Depois de verificar minha “agenda” dei sinal positivo para a saída com os meninos.
Mesmo sabendo que iria ser nós quatro, me dava certa insegurança.
O QUE IRIA ACONTECER SE EU ESTIVESSE NO MESMO TETO QUE O KAI POR 10 MIN???
O QUE EU IRIA VESTIR???
SERÁ QUE IRIA PRECISAR IR AO SALÃO??
Essas dúvidas ficavam percorrendo minha cabeça, e de maneira alguma maneira iria sair até eu achar uma solução (mesmo não entendendo o motivo de tanta agitação).
Tínhamos combinado de nos encontrar na Torre Namsan às 14:00 no sábado, para passarmos o resto do dia juntos.
A semana iria passar muito rápido, graças às milhares de preocupações que eu tinha, e muito pouco tempo para resolvê-las.
Durante a semana, fiquei conversando com os meninos, mas tentei não tocar no assunto do passeio, pois poderia ser constrangedor. Pelo jeito eles faziam as mesmas coisas.
Só estava achando estranho o fato de que sempre que eu chegava perto dos meninos o Kai se afastava como o culpado de algum crime. O que ele tinha feito?
Não estava tendo a oportunidade de perguntar, pois ele sempre dava um jeito de escapar.
Mas fazer o que? Eu teria a chance de perguntar no passeio de sábado.
***
A semana inteira tinha passado procurando roupas que ao mesmo tempo fossem bonitas e baratas (mas isso estava um pouquinho difícil).
ESTAVA FICANDO DESPERADA!!!
Nunca tinha ficado com esses sentimentos de querer me arrumar mais, comprar roupas novas só para sair, arrumar cabelo...
Preocupações que geralmente todas as garotas deveriam ter...
Estava sentada na minha cama, tentando escolher quais das minhas velhas roupas estaria melhor para esse encontro, quer dizer, passeio.
-Está ai querida?- Disse minha tia colocando a cabeça para dentro do quarto.
-Estou sim, pode entrar- Respondi.
-Amanhã é seu encontro não é? Quero dizer passeio?- Disse colocando uma caixa em cima da minha cama.
-Sim, e eu estou ficando aflita tia. Não sei que roupa eu vou- Disse fazendo o gesto de roer às unhas.
-Aqui está sua fada tia, que veio atender suas preocupações.
-Não seria fada madrinha?
-Não, é fada tia mesmo. Como sei do que você precisava resolvi tomar a liberdade de tentar arrumar uma solução.
-Sério?? Se você conseguir arrumar uma solução eu vou te idolatrar.
-Não se esqueça dessa promessa ok? Além de me idolatrar terá que me dar uvas na boca, e me abanar. Mas voltando ao assunto, eu consegui encontrar um brechó aqui perto de casa, que as roupas são lindas, e ao mesmo tempo muito baratas.
-Aqui perto de casa? Nunca tinha visto nenhuma não.
-É uma casa, mas que ao mesmo tempo é um brechó, eu conheço a dona. Ela me ajudou a escolher uma roupa, mas no final eu bati o meu olho em uma e achei que era perfeita para a ocasião.
-Posso vê-la??- Perguntei com entusiasmo.
-Está dentro dessa caixa, pode abri-la.
Aquela caixa era a resolução dos meus problemas, disso tive certeza quando abri.
Dentro dela tinha uma saia de renda com uma blusa no estilo social azul, e muitos acessórios.
AQUILO ERA PERFEITO!!
-Se você não gostou, eu posso trocar. E o sapato não se preocupe, eu tenho um que é perfeito, como você calça o mesmo número que eu, vai encaixar direitinho.
-SE EU NÃO GOSTEI??? EU AMEI, E ESTOU COMPLETAMENTE APAIXONADA POR ESSA ROUPA- Disse praticamente matando minha tia de tanto apertá-la.
-Tudo bem, por favor, não me mate antes de eu poder saber se essa roupa ficou boa em você- Disse pedindo bandeira branca.
-Desculpe, estou muito feliz- Disse me afastando.
Aquela roupa estaria perfeita para o encontro, quer dizer, passeio...
Por que estava sempre me confundindo?
Tudo estava pronto, só faltava torcer para que tudo desse certo amanhã...
***
Mal tinha conseguido pregar os olhos à noite. Estava muito ansiosa para me preocupar com sono, mas sempre que eu fazia isso, eu pagava as conseqüências (olheiras indisfarçáveis junto com olhos inchados).
