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História Where Do Broken Hearts Go - The Heart Wants What It Wants


Escrita por: mclaraaaaaaaa

Notas do Autor


Nome do capítulo: O coração quer o que quer.
OIOIOI MANAS!!! Amanhã a atualização é de all you had to do was stay.
Até o próximo.

Espero que gostem.

Capítulo 40 - The Heart Wants What It Wants


O brilho que o espelho emitiu quando Ravena cantou seu mantra foi o bastante para iluminar o quarto escuro, fazendo com que a luz das velas fosse completamente inútil. 

O clarão do objeto crepitou por alguns instantes, e Ravena o olhou desconfiava, pensando bem se deveria entrar ou não. Deu um passo para trás, com medo das respostas que teria quando chegasse a Nevermore ou, pior que isso, com medo das novas dúvidas que surgiriam em sua cabeça, uma vez que suas emoções não eram as mais decididas do mundo quando precisavam encontrar uma resposta.

Antes que ela pudesse se afastar mais, a garra negra de magia saiu de dentro do espelho e a pegou pela cintura, puxando-a para dentro da própria mente. Ela não sufocou um grito e nem arregalou os olhos, continuou imóvel, com a expressão impassível, congelada em uma carranca que todos já conheciam.

Seus pés tocaram o chão rochoso de Nevermore, fazendo-a bufar por estar longe do ponto central de sua mente. Deu o primeiro passo na direção do caminho que teria que seguir e escutou o cascalho sendo esmagado sob seus pés, originando um barulho que mais parecia música para seus ouvidos.

Os corvos de olhos vermelhos, que estavam em cima das árvores nuas e de galhos retorcidos, se viraram para olhá-la, crocitando alto a medida que ela avançava pelas terras de Nevermore.

Ravena subiu o capuz da capa e semicerrou os olhos para o grupo de corvos que estava um pouco à frente, vendo que eles estavam bicando o que parecia ser uma jaula quebrada.

- Xô! – ela se aproximou deles e balançou as mãos, fazendo-os voar para longe. Um deles, o mais corajoso na opinião dela, manteve-se firme com o pedaço de jaula sob suas pernas, olhando fixamente para os olhos de Ravena. – Xô! – repetiu, abaixando-se para assustá-lo. O corvo continuou parado, apenas tombando a cabecinha para o lado direito. Ela esticou o braço para pegar a jaula, mas o corvo a bicou na mão, fazendo-a pular para trás.

Em cima das árvores, todos os outros corvos voltaram a crocitar, tornando o barulho insuportável para Ravena. Ela tampou os ouvidos e fechou os olhos, esperando que eles parassem. Ao contrário do que imaginou, eles começaram a voar baixo, chagando cada vez mais perto do chão para defenderem o pedaço da jaula que não tinha sido abandonada pelo corvo solitário.

- Fiquem com esse lixo! – praguejou, passando direto pelas aves, que a acompanharam com o olhar.

Continuou andando em silêncio e escutou um trovão alto ecoando pelo lugar assim que entrou no reino de Felicidade. Franziu o cenho ao ver a escuridão que a cercava, procurando pela grama verde e bem cuidada que sua emoção mais feliz tanto se orgulhava. Tudo que encontrou foi uma grama seca e amarela, completamente diferente do que costumava ser. Ao invés de flores, pedaços de metal nasciam da terra, como em um ferro-velho lotado.

Ravena contornou as peças grandes de metal, prestando atenção nas que ficavam para trás. Levou um susto quando viu um pedaço de metal redondo a sua frente, sem ter tempo de desviar dele. Tropeçou e precisou flutuar para não cair, vendo o objeto de cima. Seus olhos se arregalaram imediatamente quando ela percebeu que havia tropeçado na réplica gigante e exata do anel que Mutano havia lhe dado em dezembro.

Horrorizada, ela voou mais alto, identificando réplicas de coisas conhecidas, como uma das poções que Estelar lhe comprou, um livro dado por Liam, o colar que ganhou de Azar, a chave de seu carro, entre outras coisas que faziam parte de seu dia a dia.

Como se tudo isso não fosse o suficiente, em cada uma das réplicas nasciam flores escuras e murchas, que pareciam pertencer mais a Tímida do que a Felicidade.

