Depois de fazer os exames necessários saio do laboratório e caminho mais uma vez até o carro.
- Vamos almoçar em algum restaurante- Harry diz depois de entrarmos no carro e o mesmo entra em movimento.
- Tudo bem- encosto minha cabeça no banco e fecho meu olhos respirando fundo. Tinha medo que aquele teste estivesse negativo como alguns que me fizeram fazer por suspeitas que a criança poderia ser minha filha.
- Amor chegamos- sou tirada de meus pensamentos pela voz de Harry- Aqui parece um bom lugar- assinto e desço do carro olhando a fachada do restaurante e voltando meu olhar em seguida para Harry. Mas algo me chamou atenção.
Havia um parquinho em frente com algumas crianças e adultos. Gritos e risadas eram ouvidos de longe e sorrio minimamente. Como eu queria poder levar minha filha em um lugar assim e poder ver sua alegria por estar com outras crianças. Queria poder correr e ajuda-la quando relasse seu joelho por alguma brincadeira.
- To começando a achar que foi uma péssima escolha- Harry aparece do meu lado e eu nego com a cabeça desviando meu olhar e forçando minhas pernas a entrar no restaurante escolhendo uma mesa perto da grande parede de vidro que poderia ver o parque.
(...)
Já se passaram dois dias desde que fiz os exames para ver se o cabelo que encontraram na casa abandonada era mesmo de Darcy. Sienna já havia me ligado avisando que estava com os resultados e iria trazê-lo até minha casa.
Se for mesmo Darcy ela estará com 1 ano e 5 meses. E fico cada vez mais nervosa em pensar os maus tratos que minha bebê poderia estar passando. Sienna disse que a garota o ouvia gritar com Darcy. Ela não merecia isso. Ela deveria estar comigo.
Ouço a campainha tocar e praticamente corro até a porta me encontrando com Sienna e a mandando entrar e levando-a até a sala.
- E então?- pergunto ansiosa. Harry não estava em casa. Tinha ido para sua empresa de manhã para assinar alguns contratos e se atualizar do que tinha acontecido enquanto esteve ausente. Eu ao contrario não apareci na empresa na qual era chefe. Era tudo muito novo. Sai de um trabalho e fundei o meu próprio negócio.
- Eu já abri o papel- diz simples e pega em sua pasta tirando um envelope e me entregando. Minhas mãos tremiam enquanto tirava a folha branca. Passei os olhos por toda folha.
Positivo.
Era Darcy. Minha Darcy.
Os papeis caem de minhas mãos e sinto meu corpo perder a força. Logo tudo escurece.
(...)
Abro meus olhos e sinto uma dor em minha cabeça. Tento levar meus dedos até meu rosto para tirar algumas mechas de cabelo que me incomodavam, mas sou impedida por fios em meus braços.
- Mas que merda?- tento lembrar o que me levou a estar em um hospital e quando minhas ideias se clareiam tenho vontade de correr e contar a Harry. Forço meu braço e tento tirar a agulha de meu braço. Precisava sair dali.
- Ei, não pode fazer isso- um homem de jaleco entra no quarto com uma prancheta em mãos. Eu já o conhecia. Doutor Tomlinson. Foi ele que cuidou de mim quando me encontraram e ele acompanhou minha gravidez.
- Harry?- pergunto com dificuldade. Minha boca estava seca.
- Está a caminho- diz e examina o soro que estava preso em meu braço- Esta sentindo tontura? Dor de cabeça? Ou alguma coisa?- pergunta me olhando.
- Dor de cabeça- digo e agradeço quando ele me ajuda a sentar.
- Sienna disse que você bateu a cabeça- murmurou escrevendo na prancheta- Você não está se alimentando direito- arqueio a sobrancelha- Esta desidratada. Esse soro vai ajudar, mas quando sair daqui vai ter que seguir uma dieta- assinto e repouso minha cabeça no travesseiro. Algumas batidas na porta são ouvidas e logo a mesma é aberta.
