Pelo jeito meu vôo para Seul não iria demorar muito a chegar, mas se minha mãe continuasse me segurando na porta do aeroporto daquele jeito, eu acabaria perdendo o vôo. Minha mãe era daquele tipo, carinhosa demais, mas eu gostava disso de vez em quando.
Comecei falando demais e ainda nem me apresentei.
Meu nome é Cha Hun e moro em Pusan, junto com minha mãe, meu pai e com meu irmão caçula. Quer dizer morava agora eu estou indo para Seul viver com minha tia, graças a minha inscrição no colégio Western Kobe Korean Elementary School. Uma escola de filhinhos de papai, que só garante o melhor futuro para quem a frequenta. Como a educação desse colégio era falada por todo mundo, resolvi fazer a prova para tentar uma bolsa, pois pagar não sairia nada barato. E no final eu consegui, e agora aqui estou eu, indo para a tal escola. Mesmo não querendo deixar meus amigos, minha antiga escola e minha família para trás, quis dar uma chance para esse colégio, por outro lado eu iria visitá-los todo mês e poderia manter contato por telefone, assim como com meus amigos.
Deixando isso de lado e voltando para minha história. Minha mãe Hwang Geum-hee, estava me apertando como se quisesse espremer uma espinha que não quer deixar seu rosto um dia antes da festa.
- Mãe eu preciso ir, senão vou perder o vôo- Disse tentando convencê-la a me soltar.
- Tudo bem, mas não se esqueça de me ligar quando chegar lá, ok?- Disse tentando afastar a lagrima que estava se formando nos seus olhos.
- Pode deixar, não esquecerei.
- Minha filha, se algum marmanjo tentar chegar perto, use o spray de pimenta que o papai te deu e os golpes que você aprendeu com o mestre aqui- Disse meu pai Kim Won-Suk, tentando afastar a saudade que ia sentir da sua princesinha.
- Está aqui, e eu irei utilizá-lo com sabedoria.
- Isso me tranqüiliza querida. Agora vai se não vai perder o vôo.
- Estou indo. Annyo seu pestinha e se comporta no tempo que eu não tiver aqui, por favor, não pegue minha coisas sem permissão se não você já sabe- Disse pro meu irmão caçula Choi Won-hong, fazendo gesto de corte no pescoço.
- Você não manda em mim, bobona- Disse fazendo língua.
- Quero ver quando eu voltar! Bem eu vou indo para a plataforma, até e não se preocupem que eu vou sempre visitar vocês- Disse limpando uma lágrima que escorreu sem querer no meu rosto.
Virei e fui andando até a plataforma, mas estava me segurando para não voltar atrás (Até parece que eu vou para o outro lado do mundo). Tinha que ser forte e dar o primeiro passo para meu futuro, se não desse certo eu poderia voltar e começar do zero.
Fiquei perdida em pensamentos até o meu vôo ser chamado. Peguei a passagem e minha bolsa de mão e me encaminhei para o portão de embarque. Entreguei para a moça a passagem e fui para o meu lugar no avião, que era extremamente confortável por sinal. Agora era me sentar e relaxar, até estar em Seul, o que não demoraria muito.
Havia combinado de encontrar com minha tia no aeroporto e que ela estaria com uma plaquinha indicando meu nome. Fiquei relaxada, até o momento que olhei pela janela do avião, quando estávamos aterrissando. O aeroporto era enorme e fiquei pensando: COMO VOU ENCONTRAR MINHA TIA NO MEIO DE TANTA GENTE?
Tudo bem era só eu me acalmar e ligar para ela quando chegar à porta. OMO! Eu me esqueci de pegar o telefone dela com minha mãe. Agora eu estava perdida. Agora é rezar para que um milagre aconteça...
Saindo o avião, eu avistei minha tia em cima de uma cadeira que tinha no aeroporto, com um cartaz de todo tamanho com meu nome.
Buda me salvou (UFA! Sempre é bom ter um mantra de cor na cabeça).
- Até que enfim você chegou minha queridinha, minhas pernas estavam começando a doer- Disse Park Kae in, minha tia meio louquinha, que eu apenas vi quando tinha uns oito anos de idade.
- Desculpa a demora, teve uns probleminhas de turbulência, mas está tudo bem. Você pode me levar para onde pega as malas? Porque eu não sei muito bem onde fica- Perguntei meio sem graça.
- Claro, logo depois a gente já sai e pega um táxi para irmos para a casa, porque pelo jeito amanha você vai ter um dia cheio.
- É verdade, então vamos?
- Claro.
Peguei minha malas e logo depois pegamos um taxi para irmos para a minha mais nova casa.
Fiquei admirando a cidade, em como havia tantas pessoas, e como era enorme. Demoraria alguns meses para explorar a cidade, mas eu faria com o maior gosto, pois adoro conhecer novos lugares.
Estava perdida nos meus pensamentos, quando o carro freio, e eu bati minha cabeça no vidro da janela.
- Chegamos senhorita distraída- Disse minha tia apontando para um apartamento de dois andares mais simples, mas muito bem conservado.
Ao entrar vi que o apartamento era simples, mas era muito quentinho. Na verdade me sentia em casa, pois aquele mini apartamento trazia uma sensação de aconchego, como se estivesse na minha própria casa.
- Eu sei que o apartamento não é muito grande, mas é o máximo que eu posso oferecer os apartamentos aqui de Seul não são nada baratos, e se eles acham que eu vou dar o meu rico dinheirinho em um apartamento de luxo, estão muito enganados- Disse minha tia quando me viu observando o lugar detalhadamente.
- Eu adorei esse apartamento, me deu uma sensação de casa, tia. Eu queria agradecer mais uma vez por me deixar ficar aqui na sua casa, se você quiser, eu posso pag...
- Nem pense nisso, você é um membro da família. E família está aqui para se ajudar. Qualquer coisa depois que você ficar famosa, eu cobro- Disse Kae entre risadinhas.
- Pode deixar, mas não venha me cobrar juros- Disse brincando.
Percebi que me mudar para Seul, não iria ser tão ruim. E que provavelmente eu teria muitas histórias para contar...
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