Outro trovão ecoou pelo reino de Felicidade, e Ravena se encolheu ao sentir pingos de chuva molhando sua capa. Mais uma vez, seus olhos se arregalaram e ela teve certeza de que eles saltariam das órbitas, uma vez que a chuva era algo inédito naquele reino.

Ela voou depressa para a parte central de Nevermore, reparando em casa coisa que parecia estar fora do lugar. Os reinos estavam misturados, com os fenômenos climáticos trocados, e com uma diferença gritante na aparência que costumavam ter. No reino de Bravura, por exemplo, ao invés de sacos de boxe com o rosto de Jillian, ela encontrou livros muito bem empilhados e separados em ordem alfabética, do mesmo jeito que Conhecimento costumava arrumar em seu reino.

Quando chegou ao local onde se reunia com suas emoções, Ravena pousou pesadamente no chão, olhando para os lados de forma desnorteada, enquanto enxergava Bravura, Rude e Raiva, que continuava presa.

- Onde estão as outras?

Elas não responderam. Bravura continuou sentada brincando com os óculos velhos de Conhecimento, colocando-os de vez em quando. Rude encarou as próprias mãos e, para o horror de Ravena, não soltou nenhum arroto. 

- Onde elas estão, Raiva? – Ravena se aproximou da emoção de capa vermelha, lembrando do momento em que deu um tapa na mão de Liam.

- Eu não sei.

- Mentirosa!

Raiva sorriu maldosamente, mostrando seus dentes pontiagudos e sujos para Ravena. Balançou o corpo para frente e para trás, dando a impressão de que arrebentaria as correntes a qualquer momento.

- Você está tão fodida, Ravena. – zombou. – Não tem ideia de como isso me faz bem.

- Você não vai conseguir me deixar com raiva.

- Mas eu não estou tentando fazer isso, principalmente agora que consigo chegar até você.

- O que você quer dizer?

Bravura e Rude começaram a rir, chamando a atenção de Ravena. Ela se virou na direção das duas emoções e arqueou uma sobrancelha, desafiando-as a falar do que estavam rindo.

- Ravena – Conhecimento saiu de trás de uma árvore, agarrada a um livro grosso e velho. – Finalmente você veio nos ver.

- O que está acontecendo aqui?

- Você precisa se acalmar.

- Esse lugar está um caos! – Ravena apontou para o céu, que estava completamente colorido, com nuvens pretas e outras de várias cores. – A grama do reino da Felicidade está morta!

- Todas nós estamos precisando lidar com outras coisas.

- Que coisas?!

- Eu disse que ela ficaria brava. – Tímida se encolheu, tirando a flor cor-de-rosa que estava presa em seu cabelo.

- Ela fica sexy quando está brava. – Luxúria colocou um dos mindinhos na boca, lambendo sua ponta devagar.

Ravena a encarou e uniu as sobrancelhas, perguntando-se quando foi que ela havia se unido as outras emoções, afinal, ela nunca tinha sido uma das emoções principais.

- Quando você transou com o Gar pela primeira vez. – Luxúria falou, como se estivesse lendo os pensamentos de Ravena. – Ele sabe fazer sexo. – passou a língua pelos lábios. – Fico molhada só de pensar.

- Por que você está aqui?

- Eu sou uma Emoção.

- Mas não é uma das importantes. É uma emoção secundária.

- Eu era.

- Era?

- As coisas mudaram desde que vocês transaram, Ravena. Eu fui despertada e, finalmente, bem utilizada. Posso considerar aquela transa como a melhor da nossa vida, junto com a que fizemos na festa da Abelha. Foi melhor primeiro sexo de todos.

- Não foi a minha primeira vez.

- Eu o considero assim.

- A minha primeira vez foi com o Liam!

Luxúria franziu o nariz e fungou, colocando as mãos na cintura, mantendo a capa aberta para que Ravena visse com precisão a lingerie que ela estava usando. Soltou uma risada rouca e debochada, eriçando os pelos das outras emoções.

- Não. – disse. – Vamos considerar aquilo como um teste. Você nem gozou!

- Eu senti prazer!

- Sentir prazer – ela abaixou a mão esquerda. – Ter um orgasmo. – levantou a direita, comparando as duas. – Alguns homens não entendem que o sexo não acaba até a mulher gozar, Ravena. Infelizmente, o Liam estava tão feliz por transar com você que só se importou com o próprio prazer.