Quando me levantei liguei o rádio e comecei a dançar pela casa. Fiz meus trabalhos domésticos, na maior alegria. Estava tão saltitante que minha tia acordou quase me matando:
-Você pode parar de tentar furar o chão com tantos pulos? EU ESTOU TENTANDO DORMIR. HOJE É O ÚNICO DIA QUE EU POSSO HINBERNAR. Se quiser mostrar sua felicidade para o mundo está dando certo, mas tente mostrá-la em silêncio para mim.
-Desculpe tia, é que hoje está uma bela manhã, os pássaros cantam, o sol brilha, e eu tenho um passeio para ir. Minha felicidade não poderia estar abaixo do nível máximo.
-Eu percebi isso.
-Foi mal.
-Depois fica falando que não gosta do Kai, isso está obvio- Sussurrou minha tia, mais baixo que um rato.
-O que você disse?- Perguntei a acusando.
-Nada, estou voltando para minha cama, se precisar de ajuda é só me chamar. E boa sorte no encontro quer dizer, passeio- Disse voltando para seu quarto.
Quando fui olhar no relógio percebi que já estava atrasada para começar a me arrumar (na verdade eram 10:00, mas parecia 13:59 para mim).
Tomei um banho caprichado (peguei a melhor lavanda da minha tia, com certeza na volta eu iria sofrer em sua mão por causa disso). Passei hidratante com cheiro de morango, e um perfume com aroma doce.
Troquei de roupa, e peguei o sapato que minha tia tinha me emprestado.
Tudo estava indo bem...
Quando estava tudo pronto já eram 13:30 (eu iria esperar mais um pouquinho para sair de casa, pois ser o primeiro a chegar sempre é ruim, e é bom deixá-los com o sabor de espera).
EU NÃO AGUENTAVA MAIS ESPERAR, E SÓ TINHAM SE PASSADO CINCO MINUTOS...
Como não sou uma pessoa nada convencional, eu iria chegar cedo e não estava nem ai. Eu não era nada tradicional e não gostava de não ser pontual, se era 14:00, estaria lá 14:00 (mesmo eu querendo chegar um pouquinho atrasada para impressionar um certo alguém, não iria adiantar nada, pois esse alguém não era nada sensível para notar alguma coisa de diferente em uma pessoa).
Peguei um taxi, e fui em direção ao lugar marcado. Quando cheguei lá eu não tinha visto ninguém.
SERÁ QUE ELES TINHAM DESMARCADO, E EU NÃO RECEBI A MENSAGEM FALANDO ISSO?
SERÁ EU ME ARRUMEI MAIS QUE NOIVA NO DIA DE CASAMENTO PARA NADA?
Fiquei resmungando até sentir uma mão no meu ombro.
Ao me virar me deparo com Kai:
-Pelo menos não sou a única que sobrou- Disse depois que o vi.
-Como assim a não foi à única que sobrou?- Perguntou achando estranho.
-Pelo jeito os meninos não vão vir.
-É mesmo?- Disse Kai virando o rosto.
-Você tem alguma coisa por trás disso?
-Por que você acha isso? Tá me achando com cara de culpado?
-Sim.
-Ata, me desculpe se eu vim aqui apenas para te avisar que eles não poderiam vir conosco. Pelo jeito isso foi um erro meu. Estou indo embora- Disse se afastando.
-Você não vai sair daqui nem por nada desse mundo. Depois de todo trabalho deu conseguir chegar aqui, você vai embora assim do nada?? NEVER- Disse puxando ele pelo braço.
-Já que insiste.
-Mesmo tendo a opção de ir para casa assistir um filme e comer pipoca com chocolate, agora eu vou ficar aqui, e agir como se nada disso tivesse acontecido.
-Você vai sair só comigo então?
-Não tenho outra escolha, então eu vou.
Por fora estava fria como uma pedra, mas por dentro estava fazendo uma festa. Na verdade eu fiquei meio que feliz em saber que os meninos não iriam vir, mas por outro lado não. O que eu ficaria falando com o Kai? Não temos nada em comum. Teria que inventar conversas sem noção.
-Vamos tomar alguma coisa então?- Perguntou Kai tentando quebrar o silêncio.
-Claro, porque não?- Respondi.
Fomos a uma cafeteria que tinha ali perto. Estávamos em um silêncio constrangedor, como não tinha nada a perder eu fui perguntando na cara de pau:
-Que filme vamos assistir?
-Que filme?
-Que vamos assistir no cinema à noite.
-Ata! Posso olhar pelo celular os nomes e gêneros, a partir daí a gente escolhe pode ser?
-Pode.
