os olhos de ambos se encontraram em silencio e por um momento, que para ambos não pareceu desconfortável, mas que pareceu incomodar o suficiente o alfa que havia acabado de apresenta-los.

- Daehyun, você pode ir ajudar com o transporte dos feridos, não esqueceremos a sua ajuda. –  Bang disse firme ao outro alfa, arqueando uma de suas sobrancelhas ao perceber que ele estava demorando de mais para lhe responder. – Temos que ir. – o aviso dessa vez foi para Youngjae e ele se surpreendeu ao ver que ele foi o primeiro a se virar para si.

- Sim, claro. – disse o moreno, desviando o olhar para o chão por um momento. – Precisamos reformar o plano de defesa, vamos. – ele voltou a encara-lo, os olhos novamente demonstrando a imponência de um líder. – Como Bang disse, não esqueceremos a sua ajuda. – ele disse a Daehyun e Guk percebeu que o Yoo evitava encara-lo. – Vamos.

Os olhos do Bang piscaram, ainda tentando encaixar as peças em seu quebra-cabeça mental sobre o que estava acontecendo ali, mas ainda assim ele concordou, dando um paço na direção no beta.

[...]

– Você esta bem?  - o tom de voz do outro alfa era baixo, mas não o suficiente para que Daehyun não conseguisse escuta-lo.

Era claro que aquilo havia o intrigado, ele não sabia o que estava acontecendo com o líder dos Yoo, mas qualquer fraqueza alheia apenas tornava as chances de sucesso do seu plano ainda maiores.

- Estou. – ele ouviu a voz do outro lado do comunicador.  – Me encontre no carro onde você me deixou, precisamos reverter esses contratempos.

Bang suspirou pesadamente, mas Daehyun fingiu que não perceber.

- Shin. – o alfa o chamou por seu nome falso. – Precisamos ir. – disse, fazendo um acenar de mãos para que o outro alfa lhe seguisse e Daehyun seguiu suas ordens de bom grado, quase satisfeito que as coisas estivessem indo tão bem para si.

Daehyun quase riu ao ver a figura de seu “grande inimigo”. Youngjae simplesmente não combinada com a palavra “ameaçador”. Ele era baixo, de aparência frágil, quase fofa e mesmo com sua expressão seria, ele estava longe de ser imponente. Agora o alfa conseguia entender perfeitamente porque os Yoo estavam com tanto medo de perderem seus territórios. Aquele beta não era um líder, mas ele so teve certeza absoluta disso quando já estava perto o suficiente para sentir o seu cheiro. O Yoo cheirava como um omega, de forma realmente muito parecida com um omega. Era claro que o cheiro ainda era fraco, mas apenas o fato de betas conseguirem emitir feromonios já era surpreendente de mais para o alfa.

- Você trouxe um civil? – a pergunta veio do Yoo, mas a mente de Daehyun estava ocupada de mais pensando em mil possibilidade para usar aquela fraqueza contra o líder dos Yoo e mil possibilidade que lhe explicasse como um beta poderia estar soltando um feromonio tão doce.

- Shin, esse é Yoo Youngjae.

A voz do Bang o fez despertar do seu transe, ele não podia pensar de mais, não agora, não podia se dar ao luxo de vacilar logo na frente de seu inimigo, por mais que não parecesse, Youngjae ainda era o líder dos Yoo.Os olhos de ambos se encontraram, mas o silencio permaneceu entre eles, quase como se não precisassem de palavras.

E aquilo estava deixando Daehyun louco, ele detestava lidar com coisas que não entendia e Youngjae estava se mostrando uma grande incógnita.

– Temos que ir. – Ele apenas ouviu a voz do outro alfa quando os olhos do Yoo finalmente deixaram os seus.

- Sim, claro. – disse o Yoo. – Precisamos reformar o plano de defesa, vamos. Como Bang disse, não esqueceremos a sua ajuda. – mesmo que as palavras fossem direcionadas a si, o alfa percebeu que o beta não queira lhe encarar novamente.

Daehyun ainda ficou perplexo por uma fração de segundos enquanto os via se afastar, mas no segundo seguinte ele se lembrou que deveria agir.  

- Senhor Bang. – voltou a chama-lo, se aproximado novamente da figura pouco mais alta do que si. – Eu preciso lhe dizer uma coisa. – ele notou que o outro parou, permitindo-se a sua aproximação e foi em uma fração de segundos que ele tirou a pequena pistola, essa carregada não com balas , como eles esperavam, mas sim com uma dose forte de uma droga desenvolvida pelos Jung. – O senhor Jung esta mandando o seus cumprimentos. – ele disse, enviando a pistola contra a pele exposta da mão do alfa.

O que aconteceu em seguida foi muito rápido. Bang o afastou em um empurrão, puxando a própria arma, a mirando na direção de sua cabeça e atirando, logo em seguida caindo para trás, completamente desacordado, fazendo Daehyun sorrir, sabendo que o alfa seria incapaz de conseguir atirar em si agora que a droga já agia em seu corpo.

E ele quase pode ouvir Youngjae xingando enquanto se abaixava para pegar a arma do alfa desacordado, voltando a  mira-la na direção de Daehyun, que então intensificou os seus feromonios, os olhos ganhando o tom vermelho característico.

- Você não vai atirar em mim. – a voz continha o tom de alfa que todos os betas e ômegas tanto odiavam.

Youngjae havia sido treinado para nunca abaixar a cabeça diante da voz de um alfa, a lutar contra os próprios instintos e se manter sob controle, mas por algum motivo, naquele momento o seu corpo estava paralisado, a arma tremendo em sua mão.

Aquilo queria dizer que ou Daehyun era um alfa muito forte, ou seu corpo estava mais fora do controle do que imaginava. De qualquer modo aquilo era ruim.

- Hora de começar. – Daehyun avisou no telefone, aproximando-se da figura tremula de Youngjae. – Os homens dos Yoo estão todos na fronteira e os poucos Kang’s que restaram ajudando os feridos com alguns policias, vai ser fácil.  – o alfa parou exatamente contra a arma tremula do Yoo, permitindo que seu peito literalmente se encostasse ao mental enquanto ainda o encarando intensamente, percebendo a tentativas do beta de se forçar a atirar. – Yoo Youngjae esta comigo agora.  – ele desligou o aparelho, levando então calmamente uma de suas mãos sob as do beta, os olhos ainda no mesmo tom avermelhado. – Eu esperava mais de você...- forçou a mão alheia para baixo, quando Youngjae finalmente conseguiu atirar, a bala parando no chão entre eles.

E o som daquele tiro foi seguido por outros.