- Eu gostei.

- Mas amou quando transou com o Gar.

- Não os compare. – Ravena exigiu. – Não tem cabimento e você ficaria excitada até com um filme pornô.

- Nós duas ficaríamos. – Luxúria piscou. – Inclusive, acho que você deve se conhecer um pouco mais. – levou as mãos a virilha.

Ravena fechou os olhos, sentindo como se Luxúria estivesse tocando diretamente sua virilha. Balançou a cabeça ao escutar a risada da Emoção, escutando o rosnado de Raiva à medida que percebia que estava sendo motivo de piada.

- Vocês estão assim por causa dela? – Ravena perguntou a Conhecimento, apontando para Luxúria. – Estão tornando a minha mente um caos por isso?

- Ei! – Luxúria protestou. – Eu era uma emoção secundária, mas agora... Você vai ter que lidar comigo, Ravena. – aproximou-se dela, segurando seu queixo. – Além do mais... Você gosta de me sentir.

Conhecimento puxou Luxúria para longe de Ravena, e tirou os óculos de meia-lua, deixando a empata de olhos arregalados.

- Ela não é a causa do que está acontecendo. – falou com seriedade. – Estamos te chamando para conversar há dias, e você finge que não vê o nosso chamado.

- Eu estava ocupada.

- Ocupada demais para suas próprias emoções? Você já foi mais responsável! O que Azar falaria do seu comportamento?

- Azar não está aqui para vê-lo.

- Azar vê tudo. Sempre.

Ravena soltou um suspiro pesado, e cruzou os braços, sustentando o olhar de Conhecimento.

- O que está acontecendo?

- Olhe ao redor, Ravena. – a Emoção ordenou. – Não está sentindo falta de nada?

Pela primeira vez desde que havia chegado ao centro de Nevermore, Ravena reparou em tudo que a cercava. Viu árvores bonitas, a grama bem cuidada, um brilho diferente na capa de suas emoções e até as correntes de Raiva pareciam mais bem feitas. 

Ela olhou para o lugar onde a jaula de Afeição estava da última vez em que visitara Nevermore e, quando não a encontrou, sentiu um arrepio percorrendo seu corpo.

- Onde ela está? – arfou. Conhecimento entrelaçou os dedos na frente do corpo, sem responder. – Onde ela está?

- Estou aqui. – Afeição apareceu ao lado dela.

- Como... Como você...?

- Como eu saí da jaula? Você não sabe?

- Não!

- Ela está mais desatenta do que pensamos, Conhecimento.

- Eu deveria saber. – Ravena riu sem vontade. – Eu devia saber desde o começo que você só está se certificando de que eu nunca estou ficando sem você. – balançou a cabeça. – Agora me diga! Como você se libertou, Afeição? Como não se machucou?!

Afeição abriu um sorriso singelo e trocou um olhar cúmplice com as outras emoções, que retribuíram o sorriso. Ravena olhou em choque para Raiva ao ver o esboço de um sorriso em seus lábios, amaldiçoando a Emoção por não estar do seu lado. Preferia sentir Raiva ao sentimento que estava percebendo, mesmo sem ter noção de qual era.

Escutou passos atrás de si e virou-se para trás a tempo de ver outra emoção se aproximando. Engoliu em seco quando chegou à conclusão de que não a conhecia, e sentiu vontade de vomitar com sua capa toda colorida, como se fosse a junção de todas as outras emoções.

- O que é você? – perguntou. – Quero dizer, quem é você?! – piscou algumas vezes.

A Emoção sorriu, e tudo ao seu redor pareceu se iluminar, enquanto algumas flores pequenas cresciam sob seus pés. Ela continuou andando e Ravena deu alguns passos para trás, afastando-se enquanto ela se aproximava.

- É engraçado saber que você tem medo de mim.

- Medo? Eu nem te conheço!

- E você tem essa reação com tudo que é desconhecido?

- Só quando o desconhecido tem um sorriso assustador e capa colorida.

- Pelo menos você tem senso de humor. – a Emoção sorriu para Felicidade e Bravura.

- Você sabe o que está fazendo com que elas saiam do controle?

- Você não?

- Eu não estaria aqui se soubesse.

- Você é engraçada.

Ravena parou de andar e revirou os olhos para a Emoção, decidida a enfrentá-la. Flashbacks de seus momentos com Mutano começaram a invadir sua cabeça, causando uma tontura momentânea.