Chegamos à cafeteria e fizemos nosso pedido, nos sentamos em um sofá que era disponibilizado para os clientes.
-Que gênero que você quer?- Perguntou Kai olhando para o celular.
-Comédia.
-Eu quero ação. Então vamos ver os filmes com gênero de ação.
-Por que vai ser ação, sendo que eu quero comédia?
-Privilégio para mim.
-Você é uma pessoa iludida. Vamos ver um filme de comédia e ponto final.
-Não, vai ser de ação.
-Então vamos a filmes diferentes.
-Tudo bem sua mimada, vamos ver comédia. Mas é melhor ela me fazer cair na gargalhada.
Ri da fala dele, pois pelo o que eu sabia era que ele era o mimado da história.
Depois de tomarmos nossos cafés, fomos em direção ao cinema. Tínhamos decidido um filme americano, que eu não lembro o nome agora.
Estava meio aflita por ir ao cinema com o Kai, será que ia acontecer àquelas coisas de filme?
Tipo encostar a mão enquanto os dois pegam a pipoca? Eles se tocarem quando colarem os braços na cadeira?
Aquilo era um sonho para mim, mas não poderia deixar na cara que queria isso.
***
Depois de comprado pipocas, chocolate, balas, refrigerantes, fomos para a sala do filme (pela primeira vez eu concordei com o Kai, em um filme nunca pode faltar comida).
-Vamos colocar as coisas em uma cadeira ao lado de um de nós- Disse o Kai quando nos sentamos.
-Tudo bem, pode ser do meu- Disse dando risinhos.
-Não vale roubar comida.
-Eu não sou uma ladra, mesmo quando o assunto é comida.
-Estou falando sério, se você pegar meus chocolates, irá sofrer as conseqüências.
-Tudo bem senhor- Disse fazendo posição de sentido.
Após o filme começado ficamos trocando balas na boca um do outro, se lambuzando de
chocolate, enfim tudo que não fosse prestar a atenção no filme.
Tudo que eu achei que fosse impossível de acontecer, aconteceu. Nossos braços se tocaram e pegamos pipoca ao mesmo tempo.
Aquilo parecia até um sonho (queria até me beliscar para ver se era real).
EU BATI O RECORDE DE FICAR MAIS DE 10 MINUTOS NO MESMO TETO QUE ELE, E NÃO CAUSAR UM INCÊNDIO. ISSO NÃO ERA TÃO RUIM COMO PENSEI.
O filme de comédia tinha acabado, mas nossa comédia interna não. Como não estávamos brigando feito loucos, resolvemos ir dançar (tentaria me comportar EU JURO).
Kai sabia de todas as baladas boas que aconteciam na cidade. Então fomos à que estava mais perto.
O lugar como sempre era do mais alto luxo, e como sempre se não tivesse um sobrenome importante, você nunca conseguiria entrar.
Depois que estávamos instalados lá dentro fomos nos sentando nas cadeiras do bar (por precaução não iria pegar nenhuma gota de álcool esta noite).
-Você quer dançar?- Pergunta Kai no meu ouvido.
-Acho que vou ficar aqui um pouquinho, daqui a pouco eu vou-Respondi berrando no seu ouvido, por causa das caixas de som.
-Tudo bem, mas se não for lá, não se mexa.
-Sou uma estátua.
Quando Kai começou a dançar, praticamente tomou a pista de dança.
ELE DANÇAVA EXTREMAMENTE BEM!
Todos aos poucos foram se afastando da pista, apenas para admirá-lo dançar.
Quando seu “show” terminou, ele passou a mão no cabelo fazendo todas as meninas da sua volta suspirarem, outra música começou a tocar e milhares de pessoas voltaram para o centro da pista de dança.
MAS PERA UM MINUTINHO...
O QUE ESSAS GAROTAS ESTÃO FAZENDO SE ESFREGANDO DELE?????
MIM CHA HUN NÃO GOSTAR NADA DISSO.
TERIA QUE COLOCAR MORAL NAQUILO ALI...
-Posso saber o que vocês estão fazendo aqui?- Perguntei para as meninas que rodeavam.
-Sai daqui que esse gato já é nosso- Responderam me afastando.
-Escuta aqui querida que esse “gato” já tem dona, que sou eu. Agora podem ir circulando, e procurando outro homem para dar golpe- Disse afastando-as de perto de Kai.
PRA QUE EU FIZ AQUILO? AGORA ELE ME PEDIRIA SATISFAÇÃO...
E SINCERAMENTE NÃO SEI O QUE RESPONDER...
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