Depois da nossa “conversa”, Kai me levou para casa. Quando cheguei minha tia logo percebeu meu estado de agitação e meu olhar apaixonado.
- O que aconteceu? Um cupido finalmente de encontrou?- Perguntou minha tia limpando as mãos em um pano de prato.
-O que a senhora está dizendo? O cupido sempre esteve ao meu lado, como um irmão- Disse como se estivesse bêbada.
-Você bebeu? Ou se drogou?- Perguntou minha tia colocando as mãos em meu rosto.
-Eu não fiz nada disso, mas posso dizer que estou embriagada, mas de amor- Disse corada.
-Ah! Conte-me detalhe por detalhe- Disse minha tia curiosa me arrastando para o sofá.
Após isso minha querida titia foi preparar um chá e biscoitos para escutar a história da minha “novela mexicana”.
Contei detalhe por detalhe e a cada palavra que eu falava os olhos dela se iluminavam mais e mais.
-Conte-me de novo?- Pediu quando terminei meu relato- Eu sempre quis ter uma história de amor assim, igual a conto de fadas.
-Eu estou cansada e amanhã eu tenho aula- Disse me arrastando meu corpo até o quarto.
-Eu queria escutar mais uma vez! Nem meus doramas são tão animados assim- Disse minha tia desapontada.
-Quem sabe outro dia- Disse estalando os lábios- Agora eu vou me deitar, pois amanhã tenho um longo dia. Boa noite tia- Finalizei lhe dando um beijo na bochecha.
-Boa noite docinho- Disse indo para seu quarto.
A essa altura do campeonato minha tia já tinha descoberto meu emprego. No começo ela ficou um pouco receosa, mas depois viu que eu não iria largá-lo, porque ela mandava (ela sabe como sou insistente quando quero).
Tomei meu banho, coloquei meu pijama e me deitei. Estava fazendo de tudo para meus olhos se fecharem e meu corpo se acalmar, mas nada estava adiantando. E meu cérebro insistia em ficar me relembrando do meu encontro com o Kai.
Cada palavra e toque permaneceram na minha cabeça. Com tudo que aconteceu hoje, não estava acreditando em como o tinha conhecido e em como o odiava tanto.
Agora que eu penso minha história com o Kai era digna de dorama.
Fiquei pensando no pai de Kim Joon, em seu suposto “contrato” e em como tudo isso era estranho até obrigatoriamente meus olhos começarem a fechar.
**
Na hora que eu acordei graças ao meu despertador, escutei um barulho vindo da cozinha.
Terminei de me arrumar e desci para conferir o que tinha causado aquele barulho.
-Tia é você?- Perguntei colocando minha cabeça para dentro da cozinha.
-Fui pega!- Respondeu estalando os dedos.
-O que você está fazendo acordada esse horário?- Perguntei chegando perto dela.
-Hã...Hã- Despistou nervosa.
-Responda-me- Disse autoritária.
-Eu estava indo trabalhar, satisfeita?- Disse se rendendo.
-Por quê?- Disse chateada com sua confissão.
Quando olhei a hora, fiquei desesperada.
-OMO! EU VOU PERDER O ÔNIBUS- Disse pegando minha mochila- Quero saber dessa história de trabalho direitinho quando voltar.
Chegando ao ponto saí correndo atrás do ônibus que já havia passado.
**
Cheguei correndo ao colégio e encaminhei-me para a sala de aula.
Quando cheguei às carteiras estavam organizadas em duplas. Não tinha esperança de fazê-la com Kai, pois nos últimos tempos ele não havia ido para o colégio.
Sentei-me em uma carteira vazia e fiquei desenhando no meu caderno até o professor chegar.
-Turma, silêncio- Disse o professor batendo na mesa fazendo todos irem para seus lugares.
-Desculpe professor, estou atrasado!- Disse Kai cansado por provavelmente correr até ali.
Ele veio??
-Tudo bem, dessa vez eu perdôo seu atraso, mas da próxima vez eu corto seu pescoço- Ironizou o professor.
Kai veio em minha direção e se sentou ao meu lado.
-O que aconteceu? A empresa faliu?- Perguntei de acordo com seu repentino aparecimento.
-Não, eu preferi dar um tempo daquele lugar. Já estava me dando calafrios ficar sentado o dia todo assinando papeis- Disse fingindo arrepios.
-Entendo- Disse um pouco desapontada pelo seu motivo.
-Mas também tenho outro motivo mais importante- Disse colocando os dedos na minha bochecha a apertando levemente enquanto o professor escrevia às páginas do livro no quadro.
-E qual seria?- Disse esperançosa.
-Você- Disse abrindo seu típico sorriso (que ao mesmo tempo era bonito e fofo).
-Silêncio ai atrás- Disse o professor severo.
Eu e Kai nos olhamos e demos uma risada abafada.
-Façam os exercícios das páginas 96 e 97, e me entreguem até o final dessa aula- Ordenou o professor se sentando em sua mesa.
Ficamos conversando depois que terminamos os exercícios (que estavam bem simples).
-Professor com licença- Pediu o diretor batendo na porta- Queria apresentar uma nova aluna.
Nova aluna? A essa altura do ano? Já estávamos quase nos formando.
Tudo ao meu redor ficou branco e na porta comecei a ver chamas vindas da porta.
ABRIRAM A PORTA DO INFERNO...
Deixei minha caneta cair em câmera lenta quando confirmei que a porta do inferno foi aberta.
A Jessica na mesma sala que eu?
-Eu sou Jessica! Por favor, cuidem de mim- Apresentou-se fazendo um aegyo.
Todos os garotos suspiravam apaixonados pela sua suposta “fofura” (que não passava de uma de suas personalidades), menos Kai que estava ao mesmo tempo chocado e assustado.
-Eu vim ficar de olho no MEU futuro maridinho querido- Disse Jessica dando ênfase na palavra MEU.
Todos ficaram olhando para os lados para saber quem era o sortudo “marido” daquela “fofura” em pessoa.
A minha personalidade esquentada de lava girl começou a tomar forma.
Enquanto ela passava, “sem querer” coloquei meu pé na sua frente.
-Desculpe-me querida- Disse com a expressão mais falsa que consegui fazer- Eu ia pegar minha caneta.
-Sua vagab...- Disse até se lembrar que estava no meio da sua “peça teatral”- Eu que deveria me desculpar, eu estava desatenta.
Adorei ter feito isso e parece que o Kai estava orgulhoso do meu ato.
Mas como a 3º lei de Newton afirma: Toda ação possui uma reação.
-Eu sei que você fez isso de propósito- Sussurrou Jessica no meu ouvido quando alguns garotos a ajudaram a se levantar- Mas não se preocupe que vai ter troco, pois agora os jogos começaram.
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