- Foi você que soltou a Afeição! 

- Eu?

- Como você conseguiu? 

- Eu não a soltei, Ravena.

- Você a soltou!

- Não.

- Como não?! É a única justificativa para ela estar solta! Os corvos estavam comendo os restos da jaula!

- Eu não soltei a Afeição, Ravena – a Emoção repetiu. – Eu sou uma parte dela.

- O quê?

- Para começar, você soltou a Afeição.

- Eu nunca faria isso.

- E a soltando, você me deu espaço. Você me trouxe a vida.

- O que é você?

- Eu sou você. Seus sentimentos mais sérios. Sou muito mais que o simples carinho de irmão, que a simples afinidade e afeição. – riu. – Eu sou o que você está sentindo por alguém muito especial.

- Ela é tão linda! – Felicidade suspirou.

- Eu sou Amor.

O queixo de Ravena caiu e ela arregalou os olhos, parecendo que tinha sido esbofeteada ou socada na boca do estômago. Os galhos das árvores mais próximas foram partidos ao meio e uma explosão de folhas verdes tomou conta de Nevermore, sujando a grama.

- Isso não existe. – ela conseguiu falar.

- Eu não estaria aqui se não existisse.

- Eu não sinto isso! A Afeição sentia! Por isso a prendi!

Amor balançou a cabeça negativamente e chegou perto de Ravena, segurando suas mãos. A empata as puxou de uma vez só, como se tivesse levado um choque com o toque da Emoção.

- Você sabe que não estou mentindo. – Amor voltou a falar.

- Era sobre isso que nós queríamos conversar. – Conhecimento olhou para Ravena. – Quando uma Emoção nasce, todas as outras ficam desestabilizadas. Você sabe disso.

- Mas... – Ravena tentou falar. – Como isso aconteceu?

- Eu... – Afeição começou a explicar.

- Não! Eu não quero saber!

- Ravena...

- Calem a boca! Vocês já me causaram muitos problemas!

- E vamos continuar causando!

- Não vão!

- Você não pode nos bloquear de novo! – Bravura ralhou. – Você não é uma porta sem sentimentos.

Ravena passou as mãos pelo cabelo e respirou fundo, incapaz de pensar com clareza. 

- O ditado pode estar certo – Amor suspirou. – O único amor que dura para sempre é o que não é realizado.

- Não existe amor nenhum!

- Então como a Afeição se dividiu? Como a jaula ruiu?

- Eu não sei!

- Idiota. – Raiva revirou os olhos.

- Você tem um bom coração, Ravena – Amor sorriu. – Deve dá-lo à alguém que se importe.

Ravena negou com a cabeça e voltou a pensar em Mutano, ponderando se Amor estava se referindo à ele. Seus olhos começaram a arder, e ela se esforçou para tirá-lo de sua mente, convencendo-se de que era impossível ter uma emoção originada graças a sua relação com ele.

Pensou em dezembro, engolindo em seco quando um nó se formou em sua garganta. Você pode se perdoar hoje, pode perdoar alguém que te feriu, ou pode apenas tentar porque ainda dói muito.

E dezembro doía. Mais do que qualquer um imaginava.

As emoções ficaram olhando para ela, esperando por uma resposta que nunca viria. Ravena fechou os olhos e deixou que a garra negra de magia a tirasse de Nevermore.

Caiu de qualquer jeito no chão do próprio quarto e saiu para o corredor, esmurrando a porta de Mutano, sem dar a mínima para o barulho alto que ecoava pelo corredor.

- Ravena? – ele atendeu assustado, e mais calmo, completamente no controle do próprio corpo.

- Eu não estou vivendo direito – Ravena cuspiu. – Então decidi que eu não quero ser a sua garota – suspirou, tendo em mente que alguém o amaria, mas não seria ela. – Não mais.

Antes que Mutano pudesse responder, ela desapareceu em um vórtice no chão, indo para uma das praças de Jump City.

Algum tempo depois, sendo observada por Adonis, que sentiu seu cheiro e o seguiu até encontrá-la, ela concluiu que Mutano poderia mudar suas emoções tão facilmente quando podia mudar de forma.


Notas Finais


Chora nããããããão coleguinha!!!!!
Comentem :)


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