- Com licença- Sienna aparece em meu campo de visão e caminha até a cama- Como se sente- pergunta e me encara.
- To melhor. Obrigada por me trazer- digo e sorrio e ela acena sorrindo.
- Eu tenho que voltar a trabalhar. Vamos investigar até encontrar sua filha- diz e segura minha mão- Temos algumas pistas que pode nos levar até eles. Mas nada é certo. Continuaremos a investigar- admitiu e aceno- Fique bem.
- Obrigada- Sienna sorri e caminha até a porta que é aberta antes que a mulher colocasse a mão na maçaneta.
- Oi Sienna- Harry diz e consigo identificar preocupação em sua voz. Assim que a porta é fechada Harry atravessa o quarto em três passos- Como você está?- sela meus lábios e me olha carinhoso.
- Eu to melhor- tento o acalmar e olho pra o Doutor ao meu lado- Posso ir? Quero ir pra casa- peço e o médico solta um sorrisinho discreto.
- Sinto muito. Mas vai ter que terminar todo o soro e então vai ser liberada- me olha e em seguida para Harry- Volto daqui a pouco para assinar sua alta. Com licença- diz e sai da sala me fazendo resmungar.
- O que aconteceu?- explica e se senta na cama e me olhando curioso- Sienna ligou e disse que tinha desmaiado, mas não falou o motivo- acrescentou.
- Ela me levou o resultado do exame- não consigo conter o sorriso- Deu positivo- seus olhos arregalam e todo seu rosto empalidece.
- Você tá falando sério?- um sorriso ilumina seu rosto e assinto freneticamente- Ai meu Deus- me abraça e retribuo o gesto. Não ligando para a pequena dor dos fios em meu braço.
- Sienna disse que tem algumas pistas- digo esperançosa- Tomara que traga ela pra casa- murmuro e Harry tenta dizer algo, mas uma enfermeira entra no quarto.
- Sinto muito interromper. Mas a senhora tem que descansar um pouco- tento argumentar, mas a mulher em minha frente é mais rápida- É necessário- sorri doce e aceno. Ela caminha até a maca onde estava e me ajuda a deitar assim como Harry.
- Vou ficar aqui. Descanse e logo vamos embora- sorrio e o mesmo beija minha testa indo se sentar na poltrona que tinha no canto do quarto. Fecho meus olhos e logo sou levada pelo sono que não sabia que tinha.
(...)
Passou-se uma semana desde que descobri que minha filha estava viva. Sienna tinha dito que descobriram uma coisa e que viria até minha casa me informar. Harry disse que não iria para empresa, e que ouviria o que a mulher tinha de nos contar.
Quando a campainha soou pela casa eu rapidamente andei até a porta e caminhamos juntas para sala onde encontramos Harry que a cumprimentou e se sentou e eu me juntei a ele olhando a mulher se sentar em nossa frente.
- E então?- Harry começa.
- Descobrimos quem é a falsa enfermeira e o violador- meu coração para por breves segundos apenas pra começar a bater descomunalmente. Da uma pausa para ver nossa reação e continua- Ela se chama Grace Morris e ele Jacob Morris- tento falar alguma coisa. Mas nada sai- Eles são casados- confirma e encosto minha cabeça no sofá levando minhas mãos ao meu rosto.
- Por que eles fizeram isso?- diz Harry. Ódio e rancor é possível identificar em sua voz a fazendo ficar mais grave.
- Jacob já foi preso por estupro e quando saiu conheceu Grace. Eles se casaram e ela ficou grávida. Porém, seu bebê morreu no parto. Achamos que eles planejaram isso tudo. Ela foi diagnosticada como infértil- e tudo fez sentido.
- Eles não podiam fazer isso- algumas lágrimas rolam por meu rosto. Tento manter minha voz firme- Eles não tinham esse direito- soluço não aguentando e desisto de falar.
Sinto o braço de Harry em meus ombros me puxando para seu peito e me permito a chorar.
(...)
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