Os cabelos longos balançavam com o vento, arranhando de leve o rosto de Rin, que gargalhava com o ardor na região. O kimono laranja e amarelo destacava-se perante as madeixas negras e a pele alva.
Arredondavam-se os treze meses que acompanhava Sesshoumaru-sama. A felicidade expressa em seu rosto era comovente. De gaguejos e sílabas incompreensíveis, Rin retornou a falar. Suas cantorias não eram mais uns sons roucos, ela expunha seus pensamentos em palavras acompanhadas pelo ritmo musical. Sorria, brincava, corria, saltava e apanhava flores… sempre tão alegre.
Sua gratidão ao Daiyokai era impagável, apesar das poucas palavras trocadas entre os dois. Não que fossem realmente necessárias, ele a salvou da morte sem ela pronunciar uma única.
Inúmeros demónios tentaram devorá-la, porém, ela não tinha mais medo. Cheia de ousadia e coragem, afrontava-os e afastava-os. Porque ela sabia, que bastava chamar seu nome, que ele apareceria. Sempre que suas forças acabavam e não conseguia mais lutar, seu guardião a salvava.
Rin sempre agradecia, e Sesshoumaru por vezes nem a encarava. No entanto, ela sorria feliz, a conexão entre eles aumentava. Ela podia senti-lo… Sempre que ela precisava, ele a protegeria.
Contudo, estabeleceu laços preciosos também com Jaken-sama, servo leal de Sesshoumaru-sama, e A-Un, o dragão youkai que o albino lhe encarregara para ela conseguir acompanhá-lo.
Jaken era usualmente cruel em palavras de afecto dirigidas a Rin, mesmo sendo indelicado, ele não conseguia demonstrar sua preocupação com a cria humana. Mas, ele apreciava sua presença. O servo notou a transformação de seu senhor desde que ela invadira suas vidas. A tristeza de Rin tornou-se a maior fraqueza de Sesshoumaru-sama, contudo, também transformara-se em sua maior força. Seu senhor faria de tudo para guardar o sorriso daquela humana. Ela era especial, reconhecia-o. Inclusive ele, tinha-se encantado pelo jeito doce e inocente de Rin.
Ela os salvara de sua escuridão. Mesmo que primeiro tenha sido seu senhor a ressuscitá-la. Sesshoumaru-sama estava começando a superar a dor de seu passado, o remorso e a mágoa contra seu pai e o meio irmão, Inuyasha.
Jaken acompanhava silencioso o impiedoso Príncipe do Oeste, que retornava aonde deixara Rin para buscar Naraku. Suspirou frustrado, seu senhor não estava nada de bom humor com o fracasso da missão, pode notar isso pelo rosto contorcido. Estava furioso! Tremeu de medo, temendo fazer algo, ou simplesmente por respirar demasiado alto, que incomodasse seu senhor e este descarregasse sua raiva em si.
— Andando nas montanhas, cruzando a floresta, voando no vento, cruzando os rios... Sesshoumaru-sama onde está você com seu companheiro Jaken? —Jaken ergueu o olhar escutando a canção de Rin, em poucos segundos notaram a pequena fisionomia balançando as pernas sobre uma rocha, cantando animada para o youkai herbívoro.
— Rin? —Jaken desviou o olhar incrédulo para o Daiyoukai, incrivelmente sua face encontrava-se serena. Piscou o olhar dourado, perplexo. Como uma simples humana acalmava desse jeito seu senhor!?
— Ah! Sesshoumaru-sama!
— Vamos embora. —Um curto olhar reforçou a segurança da criança. Ela não se sentia mais sozinha, ele sempre voltaria para ela, para a buscar. E Rin, sempre o iria esperar, cantando feliz com seu futuro reencontro.
— Vamos. —Jaken murmurando, repetiu mal-humorado para a cria humana que não desmanchava seu sorriso.
— Hai !
De novo encarou Sesshoumaru-sama, percebendo que estava de facto calmo, Rin o ultrapassou, andando lado-a-lado do daiyoukai livre de qualquer receio ou constrangimento. Realmente as coisas tinham mudado, e por algum motivo que não soube explicar, ele estava gostando dessa mudança.
De repente, percebeu que estava ficando para atrás com A-Un, pegando nas suas rédeas, puxou o dragão com duas cabeças correndo, seguindo os dois, sendo embalado de novo pelo canto de Rin…
☾
— ...Vou sempre te esperar Sesshoumaru-sama, por favor sempre volte pra mim.
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